segunda-feira, 5 de novembro de 2018

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Pedro Lima
PEDRO LIMA
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Tremem, tremem mas não caem
5 de Novembro de 2018
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Bom dia,

E agora para algo completamente diferente… hoje é dia de uma iniciativa para chamar a atenção para os comportamentos que os cidadãos devem adotar em caso de sismo. Trata-se de um exercício de simulação em que toda a população é convidada a aderir, que decorre às 11h05 e cuja informação está disponível no site “A terra treme”, em www.aterratreme.pt, onde é possível fazer o registo para a participação. Tem a duração de um minuto durante o qual os participantes são convidados a executar os “três gestos que salvam”: baixar, proteger e aguardar. Os sete passos para se precaver e proteger em caso de sismos estão disponíveis aqui, caso não tenha disponibilidade para participar ou já não vá a tempo para se registar.

A ação é organizada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, que, em colaboração com o Ministério da Educação, também realiza um exercício de sensibilização para os riscos sísmicos numa escola do Montijo.

Iniciativas como estas nunca são demais num país em que parte significativa do seu território, incluindo a capital, foi dizimado há pouco mais de 263 anos. Aliás, a 1 de novembro deste ano houve um sismo precisamente onde em 1 de novembro de 1755 a terra tremeu. Desta vez, ao largo de Peniche, a magnitude foi 5,2 na escala de Richter – em 1755 foi à volta de 8,5.

Esta é uma informação útil, que pode ser necessária quando menos se espera. Mas é também o mote para o Expresso Curto de hoje, porque no país há neste momento muita gente que está tremida, ou muita instituição que treme mas não cai.

Tremeu recentemente a “instituição militar”, com o caso do roubo do armamento dos paióis de Tancos e a posterior encenação do reaparecimento a tornar-se alvo de chacota e, acima de tudo, de perplexidade dada a gravidade dos acontecimentos. O assunto continua a ocupar-nos muito tempo – continua a andar por aí, com o “quem sabia o quê” a dar que falar, com o Presidente da República a irritar-se, com o primeiro-ministro a prontificar-se para ir à Comissão Parlamentar de Inquérito de Tancos e com o presidente do PSD a dar tiros nos pés e a ser criticado por isso. Mas já lá vamos.

Este domingo foi dia do maior desfile militar em democracia, com o objetivo de assinalar os 100 anos do Dia do Armistício de 1918, que pôr termo à Primeira Guerra Mundial, e celebrar a paz. A cerimónia, que decorreu em Lisboa, concentrou na avenida da Liberdade um aparato militar como há muito não se via: 3437 militares das Forças Armadas, 390 da GNR, 390 polícias da PSP e 160 antigos combatentes. Houve ainda 111 viaturas das forças de segurança, 86 cavalos, 78 viaturas das Forças Armadas, 11 aeronaves e dois navios no Tejo.

Naturalmente, o desfile contou com a presença do Presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas. Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para tentar pôr “ordem na barraca”: "Não toleraremos que se repita o uso das Forças Armadas ao serviço de interesses pessoais ou de grupo, de jogos de poder, enquanto soldados se batiam como hoje se batem todos os dias no centro de África, no norte, leste e sul da Europa, no Golfo da Guiné, pela pátria e pela humanidade", disse o Presidente. É uma clara alusão ao caso de Tancos, que fez tremer as instituições militares e perante o qual é importante moralizar as tropas, lembrando os 111 mil militares que combateram na Primeira Guerra Mundial e os mais de oito mil que morreram no conflito.

O que é certo é que o “tema Tancos” está a conseguir irritar o Presidente da República, que não gosta de assistir às “sugestões” de que teve conhecimento da operação de encobrimento do roubo das armas. No sábado, em declarações ao Público, Marcelo disse: “Se pensam que me calam, não me calam”.

É um tema que está a consumir demasiadas energias mas que promete continuar por aí. O próprio primeiro-ministro mostra-se “obviamente, totalmente disponível” para responder à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Tancoscomo escreveu o Expresso na sua edição semanal.

Ora, perante esta disponibilidade de António Costa, o líder do PSD considerou que o primeiro-ministro não devia ir à comissão de inquérito. E isto não estará a cair bem no PSD. Pelo menos ontem um seu ex-líder, Luís Marques Mendes, desferiu fortes críticas a Rui Rio no seu habitual comentário dos domingos à noite na SIC, dizendo que este está a ser “mais costista que Costa” e insinuando que quer ir para um governo com o PS e assumir o cargo de vice-primeiro ministro. “Problema de competência política” ou “demasiada subserviência ao primeiro-ministro”? Marques Mendes deixou as duas hipóteses em aberto.

Rio deve mesmo preocupar-se com o estado anímico das tropas do PSD. É que o mal-estar parece não diminuir, antes parecem ir engrossando as fileiras do descontentamento. E casos como o do secretário-geral do partido, José Silvano – que assina presenças no Parlamento sem lá estar, conforme revelou o Expresso também no sábado -, não ajudam, pelo contrário. E não é bom para o país ter o maior partido da oposição distraído com stresses internos. Rio tem tremido e pelos vistos vai continuar a tremer, vamos ver se cai ou não cai. Marques Mendes referiu-se ontem também a este caso: considera que “José Silvano perde toda a autoridade com estes maus exemplos”. E defende que ele devia pedir desculpas.

VENHA A NÓS A WEB SUMMIT

Também esteve tremida a manutenção da Web Summit em Portugal após a edição que arranca hoje oficialmente – embora só amanhã tenham verdadeiramente início as hostilidades – mas Lisboa vai continuar com este mega-evento durante mais 10 anos e a ideia é que seja sempre a subir o número de participantes. Este ano são esperadas 70 mil pessoas.

São tantos os programas que é preciso alguém a orientar-nos. O Expresso tem algumas dicas para que não se perca no Parque das Nações. Há uma baixa de peso e não é de peso por ser um qualquer ‘carola’ das tecnologias ou por ser um grande líder de uma das empresas da moda, mas pelo seu peso mediático enquanto futebolista. Ronaldinho não vai estar na Web Summitporque tem o seu passaporte apreendido.

Paddy Cosgrave, o fundador desta conferência de tecnologias e empreendedorismo que conquistou Portugal, declarou entretanto o seu amor a Lisboa. Desdobra-se em entrevistas em que aponta os principais destaques da conferência e até foi andar de tuk-tuk pela cidade.
 
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No futebol, a liderança da Liga continua ao rubro, com FC Porto e Sporting Clube de Braga à frente, ambos com 21 pontos. 

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