domingo, 23 de dezembro de 2018

SAMUEL BECKETT MORREU EM 1989 - 22 DE DEZEMBRO DE 2018

Samuel Beckett

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Samuel Beckett Medalha Nobel
Samuel Beckett, em 1977
Nascimento13 de abril de 1906
DublinReino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda (atual República da Irlanda)
Morte22 de dezembro de 1989 (83 anos)
ParisFrança
NacionalidadeRepública da Irlanda Irlandês
PrêmiosNobel prize medal.svg Nobel de Literatura (1969)
MovimentoliterárioNouveau roman
Magnum opusDias Felizes
Samuel Barclay Beckett (Dublin13 de abril de 1906 — Paris22 de dezembro de 1989) foi um dramaturgo e escritor irlandês.
Beckett é amplamente considerado como um dos escritores mais influentes do século XX.[1] Fortemente influenciado por James Joyce, ele é considerado um dos últimos modernistas. Como inspiração para muitos escritores posteriores, ele às vezes também é considerado um dos primeiros pós-modernistas. Ele é um dos escritores fundamentais, no que Martin Esslin chamou de "Teatro do absurdo".[2] Seu trabalho tornou-se cada vez mais minimalista em sua carreira mais tarde.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1969. Utiliza nas suas obras, traduzidas em mais de trinta línguas, uma riqueza metafórica imensa, privilegiando uma visão pessimista acerca do fenômeno humano. É considerado um dos principais autores do denominado teatro do absurdo. Sua obra mais famosa tanto no Brasilcomo em Portugal é a peça Esperando Godot.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Beckett nasceu numa família burguesa e protestante, e em 1923 ingressa no Trinity College de Dublin, para se formar em Literatura Moderna, especializando-se em francês e italiano.[2] Em 1928, meses após sua mudança para Paris, conhece James Joyce, apresentado por um amigo em comum. Torna-se grande admirador do escritor, e sua obra posterior é fortemente influenciada por ele. 
Após lecionar durante o ano de 1930 na Irlanda, Beckett volta no ano seguinte para Paris, fixando residência na cidade, e escreve sua primeira novela, “Dream of Fair to Middling Women” (publicada após a morte do autor, em 1993) Em 1933, Beckett retorna novamente a Dublin, pois, devido ao falecimento de seu pai, encarrega-se de cuidar de sua mãe. Retorna a Paris em 1938, quando é marcado por dois acontecimentos de grande importância: fica gravemente ferido ao ser agredido por um estranho, que lhe desferiu uma facada no peito, e conhece Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, com quem viveria o resto da vida e se casaria em 1961.
Depois da eclosão da Segunda Grande Guerra, vincula-se à resistência francesa, na ocasião da invasão de Paris pelo exército nazista, em 1941, juntamente com sua esposa. Durante os dois anos que Beckett esteve hospedado em Roussillon, ele indiretamente ajudou a Maquis a sabotar o exército alemão nas montanhas Vaucluse, embora ele raramente falasse sobre seu trabalho durante a guerra na vida adulta.[3] Afasta-se da resistência em 1942, quando ambos foram obrigados a fugir da França. Morre em 1989, cinco meses depois de sua esposa, de enfisema pulmonar, contra o qual já lutava havia três anos. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse.[2][4]
A produção beckettiana foi um dos principais ícones do Teatro do Absurdo que faz uma intensa crítica à modernidade. Recebeu o Nobel de Literatura em outubro de 1969, enquanto em férias em Tunes com Suzanne. Prevendo que seu marido intensamente privado seria selado com a fama a partir daquele momento, Suzanne descreveu o prêmio como uma "catástrofe".[5]

Obra[editar | editar código-fonte]

Nas obras traduzidas por Beckett, indica-se o título original e traduzido separados por barra. A data de edição (ou de composição, no caso de textos publicados em colectâneas) é do original.

Peças[editar | editar código-fonte]

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • Eleutheria (1947; publicado em 1995)
  • En attendant Godot/Waiting for Godot (Esperando Godot) (1948; publicado em 1952)
  • Act Without Words I (1956)
  • Act Without Words II (1956)
  • Fin de partie (Fim de partida) (1957; traduzida pelo autor para o inglês como Endgame)
  • Krapp's Last Tape (1958)
  • Rough for Theatre I (fins de 1950)
  • Rough for Theatre II (fins de 1950)
  • Happy Days (1960)
  • Play (1963)
  • Come and Go (1965)
  • Breath (1969)
  • Not I (1972)
  • That Time (1975)
  • Footfalls (1975)
  • A Piece of Monologue (1980)
  • Rockaby (1981)
  • Ohio Impromptu (1981)
  • Catastrophe (1982)
  • What Where (1983)

Rádio[editar | editar código-fonte]

  • All That Fall (1956)
  • Embers (1959)
  • Rough for Radio I (1961)
  • Rough for Radio II (1961)
  • Words and Music (1961)
  • Cascando (1962)
  • The Old Tune (1963)

Televisão[editar | editar código-fonte]

  • Eh Joe (1965)
  • Ghost Trio (1975)
  • … but the clouds … (1976)
  • Quad I + II (1981)
  • Nacht und Träume (1982)

Cinema[editar | editar código-fonte]

Prosa[editar | editar código-fonte]

  • Collected Shorter Prose 1945-1980 (1984)
  • As the Story Was Told: Uncollected and Late Prose (1990)

Romances e novelas[editar | editar código-fonte]

  • Dream of Fair to Middling Women (1932)
  • Murphy (1938; traduzida para francês, 1948)
  • Mercier and Camier (1946)
  • Watt (1953; escrita c. 1943; traduzida para francês, 1968)
  • Molloy (1951; original em francês; traduzida para inglês, 1955)
  • Malone Meurt (1951; traduzida para inglês como Malone Dies, 1956)
  • L'innommable (1953; traduzida para inglês como The Unnameable, 1958)
  • Comment C'est (1961; traduzida para inglês como How It Is, 1964)
  • Company (1980)
  • Ill Seen Ill Said (1982)
  • Worstward Ho (1983)
  • Ends and Odds: Plays and Sketches (1977)

Contos e textos breves[editar | editar código-fonte]

  • Assumption (1929)
  • Sedendo et Quiesciendo (1932)
  • Text (1932)
  • A Case in a Thousand (1934)
  • More Pricks than Kicks (1934)
  • Nouvelles et Textes Pour Rien/Stories and Texts for Nothing(1945-50)
  • Premier Amour/First Love (1945)
  • From an Abandoned Work (1954-55)
  • L'image/The Image (1958)
  • All Strange Away (19763-64)
  • Imagination Morte Imaginez/Imagination Dead Imagine(1965)
  • Assez/Enough (1966)
  • Bing/Ping (1966)
  • Sans/Lessness (1969)
  • Le Depeupleue/The Lost Ones (1970)
  • Fizzles (1973-75)
  • Heard in the Dark 1
  • Heard in the Dark 2
  • One Evening
  • As the Story was Told (1973)
  • La Falaise/The Cliff (1975)
  • Company (1980, adaptado para o teatro)
  • Stirrings Still (1988)
  • Nohow On (1989)

Ensaios[editar | editar código-fonte]

  • Proust (1931; publicado em 1989)
  • Disjecta: Miscellaneous Writing and a Dramatic Fragment(1983)

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Collected Poems in English and French/Coleção de Poemas em Inglês e Francês (1977)
  • Poèmes/Poems/Poemas (1979)
  • Collected Poems 1930-1978/Coleção de Poemas 1930-1978(1984)

Referências

  1.  McDonald, Rónán (ed). (2007), The Cambridge Introduction to Samuel Beckett, Cambridge University Press, Cambridge p17
  2. ↑ Ir para:a b c «Samuel Beckett». UOL - Educação. Consultado em 21 de dezembro de 2012
  3.  Knowlson (1997) p304–305
  4.  Samuel Beckett (em inglês) no Find a Grave
  5.  Knowlson (1997) p505.

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Knowlson, James (1997). Damned to Fame: The Life of Samuel Beckett. New York: Grove Press.

Sobre Beckett em português[editar | editar código-fonte]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Vasconcellos, Cláudia Maria de. Teatro Inferno - Samuel Beckett. Ed. Terracota. 2012
  • Farias Jr., Manoel. Beckett - Silêncios. Ensaios a partir da poética cênica de Samuel Beckett. Ed. Annablume. 2011.
  • Gay, Peter. Modernismo – o Fascínio da Heresia: de Baudelaire a Beckett e mais um pouco. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
  • Borges, Gabriela. Poetica Televisual de Samuel Beckett. Ed. Annablume, 2009.
  • Berrettini, Célia. Samuel Beckett: Escritor Plural. Ed. Perspectiva. 2004.
  • Andrade, Fabio. O Silêncio Possível. Ed. Ateliê Editorial, 2001.
  • Segre, Cesare. Estruturas e o Tempo. Ed. Perspectiva, 1986.

Artigos[editar | editar código-fonte]

Montagens de Beckett em português[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


FILINTO ELÍSIO NASCEU EM 1734 - 23 DE DEZEMBRO DE 2018

Filinto Elísio

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Francisco Manuel do Nascimento
Retrato do escritor, século XIX
Pseudônimo(s)Filinto Elísio
Nascimento23 de dezembro de 1734 (283 anos)
Lisboa
Morte25 de fevereiro de 1819 (84 anos)
Paris
Nacionalidade Portugal
OcupaçãoPoeta e tradutor
Influenciados
Filinto Elísio (na ortografia antiga: Filinto Elysio) (Lisboa23 de Dezembro de 1734 – Paris25 de Fevereiro de 1819), foi um poeta, e tradutorportuguês do Neoclassicismo. O seu verdadeiro nome é Francisco Manuel do Nascimento, e foi sacerdote. O seu pseudónimo, Filinto Elísio, ou também Niceno, foi-lhe atribuído pela Marquesa de Alorna (a quem ensinou latim quando se encontrava reclusa no Convento de Chelas), dado Francisco Manuel do Nascimento ter pertencido a uma sociedade literária – Grupo da Ribeira das Naus, cujos membros adaptavam nomes simbólicos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filinto Elísio nasceu em Lisboa, de origens humildes. Os pais, o pescador Manuel Simões e a peixeira Maria Manuel, eram naturais de Ílhavo, mas imigraram para a capital na sequência da decadência da faina pesqueira por que passou a região de Aveiro após o fecho do canal que liga o rio Vouga ao mar, provocando o encerramento do porto.
Foi ordenado padre em 1754, e influenciado pelo arcadismo e pelo iluminismo. As suas ideias liberais levaram a que fosse denunciado à Inquisição, em 22 de Junho de 1778, pelo padre José Manuel de Leiva, que o acusou de «afirmações e leituras heréticas proibidas». Disfarçado de vendedor, consegiu fugir de Portugal e exilar-se em Paris, onde chegou a 15 de Agosto daquele ano. Na capital francesa conheceu, entre outros, o poeta Alphonse de Lamartine
Jazigo de Filinto Elísio, Cemitério do Alto de São João
A vida em Paris foi difícil, e teve que traduzir obras francesas para subsistir. As suas poesias foram publicadas, ainda em sua vida, em Paris, entre 1817 e 1819. Só depois da sua morte, as suas obras seriam publicadas em Lisboa, entre 1836 e 1840. Em 1843 os seus restos mortais foram transladados para Lisboa, onde se encontra sepultado, no cemitério do Alto de São João.
Sua influência é vasta e se deu de forma mais direta no Pré-Romantismo, sobre autores como Almeida Garrett. Tal influência aparece sob a denominação de "filintismo". Foi um autor único em sua visão dos clássicos, pois dava relevo ao maravilhoso e até mesmo ao fantástico, pressentindo tendências modernas em meio ao racionalismo de seu tempo. Filinto tinha simpatia pelas ideias de Rousseau, pelos ideais da Revolução Francesa e por Franklin e George Washington. A queda da Bastilha lhe trouxe um sentimento positivo e seu sentimento por sua nação, ao contrário, parecia frequentemente negativo, com resquícios de rancor contra a Inquisição que o exilou.

Obras[editar | editar código-fonte]

Poesias[editar | editar código-fonte]

  • Obras Completas, (1817-1819)

Traduções[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano SaraivaHistória de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XVIII, Ed. QN-Edição e Conteúdos,S.A., 2004

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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