quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

NICHOLAS ROERICH MORREU EM 1947 - 13 DE DEZEMBRO DE 2018

Nikolai Konstantinovich Roerich

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Nikolai Konstantinovich Roerich
Nome nativoНикола́й Константи́нович Ре́рих
Nascimento27 de setembro de 1874
São Petersburgo
Morte13 de dezembro de 1947 (73 anos)
CidadaniaImpério Russo
EtniaRussos
Ocupaçãofilósofo, pintor, coreógrafo, escritor, arqueólogo, poeta, diplomata
PrêmiosLegião de Honra
Página oficial
http://www.roerich-museum.ru/
Assinatura
Подпись Николая Рериха-1932 г.jpg

Nikolai Konstantinovich Roerich com a família
Nikolai Konstantinovich Rerich (russo: Николай Константинович Рéрих; 9 de Outubrode 1874 - 13 de Dezembro de 1947), Nicholas Roerich, na grafia inglesa, foi um pintorescritorhistoriadorpoeta e professor espiritual (líder intelectual) russo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Educado no seio de uma família apologista da paz, interessava-se por literaturafilosofiaarqueologia e, especialmente, arte. A família de seu pai, Konstantin Fyodorovich Roerich é de origem escandinava, o sobrenome significa "rico em glória" remonta aos viquingues. Um dos primeiros Roerichs foi Cavaleiro Templário no século XIII, outros foram líderes políticos e militares, incluindo um oficial sueco que lutou na campanha russo-sueca contra 'Pedro, o Grande' seus descendentes, guardando sua fé luterana, se estabeleceram no noroeste da Rússia. Em 1860, casou-se com Maria Vasilievna Kalashnikova, com quem teve Lidia, Nicolas, Boris e Vladimir. Nicolas foi batizado na Igreja Ortodoxa Russa, religião de sua mãe, de linhagem puramente russa.
Nicolas Roerich nasceu em 27 de setembro em São Petersburgo, Leningrado, e foi primeiramente educado no país e, posteriormente, no exterior. Frequentava simultaneamente, na Universidade de São Petersburgo, a Escola de Direito, a Faculdade de História e Filologia, A Academia de Artes e o Instituto de Arqueologia. Depois de estudar na Rússia, prosseguiu seus estudos em Paris, e viajou através da Europa. Possuia uma memória fora-de-série. Casou-se com Helena, e tiveram dois filhos, Yuri e Svetoslav, pintor como seu pai. Helena Roerich traduziu parte da obra de Blavatsky.
Sua obra consta de 6000 pinturas, afrescos em Igrejas e Edifícios Públicos, desenhos para mosaicos e motivos arquitetônicos. Realizou a pintura de cenários e figurinos de várias óperas: de WagnerMussorgskyBorodinRimsky-Korsakov, Ibañez, e Maeterlinck.
Trabalhou com Igor StravinskyA Sagração da Primavera, a qual teve coreografia de Vaslav Nijinsky e música e argumento de Roerich, também criador do cenário e figurinos folclóricos, onde sua criação foi baseada no leitmotiv. Como autor e erudito escreveu livros de Arte, Culturas, Filosofia e Humanitarismo. Publicou perto de 30 volumes, além de muitos ensaios e artigos. Escreveu No Coração da Ásia, e Shambhala, entre outras obras, que incluem poemas. Como explorador e cientista, realizou pesquisa arqueológica e escavações na Rússia. Organizou e conduziu uma expedição de 5 anos a Ásia central (1924-1928). Em 1935, outra expedição, desta vez para a China, incluindo a Mongólia.
Visitou, na década de 20, Nova Iorque, nos EUA, onde, junto com a sua esposa, fundou várias fundações de mecenato cultural e de teosofia. Depois de viver na cidade estadunidense, Roerich percorreu a Ásia, estabelecendo-se, em 1928, na Índia, país muito conhecido pelos seus líderes pacificadores e teósofos. Ali fundou o Instituto Himaláico de Arqueologia.
No ano seguinte foi nomeado para o Nobel da Paz pela Universidade de Paris. Teve o apoio veemente de Albert Einstein, H. G. Wells e Bernard Shaw. Em 1935, recebeu a segunda nomeação. Preocupado com a paz mundial criou a Pax Cultura, que, como símbolo, tinha uma cruz vermelha, representando esta a arte e a cultura.
Roerich faleceu em Punjab, na Índia. Foi cremado e suas cinzas espalhadas diante das montanhas que tanto amava e retratou em quase sete mil trabalhos. A maioria das suas obras conserva-se hoje em museus europeus, como o Museu Nacional de Artes da Letónia e o Museu Nicholas Roerich em Nova Iorque.

O Pacto de Roerich[editar | editar código-fonte]


Convidados estrangeiros1901, óleo sobre tela.
Pacto de Roerich, a 15 de Abril de 1935, foi assinado na Casa Branca, nos EUAjuntamente com mais vinte e um países da América. Outros depois o assinaram, representando este um antecipado instrumento de proteção às artes. O pacto declara a necessidade de se proteger a atividade e produção cultural no mundo, independente de a época ser de guerra ou de paz. Lugares de valor cultural seriam declarados neutros e protegidos, incluindo universidadesbibliotecas, salas de concerto e teatros (como a Cruz Vermelhafaz com seus hospitais, razão pela qual é frequentemente chamado Cruz Vermelha da Cultura). A herança cultural das nações deve ser, segundo o acordo, cuidada e renovada, impedindo que se deteriore, pois não há nada de valor superior para uma nação do que sua cultura.
Tem como símbolo a Bandeira da Paz, onde 3 círculos que representam a Arte, a Ciência e a Religião aparecem envoltos por uma circunferência que significa a totalidade da Cultura.

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

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  • Foi Roerich quem sugeriu que colocassem o Grande Selo na nota de um dólar, onde figura desde 1935.
  • Alguns historiadores de arte pronunciam e escrevem o seu sobrenome como «Rerich» (grafia original), em vez de «Roerich».

Bibliografia

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

GUSTAVE FLAUBERT NASCEU EM 1821 - 12 DE DEZEMBRO DE 2018

Gustave Flaubert

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Gustave Flaubert
Nome completoGustave Flaubert
Nascimento12 de dezembro de 1821
RouenNormandiaReino da França (hoje  França)
Morte8 de maio de 1880 (58 anos)
RouenNormandiaRepública Francesa (hoje  França)
OcupaçãoRomancista
contista
Influenciados
Principais trabalhosMadame Bovary
Salambô
A Educação Sentimental
MovimentoliterárioRealismo
Gustave Flaubert (Rouen12 de dezembro de 1821[1] – Croisset, 8 de maio de 1880 [2]) foi um escritor francês. Prosador importante, Flaubert marcou a literatura francesa pela profundidade de suas análises psicológicas, seu senso de realidade, sua lucidez sobre o comportamento social, e pela força de seu estilo em grandes romances, tais como Madame Bovary (1857), A Educação Sentimental (1869), Salambô (1862) e contos, tal como Trois contes (1877).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Gustave Flaubert foi o segundo dos seis filhos[3] do médico Achille Cléophas Flaubert (1784-1846), cirurgião-chefe do Hospital de Ruão, e sua esposa Anne Justine, nascida Fleuriot (1793-1872). Passa a infância ao lado dos irmãos no Hospital onde o pai trabalha.
Estuda no Colégio Real, onde faz amigos para a vida inteira, tais como Louis Boulhiet(1829-1869), poeta; Maxime Du Camp (1822-1894), futuro editor e jornalista, e Alfred Le Poittevin, morto prematuramente. Interessado em literatura, dirige o semanário escolar, “Arte e Progresso”.
Aos quinze anos, interessa-se por teatro, e compõe um drama em cinco atos, em prosa, “Luís XI”. Em 1837, escreve seu primeiro romance, “Rêve d'enfer”, uma obra ainda imatura e juvenil, mas que já vislumbra os traços que caracterizariam suas futuras heroínas. Também aos 15 anos se apaixona, por uma mulher casada e onze anos mais velha do que ele, Elisa Schlesinger, a qual amará, talvez, pela vida toda; só declara, porém, o seu amor trinta anos mais tarde, através de uma carta. Embora viúva, Elisa já não quis desposá-lo. Elisa terminou sua vida em um asilo para doentes mentais.[4]
O amor impossível, em especial por Elisa Schlesinger, inspira vários de seus livros: “Mémoires d'un fou”, em 1838, “Novembre”, em 1842, e as duas versões de A Educação Sentimental, esboçado em 1845 e concluído em 1869.
Retrato feito por Eugène Giraud.
Inicia os estudos de direito, em Paris, para contentar o pai, porém não consegue se interessar pelas aulas, levando uma vida boêmia, gastando todo o dinheiro que o pai mandava despreocupadamente. Após ter sido reprovado nos exames de direito na Universidade de Paris, começa a ter crises nervosas, com alucinações e perdas de consciência, que os médicos diagnosticam como histérico-epilépticos. Seu pai o trata com sangrias e dietas, isolando-o em um sítio em Croisset, às margens do Sena. Há uma melhora das crises, que só iriam retornar no fim da vida. Durante esse seu retiro, falece seu pai e a irmã Caroline, aos 22 anos, após dar à luz uma menina.
Flaubert em 1850 sobre uma das cabeças de uma estátua de Ramsés IIem Abu Simbel, fotografado por Maxime Du Camp
Em 1846 Flaubert conheceu Louise Collet, separada do marido e mãe de uma jovem de 16 anos, amante do filósofo Vitor Cousin, iniciando um romance com ela. Louise era considerada pelos amigos presunçosa e afetada, pouco espontânea, exatamente o oposto da recatada Elisa Sclesinger.
Flaubert rompe com Louise em 1848 e, mergulhado na literatura, não percebe as transformações da França, tais como a revolução desse mesmo ano, que derruba o rei Luís Filipe e entrega o poder a Napoleão III, proclamado imperador em 1852.
Nesse período Flaubert perde o amigo Le Poittevin, companheiro de infância, e sua saúde se abala. Gustave organiza, com o amigo Maxime du Camp, uma longa viagem ao Oriente, entre 1849 e 1852; viaja ao Egito e à Jerusalém e, ao retornar, passa por Constantinopla e Itália. Colhe informações para escrever, mais tarde, Salammbô, uma reconstituição da civilização Cartaginense na época das guerras púnicas.
Em 1851, tem início Madame Bovary, obra realista que o tornaria célebre e que levaria 5 anos para concluir.
Em 1866, recebe a Legião de Honra do governo francês.
Medalha com a efígie de Flaubert, Gaston Bigard, bronze 50mm,
Revers di la Medalha, "Pavillon-musée à Croisset" (1921)
Entre 1870-1871, os prussianos ocupam uma parte da França, e Flaubert se refugia com sua sobrinha, Caroline, em Ruão; sua mãe morre em 6 de abril de 1872 e, nessa época, passa por dificuldades financeiras.
Em 1874, termina e publica a terceira versão de La tentation de Saint Antoine (A tentação de Santo Antônio - 1874), inspirada num quadro de mesmo nome de Bruegel. Em 1877, aos 55 anos, publica “Trois Contes” ("Três Contos"), volume contendo três novelas: sua obra-prima, “Un cœur simple” ("Um coração simples"), a história de uma criada bondosa e ingênua, Félicité,[5] inspirada em Julie, empregada que servira Flaubert e sua família até morrer; La Légende de saint Julien l'Hospitalier (A Lenda de São Julião, o Hospitaleiro), conto hagiográficoda época medieval escrito em cinco meses em 1875; e Hérodias (Herodíade)em torno da figura de São João Batista, escrito no inverno de 1875-76. O volume foi bem recebido pela crítica.
Sua obra Bouvard e Pécuchet fica inacabada e foi publicada posteriormente.

Morte[editar | editar código-fonte]

Pouco antes de sua morte, vende suas propriedades para evitar a falência do marido de sua sobrinha, e passa a viver de um salário como conservador da Biblioteca Mazarine.
Seus últimos anos são marcados por dificuldades financeiras. Morre subitamente, provavelmente de AVC, e é sepultado no Cemitério Monumental de Ruão,[6] em presença daqueles que o reconheciam como seu mestre: Émile ZolaAlphonse DaudetEdmond de GoncourtThéodore de Banville e Guy de Maupassant.[7]

Madame Bovary[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Madame Bovary
“Madame Bovary”, sua mais famosa obra, é impressa na “Revue de Paris”, por Laurent Pichat e Maxime Du Camp, em outubro de 1856. Resultado de cinco anos de trabalho, o romance é uma dura depreciação dos valores burgueses. Segundo alguns críticos conservadores, Flaubert ridiculariza sua própria condição social.
Mal o livro começa a ser publicado, porém, Ulbach, secretário da “Revue de Paris”, faz objeções sobre a cena do fiacre, que foi “omitida” do número da edição. Apesar da suspensão da cena, a censura decide suspender a publicação da obra e processar o autor, sob a acusação de “imoralidade”.[8] Na verdade, a sociedade burguesa “sentiu a força do ataque, e seus representantes desde 1848, trataram de punir o acusado”.[9]
Em janeiro de 1857, Flaubert senta no banco dos réus, mas é absolvido pela Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena, em Paris, em 7 de fevereiro de 1857, através da argumentação do advogado Sénard.
Mediante a curiosidade da época em saber quem era “Emma Bovary”, Flaubert responde apenas: “Madame Bovary sou eu”.[10]

Salammbô[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Salammbô
Salammbô, pintura de Gaston Bussière, 1907
Romance histórico sobre Cartago, iniciado em 1857. Só será publicado em 1862.
Salammbô veio após Madame Bovary. Flaubert começa sua redação em setembro de 1857, após vencer o processo instaurado contra Madame Bovary; ele relata, em sua correspondência com Mlle. Leroyer de Chantepie, que deseja desligar sua literatura do mundo contemporâneo, e de trabalhar em um romance no início da era cristã.
Em abril de 1858, Flaubert vai a Túnis para se inteirar da história, e estuda textos de PolíbioPlínioPausâniasPlutarco, e Heródoto. O romance é publicado de 1857 a 1862, com sucesso imediato, a despeito de algumas críticas, tais como de Charles Augustin Sainte-Beuve, mas encorajado por Victor HugoJules Michelet e Hector Berlioz.
O romance fala sobre as guerras púnicas e a cartaginesa Salammbô, baseada na história, relatada por Políbio, de uma filha de Amílcar Barca, general cartaginês que combateu os romanos na Primeira Guerra Púnica, e que havia sido prometida por seu pai a um guerreiro numídio.

Características literárias[editar | editar código-fonte]

Gustave Flaubert
Flaubert foi um dos mestres do Realismo, movimento estético de reação ao Romantismo europeu no século XIX, influenciado pelas teorias científicas, a Revolução Industrial e a linha filosófica de Augusto Comte.
Flaubert é contemporâneo de Baudelaire e ocupa, tal como o poeta de As Flores do Mal, uma posição pioneira na literatura do século XIX. A despeito das contestações da época, por motivos morais, hoje é considerado como um dos grandes romancistas de seu século, em particular pela obra Madame Bovary. Fortemente marcado pela obra de Honoré de BalzacMadame Bovary tem inspiração em A Mulher de Trinta Anos),[11] e seus escritos são ligados ao realismo.
A visão irônica e pessimista da humanidade fazem de Flaubert, na verdade, um grande moralista. Flaubert levou à perfeição o ideal do romance realista de harmonizar a arte e a realidade. Sua obra se caracteriza pelo cuidado na sintaxe, na escolha do vocabulário e na estrutura do enredo.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Rêve d'enfer (“Paixão e Virtude”) 1837
  • Mémoires d'un fou (“Memórias de um Louco”) 1838
  • Novembre (“Novembro”) 1842
  • Madame Bovary (“Madame Bovary”) 1857
  • Salammbô (“Salambô”) 1862
  • L'Éducation Sentimentale (A Educação Sentimental) 1869
  • Lettres à la municipalité de Rouen, 1872
  • Le Candidat (peça), 1874
  • La Tentation de Saint Antoine (“A Tentação de Santo Antônio”) 1874
  • Trois Contes (“Três Contos”) (Un cœur simple (“Um Coração Simples”), La Légende de Saint Julien l'Hospitalier e Hérodias), 1877
  • Le Château des cœurs (teatro), 1880
  • Bouvard et Pécuchet (inacabado), 1881
  • À bord de la Cange, 1904
  • Par les champs et les grèves, 1910
  • Œuvres de jeunesse inédites, 1910
  • Dictionnaire des idées reçues, 1913
  • Lettres inédites à Tourgueneff, 1947
  • Lettres inédites à Raoul Duval, 1950

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