quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Desigualdade no Mundo Vista de Cima

 A fotografia com drone permite que pessoas comuns capturem belas cenas de nosso mundo a partir de uma perspectiva atípica. No entanto, os drones também podem ser usados para destacar muitos dos problemas mais preocupantes do mundo, já que você precisaria de mais do que apenas quatro paredes para manter as coisas escondidas deles. Johnny Miller é um freelancer sul-africano que usa seu drone para documentar a desigualdade em todo o mundo. Abaixo, você encontrará algumas de suas fotos mais impressionantes:
 
Clique nas imagens para ampliá-las
 
Zanzibar - um resort no litoral cercado por favelas
Nairóbi - pobreza e riqueza colidem em Loresho
México - a desigualdade lado a lado na Cidade do México
México - grande diferença entre os conjuntos habitacionais da Cidade do México
Nairobi - não há praticamente nada que separa as favelas de Kibera deste campo de golfe
Índia - mantendo as castas separadas em Mumbai
desigualdade no mundo
Tanzânia - quando as riquezas se defrontam com a pobreza
desigualdade no mundo
Zanzibar - a costa luxuosa cercada por favelas
desigualdade no mundo
México - uma área de baixa renda separada do distrito mais rico de Santa Fé
desigualdade no mundo
África do Sul - campo de golfe Durban's Papwa Sewgolum lado a lado de uma área muito pobre sem asfalto
desigualdade no mundo
África do Sul - o assentamento de Vusimuzi ao lado de uma das áreas mais ricas de Joanesburgo
desigualdade no mundo
África do Sul - O Pavilhão, um dos maiores centros comerciais da África do Sul, rodeado por barracos
desigualdade no mundo

OBSERVADOR

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
O Benfica e Paulo Gonçalves foram acusados de corrupção no caso e-toupeira. O clube arrisca uma suspensão de participação em provas desportivas que pode ir de 6 meses a três anos.

O Benfica reagiu queixando-se de ainda não ter sido notificado e considerando a acusação “absurda e injustificada”.

No Sporting, houve alguma confusão na corrida à presidência. Pedro Madeira Rodrigues e José Maria Ricciardi negociaram um acordo durante a madrugada para irem a votos em conjunto no dia 8, mas Ricciardi não terá aceitado e a solução encontrada passou pela desistência de Madeira Rodrigues.

Nas horas decisivas, o Observador estava a acompanhar Madeira Rodrigues. O Bruno Roseiro passou todo o dia em que foi tomada a opção nos bastidores com o então candidato. Teve aulas com um personal trainer em casa e rezou no quarto da vidente Jacinta num mosteiro na Estrela, em Lisboa.

Não se sabe se haverá mais desistências, mas pelo menos Tavares Pereira garante que vai até ao fim. E anunciou que, se ganhar, abdica de receber ordenado.

Na campanha de Ricciardi, há mais uma polémica. Adrien Silva, que agora está no Leicester, negou as notícias que avançaram um “princípio de acordo” com o candidato para voltar ao clube, caso este vença as eleições. José Eduardo, responsável pelo futebol de Ricciardi, garante: "Reunimos e houve acordo".


Mais informação importante

“Em muitas matérias houve avanços significativos.” Com apenas uma frase, Jerónimo de Sousa mostrou o que pensa sobre a atual procuradora-geral da República. E, assim, Joana Marques Vidal deixou de ser apenas a "candidata da direita" ao cargo, como diziam alguns críticos. A possível recondução decide-se em breve.

Marcelo Rebelo de Sousa respondeu às perguntas dos alunos da Universidade de Verão do PSD e, mais uma vez, mostrou o seu estilo peculiar. Das 28 questões, devia ter escolhido apenas duas - mas decidiu dar resposta a todas. Uma, foi um desabafo: “É cada vez mais difícil ser-se Presidente da República”. Outra, um desejo: "Espero que nas próximas legislativas os eleitores escolham a pensar numa solução que sirva Portugal".

Outra intervenção surpreendente na Universidade de Verão do PSD: a do líder da UGT. Carlos Silva afirmou: “Não aceitamos que nos digam: acabou-se a austeridade. Não acabou nada”.

Comissão Europeia está preocupada porque acha que o descongelamento das carreiras dos professores pode fazer derrapar o défice. Mas defende que a economia portuguesa está robusta.

Ainda sobre educação: um relatório da Comissão Europeia revela que mais de metade das baixas nessa área em Portugal eram fraudulentas. A notícia é do Negócios.

A Caixa Geral de Aposentações atribuiu 552 pensões antecipadas em 2017, o número mais baixo dos últimos cinco anos. Segundo a própria CGA, há um “um decréscimo expressivo”.

O presidente da CP foi ontem ao Parlamento dizer que a operadora precisa de 90 milhões de euros para o serviço público. E, sobre outro tema do momento, a eventual descida do preço dos passes, afirmou que a empresa "não foi envolvida, nem sabe rigorosamente nada".

Rui Rio também falou sobre a polémica dos passes. O líder do PSD explicou: “Há eleições em 2019 e os votos estão em Lisboa e no Porto”.

Um milhão de euros: foi ontem entregue o Prémio Champalimaud de Visão, que este ano distinguiu uma terapia genética para a cegueira infantil.

50 milhões de euros: também ontem, soube-se que o neto do fundador da marca de iogurtes Danone doou este valor à Fundação Champalimaud para a criação de um centro de investigação dedicado ao tratamento e investigação do cancro do pâncreas. O novo Botton-Champalimaud Pancreatic Center ficará junto à fundação.

Na Operação Marquês há muitas movimentações porque amanhã acaba o prazo para pedidos de instrução do processo:
O homem que substituirá Lula da Silva se ele não se puder mesmo candidatar à presidência do Brasil está (surpresa) com problemas na justiça. Fernando Haddad, que neste momento é candidato a vice-presidente pelo PT, foi acusado de corrupção e de branqueamento de capitais por ter recebido luvas.


Os nossos Especiais
 
Bob Woodward, o homem que derrubou Nixon, escreveu um livro sobre a presidência Trump. "Fear: Trump in The White House" ainda não chegou às livrarias mas já foram divulgados alguns excertos longos que estão a causar polémica. Há detalhes sobre o risco de prisão, sobre reuniões secretas e sobre a necessidade de ocultar documentos por parte de Trump. Woodward é uma espécie de cronista da presidência, tendo escrito vários livros sobre os ocupantes do cargo.

“É possível que a tecnologia deixe algumas pessoas mesmo muito ricas e outras muito pobres.” David Autor, professor no MIT, diz em entrevista à Ana Pimentel que, na revolução tecnológica, a distribuição de riqueza é aquilo que nos deve mesmo preocupar.


A nossa Opinião

Luís Aguiar-Conraria escreve "Medina dos Bosques": "A minha irritação decorre de se chamar o país inteiro a pagar uma política de que apenas beneficia a Área Metropolitana de Lisboa. Ser o Orçamento do Estado a pagar esta política viola o bom senso".

Maria João Marques escreve "Hora de verão sempre": "Desta vez, a UE acertou. Os daylight savingsforam um estratagema magicado na altura do uso intensivo do carvão para poupar energia. O que não é exatamente uma descrição apurada do mundo atual".

Vicente Ferreira da Silva escreve "Do poder e da (ir)responsabilidade": "Com esta 'descentralização' o governo transfere responsabilidades constitucionais mantendo indemnes as prerrogativas decisórias, o que vai provocar um decréscimo da qualidade de vida dos portugueses".


Notícias surpreendentes

O diretor do Museu Nacional do Rio, que ardeu esta semana, falou ao Observador. “O Brasil não cuida da sua história”, disse Alexander Kellner ao Bruno Horta. Garante que faltou água para combater o fogo e não acredita em mão criminosa.

Quais são os livros que pode esperar até ao final do ano? Está tudo aqui, numa lista muito bem ordenada.

Um engenheiro da SpaceX revelou os planos de Elon Musk para colonizar Marte. O objetivo é construir cidades que sirvam de “unidade de backup” para a humanidade, caso um evento catastrófico acabe com a vida na Terra.

Um mês depois do recorde da Apple, a Amazon tornou-se ontem na segunda empresa norte-americana cotada a valer 1 bilião de dólares. O New York Times explica porquê.

Está na época: estas são as frutas e legumes a comer em setembro. Há abóbora, romã e muito mais.

Já sabe que foi lançado o Observador Premium, o novo programa de assinaturas do Observador. Pode saber aquitudo sobre a forma de funcionamento das subscrições.
Até já!
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OBSERVADOR

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Cristina Peres
CRISTINA PERES
JORNALISTA DE INTERNACIONAL
 
"Estamos a viver na cidade dos malucos"
5 de Setembro de 2018
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A Casa Branca lançou uma série de desmentidos nas horas que se seguiram à publicação de excertos do novo livro do veterano Bob Woodward no Washington Post, um dos jornalistas que expôs o escândalo Watergate. “Fear” (Medo: Trump na Casa Branca) pinta um quadro negro da administração Trump baseando-se em centenas de horas de conversas com peças-chave da administração, revela o autor. O Presidente tweetou que as citações dos colaboradores seniores eram “inventadas” e chamou a Woodward um “operacional dem”.
Washington Post teve acesso a uma cópia do livro e reporta sobre a crise de nervos que é a presidência de Trump. O artigo contido neste link inclui o registo áudio de uma conversa de 11 minutos entre Woodward e Trump na qual o jornalista lamenta não ter conseguido falar com o PR para o livro e Trump lhe responde que ninguém lhe disse nada, “ninguém me diz nada”
O jornalista de 75 anos escreve que o livro, além das conversas com os “participantes e testemunhas”, que foram conduzidas em “deep background”, ou seja, a informação podia ser usada mas não seria revelado quem a tinha fornecido, usou também notas de reuniões, diários pessoais e documentos oficiais do Governo.
Donald Trump é descrito como uma pessoa paralisada pela paranóia da investigação russa e a administração caracterizada como estando “à beira de um ataque de nervos” coincide com a imagem de caos e pandemónio dada pelo livro de Michael Wolff “Fire and Fury”. Porém, a credibilidade do perfil de Woodward e a marca do seu jornalismo podem vir a ser um golpe mais sério à "credibilidade" de Trump, escreve o Guardian.
De “mentiroso de merda” (John Dowd, ex-advogado de Trump) a “um idiota" que "perdeu o freio” (John Kelly, chefe de gabinete) a alguém “com uma leitura dos acontecimentos próxima da de um menino do quinto ou sexto ano” (James Mattis, secretário de Estado da Defesa), o livro ilustra como Trump é visto e como ele vê e ridiculariza os seus mais próximos colaboradores.
“O Amazon Washington Post endoideceu a atacar-me”, tweetou Donald Trump em julho passado numa série de ataques seguidos que denunciam a ira do Presidente perante a escala empresarial e fortuna pessoal de Jeff Bezos. A farpa ao jornal deve-se ao facto de Jeff B. ter comprado o Washington Post em 2013, mantendo-o contudo fora da órbita empresarial da Amazon. O grau de irritação do POTUS denuncia a sua indisponibilidade para a competição… Depois disto, adivinha-se que o ataque ao jornal não vá abrandar nos próximos tempos.
 
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OUTRAS NOTÍCIAS
$1,000,000,000,000. A Amazon passou a ser a segunda empresa norte-americana a ter um valor de mercado equivalente a um trilião de dólares (um pouco menos em €). Aconteceu um mês depois de a Apple ter sido a primeira a alcançar um valor equivalente, o qual já pertenceu à ordem do inimaginável, como escreve o New York Timesnum texto que faz uma comparação quase embaraçosa: Jeff Bezos vale mais a partir de agora do que Bill Gates e Warren Buffett… somados. Se quiser sentir o arrepio aceda a esta página do The Guardian onde poderá a ver a contagem em tempo real do número de encomendas enviadas em todo o mundo durante os segundos em que olhar para a página. Como é que a Amazon se transformou no retalhista mais valioso do mundo? Em 24 de abril deste ano, este jornal britânico titulava assim, “Jeff Bezos vs. o mundo: porque é que todas as empresas do mundo temem a ‘morte por Amazon’”. A revista Forbes di-lo de outra maneira num curto texto ao lado do contador, também atualizado em tempo real, do valor de Jeff Bezos: o chefe da Amazon é a primeira pessoa com um valor líquido que ultrapassa os $150 mil milhões nas três décadas desde que a Forbes analisa os americanos mais ricos.
A Comissão Europeia tem feito caminho a tentar obrigar a Amazon, a Google e o Facebook a pagarem mais impostosdepois de ter descoberto que, apesar dos astronómicos lucros, estas empresas pagam metade dos impostos das tradicionais.

E como hoje é dia de coisas em grande, lembra-se do tempo em que não sabia o que queria dizer “motor de busca”? Foi há mais de duas décadas, garante a passagem do 20º aniversário da Google. Chamou-se inicialmente BackRub para rapidamente se rebatizar Google, vindo de googol, o termo que designa o número 1 seguido de 100 zeros. Recorde aqui como tudo aconteceu.

A vida não vai de feição para Emmanuel Macron, que mal fez uma mini remodelação governamental depois da demissão do ministro do Ambiente, Nicolas Hulot, durante uma entrevista à rádio e eis que a ministra do Desporto, Laura Flessel, segue os seus passos e sai alegando motivos pessoais. A única linha contínua é a descida da popularidade do Presidente…

A Turquia tem poucas opções para não mergulhar numa crise financeira séria, argumenta este texto da agência Reuters. E lembra que o Presidente Erdogan, no poder há 15 anos seja como chefe de Governo ou chefe de Estado, tem poder absoluto interno, mas terá de vencer a oposição de Donald Trump para poder sossegar. Fadi Hakura analisa para a Chatham House como Ancara caminha a passos largos para uma crise económica severa.

Aufstehen. Levantar. Desde ontem que a Alemanha conta com mais uma força política. É de esquerda e está empenhada em ganhar o eleitorado alemão trabalhador que passou a sentir-se representado pela extrema-direita populista da Alternativa para a Alemanha (AfD). Não tem programa partidário e foi fundado por figuras de relevo do partido A Esquerda, Sahra Wagenknecht, a líder da bancada parlamentar, e o ex-social-democrata Oskar Lafontaine. Alinham com partidos europeus de esquerda exceto num “pormenor” que é hoje nuclear na Europa: são anti-imigração. A “crise da democracia” existe porque a prosperidade não é distribuída, defende Wagenknecht. Em poucas semanas, o movimento obteve mais de 100 mil seguidores e passou à ação política após os tumultos de Chemnitz, onde se voltou a ver a saudação a Hitler (consultar links mais abaixo).

A África do Sul entrou em recessão técnica, a primeira desde 2009. A produção agrícola anual caiu 29% devido à seca e ao granizo. O rand caiu ainda mais.

“São antigos mas é o que há”, disse o presidente da CP referindo os quatro comboios a diesel que Portugal vai alugar à espanhola Renfe. Carlos Gomes Nogueira diz que propôs ao Governo português a compra de 22 comboios.

No Dia Mundial da Saúde Sexual veja o 2:59. E leia o trabalho em que o Expresso entrevistou nove portugueses que quebraram o tabu sobre violência doméstica, machismo, direitos e saúde sexual.

A comunicação do Exército português vai estar pela primeira vez entregue a uma mulher: a major Elisabete Silva, da Arma de Cavalaria e licenciada em Ciências Militares em 2003, é desde ontem porta-voz.

A descoberta do tratamento genético da cegueira infantil valeu a sete investigadores do Reino Unido e dos Estados Unidos e maior prémio do mundo na área da visão, o Prémio Champalimaud de Visão 2018. “A cura através de uma terapia genética de uma doença hereditária conhecida por Amaurose Congénita de Leber, uma forma de cegueira infantil, acaba de ser distinguida com o Prémio António Champalimaud de Visão 2018, no valor de um milhão de euros”, escreve Virgílio Azevedo.

A investigação e o tratamento vão preencher a atividade de um futuro centro único a nível mundial para tratamento do cancro do pâncreas que vai existir no âmbito da Fundação Champalimaud graças a uma doação de €50 milhões.

Benfica. Crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem, favorecimento pessoal, violação de segredo “e etc” é informação revelada no site da PGDL. “O Ministério Público acaba de revelar que acusou José Augusto Silva e júlio Loureiro, oficiais de justiça; Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica e a própria SAD benfiquista no âmbito do processo e-toupeira”, como pode ler na Tribuna.

Hoje no Jornal da Noite da SIC passa a segunda parte da reportagem “Comandos 127”, “A Viagem mais longa”, da SIC/Expresso, que acompanhou um grupo de jovens desde o primeiro dia em que entraram no Exército até fazerem parte de uma força especial e chegarem à missão na República Centro-Africana.

Manchetes do dia: “Juíza aceita abandono escolar de jovem cigana em nome da tradição”, Público; “Países europeus estão a estudar transportes gratuitos”, i; “MP quer Benfica fora das competições entre seis meses e três anos”, JN; “Mais de metade das baixas na Educação foram fraudulentas”. Negócios; “Mails ligam Vieira a corrupção”, CM

FRASES
“A normalização das notas e aProva Nacional de Acesso são dois marcos muito importantes para o ensino da Medicina e formação médica”Fernando Araújo, secretário de Estado Adjunto e da Saúde ao JN

“O Estado está a auto financiar-se”Luís Lagos, presidente da associação das vítimas de outubro ao i

“Permitir que uma rapariga de 15 anos não cumpra a escolaridade obrigatória é negar-lhe o acesso à vida plena, condenar o seu futuro profissional e cidadão”Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Igualdade e a Cidadania ao Público

“O Brasil é um país onde governar é criar desertos. Destrói-se a natureza a agora está-se destruindo a cultura”Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo brasileiro ao Público

O QUE ANDO A LER
Ainda não está traduzido noutra língua, mas não é por isso que Strasse der Träume(Estrada dos Sonhos, Be.bra Verlag/Spiegel Online) será um menos útil “descodificador” destes tempos. Explico: os repórteres Raphael Thelen (texto) e Thomas Victor (fotos) lançaram-se a percorrer a “Route 66 europeia” em género grande reportagem, um roadtrip pela Alemanha de Leste. A B98, liga a Saxónia a Sassnitz, em Rüge, a cidade que é a porta mítica de acesso ao Mar Báltico. Aqui fica o link. Porque escrevo sabendo que a maioria dos leitores portugueses não vai ler o livro? Porque há Google translator e muitas fotos. Porque acho que sabemos muito pouco uns sobre os outros e o que estes dois repórteres viveram e contaram ajuda a perceber. A reportagem reflete causas e justificações que vários milhões de alemães poderiam alegar para sentirem que vivem num limbo entre o remedeio do que ficou desde a grande divisão pós-1945 e o investimento pós-unificação, que vale ainda hoje a cada contribuinte alemão um agravamento nos impostos. Há ressentimentos e há “dois lados” quase 30 anos depois da queda do Muro de Berlim. E tudo isto contribui para a estupefação de milhões de alemães perante o regresso à rua das saudações nazis. Foi o freelance Raphael Thelen (que já escreveu para o Expresso) a cobrir para o Spiegel Online os tumultos dos militantes de extrema-direita(aqui em inglês) que incendiaram a cidade do leste alemão de Chemnitz há pouco mais de uma semana. Para ler sobre Die Bösen Deutschen/The Ugly Germans tem aqui um texto de análise do Spiegel Online (em inglês) sobre o que se passou naquele domingo em Chemnitz.
Para melhor compreender as visões da Europa que ameaçam dar cabo da União Europeia fica aqui a análise de Hans Kundnani para o think tank Chatham House. As migrações estão no núcleo da contenda, claro.

E é tudo por hoje. Amanhã haverá mais café matinal. Acompanhe-nos em www.expresso.ptTribuna e Blitz e faça uma pausa lá pelas 18h, com ou sem café, para ler o Expresso Diário.
 
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