sábado, 8 de setembro de 2018

DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO - 8 DE SETEMBRO DE 2018

Alfabetização

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Mapa mundial da alfabetização em 2013. Os países em azul-escuro são os que apresentam os melhores índices.
alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação, e apropriação do sistema de escrita, e pressupõe a compreensão do princípio alfabético, indispensável ao domínio da leitura e escrita[1]. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações, sendo chamada de alfabetismo a capacidade de ler, compreender, e escrever textos, e operar números.[2] Esse processo não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e produzir conhecimento.[3] Todas essas capacidades citadas anteriormente só serão concretizadas se os alunos tiverem acesso a todos os tipos de portadores de textos. O aluno precisa encontrar os usos sociais da leitura e da escrita.[4] A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral.[5]
A alfabetização de um indivíduo promove sua socialização, já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições sociais. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo.[6]
A incapacidade de ler e escrever é denominada analfabetismo ou iliteracia,[7] enquanto que a incapacidade de interpretar textos simples é chamada analfabetismo funcional ou semianalfabetismo.[8] No período pós-guerra o alfabetismo era visto sob uma perspectiva simplista de «saber ler, escrever e contar» [...] A partir da década de 60 esta visão alterou-se e passou a predominar uma visão mais funcional do conceito. [2]

Letramento[editar | editar código-fonte]

Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa "literacy", ou seja, sujeito letrado.
Segundo Soares (2003), o termo letramento surgiu em 1980, como verdadeira condição para sobrevivência e a conquista da cidadania, no contexto das transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas. Ampliando, assim o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização.[9] Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita.[10]Surge, então, um novo sentido para o adjetivo "letrado", que significava apenas "que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato",[11] e que, agora, passa a caracterizar o indivíduo que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo: quando um pai lê uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. Não se deve, portanto, restringir a caracterização de um indivíduo letrado ao que domina apenas a técnica de escrever (ser alfabetizado), mas sim àquele que utiliza a escrita e sabe "responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente".[12]
O letramento, pode também ser definido como a arte de dominar a leitura e a escrita. Neste sentido, uma pessoa letrada é aquela que domina e as utiliza com competência em seu meio social, pois só assim o indivíduo se tornará alfabetizado e letrado. De acordo com a autora Soares, há a necessidade de diferenciá-los, pois pode-se confundir os dois processos, gerando, assim, um conflito na compreensão dos mesmos; e, ao aproximá-los, percebemos que a alfabetização pode modificar o entendimento de letramento, como ao mesmo tempo depende dele.
Ou seja, ao mesmo tempo em que a alfabetização e letramento são dois processos distintos, eles estão interligados. Por isso, para ser uma pessoa letrada, é importante já ter passado pelo processo de alfabetização.[13][14]

Leitura[editar | editar código-fonte]

O aprendizado da leitura é um momento importante na educação, que começa na alfabetização e se estende por toda educação básica. Consiste em garantir que o estudante consiga ler e compreender textos, em todo e qualquer nível de complexidade. Uma vez alfabetizado, é possível o indivíduo ampliar seu nível de leitura e de letramento, de forma a tornar-se um sujeito autônomo e consciente. O principal suporte para a alfabetização é a leitura, pois lendo com frequência facilita a fixar a grafia correta das palavras ou seja, o aprendizado. Sabemos que a leitura esta ao nosso redor, nos fazendo ler o tempo todo, mas é necessário que a escola não se limite ao significado e a essa função que se atribui á leitura. Algumas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, por não serem praticadas. Através da leitura rotineira, os conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente. Toda escola deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica. A leitura é fundamental no desenvolvimento do ser humano onde a escola possui um papel importante no desenvolvimento do hábito de ler.

Aprendizado da leitura na escola[editar | editar código-fonte]

A alfabetização formal se fixa no primeiro e segundo anos do ensino básico. A partir daí considera-se que o aluno já é um leitor e começa-se um período de interpretação de textos que parte deste pressuposto.
Para os autores Duffy, Sherman e Roehler (1977), a leitura é um processo que se aprende reconhecendo e compreendendo palavras e frases que se apoiam mutuamente, despertando o interesse das crianças por materiais impressos, brincando e descobrindo significados, com isso, haverá uma melhoria da linguagem e comunicação das crianças com outras pessoas. O aprendizado através do brincar possibilita, ao aluno, aprender a lidar com suas emoções. Desse modo, ele começa a adquirir sua individualidade ao mesmo tempo em que considera o meio e os demais.
É necessário ensinar às crianças a linguagem e escrita e não somente a escrita de letras. E, durante o período de aprendizagem, o educador deve fazer, do lúdico, uma arte, um instrumento para possibilitar e facilitar a educação a criança. A prática de permitir à criança o diálogo faz com que ela exponha suas ideias.[15]

Taxa de alfabetização[editar | editar código-fonte]

A taxa de alfabetização indica a percentagem de alfabetização (capacidade de ler e escrever) da população de um determinado local. Essa medida é um dos indicadores de desenvolvimento de um país, a Organização das Nações Unidas serve-se aliás deste fator para calcular o índice de desenvolvimento humano.
Em 2007, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) do Brasil instituiu o selo Município Livre de Analfabetismo, que concederá tal certificado aos municípios com taxa de alfabetização acima de 96%. No mesmo ano, apuraram-se 64 municípios com tal marca (40 no Rio Grande do Sul, 16 em Santa Catarina, 3 no Paraná e em São Paulo, e 2 no Rio de Janeiro).[16][17]

Índices[editar | editar código-fonte]

Métodos de alfabetização[editar | editar código-fonte]

Cada forma de alfabetizar destaca um aspecto diferente no aprendizado. Pode-se dividi-las em duas grandes categorias: Métodos predominantes sintéticos e Métodos predominantes analíticos. Para que funcione de forma eficaz, o método deve ser adaptado à idade, ao contexto social e às necessidades de quem aprende: a alfabetização em fase infantil se diferencia do processo direcionado a jovens ou a adultos. E, para cada grupo, existem técnicas úteis para se maximizar o aprendizado.[18]

Métodos predominantemente sintéticos[editar | editar código-fonte]

São métodos que partem das partes para se chegar ao todo.

Métodos alfabéticos[editar | editar código-fonte]

Os métodos alfabéticos, também conhecidos como silábicos, ficaram marcados no Brasil pelo uso da Cartilha "Caminho Suave". Nesse método aprende-se primeiro as letras do alfabeto, em seguida a formar sílabas e com essas as palavras. A partir desse momento começa-se a ler frases curtas, indo para orações e vai progredindo até poder ler um livro sozinho.
Com mais de 40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Limateve um grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica. Por causa da facilidade no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a cartilha tornou-se o principal aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos 1980. Em 1995, o Ministério da Educação retirou a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que ainda são vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.

Método da silabação[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Método Paulo Freire
Método Paulo Freire: alfabetização pela conscientização
Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador Paulo Freire, que criticava o sistema tradicional que utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa (em linguagem de cartilha), como "Eva viu a uva"; "O bebê baba", entre muitas outras.
O processo proposto por Paulo Freire iniciava-se pelo levantamento do universovocabular dos alunos. Através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e assim seleciona as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de palavras geradoras pode variar de 18 a 23 palavras, aproximadamente. Depois de composto o universo das palavras geradoras, passa-se ao processo de exercitá-las com a participação do grupo.
A silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método tradicional. Cada sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica, com a mudança da vogal. Por exemplo, para a palavra "ROBÔ", as sílabas são: RA-RE-RI-RO-RU, BA-BE-BI-BO-BU.
As palavras novas: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas.

Método fônico[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Método fônico
Desenho representando a posição da língua ao emitir diferentes vogais (ieɛ e a)
O método fônico é um método de alfabetização que dá ênfase ao ensino dos sons das letras, partindo das correspondências sons-letras mais simples para as mais complexas para, depois, combiná-las. O que permitirá que se consiga ler toda e qualquer palavra. Nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético, sendo indicado para crianças mais jovens e recomendado ser introduzido logo no início da alfabetização.[19]
Por exemplo: ao se ensinar os fonemas /u/, /a/, /o/, /t/ e /p/ usando um alfabeto móvel, as crianças podem formar palavras como: pata, pato, tato, tatu, tapa, topo etc.; depois disso, elas são incentivadas a pronunciar o som de cada letra uma por uma e, em seguida, combiná-los para gerar a pronúncia da palavra.
Assim, a criança constrói a pronúncia por si própria. Muitas das correspondências som-letra, incluindo consoantesvogais e dígrafos, podem ser ensinados num espaço de poucos meses (de quatro a seis meses), logo no início do seu primeiro ano letivo. Isso significa que as crianças poderão ler muitas das palavras desconhecidas que elas mesmas encontram nos textos, sem o auxilio do professor para tal. Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares de países que utilizam a linguagem alfabética, como: Estados UnidosInglaterraFrança e Dinamarca.

Método global (ou analítico)[editar | editar código-fonte]

Opunha-se ao método sintético, questionando dois argumentos dessa teoria. Um que diz respeito à maneira como o sentido é deixado de lado e outro que supunha que a criança não reconheceria uma palavra sem antes reconhecer sua unidade mínima.
A principal característica que diferencia o método sintético do analítico é o ponto de partida. Enquanto o primeiro parte do menor componente para o maior, o segundo parte de um dado maior para unidades menores.[20]
Justificando o método analítico, Nicolas Adam, responsável por suas bases, vai utilizar-se de uma metáfora, dizendo que, quando se apresenta um casaco a uma criança, mostra-se ele todo, e não a gola, depois os bolsos, os botões etc. Adam afirma que é dessa forma que uma criança aprende a falar, portanto deve ser da mesma forma que deve aprender a ler e escrever, partindo do todo, decompondo-o, mais tarde, em porções menores. Para ele, era imprescindível ressaltar a importância que a criança tem de ler e não decifrar o que está escrito, isso quer dizer que ela tem a necessidade de encontrar um significado afetivo e efetivo nas palavras.
O método analítico se decompõe em:
  1. palavração: diz respeito ao estudo de palavras, sem decompô-las, imediatamente, em sílabas; assim, quando as crianças conhecem determinadas palavras, é proposto que componham pequenos textos;
  2. sentenciação: formam-se as orações de acordo com os interesses dominantes da sala. Depois de exposta uma oração, essa vai ser decomposta em palavras, depois em sílabas;
  3. conto: a ideia fundamental aqui é fazer com que a criança entenda que ler é descobrir o que está escrito. Da mesma maneira que as modalidades anteriores, pretendia-se decompor pequenas histórias em partes cada vez menores: orações, expressões, palavras e sílabas.

Técnicas de leitura[editar | editar código-fonte]

Leitura dinâmica[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Leitura dinâmica
A leitura dinâmica é uma estratégia para se ler grandes volumes de texto rapidamente. Essa estratégia tem muitos críticos. Woody Allen disse: "Aprendi leitura dinâmica e li 'Guerra e Paz em 15 minutos. Tem a ver com a Rússia". Outros defendem sua eficácia, mas garantem que esse tipo de leitura só deve ser usado como leitura superficial. Os seus entusiastas discordam e afirmam ser possível a leitura de qualquer coisa em profundidade.
A leitura dinâmica é um conjunto de técnicas para acelerar a leitura, entre os quais figuram:
  • não verbalização das palavras (pronunciar as palavras mentalmente desacelera a leitura, o cérebro é capaz de ler mais rápido que "pronunciar");
  • fixação dos olhos (o movimento muscular dos olhos toma muito tempo, que poderia ser aproveitado captando mais palavras);
  • acompanhamento do texto com um dedo (ganha-se atenção e não se perde o ponto de referência, ajudando a manter o olho em menos posições fixas)

Leitura sintópica[editar | editar código-fonte]

Tipo de leitura comparativa, baseada na leitura de diferentes livros sobre um determinado tema, relacionando-os uns aos outros e ao tema.

Análise em níveis[editar | editar código-fonte]

Essa tática, utilizada em literatura, consiste em analisar um texto em 3 níveis: superficial, médio e profundo. No primeiro, vê-se características literárias como prosa, verso, forma, etc. No nível médio, estuda-se o tipo de texto (período literário, escola, etc.) e seu propósito imediato. O nível profundo é o estudo das motivações subjacentes ao texto, suas aspirações morais, literárias e filosóficas, e como o texto pode servir de mensagem atemporal.

Leitura e interpretação[editar | editar código-fonte]

De modo geral, um grande problema em muitas pessoas é não ter o hábito da leitura.
Ler não é somente juntar letras e formar palavras, mas também, e, fundamentalmente, significa saber interpretar, decodificar a mensagem. Não se lê apenas através de símbolos do alfabeto. Existem outros códigos que produzem textos, tais como: uma obra de arte, uma cor, um desenho simples, um gesto ou expressão corporal, um comportamento ou atitude, uma expressão de pensamento e, assim por diante. Todas essas mensagens podem ser interpretadas de forma diferente por cada indivíduo leitor, considerando que a decodificação depende do histórico de vida de cada pessoa.
Gerar um tema depende de muita leitura e interpretação das mensagens do cotidiano. Ter o hábito de observar e questionar fatos sociais configurados no dia a dia contribui muito para a elaboração de um bom tema. Todos os fatos são importantes para quem quer escrever seja o que for. A opinião é formada por meio das mais variadas leituras.

Analfabetismo[editar | editar código-fonte]

Analfabetismo, como o próprio nome indica, é o desconhecimento do alfabeto, ou seja, a incapacidade de ler e escrever. Segundo a Unesco: "uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço de seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade."
Para fins estatísticos, analfabeta é a pessoa acima de 15 anos que não sabe ler e escrever pelo menos um bilhete simples. O analfabetismo é um grave problema na maioria dos países subdesenvolvidos, comprometendo o exercício pleno da cidadania e o desenvolvimento socioeconômico do país. E em 2016, um estudo científico controverso provou que os analfabetos tem os neurônios centrais do cérebro desativados, visto que só os não-analfabetos tem os neurônios centrais ativos[21]

Analfabetismo funcional[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Analfabetismo funcional
Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente letras, frases, sentenças, textos curtos e números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Segundo a UNESCO, “uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço do seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade”.[22]Também é definido como analfabeto funcional o indivíduo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.

Analfabetismo digital[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Analfabetismo digital
Analfabeto digital é aquele que é incapaz de obter informações por meio da Internet ou de qualquer outro meio ligado a computadores. É um tipo de analfabetismo contemporâneo bastante comum em regiões que não possuem eletricidade e/ou suporte à rede mundial de computadores, porém há o caso também de desinteresse pela máquina por algumas pessoas que contam com fontes mais tradicionais de informação. Nas próximas décadas, espera-se uma expansão digital em todos os setores econômicos e culturais do globo, o que poderá causar exclusão social daqueles que não estejam aptos a interagir com a informação digital.
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ANTÓNIO FONSECA

AUGUST SCHLEGEL - Nasceu em 1767 - 8 de Setembro de 2018

August Wilhelm Schlegel

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August Wilhelm Schlegel
Nome nativoAugust Wilhelm von Schlegel
Nascimento8 de setembro de 1767
Hanôver
Morte12 de maio de 1845 (77 anos)
Bonn
SepultamentoAlter Friedhof Bonn
CidadaniaAlemanha
Irmão(s)Friedrich Schlegel
Alma materUniversidade de Göttingen
Ocupaçãolinguista, tradutor, filósofo, poeta, crítico literário, historiador da literatura, dramaturgo, professor universitário, escritor, indianista
PrêmiosOrdem do Mérito para as Artes e Ciência
EmpregadorUniversidade de BonnUniversidade de Jena
August Wilhelm von Schlegel (Hanôver8 de setembro de 1767 — Bonn12 de maio de 1845) foi um poeta alemão, tradutorcrítico e filólogo. É considerado um dos mais importantes filósofos da linguagem da primeira fase do romantismo alemão e pioneiro nos estudos filológicos sobre o sânscrito. Também é bastante conhecido por suas traduções para o alemão de Shakespeare (17 peças), Calderón de la BarcaLope de VegaPetrarca e Camões . Foi educado no Hannover Gymnasium e na Universidade de Göttingen. Com seu irmão Friedrich, fundou a Athenaeum (1798-1800), considerada a principal revista desse primeiro período do romantismo alemão[1].  Em torno dos irmãos se reuniu um círculo de escritores, como NovalisLudwig Tieck e Schelling, que originou esse movimento literário no início do século XIX. Nos estudos linguísticos, August Schlegel é considerado um dos precursores da classificação tipológica das línguas.

Biografia[2][editar | editar código-fonte]

August era o quarto filho de uma família de dez irmãos, oito homens e duas mulheres. Seu pai, Johann Adolf Schlegel (1721-1793), era pastor luterano. Sua mãe, Johanna Christiane Erdmuthe Hübsch (1735-1811), era filha de um professor de matemática. Na família havia um ambiente artística e intelectualmente aberto. Em 1786, August Schlegel foi estudar teologia na Universidade de Göttingen, mas terminou optando por filologia. Tornou-se aluno de Gottfried August Bürger, que lhe ensinou tradução de línguas clássicas e modernas. Seu irmão Friedrich mudou-se também para Göttingen em 1789. Os dois foram influenciados pelo pensamento de HerderKantTiberius HermsterhuisWinckelmann e Dalberg. Em 1791, August Schlegel concluiu seus estudos universitários, tendo iniciado um ano antes sua primeira tradução de Shakespeare, a da peça "Sonho de uma noite de verão", e também a da Divina Comédia de Dante.
Após alguns anos como tutor na casa de um banqueiro em Amsterdã, foi para Jena, onde, em 1796, casou-se com Caroline Michäelis. Em 1798 tornou-se professor visitante da Universidade de Jena. Lá continuou suas traduções da obra de Shakespeare, que foram terminadas, sob a supervisão de Ludwig Tieck, pela filha de Tieck, Dorothea, e por Graf Wolf von Baudissin. Esta é considerada uma das melhores traduções poéticas em alemão. Em Jena, Schlegel contribuiu para os periódicos de Schiller, o Hörene o Musenalmanach, e, juntamente com seu irmão Friedrich, dirigiu a revista Athenaeum. Publicou também um livro de poemas.
Em 1801, publicou um livro de críticas literárias, Charakteristiken und Kritiken. No ano seguinte, foi morar em Berlim, onde realizou uma série de palestras sobre literatura e artes plásticas. Dois anos depois, Schlegel publicou Ion, uma tragédia no estilo de Eurípides, que deu origem a um debate sobre os princípios da poesia dramática. A isso seguiu-se a obra Spanisches Theater (2 Vols., 1803/1809), na qual ele apresentou traduções de Calderón de la Barca, e Blumensträusse italienischer, spanischer und portugiesischer Poesie (1804), em que traduziu obras do espanhol, do português e do italiano.
Em 1807, August atraiu muita atenção na França por ter escrito o ensaio, originalmente em francês, Comparaison entre la Phèdre de Racine et celle d'Euripide, no qual ataca o classicismo francês do ponto de vista da escola romântica. Seus trabalhos no domínio da arte e da literatura dramáticas (Über dramatische Kunst und Literatur, 1809-1811), traduzidos na maioria das línguas europeias, foram publicados em Viena em 1808. Enquanto isso, após o divórcio de sua esposa, Caroline, em 1803, August viajou para FrançaAlemanhaItália e outros países com Madame de Staël, de quem foi consultor literário e secretário, além de tutor dos filhos, pelo que recebia um grande salário. Muitas das ideias incorporadas no livro De l'Allemagne, escrito por Staël, eram provenientes de Schlegel. Em 1808, os dois foram expulsos de todo o império francês por Napoleão, acusados de serem inimigos da França e da literatura francesa. Viajaram juntos para Viena, Kiev, Moscou, São Petersburgo e Estocolmo. N a Suécia, Schlegel atuou no jornalismo político contra Napolão. Ele e Madame de Staël retornaram a Paris com a queda de Napoleão em 1814.
Em 1818, após a morte de Staël, August Schlegel aceitou um lugar de professor de literatura na Universidade de Bonn, e durante o resto de sua vida ocupou-se principalmente com estudos orientais, embora continuasse o trabalho sobre arte e literatura. Em 1828 publicou dois volumes de escritos críticos (Kritische Schriften). Entre 1823 e 1830 publicou o jornal Indische Bibliothek, bem como a tradução para o alemão do Bhagavad Gita, a partir do latim, e do Ramayana (1829). Estes trabalhos marcam o começo do estudo do sânscrito na Alemanha.
Schlegel casou-se (1818) com Sophie Paul, filha do também filólogo Hermann Paul, mas essa união foi dissolvida em 1821. Morreu em Bonn em 12 de maio 1845. Embora a obra poética de Schlegel não seja considerada de importância no romantismo alemão, ele foi considerado um grande tradutor e crítico já em sua época, trazendo para a língua alemã obras que foram fundamentais para o movimento romântico. Na crítica, August Schlegel pôs em prática o princípio romântico que o primeiro dever de um crítico não é julgar de um ponto de vista superior, mas compreender e caracterizar um trabalho de arte.

Contribuições para a Linguística[editar | editar código-fonte]

August Schlegel é considerado um precursor na classificação tipológica das línguas[3]. Essa classificação procura descrever vários tipos linguísticos encontrados entre as línguas a partir de um único parâmetro gramatical. As primeiras manifestações dessa tipologia de línguas baseiam-se na classificação morfológica proposta por Adam Smith, em 1761, e retomada pelos irmãos Friedrich (1808) e August Schlegel (1818).
August destacou-se pelo fato de apresentar, sob o domínio das línguas flexivas, a distinção entre “línguas analíticas” e “línguas sintéticas”, traduções dos termos compounded e uncompounded de Smith. A partir do chinês, August Schlegel sugeriu um terceiro tipo de línguas, as “sem estrutura”. De acordo com Albano Dalla Pria, "Uma língua sintética, segundo essa perspectiva, possui maior complexidade da sua flexão, que expressa de forma amalgamada caso, gênero, número, tempo, aspecto etc., ao passo que uma língua analítica faz uso de construções perifrásticas (com verbos auxiliares, preposições etc). [...] Daí vêm as dicotomias 'línguas sintáticas' e 'línguas morfológicas', 'línguas paradigmáticas' e 'línguas sintagmáticas', etc., que, em última instância, não passam da distinção entre línguas antigas (como o grego, o latim e o sânscrito) e línguas modernas da Europa (francês, inglês, espanhol, italiano, português, etc), tendo na sua base a palavra como unidade básica da língua"[3].
Ainda segundo Pria, "A classificação tripartite de Schlegel dá origem à formulação da classificação morfológica “clássica” de tipos de línguas: isolantes (ou monossilábicas), aglutinantes e flexivas (ou fusionantes). O período em que foram realizados esses estudos, isto é, o século XIX, foi bastante influenciado pelas concepções 'naturalistas' de evolução. Para August Schlegel e seus antecessores, a justificativa para a evolução de uma língua sintética para analítica assentaria basicamente no contato com outras línguas"[3].

Obras[editar | editar código-fonte]

  • (Übers.): W. Shakespeare: Dramatische Werke 9 Bde. Berlin: Unger 1797–1810. (Ergänzt u. erläutert von Ludwig Tieck. Theil 1–9. Berlin: Reimer 1825–33)
  • Athenaeum 3 Bde. Berlin: Vieweg (1) bzw. Berlin: Frölich (2–3) 1798–1800
  • Ehrenpforte und Triumphbogen für den Theater-Präsidenten von Kotzebue bey seiner gehofften Rückkehr ins Vaterland [1800]
  • Gedichte Tübingen: Cotta 1800
  • Charakteristiken und Kritiken 2 Bde. Königsberg: Nicolovius 1801
  • Musen-Almanach für das Jahr 1802 Hg. A. W. Schl. u. L. Tieck. Tübingen: Cotta 1802
  • An das Publikum. Rüge einer in der Jenaischen Allgemeinen Literatur-Zeitung begangnen
  • Gedichtzyklus Die Sylbenmaaße. Erstmals abgedruckt in: Friedrich Schlegel (Hrsg.): Europa. Band 1,2 (1803), S. 117f. Google Books
  • Ion. Ein Schauspiel Hamburg: Perthes 1803
  • Blumensträuße italienischer, spanischer und portugiesischer Poesie Berlin 1803
  • Spanisches Theater 2 Bde. Berlin 1803–1809
  • Über dramatische Kunst und Litteratur. Vorlesungen 3 Bde. Heidelberg: Mohr & Zimmer 1809–11
  • Poetische Werke 2 Bde. Heidelberg: Mohr & Zimmer 1811
  • (Hrsg.): Indische Bibliothek 3 Bde. (von Band 3 nur Heft 1). Bonn: Weber 1820–30
  • Bhagavad-Gita Bonn: Weber 1823
  • Die Rheinfahrt des Königs von Preußen auf dem Cölnischen Dampfschiffe Friedrich Wilhelm zur Einweihung desselben am 14. September 1825. In lateinischer Sprache besungen. Nebst einer deutschen Übersetzung von Justizrath Bardua in Berlin. Für das abgebrannte Städtchen Friesac Berlin: Nauck 1825
  • Kritische Schriften 2 Bde. Berlin: Reimer 1828
  • Zu Goethe‘s Geburtsfeier am 28. August 1829
  • Réflexions sur l‘étude des Langues Asiatiques suivies d‘une lettre à M. Horace Hayman Wilson Bonn: Weber 1832
  • Essais littéraires et historiques Bonn: Weber 1842
  • Oeuvres 1846 (posthum)

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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Hino da Independência do Brasil

INIMIGO PÚBLICO

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Posted: 07 Sep 2018 03:13 AM PDT
José Maria Ricciardi criou uma conta no Tinder para, diz ele, fazer match com os sportinguistas. E está a correr bem: o primeiro match que o candidato fez foi logo com a providência cautelar de Bruno de Carvalho para impedir as eleições de amanhã no Sporting. Ricciardi também fez match com vários leões e leoas […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
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Posted: 06 Sep 2018 07:02 AM PDT
Luís Filipe Vieira passou a noite de ontem ao telefone com o objectivo de impedir José Sócrates de gravar um vídeo de apoio ao clube e a desancar Joana Marques Vidal e o processo e-toupeira. “Sócrates no YouTube a defender o Benfica é a última coisa de que precisamos neste momento. E a seguir vinha […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
Posted: 06 Sep 2018 06:58 AM PDT
A nova pérola de Alcochete, Jovane Cabral, pode vir a acumular o lugar na equipa de José Peseiro com a presidência do clube. Uma sondagem IP/Marques Mendes/Folheto de descontos dos pneus coloca o jovem extremo no topo das preferências dos sportinguistas para vencer as eleições de sábado. Bruno de Carvalho vai reagir a qualquer momento […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
Posted: 06 Sep 2018 06:54 AM PDT
Marcelo Rebelo de Sousa foi à Universidade de Verão do PSD explicar aos jovens que “é cada vez mais difícil ser-se Presidente da República” porque o exercício da função exige uma resistência a temperaturas da água inferiores a 15º e à capacidade mínima de nadar nos estilos bruços e mariposa, não bastando nadar “à cão” […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
Posted: 06 Sep 2018 06:49 AM PDT
Depois de um tribunal ter aceite o abandono escolar de uma jovem cigana de 15 anos por “razões culturais”, o mesmo tribunal aceitou hoje que vários jovens da JSD, JS, JCP e o que quer que a juventude do BE se chame também deixem a escola já amanhã, com meros 15 anos e o 9º […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now

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