sábado, 27 de outubro de 2018

FUTURISM

GRACIANO ou GRACILIANO RAMOS - Nasceu em 1892 - 27 de Outubro de 2018

Graciliano Ramos

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Graciliano Ramos
Graciliano Ramos. Foto: © Kurt Klagsbrunn.
Nome completoGraciliano Ramos de Oliveira
Nascimento27 de outubro de 1892
QuebranguloAlagoas
Morte20 de março de 1953 (60 anos)
Rio de JaneiroDistrito Federal
Nacionalidadebrasileiro
CônjugeMaria Augusta de Barros (1915-1920, 4 filhos)
Heloísa Leite de Medeiros (1928-sua morte, 4 filhos)
OcupaçãoEscritor
Influências
Influenciados
Magnum opusVidas Secas
Escola/tradiçãoModernismo
Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro20 de março de 1953)[1] foi um romancistacronistacontistajornalistapolítico e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por sua obra Vidas Secas (1938).[2]
Nascido numa grande família de classe média, viveu os primeiros anos de sua infância migrando para diversas cidades da Região Nordeste do Brasil. Trabalhou como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, onde escreveu para O Malho e Correio da Manhã, até regressar para o Nordeste em 1915, devido tragédia familiar em que perdeu quatro irmãos. Fixou-se na cidade de Palmeira dos Índios, onde casou-se, e em 1927 foi eleito prefeito, cargo que exerceu por dois anos. Logo, voltou a escrever e publicou seu primeiro romance, Caetés (1933). Vivendo em Maceiódurante a maior parte da década de 1930, trabalhou na Imprensa Oficial e publicou São Bernardo (1934). Foi preso na capital alagoana em março de 1936, acusado de ser militante comunista. Esse incidente o inspiraria a publicar duas de suas principais obras: Angústia e o texto "Baleia", que daria origem à Vidas Secas em 1938. Já na década de 1940, ingressou no Partido Comunista do Brasil ao lado do militar e político Luís Carlos Prestes. Nos anos posteriores realizaria viagens a países europeus, incluindo a União Soviética em 1952. Morreu em 20 de março do ano seguinte, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. Suas obras póstumas notáveis incluem Memórias do Cárcere, a crônica Viagem e o livro de contos Histórias de Alexandre.
Tradutor de obras em inglês e francês e honrado com diversos prêmios em vida, a obra de Graciliano Ramos recebeu riqueza da crítica literária e atenção do mundo acadêmico. Seu romance modernista também conhecido como regionalista Vidas Secas é visto como um clássico da literatura brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo, em 27 de outubro de 1892. Primeiro de dezesseis irmãos de uma família de classe média do sertão nordestino, ele viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro, como BuíquePernambucoViçosa e Maceió no Alagoas.[3] Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista.[2]
Graciliano Ramos, anos 1940. Arquivo Nacional.
Em setembro de 1915, motivado pela morte dos irmãos Otacília, Leonor e Clodoaldo e do sobrinho Heleno, vitimados pela epidemia de peste bubônica, volta para o Nordeste, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos ÍndiosAlagoas. Neste mesmo ano casou-se com Maria Augusta de Barros, que morreu em 1920, deixando-lhe quatro filhos.[4]
Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Ficou no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930.[4] Segundo uma das auto-descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas."[5] Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor carioca que o animou a publicar Caetés (1933).[6]
Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial, professor e diretor da Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado São Bernardo,[4] e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso após a Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia (1936), considerada por muitos críticos como sua melhor obra.[7]
Em 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino.
Em 1945 ingressou no antigo Partido Comunista do Brasil - PCB (que nos anos sessenta dividiu-se em Partido Comunista Brasileiro - PCB - e Partido Comunista do Brasil - PCdoB),[8] de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes;[1] nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro Viagem(1954).[2] Ainda em 1945, publicou Infância, relato autobiográfico.
Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado, mas acabou falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão.[4]

Obras[editar | editar código-fonte]

As obras de Graciliano Ramos:[9]
Escultura de bronze em homenagem ao escritor Graciliano Ramos localizada na praia de Ponta Verde em MaceióAlagoas

Traduções[editar | editar código-fonte]

Graciliano Ramos também dominava o inglês e o francês e realizou algumas traduções:[10]

Publicações sobre Graciliano Ramos e sua obra[editar | editar código-fonte]

  • Graciliano Ramos - Literatura Comentada - Vivina de Assis Viana, Ed. Abril Cultural, 1989
  • Graciliano Ramos: cidadão e artista - Carlos Alberto dos Santos Abel, UNB, 1999.
  • Graciliano Ramos e o Partido Comunista Brasileiro: as memórias do cárcere, Ângelo Caio Mendes Corrêa Junior, 2000. (Dissertação de Mestrado em Letras, Universidade de São Paulo | orientador: Alcides Celso de Oliveira Vilaça.
  • Graciliano Ramos: infância pelas mãos do escritor - Taisa Viliese de Lemos, Musa Editora, 2002.
  • Graciliano Ramos - Wander Melo Miranda, Coleção Folha Explica, Publifolha, 2004.
  • A infância de Graciliano Ramos - Audálio Dantas, Callis, 2005. (Menção Altamente Recomendável, em 2006, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, na categoria Informativo.)
  • Graciliano Ramos - Myriam Fraga, Moderna, 2007.
  • Cartas inéditas de Graciliano Ramos a seus tradutores argentinos Benjamin de Garay e Raúl Navarro - Pedro Moacyr Maia, EDUFBA, 2008.
  • Graciliano Ramos: um escritor personagem - Maria Izabel Brunacci, Autêntica, 2008.
  • Graciliano Ramos e o mundo interior: o desvão imenso do espírito - Leonardo Almeida Filho, UNB, 2008.
  • Graciliano Ramos e o desgosto de ser criatura - Jorge de Souza Araujo, EDUFAL, 2008.
  • A imagem da linguagem na obra de Graciliano Ramos - Maria Celina Novaes Marinho, Humanitas FFLCH, 2.ed., 2010.
  • Graciliano Ramos e a novidade: o astrônomo do inferno e os meninos impossíveis - Ieda Lebensztayn, Hedra, 2010.
  • Graciliano: Retrato fragmentado - Ricardo Ramos, Globo, 2011.
  • O velho Graça - Denis de Moraes, Boitempo, 2012.
  • ALVES, Francisco José. A Pátria é um orangotango: o Brasil nas crônicas de Graciliano Ramos. Síntese, Brasília, n. 5, p. 46-55, 2000.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Os prêmios concedidos a Graciliano Ramos:

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