Raul de Carvalho (poeta)
Raul de Carvalho | |
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Nome completo | Raul Maria de Carvalho |
Nascimento | 4 de setembro de 1920 Alvito, Alvito |
Morte | 3 de setembro de 1984 (64 anos) Porto |
Residência | Lisboa |
Nacionalidade | português |
Ocupação | Poeta |
Principais trabalhos | Tudo é Visão (1971) |
Prémios | Prémio Simon Bolívar (Siena, Itália) |
Raul Maria de Carvalho (Alvito, Alvito, 4 de Setembro de 1920 — Porto, 3 de Setembro de 1984), foi um poeta português.
Foi incluído no lote dos 100 melhores poetas do século XX português, por Jorge de Sena e Eduardo Lourenço considerou-o herdeiro de Álvaro de Campos.[1]
Índice
Vida[editar | editar código-fonte]
Raul de Carvalho nasceu a 4 de Setembro de 1920 em Alvito, localidade da província Baixo Alentejo.[2] Quase desde criança se envolve com a escrita e com a pintura.[1] Filho de um sapateiro e de uma doméstica, cedo começou a trabalhar numa farmácia na sua vila no distrito de Beja e depois em Lisboa, onde viria a viver quase toda a sua vida.[3]
Já adulto, Raul de Carvalho vai acabar a sua formação de Liceu e chega a inscrever-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.[1]
Na década de 1940, torna-se frequentador do café Martinho da Arcada, contactando regularmente com personalidades do meio literário[2], e começa a publicar em 1942.[1]
Para além de colaborador de revistas como "Távola Redonda" ou "Cadernos de Poesia",[2] Raul de Carvalho fundou com Ramos Rosa, José Terra, Luís Amaro, José Luís Moita, a que se juntou Egito Gonçalves no último número, a revista de poesia "Árvore".[1] [4]Foi co-director desta revista de 1951 a 1953,[2] que veio a ser extinta pela censura.[1]
Em pouco mais de quatro décadas, entre 1942 e o ano da sua morte 1984, publica 25 obras,[1] tendo sido premiado, em Itália, com o "Prémio Simon Bolívar", em 1956, no Concurso Internacional de Poetas de Siena.[2]
Na sua vida, foi ainda um fotógrafo apaixonado e pintor com exposições públicas, ao mesmo tempo que militante inscrito no Partido Comunista e homossexual assumido.[1]
Uma doença do coração de que recusa fazer-se operar começa a afectá-lo desde a década de 1970.[1]
A morte, na sequência de um ataque cardíaco, iria encontrá-lo no Porto, quando estava em casa de amigos.[1]
Raul de Carvalho morreu a 3 de Setembro de 1984, no Hospital de São João, na véspera de completar 64 anos.[5] Pouco tempo depois da sua morte, a sua casa foi assaltada, tendo sido roubados manuscritos inéditos seus e obras de arte de autores consagrados, tudo de valor inestimável.[6]
Obra[editar | editar código-fonte]
Raul de Carvalho esteve fortemente ligado ao movimento neo-realista e surrealista que marcaram as décadas de 1950 e de 1960 em Portugal.[7]
Algumas obras[editar | editar código-fonte]
- As Sombras e as Vozes (1949)
- Poesia 1949-1958 (1965)
- Tautologia (1968)
- Tudo É Visão (1970)
- Poemas Inactuais (1971)
- Tempo Vazio (1975)
- A Casa Abandonada (1977)
- Duplo Olhar (1978)
- Elsinore (1980)
- Mágico Novembro (1982)
- Um mesmo livro (1984)
Tradução[editar | editar código-fonte]
- Jean Guitton, O Trabalho Intelectual, 1959.[8]
Prémio de poesia[editar | editar código-fonte]
Em 1997, a Câmara Municipal de Alvito instituiu o "Prémio de poesia Raul de Carvalho". Para além de homenagear o poeta local, este prémio pretende ainda apoiar e divulgar de novos talentos.[9][10]
Prémio de poesia Raul de Carvalho | ||||||||
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Edição | Ano | Título | Autor | Ref. | ||||
I | n.d. | "Na Lassidão do Sono" | Leonilde Leal | [11][12] | ||||
II | 1999 | "Além-Rio" | Arlinda Mártires | [13] | ||||
III | n.d. | "A Casa dos Afectos" | Fernando Fitas | [10][14] | ||||
IV | 2005 | "O Livro do Regresso" | Xavier Zarco | [15][16] |
Bienal Internacional[editar | editar código-fonte]
A “Bienal Internacional Raul de Carvalho” foi instituída em 2008 pela Câmara Municipal de Alvito. Este evento incluía secções de Fotografia, Pintura, Prosa e Conto, Poesia e Escultura e vinha substituir o prémio de poesia.[17][18]
Em 2010 não se viria a realizar a segunda edição em virtude da reprovação da proposta de Regulamento da Bienal em sessão de Assembleia Municipal.[19]
Notas
- ↑ ab c d e f g h i j Mª João Marçalo & Mª Célia Lima-Hernandes, Elisa Esteves, Mª do Céu Fonseca, Olga Gonçalves, Ana Luísa Vilela, Ana Alexandra Silva. "Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas". Universidade de Évora. 2010. ISBN: 978-972-99292-4-3. Acesso 2011-10-12
- ↑ ab c d e Perfil do Autor no Instituto Camões. Acesso 2011-10-12
- ↑ LEAL, Maria Luísa (1993). “Notícia biográfica sobre Raul de Carvalho”. Obras de Raul de Carvalho I – Obra Publicada em Livro (com Nota de Luiz Fagundes Duarte). Lisboa: Caminho. 1015-1023. Citada in "Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas"Acesso 2011-10-12
- ↑ Árvore: folhas de poesia (1951-1953) cópia digital, Hemeroteca Digital
- ↑ MARTINS, Albano. "Morreu o poeta Raul de Carvalho". In: Revista Colóquio/Letras. Letras em Trânsito, n.º 81, Set. 1984, p. 114.Acesso 2011-10-12
- ↑ Referido por Mário Viegas no programa "Palavras Vivas".
- ↑ "Câmara de Alvito e Universidade de Évora estudam obra de Raul de Carvalho" in Correio Alentejo Acesso 2011-10-12
- ↑ Co-traduzido com M. S. Lourenço.
- ↑ "RAUL DE Carvalho: a vila de Alvito homenageia o seu poeta". In: Revista Colóquio/Letras. Letras em Trânsito, n.º 142, Out. 1996, p. 285. Acesso 2011-10-12
- ↑ ab Grupo de Acção Local Terras Dentro. Projectos Aprovados. Ficha 2. 29 de Julho de 2003. Acesso 2011-10-12
- ↑ Serafim Ferreira. Apresentação do livro. Centro Cultural de Alvito.3 de Outubro de 1998. Acesso 2011-10-12
- ↑ Livro no Catálogo Geral da Biblioteca Municipal de Beja Acesso 2011-10-12
- ↑ Breve biografia da autora no Instituto CamõesAcesso 2011-10-13
- ↑ Livro no Catálogo Geral da Biblioteca Municipal de Beja Acesso 2011-10-12
- ↑ Ficha do livro na editora. Acesso 2011-10-12
- ↑ Notícia da Câmara Municipal de Alvito Acesso 2011-10-12
- ↑ Notícia in Correio Alentejo. 15 de Maio de 2008 Acesso 2011-10-12
- ↑ Notícia in Rádio Pax. 14 de Maio de 2008 Acesso 2011-10-12
- ↑ Notícia da Câmara Municipal de Alvito Acesso 2011-10-12