quarta-feira, 21 de novembro de 2018

DIA EUROPEU DA FIBROSE QUÍSTICA (ou CÍSTICA ?) - 21 DE NOVEMBRO DE 2018

Fibrose cística

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Fibrose cística
Normalmente o canal proteico permite a passagem de água e íons de cloro (figura 1). Na fibrose cística esses canais estão bloqueados causando acumulação de muco nos pulmões.
SinônimosMucoviscidoses
EspecialidadeGenética médicapneumologia
SintomasDificuldade de respirar , tosse com mucofalha no crescimentofezes gordurosas[1]
DuraçãoLonga[2]
CausasGenética (autossômica recessiva)[1]
Método de diagnósticoTeste do suorteste genético[1]
TratamentoAntibióticossubstituição das enzimas pancreáticastransplante de pulmão[1]
PrognósticoExpectativa de vida de 42 e 50 anos (países desenvolvidos)[3]
Frequência1 em 3 000 (Norte da Europa)[1]
Classificação e recursos externos
CID-10E84
CID-9277.0
OMIM219700
DiseasesDB3347
MedlinePlus000107
eMedicineped/535
MeSHD003550
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fibrose cística (FC) é uma doença genética que afeta principalmente os pulmões, mas também o pâncreasfígadorins e intestino.[1][4] Questões de longo prazo incluem a dificuldade em respirar e tosse com muco, como resultado de frequentes infecções pulmonares. Outros sinais e sintomaspodem incluir infecções do sinus, crescimento deficiente, fezes gordurosashipocratismo dos dedos da mão e do pé, e infertilidade na maioria dos homens. Diferentes pessoas podem ter diferentes graus dos sintomas.[1]
A FC é herdada de maneira autossômica recessiva. Ela é causada pela presença de mutações em ambas as cópias do gene para a proteína reguladora da condutância transmembrana na fibrose cística (CFTR).[1]Aqueles com uma única cópia funcionando são portadores e, caso contrário, são normais.[2] CFTR está envolvido na produção de suor, digestivo fluidos, e o muco.[5] Quando CFTR não é funcional, secreções, que são geralmente finas, em vez disso, tornam-se espessas.[6] A condição é diagnosticada por um teste do suor e testes genéticos. A triagem de recém-nascidos no parto acontece em algumas regiões do mundo.[1]
Não há nenhuma cura conhecida para a fibrose cística.[2] Infecções pulmonares são tratadas com antibióticos, que podem ser administrados por via intravenosa, inalados, ou pela boca. Por vezes, o antibiótico azitromicina é utilizado a longo prazo. A inalação de soro fisiológico e salbutamol também pode ser útil. O transplante de pulmão pode ser uma opção se a função pulmonar continua a piorar. A substituição de enzimas pancreáticas e a suplementação de vitamina solúvel em gorduras é importante, principalmente nos jovens.[1] Técnicas de desobstrução das vias respiratórias, tais como fisioterapia para o peito tem algum benefício de curto prazo, mas os efeitos a longo prazo ainda não são claros.[7] A expectativa de vida média está entre 42 e 50 anos nos países desenvolvidos.[3][8] Os problemas pulmonares são responsáveis pela morte de 80% das pessoas com fibrose cística.[1]
A CF é mais comum entre pessoas do Norte da Europa, a ascendência afeta cerca de um em cada 3 000 e recém-nascidos. Cerca de um em cada 25 pessoas é portador. É menos comum em africanos e asiáticos.[1] Foi reconhecida pela primeira vez como uma doença específica por Dorothy Andersen, em 1938, com descrições que se encaixam com a ocorrência da condição de, pelo menos, até 1595.[4] O nome de "fibrose cística" refere-se à característica de fibrose e cistos que se formam dentro do pâncreas.[9]

Causa[editar | editar código-fonte]

A fibrose cística é causada por uma mutação no braço longo do cromossomo 7, na região 3, banda 1 (7q31) que transcreve uma proteína transmembranosa, reguladora de transporte iônico, chamada de regulador de condutância transmembranar de fibrose cística (CFTR). O CFTR regula o transporte iônico no suor, dos sucos digestivos e dos mucos, inclusive o pulmonar. A fibrose cística é considerada uma doença autossômica recessiva.

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Hipocratismo digital ou baqueteamento digital.
Dentre os sintomas mais comum estão:[10][11][12]
  • Dificuldade para respirar (92%);
  • Infecções das vias respiratórias frequentes e persistentes (90%);
  • Infertilidade (90%);
  • Inúmeros problemas digestivos (55%);
  • Menor crescimento e desnutrição (56%);
  • Obstrução do íleo terminal por um mecônio espesso (6–15%).

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

Indivíduos com fibrose cística podem ser diagnosticados antes do nascimento através do exame genético ou no princípio da infância pelo teste do suor, que faz a dosagem quantitativa de cloretos no suor, obtidos pelo método da iontoforese por pilocarpinas. Outro exame possível é o genético e o clínico pelos sintomas e pela cultura do catarro. É recomendado que esse exame seja aplicado em adolescentes e adultos com doenças respiratórias crônicas e persistentes, como sinusite e bronquiectasias.[13]

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

A FC é mais comum entre caucasianos e asquenazes; Uma em cada 25 pessoas (4%) dos descendentes de europeus carrega um gene para fibrose cística.[14] Aproximadamente 30 000 americanos possuem FC, fazendo desta uma das doenças hereditárias mais comuns.
Na Europa atinge 1 em cada 5 000, nos Estados Unidos e Canadá um em cada 4000, enquanto no Brasil estima-se que atinge cerca de 1 a cada 10 000, sendo maior no Sul do país.[15][16]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O tratamento da FC deve limitar e tratar o dano pulmonar causado pelo muco espesso e por infecções frequentes, com o objetivo de manter a qualidade de vida. Profilaxia com antibióticos orais (ciprofloxacina ou azitromicina) é recomenda. Outros antibióticos intravenosos, inalatórios ou orais são usados para tratar infecções crônicas e agudas. Dispositivos mecânicos e medicamentos como dornase alfa e solução salina inalada são usados para alterar e limpar o muco espesso. A reabilitação pulmonar deve ser feita regularmente por toda a vida para maximizar a função do pulmão, melhorando funcionalidade do indivíduo.[17]
É muito importante fazer periodicamente o exame de espirometria e de cultura do escarro (catarro) para verificar as bactérias que persistem nas vias respiratórias e digestivas.
Apesar da infertilidade causada pelo bloqueio do canal deferente, a maioria não é estéril, então quase sempre a reprodução é possível com técnicas de reprodução assistida.[18]

Prognóstico[editar | editar código-fonte]

Apesar dos avanços nos tratamentos dos sintomas e infecções, ainda não há cura definitiva para a FC e a maioria dos portadores morrem ainda jovens — muitos entre os 20 e 40 anos, geralmente por insuficiência respiratória. Ultimamente tem-se recorrido ao transplante de pulmão para conter o avanço da doença.[19] Hoje com a evolução de medicamentos para a doença, as pessoas estão vivendo até os 30–40 anos, mas novos estudos e tratamentos devem aumentar a expectativa e qualidade de vida dos pacientes cada vez mais.[20]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l O'Sullivan, BP; Freedman, SD (30 de maio de 2009). «Cystic fibrosis.». Lancet373 (9678): 1891–904. PMID 19403164doi:10.1016/s0140-6736(09)60327-5
  2. ↑ Ir para:a b c Massie, J; Delatycki, MB (Dezembro de 2013). «Cystic fibrosis carrier screening.». Paediatric Respiratory Reviews14(4): 270–5. PMID 23466339doi:10.1016/j.prrv.2012.12.002
  3. ↑ Ir para:a b Ong, T; Ramsey, BW (15 de setembro de 2015). «Update in Cystic Fibrosis 2014.». American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine192 (6): 669–75. PMID 26371812doi:10.1164/rccm.201504-0656UP
  4. ↑ Ir para:a b Hodson, Margaret; Geddes, Duncan; Bush, Andrew, eds. (2012). Cystic fibrosis 3rd ed. London: Hodder Arnold. p. 3. ISBN 978-1-4441-1369-3Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017
  5. Ir para cima Buckingham, Lela (2012). Molecular diagnostics fundamentals, methods, and clinical applications 2nd ed. Philadelphia: F.A. Davis Co. p. 351. ISBN 978-0-8036-2975-2Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017
  6. Ir para cima Yankaskas JR, Marshall BC, Sufian B, Simon RH, Rodman D (2004). «Cystic fibrosis adult care consensus conference report»Chest125 (90010): 1–39. PMID 14734689doi:10.1378/chest.125.1_suppl.1S
  7. Ir para cima Warnock, L; Gates, A (21 de dezembro de 2015). «Chest physiotherapy compared to no chest physiotherapy for cystic fibrosis.». The Cochrane Database of Systematic Reviews (12): CD001401. PMID 26688006doi:10.1002/14651858.CD001401.pub3
  8. Ir para cima Nazareth, D; Walshaw, M (Outubro de 2013). «Coming of age in cystic fibrosis - transition from paediatric to adult care.». Clinical Medicine13 (5): 482–6. PMID 24115706doi:10.7861/clinmedicine.13-5-482
  9. Ir para cima Andersen DH (1938). «Cystic fibrosis of the pancreas and its relation to celiac disease: a clinical and pathological study». Am J Dis Child56: 344–399. doi:10.1001/archpedi.1938.01980140114013
  10. Ir para cima McCallum TJ, Milunsky JM, Cunningham DL, Harris DH, Maher TA, Oates RD (2000). «Fertility in men with cystic fibrosis: an update on current surgical practices and outcomes». Chest118(4): 1059–62. PMID 11035677doi:10.1378/chest.118.4.1059
  11. Ir para cima Alfonso E. Alvarez e col. Fibrose cística em um centro de referência no Brasil. http://www.scielo.br/pdf/%0D/jped/v80n5/v80n5a07.pdf
  12. Ir para cima Jose Dirceu Ribeiro, Maria Ângela G. de O. Ribeiro, Antonio Fernando Ribeiro.Controvérsias na fibrose cística – do pediatra ao especialista. http://www.scielo.br/pdf/jped/v78s2/v78n8a08.pdf
  13. Ir para cima [1]
  14. Ir para cima Ottawa university boots cystic fibrosis from charity drive, National Post, 25 de Novembro de 2008
  15. Ir para cima Raskin S, Phillips JA 3rd, Krishnamani MR, Vnencak-Jones C, Parker RA, Rozov T, et al. DNA analysis of cystic fibrosis in Brazil by direct PCR amplification from Guthrie cards. Am J Med Gen 1993,46:665-9
  16. Ir para cima Rosenstein BJ, Cutting GR (April 1998). "The diagnosis of cystic fibrosis: a consensus statement. Cystic Fibrosis Foundation Consensus Panel". J. Pediatr. 132 (4): 589–95. doi:10.1016/S0022-3476(98)70344-0. PMID 9580754.
  17. Ir para cima Davies JC, Alton EW, Bush A (December 2007). "Cystic fibrosis". BMJ. 335 (7632): 1255–9. doi:10.1136/bmj.39391.713229.AD. PMC 2137053. PMID 18079549.
  18. Ir para cima [2]
  19. Ir para cima Fridell JA, Vianna R, Kwo PY; et al. (2005). «Simultaneous liver and pancreas transplantation in patients with cystic fibrosis». Transplant. Proc37 (8): 3567–9. PMID 16298663doi:10.1016/j.transproceed.2005.09.091
  20. Ir para cima Elzouki, A.Y. (2011-10-14). Textbook of clinical pediatrics (2nd ed.). Berlin: Springer. p. 2214. ISBN 978-3-642-02201-2.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ver mais em WIKIPÉDIA

COLUMBANO BORDALO PINHEIRO - 21 DE NOVEMBRO DE 2018

Columbano Bordalo Pinheiro

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Disambig grey.svg Nota: Para o santo irlandês de mesmo nome, veja Columbano.
Disambig grey.svg Nota: Se procura outros significados de Bordalo Pinheiro, veja Bordalo Pinheiro.
Columbano Bordalo Pinheiro
Auto-Retrato
Nome completoColumbano Bordalo Pinheiro
Nascimento21 de novembro de 1857
CacilhasAlmadaPortugal
Morte6 de novembro de 1929 (71 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidadeportuguesa
Influências
Principais trabalhosSoirée chez Lui, Antero de Quental, Retrato de Teófilo Braga
ÁreaPintura
Movimento(s)NaturalismoRealismo
PatronosD. Fernando II de Portugal e Condessa de Edla
Columbano Bordalo Pinheiro (Cacilhas21 de Novembro de 1857 — Lisboa6 de Novembro de 1929) foi um pintor naturalista e realista português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Assento de baptismo de Columbano Bordalo Pinheiro, datado de 26 de Maio de 1858. Paróquia de São TiagoAlmada.
Columbano era o quarto filho do escultore também pintor Manuel Maria Bordalo Pinheiro e de sua esposa Augusta Maria do Ó Carvalho Prostes. Entre seus irmãos estava o caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro e a artista Maria Augusta Bordalo Pinheiro. Iniciou a sua formação na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde foi aluno de Simões de Almeida, um afamado escultor do romantismoportuguês.
Anos após completar a sua formação, rumou a Paris, beneficiado por uma bolsa de estudos custeada pelo rei consorte D. Fernando II de Portugal, já viúvo da rainha D. Maria II de Portugal. Ali ele recebeu a influência de pintores como Manet e Edgar Degas, sendo esta notável na sua obra.
Na "cidade-luz", Columbano representou-se, em 1882, numa grande exposição, no famoso "Salon de Paris". Nesta apresentou ao público, maioritariamente burguês, o quadro Soirée chez Lui, surpreendentemente aclamado pela difícil crítica de artes parisiense.
De regresso a Portugal, juntou-se ao "Grupo do Leão", o qual tencionava renovar a estética das composições na arte do país. Deste período ficaram celebres os retratos de Ramalho OrtigãoTeófilo BragaEça de Queirós e Antero de Quental, por ele pintados. Para além disto, deu nova ênfase aos palácios lisboetas, ao pintar os painéis que se encontram na sala de recepções do Palácio de São Bento, os Painéis dos Passos Perdidos. Foi também pintor de História, sendo o autor de várias obras para o Museu Militar de Lisboa, designadamente de Drama de Inês de Castro.
Tornou-se, em 1901professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se formara na sua juventude. Em 1914, Bordalo Pinheiro foi nomeado pelo novo regime republicano, então recentemente instaurado, para o cargo de director do Museu Nacional de Arte Contemporânea (1911), sucedendo a Carlos Reis. Demitiu-se em 1927.
Foi colaborador artístico das revistas O António Maria[1] (1879-1885;1891-1898), Ilustração Popular [2] (1884), Atlantida[3] (1915-1920) e Contemporânea[4] (1915-1926).

Obras com artigos na Wikipédia[editar | editar código-fonte]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Ir para cima Rita Correia (27 de Outubro de 2006). «Ficha histórica: O António Maria (1879-1885;1891-1898).» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Maio de 2014.
  2. Ir para cima Helena Roldão (5 de abril de 2017). «Ficha histórica: A illustração popular : chronica semanal (1884)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de setembro de 2017.
  3. Ir para cima Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014.
  4. Ir para cima «Contemporânea (1915-1926) cópia digital, Hemeroteca Digital». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt

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