segunda-feira, 27 de agosto de 2018

CESÁRIA ÉVORA Nasceu em 1941 e morreu em 2011 - 27 de Agosto de 2018

Cesária Évora

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Cesária Évora
Cesária Évora (2457851527).jpg
Cesária Évora em São Paulo, 2008
Informação geral
Nascimento27 de agosto de 1941
Local de nascimentoMindelo
Cabo Verde Cabo Verde
Morte17 de dezembro de 2011 (70 anos)
Local de morteMindelo
Cabo Verde Cabo Verde
Gênero(s)MornaColadera
Período em atividade1960 - 2011
Gravadora(s)Lusafrica
Página oficialPágina oficial
Cesária Évora (Mindelo27 de agosto de 1941 — Mindelo, 17 de dezembrode 2011) foi a cantora de maior reconhecimento internacional de toda a história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora foi maioritariamente relacionada com a morna, por isso também apelidada de "rainha da morna".[1] Era conhecida como a diva dos pés descalços. O filme Tchindaspresta tributo a sua música.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Cesária Évora no Mindelo, sua terra natal.
Cesária Évora tinha quatro irmãos. O pai Justino da Cruz tocava cavaquinhoviolão e violino. Quando jovem foi viver com a avó, que havia sido educada por freiras, e assim acabou passando por uma experiência que a ensinou a desconsiderar a moralidade excessivamente severa.
Entre os amigos estava B. Leza, o compositor favorito dos cabo-verdianos, que faleceu quando ela tinha apenas sete anos de idade. Desde cedo, Cize, como era conhecida pelos amigos, começou a cantar e a apresentar-se aos domingos na praça principal da cidade, acompanhada pelo irmão Lela, no saxofone. Mas a vida está intrinsecamente ligada ao bairro do Lombo, nas imediações do quartel do exército português, onde cantou com compositores como Gregório Gonçalves. Aos 16 anos, Cesária começou a cantar em bares e hotéis e, com a ajuda de alguns músicos locais, ganhou maior notoriedade em Cabo Verde, sendo proclamada a "Rainha da Morna" pelos fãs.
Aos vinte anos foi convidada a trabalhar como cantora para o Congelo - companhia de pesca criada por capital local e português -, recebendo conforme as actuações que fazia. Em 1975, ano em que Cabo Verde conquistou a independência, Cesária, frustrada por questões pessoais e financeiras, aliadas à dificuldade económica e política do jovem país, deixou de cantar para sustentar a família. Durante este período, que se prolongou por dez anos, Cesária teve de lutar contra o alcoolismo. Cesária chamou a esse período de tempo, os Dark Years.
A casa de Cesária Évora
Encorajada por Bana (cantor e empresário cabo-verdiano radicado em Portugal), Cesária Évora voltou a cantar, atuando em Portugal. Em Cabo Verde foi convidada por José da Silva a ir para Parisonde acabou por gravar um novo álbum em 1988 "La diva aux pieds nus" (A diva dos pés descalços) - que é como se apresenta nos palcos. Este álbum foi aclamado pela crítica, levando-a a iniciar a gravação do álbum "Miss Perfumado" (1992). Desde então fixou residência na capital francesa. Cesária tornou-se uma estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em 2004 conquistou um prémio Grammy de melhor álbum de world music contemporânea. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, distinguiu-a, em 2009, com a medalha da Legião de Honraentregue pela ministra da Cultura francesa Christine Albanel.[3]
Em setembro de 2011, depois de cancelar um conjunto de concertos por se encontrar muito debilitada, a editora, Lusafrica, anunciou que a cantora pôs um ponto final na longa carreira.[4]
Morreu no dia 17 de dezembro de 2011, com 70 anos, por "insuficiência cardiorespiratória aguda e tensão cardíaca elevada". Um jornalista espanhol do jornal "Público" falou com ela 36 horas antes de sua morte, em sua casa, em Mindelo.[5]

Discografia[editar | editar código-fonte]

  1. 1965 - Mornas de Cabo-Verde & Oriondino (vinil simple, 45 RPM, C. Évora & Conjunto)
  2. 1987 - Cesária
  3. 1988 - Cesária Évora, La Diva aux pieds nus
  4. 1990 - Distino di Belita
  5. 1991 - Mar Azul
  6. 1992 - Miss Perfumado
  7. 1994 - Sodade - Les plus belles mornas de Cesaria (Best of)
  8. 1995 - Cesária
  9. 1995 - Cesária Évora à L'Olympia
  10. 1997 - Cabo Verde
  11. 1998 - Best of Cesária Évora
  12. 1998 - Nova Sintra
  13. 1999 - Le monde de Cesária Évora
  14. 1999 - Café Atlântico
  15. 2001 - Cesária Évora : L'essentiel
  16. 2001 - São Vicente di Longe
  17. 2002 - Anthology
  18. 2002 - Anthologie: Mornas & Coladeras (LP duplo)
  19. 2002 - The Very Best of Cesária Évora
  20. 2003 - Voz d'Amor
  21. 2004 - Les essentiels
  22. 2006 - Rogamar
  23. 2008 - Rádio Mindelo (early recordings)
  24. 2009 - Nha sentimento
  25. 2010 - Cesária Évora &
  26. 2013 - Mãe Carinhosa
DVD
  1. 2002 - Live in Paris
Duos
  1. 1999 - É doce morrer no mar (por Dorival Caymmi) cantado com Marisa Monte;
  2. 2009 - Crepuscolare Solitudine, cantado com Gianni Morandi;
  3. 2009 - Ricordo d'Infanzia, cantado com Gigi D'Alessio
  4. 2010 - La Voce dell'Amore, cantado com Ron
Outras colaborações
  1. 1995 - Sangue de Beirona Remix (por François K)
  2. 1999 - Césaria Evora Remix (por François K e Joe Claussell)
  3. 2003 - Carnaval de São Vicente Remix (EP)
  4. 2003 - Club Sodade Remixes, Cesaria Evora by… (Carl Craig, Francois Kervorkian, Kerri Chandler, Four Hero, Señor Coconut, etc.)
  5. 2009 - Capo Verde terra d'amore, vol. 1 (LP, cantado com Teofilo Chantre em italiano) - "Crepuscolare Solitudine", "Ricordo d'Infanzia";
  6. 2010 - Capo Verde terra d'amore, vol. 2 (LP, cantado com Teofilo Chantre em italiano) - "La Voce dell'Amore";
  7. 2012 - Capo Verde terra d'amore, vol. 3 (LP, cantado com Teofilo Chantre em italiano) - "Mar de Canal - DVD"

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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domingo, 26 de agosto de 2018

Carlos Paião

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Carlos Paião
Informação geral
Nome completoCarlos Manuel Marques Paião
Nascimento1 de novembro de 1957
OrigemCoimbra
PaísPortugal Portugal
Data de morte26 de agosto de 1988 (30 anos)
Género(s)PopRock
Instrumento(s)VozPiano
Período em atividade1978 - 1988
Carlos Manuel de Marques Paião (Coimbra1 de novembro de 1957 — Rio Maior26 de agosto de 1988) foi um cantor e compositor português. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa (1983), acabando por se dedicar exclusivamente à música.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu, acidentalmente, em Coimbra, filho de um piloto de barra que, anos antes, se dedicara à pesca do bacalhau, e de uma professora,[1] vivendo em Ílhavo (terra natal dos pais), até aos 6 anos, altura em que se mudam para Cascais. Desde muito cedo, Carlos Paião demonstrou ser um compositor prolífico, sendo que, no ano de 1978, tinha já escritas mais de duzentas canções. Nesse ano, obteve o primeiro reconhecimento público, ao vencer o Festival da Canção do Illiabum Clube.
Em 1980, concorre, pela primeira vez, ao Festival RTP da Canção, numa altura em que este certame representava uma plataforma para o sucesso e a fama no mundo da música portuguesa, mas não foi apurado. Com Playback ganhou o Festival RTP da Canção 1981, com a esmagadora pontuação de 203 pontos, deixando para trás concorrentes tão fortes como as Doce e José Cid. A canção, uma crítica divertida, mas contundente, aos artistas que cantam em playback, ficou em penúltimo lugar no Festival Eurovisão da Canção 1981, realizado em Dublin, na República da Irlanda. Tal classificação não "beliscou" minimamente a popularidade do cantor e compositor, pois Carlos Paião, ainda nesse ano, editou outro single de sucesso e que mantém a sua popularidade até hoje: Pó de Arroz.
O êxito que se seguiu foi a Marcha do Pião das Nicas, canção na qual o cantor voltava a deixar patente o seu lado satírico. Telefonia (Nas Ondas do Ar) era o lado B desse single.
Carlos Paião compôs canções para outros artistas, entre os quais Herman José, que viria a alcançar grande êxito com A Canção do Beijinho (1980), e Amália Rodrigues, para quem escreveu O Senhor Extra-Terrestre (1982).
Algarismos (1982), o seu primeiro LP, não obteve, no entanto, o reconhecimento desejado. Surgiu entretanto a oportunidade de participar no programa de televisão O Foguete, com António Sala e Luís Arriaga.
Em 1983, cantava ao lado de Cândida Branca Flor, com quem interpretou um dueto muito patriótico intitulado Vinho do Porto, Vinho de Portugal, que ficou em 3.º lugar no Festival RTP da canção.
Num outro programa, Hermanias (1984), Carlos Paião compôs a totalidade das músicas e letras de Serafim Saudade, personagem criada por Herman José, já então uma das figuras mais populares da televisão portuguesa.
Em 1985, concorreu ao Festival Mundial de Música Popular de Tóquio (World Popular Song Festival of Tokio), tendo a sua canção sido uma das 18 seleccionadas.
A 26 de Agosto de 1988, morre num violento acidente de automóvel, quando se dirigia para um concerto - as festas em honra de S. Ginésio, em Penalva do Castelo (os cartazes das festas da vila confirmam-no). O acidente aconteceu na antiga Estrada Nacional 1[2]. Perto de Rio Maior .[1]A sua morte foi alvo de polémica por não ser claro se foi culpado do acidente que o vitimou. O seu corpo foi sepultado em São Domingos de Rana, freguesia do concelho de Cascais.
Estava a preparar um novo álbum intitulado Intervalo, que acabou por ser editado em Setembro desse ano, e cujo tema de maior sucesso foi Quando as nuvens chorarem.
Compositor, intérprete e instrumentista, Carlos Paião produziu mais de trezentas canções.
Em 2003, foi editado uma compilação comemorativa dos 15 anos do seu desaparecimento - Carlos Paião: Letra e Música - 15 anos depois (Valentim de Carvalho).
Em 2008, por altura da comemoração dos 20 anos do desaparecimento do músico, vários músicos e bandas reinterpretaram alguns temas do autor na edição de um álbum de tributo, "Tributo a Carlos Paião".[3][4]
Os seus restos mortais são trasladados para o cemitério da freguesia de São Salvador, no concelho de Ílhavo, por desejo dos seus pais, no final de 2014[5][6][7].
A 29 de Janeiro de 2016, a Junta de Freguesia de São Domingos de Rana protagonizou um Tributo a Carlos Paião, numa noite que contou com muitos artistas para quem Carlos Paião escreveu e que o reinterpretaram. No dia 30 de Janeiro de 2016, foi inaugurada em São Domingos de Rana a Exposição Carlos Paião com o espólio do cantor e compositor.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Discografia de Carlos Paião

Álbuns[editar | editar código-fonte]

  • Algarismos - LP (EMI, 1982)
  • Intervalo - LP (EMI, 1988)
Compilações
  • O Melhor de
  • Letra e Música - 15 Anos Depois
  • Perfil
  • Letra e Música - 25 Anos Depois

Singles[editar | editar código-fonte]

  • Souvenir de Portugal / Eu Não Sou Poeta (EMI, 1981)
  • Refilar faz mal à Vesícula (EMI, 1981)
  • Play Back/Play Back (versão inglesa) (EMI, 1981)
  • Pó de Arroz / Gá-gago (EMI, 1981)
  • Marcha do Pião das Nicas / Telefonia Nas Ondas do Ar (EMI, 1982)
  • Zero a Zero / Meia Dúzia (EMI, 1982)
  • Vinho do Porto, Vinho de Portugal - com Cândida Branca Flor (1983)
  • O Foguete (1983)
  • Discoteca (EMI, 1984)
  • Cinderela (EMI, 1984)
  • Versos de Amor (EMI, 1985)
  • Arco Íris (EMI, 1985)
  • Cegonha/Lá Longe Senhora (EMI, 1986)

Outros[editar | editar código-fonte]

Inéditos
  • Os Maternitas lançaram em 1987 o single "Super Zequinha".
  • José Alberto Reis participou no Festival RTP da Canção de 1989 com "Palavras Cruzadas" que nunca foi gravado. Também cantou o tema "Sol Maior" que foi gravado em 1994, no disco "Alma Rebelde.
  • Ana gravou o tema "ilusão" em 1989.
  • O álbum "Microfone e Voz" de António Sala, de 1989, inclui o tema "A Um Amigo" com letra de António Sala.
  • Mísia gravou, em 1991, o tema "Ai Que Pena" de Carlos Paião e Mário Martins.
  • José da Câmara gravou o tema "Ai Fadinho" em 1991.
  • Nuno da Câmara Pereira gravou em 1992 o tema "A Marcha do Castelo",
  • O álbum "Histórias" de António Sala, de 1993, inclui o tema "Pecado Capital".
  • A cantora Alexandra Cruz gravou em 1993 três inéditos: "Amigos eu voltei", "A vida quer, a vida manda" e "Vamos parar o tempo".
  • O cantor Pedro Vilar gravou os temas "Talvez", "Canção da Última Idade" e "Beijo Roubado".
  • No segundo volume do projecto "Novo Canto Português" de Pedro Brito, lançado em 2008, inclui o tema "Tempo".
  • O tema "O Novo Povo" não chegou a ser gravado por Amália mas em 2016 foi gravado por Yolanda Soares.

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