domingo, 8 de julho de 2018

MANUEL DE ARRIAGA - 1º Presidente da República Portuguesa - 8 de JULHO de 2018

Manuel de Arriaga

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Manuel de Arriaga
1.º Presidente da República Portuguesa
Período25 de agosto de 1911
29 de maio de 1915
Antecessor(a)Teófilo Braga (na qualidade de Presidente do Governo Provisório)
Sucessor(a)Teófilo Braga
Dados pessoais
Nome completoManuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue
Nascimento8 de julho de 1840
HortaAçoresReino de Portugal
Morte5 de março de 1917 (76 anos)
LisboaPortugal
Nacionalidadeportuguês
Primeira-damaLucrécia de Brito Furtado
PartidoPartido Republicano Português,
depois Partido Democrático
ProfissãoAdvogado e professor
AssinaturaAssinatura de Manuel de Arriaga
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (HortaMatriz8 de julhode 1840 — Lisboa5 de março de 1917) foi um advogado, professor, escritor e político de origem açoriana. Grande orador e membro destacado da geração doutrinária do republicanismo português, foi dirigente e um dos principais ideólogos do Partido Republicano Português. A 24 de agosto de 1911 tornou-se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga. Exerceu aquelas funções até 29 de maio de 1915,[1] data em que foi obrigado a demitir-se, sendo substituído no cargo pelo mesmo Teófilo Braga, que como substituto completou o tempo restante do mandato.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Assento de baptismo de Manuel de Arriaga, datado de 16 de Dezembro de 1845. MatrizHortaIlha do Faial.
Manuel de Arriaga nasceu na casa do Arco, na freguesia da Matriz, cidade da Hortailha do Faial, filho de Sebastião José de Arriaga Brum da Silveira e da sua esposa Maria Cristina Pardal Ramos Caldeira. Pertencente à melhor sociedade faialense, o pai era um dos mais ricos comerciantes da cidade, último administrador do morgadio familiar e grande proprietário. A família, com pretensões aristocráticas, traçava as suas origens até ao flamengo Joss van Aard, um dos povoadores iniciais da ilha. Foi neto do general Sebastião José de Arriaga Brum da Silveira, que se distinguira na Guerra Peninsular, e sobrinho-neto do desembargador Manuel José de Arriaga Brum da Silveira, que em 1821 e 1822 fora deputado pelos Açores às Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa.[3]
Depois de concluídos os estudos preparatórios na cidade da Horta, em 1860 matriculou-se no curso de direito da Universidade de Coimbra, sendo acompanhado pelo seu irmão, José de Arriaga, quatro anos mais novo. Em Coimbra cedo se revelou um aluno brilhante e um orador notável. Aderiu ao positivismo filosófico e ao republicanismo democrático, passando a ser frequentador assíduo das tertúlias filosóficas e políticas, onde se destacava pela sua verve e capacidade argumentativa.
Esta adesão ao ideário republicano, então considerado subversivo, levou a que o pai, monárquico conservador com laivos miguelistas, cortasse relações com o filho, proibindo-lhe o regresso a casa. Nessas circunstâncias foi obrigado a trabalhar para sustentar os seus estudos, e os do irmão, igualmente proscrito pelo pai por adesão a ideologias subversivas. Leccionava inglês como professor particular, aproveitando os bons conhecimentos daquela língua que adquirira na Horta com a preceptora americana contratada pela sua família.[2]O seu irmão escrevia em diversos jornais de Coimbra e de Lisboa, vindo a revelar-se um polígrafo de mérito.

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

Formou-se no ano de 1865 e no ano seguinte abriu um escritório de advogado em Lisboa, cidade onde se fixou. Tentou então ingressar na docência do ensino superior e nesse ano de 1866 concorreu, sem êxito, a um lugar de professor da 10.ª cadeira da Escola Politécnica de Lisboa. Não tendo conseguido ingressar na docência, rapidamente se notabilizou como advogado, ganhando uma carteira de clientes que lhe permitia segurança financeira e os meios para ajudar o irmão a terminar os seus estudos.
Também se revelou, desde os seus tempos de Coimbra, cultor da poesia e da literatura, tendo mantido até ao fim da sua vida uma actividade literária e interesses culturais que o integram claramente na Geração de 70.
Manuel de Arriaga e a sua esposa, Lucrécia Brito Furtado de Melo.
Já advogado de renome em Lisboa, em 18 de maio de 1871 foi um dos doze signatários do programa das conferências democráticas do casino Lisbonense.[4] Tornou-se num membro destacado da geração doutrinária do republicanismo português, afirmando-se como um dos seus principais ideólogos. Afirmava-se partidário entusiasta da democracia, tendo sempre militado no republicanismo unitário e democrático, rejeitando o anticlericalismo e o jacobinismo que marcavam a corrente dominante do republicanismo português daquela época.
Casou em Valença com Lucrécia Augusta Brito de Berredo Furtado de Melo, filha do general Roque Francisco Furtado de Melo, natural da ilha do Pico, que fora comandante da sub-divisão militar da Horta e governador do Castelo de São João Baptista do Monte Brasil em Angra do Heroísmo.[5] Deste casamento nasceram quatro filhas e dois filhos.
Em 26 de agosto de 1876 foi nomeado vogal da Comissão para a Reforma da Instrução Secundária, sendo este o primeiro cargo público que exerceu.
Em 1878 concorreu para o lugar de professor de História Universal e Pátria do Curso Superior de Letras, mas voltou a ser preterido, apesar do brilhantismo da dissertação que apresentou a concurso. Apesar de ser considerado um gentleman e de vestir à melhor moda da aristocracia do tempo, a sua fama de revolucionário não deixou certamente de influir sobre o júri. Acabaria por conseguir um lugar de professor de inglês do Liceu de Lisboa, cargo que manteria por largos anos.[3]
Nesse mesmo ano de 1878, concorreu pela primeira vez a um lugar de deputado nas Cortes, integrando a lista republicana candidata a um dos círculo eleitorais da cidade de Lisboa (o círculo n.º 96). Apesar da forte campanha que conduziu, foi largamente derrotado, obtendo apenas 456 votos, contra os 1086 sufrágios do vencedor.[3]
Em 1881 faleceu o seu pai, herdando os bens familiares no Faial e no Pico, já que o seu irmão mais velho, Sebastião de Arriaga, falecera precocemente em 1875. Nesse mesmo ano empenhou-se novamente na campanha republicana para as eleições gerais de 21 de Agosto (24.ª legislatura), sendo novamente candidato por um dos círculos de Lisboa, no qual voltou a ser derrotado.
Manuel de Arriaga em 1882, por volta da altura em que foi eleito deputado republicano

Deputado republicano[editar | editar código-fonte]

Em 26 de novembro de 1882, numas eleições suplementares, foi finalmente eleito deputado republicano pelo círculo da Madeira. Esta vitória eleitoral deveu-se a um conjunto de circunstâncias que beneficiaram a sua candidatura: apresentara-se a convite de uma comissão de comerciantes e industriais funchalenses, desiludidos com os partidos do rotativismo, beneficiando da ausência de um candidato do Partido Regenerador. Ainda assim, teve de se submeter a segunda volta, pois quase empatara contra Anselmo José Braamcamp, o líder do Partido Progressista, mas com a desistência deste venceu folgadamente com 2650 votos, 60,9% do total dos votos expressos.[3] Foi proclamado deputado a 8 de Janeiro de 1883, prestando juramento dois dias depois. Foi o segundo republicano a tomar assento no parlamento português, juntando-se no parlamento a José Elias Garcia, que ali tinha assento desde 1881.
Manuel de Arriaga iniciou o seu percurso parlamentar apresentando de imediato uma proposta que visava eliminar o juramento de fidelidade ao rei e à Carta Constitucional a que estavam obrigados os parlamentares, proposta que obviamente foi de imediato rejeitada. Apresentou durante o ano de 1883 diversas propostas legislativas, todas sem sucesso. Até ao termo da legislatura, que terminou com a 3.ª sessão legislativa a 17 de Maio de 1884, limitou-se a renovar, em conjunto com Elias Garcia, uma iniciativa legislativa. Durante estes dois anos no Parlamento renunciou ao seu vencimento como professor liceal, recebendo apenas o subsídio parlamentar a que tinham direito os deputados. Terminado o mandato, não foi reeleito.
Na sua acção como deputado, e mesmo não conseguindo fazer parte de qualquer comissão parlamentar, distinguiu-se pela pertinência das suas intervenções e posições e pela fineza do seu trato. Demonstrando elevados dotes intelectuais e uma cultura superior, aliava a uma oratória brilhante uma grande combatividade política e um elevado rigor ético.
Caricatura de Manuel de Arriaga com a toga de doutor em Direito por Rafael Bordalo Pinheiro. Em legenda, «LA MÈRE EN PERMETTRA LA REPUBLIQUE À SA FILLE».
No Partido Republicano Português, o prestígio que conquistara nas Cortes e a sua capacidade intelectual guindaram-no para uma posição preponderante, que manteve entre 1883 e 1892. Revelando-se um orador distinto e tendo dado um forte contributo para a estruturação do partido, foi autor de algumas das suas normas estatutárias e doutrinárias. A partir de 31 de Dezembro de 1891 integrou, com Jacinto NunesAzevedo e SilvaBernardino PinheiroTeófilo Braga e Francisco Homem Cristo, o directório do partidário durante o período da sua estruturação.
Foi também vereador republicano da Câmara Municipal de Lisboa.
Nas eleições gerais de 20 de Outubro de 1889 voltou a candidatar-se a deputado, desta feita pelo círculo da sua cidade natal, a Horta. Apesar das ligações familiares, o meio conservador das ilhas não lhe era favorável, pelo que ficou em quarto lugar, num círculo que elegia três deputados.
No ano seguinte, depois de cinco anos fora do Parlamento, a reacção popular ao ultimato britânico de 1890, que levara à dissolução do recém-eleito parlamento, veio abrir uma nova oportunidade para os republicanos. Manuel de Arriaga voltou à ribalta política nacional ao liderar a manifestação organizada a 11 de Fevereiro de 1890 em repúdio ao ultimato britânico e à cedência do governo português. Foi preso durante o evento e conduzido a bordo de um navio de guerra, onde ficou retido até ser libertado por uma amnistia régia.
Aproveitado a indignação popular contra o rei e os partidos do rotativismo, nas eleições gerais realizadas a 30 de Março de 1890 (28.ª legislatura) concorreu novamente pelo círculo de Lisboa, sendo eleito folgadamente, em conjunto com outros dois republicanos (Elias Garcia e Latino Coelho). Foi proclamado deputado a 30 de Abril de 1890, prestando juramento, novamente sob protesto, a 3 de Maio. Nesta segunda passagem pelo Parlamento, com um grupo republicano substancialmente alargado, tendo passado dos dois de 1883 para seis, teve um papel bastante mais interventivo, recusando novamente a acumulação de vencimentos. Apesar de não fazer parte de qualquer comissão parlamentar, começou por reapresentar a sua proposta de eliminação da obrigatoriedade de juramento, proposta obviamente rejeitada, passando depois a utilizar as Cortes como uma plataforma privilegiada para a sua actividade político-partidária. Considerando-se eleito pelo voto popular, passou a defender acerrimamente a teoria da soberania popular, recusando qualquer solução política que não resultasse directamente da vontade dos cidadãos. A defesa da liberdade de consciência, de expressão, de reunião e de associação esteve sempre entre os tópicos da sua acção parlamentar.
Manuel de Arriaga discursando num comício republicano
Outra temática constante da sua acção parlamentar foi a defesa dos interesses do povo, por ele entendido como todos os cidadão. Nessa defesa dava grande importância à dignificação das classes menos favorecidas, tendo sido notável o empenho que colocou em 1883 na defesa dos camponeses e operários da Madeira, o círculo que o elegera, então a braços com uma profunda crise frumentária que condenava muitos deles à fome.
Foi um dos principais autores do programa do PRP apresentado ao público no dia 11 de Fevereiro de 1891. A partir daí participou frequentemente nos comícios de propaganda republicana, onde a sua capacidade oratória e a sua retórica rica e inflamada era muito apreciada pelas camadas populares. Aliás essa sua presença em comícios já vinha desde longe, já que em 1883 já participara num comício dissolvido pela força, razão que o levara depois a protestar veementemente nas Cortes.
Apesar da forte actividade e da pertinência das suas intervenções parlamentares, desencantou-se com a actividade parlamentar, declarando, no termo do mandato que não voltaria às Cortes enquanto novas leis ou melhores condições não investissem os representante do povo de melhores garantias.[3] Desencantado com a política, dedicou-se gradualmente às suas obras literárias, com forte pendor filosófico, publicando, entre 1899 e 1907, dois livros de poesia e um de prosa.

Implantação da República[editar | editar código-fonte]

Após a implantação da República Portuguesa, a 17 de Outubro de 1910 foi nomeado reitor da Universidade de Coimbra, tendo como vice-reitor Sidónio Pais, outro vulto do republicanismo português. A nomeação foi feita por António José de Almeida, que perante a necessidade de restabelecer a ordem_presidente na Universidade, onde estudantes republicanos entraram nas instalações do Senado e praticaram actos de vandalismo, o convidou para reitor e lhe foi dar posse a 17 de Outubro de 1910, em cerimónia sem aparato académico, mas que bastou para serenar os ânimos estudantis.[6] Pouco depois, a 17 de Novembro de 1910, foi nomeado Procurador-Geral da República.
A 28 de Abril de 1911 foi eleito novamente deputado constituinte pelo círculo da Madeira. Na Assembleia Nacional Constituinte revelou-se um orador notável, tendo muitos dos seus discursos dado um impulso não negligenciável à causa republicana. Não partilhava, porém, o anticlericalismo próprio dos primeiros republicanos portugueses.

Presidente da República[editar | editar código-fonte]

Cartaz comemorativo da eleição de Manuel de Arriaga.
Wikisource
Perante um Partido Republicano Português dividido em facções crescentemente radicalizadas, a 24 de Agosto de 1911 foi eleito Presidente da República Portuguesa, por proposta de António José de Almeida. Sem o apoio da facção dos democráticos de Afonso Costa, recolheu 121 votos em 217, tendo como apoiantes toda a ala moderada do republicanismo português. Com 71 anos de idade, foi o primeiro Chefe do Estado eleito do novo regime.
O seu mandato foi atribulado devido a incursões monárquicas movidas por Paiva Couceiro e à crescente instabilidade política resultante da desagregação do PRP. Nesse ambiente, tentou, sem êxito, reunificar o partido que, entretanto, se desmembrava em diferentes facções.
Adversário da hegemonia afonsista da ala radical do PRP, após o Movimento das Espadas, em Janeiro de 1915 Manuel de Arriaga convidou o general Pimenta de Castro a formar governo, dando origem à instauração de uma ditadura, com dissolução inconstitucional do Congresso da República. A decisão deu origem ao descontentamento generalizado dos republicanos, com os parlamentares, reunidos secretamente a 4 de Maio, no Palácio da Mitra, a declararem Manuel de Arriaga e Pimenta de Castro fora da lei e os seus actos nulos. Esta declaração levou a uma revolta, a Revolta de 14 de Maio de 1915.
Desencadeada pelos republicanos democráticos, com ao apoio da Marinha, aquela revolta provocou cerca de 200 mortos e derrubou o governo do general Pimenta de Castro. Perante a formação de uma junta militar que reclamava a reposição da ordem_presidente constitucional, o bondoso e pacifista Manuel de Arriaga deixou o cargo a 26 de Maio, abandonando em definitivo a vida política, acusado de trair os ideais republicanos democráticos que defendera toda a sua vida. Foi então substituído na Presidência da República por outro açoriano, o professor Teófilo Braga.
Se não há dúvida que Manuel de Arriaga foi uma das figuras mais prestigiadas do republicanismo na oposição à Monarquia Constitucional Portuguesa, menos consensual foi a sua acção política como Presidente da República, especialmente nos últimos meses do mandato. Embora amargurado e sentindo-se incompreendido e injustiçado pelos vitupérios de que era vítima por parte dos seus próprios correlegionários republicanos, publicou, em 1916, um livro intitulado Na Primeira Presidência da República Portuguesa, um verdadeiro testamento da sua acção política.
Funeral de Manuel de Arriaga, saindo da sua residência na rua de São Francisco de Paula (hoje, Rua Presidente Arriaga).

Morte[editar | editar código-fonte]

Morreu em Lisboa a 5 de Março de 1917, dois anos depois de ter abandonado a Presidência da República. Foi sepultado em jazigo de família no Cemitério dos Prazeres. Em cumprimento da decisão votada por unanimidade pela Assembleia da República, constante da Resolução da Assembleia da República n.º 49/2003, de 4 de Junho, foi trasladado para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia.[7] A cerimónia solene de trasladação ocorreu a 16 de Setembro de 2004, com a presença do Presidente da República, do Primeiro Ministro e das mais altas individualidades do Estado Português.[8]
Manuel de Arriaga é patrono da Escola Secundária Manuel de Arriaga, na cidade da Horta, e é recordado em centenas de nomes de ruas e praças. A 19 de Novembro de 2011 foi inaugurada a Casa/Museu Manuel de Arriaga na cidade da Horta, Faial, onde se poderá encontrar a sua história de vida como político, alguns artigos pessoais bem como os seus ideais e valores republicanos. Será provavelmente o nome mais recordado na toponímia portuguesa. Conhece-se colaboração da sua autoria nas revistas A Arte Musical [9] (1898-1915) e Brasil-Portugal [10] (1899-1914).

Referências

  1. Ir para cima Publicação oficial da tomada de demissão e substituição.
  2. ↑ Ir para:a b José Luís Brandão da Luz, "Harmonias Sociais de Manuel de Arriaga : Obra de uma vida". Prefácio à reimpressão da obra Harmonias Sociais de Manuel de Arriaga, pp. 1-19. Horta : Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, 2010 (ISBN 978-972-99153-5-2).
  3. ↑ Ir para:a b c d e Maria Filomena Mónica, Dicionário Biográfico Parlamentar (18134-1910), volume III, pp. 749-753. Lisboa: Assembleia da República, 2006 (ISBN 972-671-167-3).
  4. Ir para cima Foram eles doze jovens intelectuais: Manuel de Arriaga, Adolfo CoelhoAntero de QuentalAugusto SoromenhoAugusto FuschiniEça de QueirósGermano Vieira de MeirelesGuilherme de AzevedoJaime Batalha ReisOliveira MartinsSalomão Saragga e Teófilo Braga
  5. Ir para cima «Nota biográfica do general Furtado de Melo na Enciclopédia Açoriana»Governo Regional dos Açores
  6. Ir para cima Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, volume XII, p.320
  7. Ir para cima Em Novembro de 2001, numa cerimónia de homenagem ao poeta Pedro da Silveira na Casa dos Açores, em Lisboa, o Presidente do Governo dos Açores, Carlos César, referindo-se ao Doutor Manuel de Arriaga, afirmou que pesa ainda a injustiça de não estar sepultado ao lado de outros no Panteão Nacional, ideia para a qual a nossa Casa dos Açores em Lisboa poderia iniciar o movimento para a sua concretização. Com a colaboração dos deputados açorianos, da Câmara Municipal da Horta e da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta, foi apresentada a respectiva proposta, aprovada por unanimidade.
  8. Ir para cima «Honras de Panteão para Manuel de Arriaga»Assembleia da República. Ps.parlamento.pt
  9. Ir para cima Rita Correia (6 de novembro de 2017). «Ficha histórica:A Arte Musical (1898-1915)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de dezembro de 2017.
  10. Ir para cima Rita Correia (29 de abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014.

Recolha através da WIKIPÉDIA   



   ANTÓNIO FONSECA

ALERGIA - (DIA MUNDIAL...) - 8 DE JULHO DE 2018

Alergia

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Alergia
Urticária resultado de uma alergia
EspecialidadeAlergologia e imunologia
SintomasOlhos vermelhos, irritação pruriginosa da pele, muco nasalfalta de arinchaçoespirros[1]
TiposRinite alérgicaalergias alimentaresdermatite atópicaasmaanafilaxia[2]
CausasFatores genéticos e ambientais[3]
Método de diagnósticoBaseado nos sintomas, testes cutâneo-alérgicos[4]
Condições semelhantesIntolerâncias alimentaresintoxicação alimentar[5]
PrevençãoExposição precoce a potenciais alergénios[6]
TratamentoEvitar a exposição a alergénios conhecidos, medicação, hipossensibilização[7]
MedicaçãoCorticosteroidesanti-histamínicosepinefrina[8][7]
FrequênciaComum[9]
Classificação e recursos externos
CID-10T78.4
CID-9995.3
DiseasesDB33481
MedlinePlus000812
eMedicinemed/1101
MeSHD006967
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Alergias são um conjunto de condições médicas causadas pela hipersensibilidade do sistema imunitário a substâncias que geralmente causam pouco ou nenhum problema na maioria das pessoas.[10] Estas doenças incluem rinite alérgicaalergias alimentaresdermatite atópicaasma alérgica e anafilaxia.[11] Os sintomas mais comuns são olhos vermelhos, manchas que provocam comichão, fluxo nasal abundantefalta de ar ou inchaço.[12] As intolerâncias e intoxicações alimentares são condições distintas.[13][4]
Entre os alergénios mais comuns estão o pólen e determinados alimentos, embora os metais e outro tipo de substâncias também possam causar alergias. As causas das reações alérgicas mais graves incluem alguns alimentos, picadas de insetos e determinados medicamentos. O desenvolvimento de doenças alérgicas tem origem em fatores genéticos e ambientais.[3] O mecanismo subjacente envolve a ligação dos anticorpos de imunoglobulina E a um alergénio, os quais se ligam depois a um recetor nos mastócitos ou basófilos, onde acionam a libertação de químicos inflamatórios como a histamina.[14] O diagnóstico tem por base o historial clínico da pessoa. Em alguns casos, pode ser útil a realização de exames cutâneos ou análises ao sangue.[4] No entanto, os resultados positivos nem sempre significam que exista uma alergia significativa à substância em causa.[15]
A exposição a potenciais alergénios no início de vida pode oferecer alguma proteção.[6] Os tratamentos para as alergias incluem evitar a exposição aos alergénios conhecidos e o uso de medicamentos como esteroides e anti-histamínicos.[7] Nas reações mais graves é recomendada a injeção de adrenalina (epinefrina).[8] A imunoterapia com alergénios, que gradualmente expõe a pessoa a quantidades cada vez maiores de alergénios, pode ter utilidade para alguns tipos de alergias, como a rinite alérgica e as reações a picadas de insetos, embora a sua eficácia em alergias alimentares não seja ainda clara.[7]
As alergias são doenças comuns.[16] Nos países desenvolvidos, cerca de 20% das pessoas são afetadas por rinite alérgica,[17] cerca de 6% têm pelo menos uma alergia alimentar,[4][6] e cerca de 20% manifestam dermatite atópica pelo menos uma vez na vida.[18] Dependendo do país, entre 1 e 18% da população tem asma[19][20] e entre 0,05 e 2% tem anafilaxia.[21] A prevalência de muitas doenças alérgicas aparenta estar a aumentar.[8][22]O termo "alergia" foi usado pela primeira vez por Clemens von Pirquet em 1906.[3]

Classificação[editar | editar código-fonte]

O esquema adiante resume a classificação dos diversos tipos de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade imediatas incluem a anafilaxia, as reações citotóxicas e as reações devidas a determinados tipos de complexos antígeno-anticorpo em consequência qual produzem-se alterações nos tecidos. Note-se que, enquanto na anafilaxia o anticorpo está associado às células provando respostas dessas ao reagirem com o antígeno, nas reações citotóxicas, o antígeno é que se encontra associado às células. Nas reações devidas a complexos antígeno-anticorpo, nem o antígeno o anticorpo se encontram previamente associados às células, ocorrendo a reação após combinação do antígeno com o anticorpo livre. Além disso, enquanto as duas reações dependem da reação de complemento, as reações anafiláticas acontecem sem a participação desse sistema. Existem evidências demostrando que, em quase todas as reações, a resposta do organismo é divida à ação de substâncias formadas ou liberadas do tecido pela reação do antígeno-anticorpo. Essas substâncias, que usualmente possuem intensa atividade farmacológica, são denominadas mediadores farmacológicos químicos ou simplesmente mediadores.
Ver artigo principal: Inflamação
Reações de Hipersensibilidade
Mediadas por anticorpos
Mediadas por Linfócitos T
anafilaxia
Reações por complexos imunes
Devidas as infecções bacterianas, vírus e parasitos.
Devido a proteína purificada
Devido a substância química simples(dermatite de contato)
  • Alergia alimentar: Reação alérgica após a ingestão de alimentos. Os principais sintomas são: inchaço nos olhos, coceira na língua ou na garganta, grosseirão na pele. A reação alérgica ao leite, ovo, soja e trigo geralmente ocorre na infância. Já a alergia a frutos do mar, amendoim e castanha pode começar na adolescência e na idade adulta.[23]

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

O alérgico pode apresentar um ou vários dos sinais abaixo, conforme a patologia.
  • Lesões descamativas, principalmente em locais de dobras do corpo (anterior do cotovelo, posterior do joelho e pescoço) e couro cabeludo.

Alimentos, ferroadas de himenópteros, medicamentos e látex.

Dermatite de Contato níquel, cobalto, cosméticos e outros.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

O diagnóstico de alergia é um diagnóstico eminentemente clínico, que pode ser auxiliado pelos testes cutâneo-alérgicos e por exames laboratoriais. Os testes cutâneo-alérgicos são rápidos e práticos e podem ser feitos no próprio consultório do médico especialista em Alergia e Imunologia e geralmente são suficientes para confirmar o diagnóstico. Quando por qualquer razão, não trouxerem as informações necessárias, o especialista pode solicitar exames laboratoriais complementares.[24] As análises de alergia no sangue podem ajudar a confirmar/excluir alergia e, consequentemente, reduzir reações adversas limitando a evicção e medicação desnecessárias.[25][26] Um diagnóstico correto, com aconselhamento e medidas de evicção baseados em resultados válidos de testes de alergia, ajudarão a reduzir a incidência de sintomas bem como a medicação e a melhorar a qualidade de vida.[27] O profissional de saúde pode utilizar os resultados dos testes para identificar alergénios específicos, que possam contribuir para os sintomas. Com esta informação, juntamente com a história clínica e o exame físico, o médico pode diagnosticar a causa dos sintomas e definir o tratamento que ajudará o doente a sentir-se melhor. Um resultado negativo pode ajudar o médico a excluir determinadas alergias, de modo a explorar outras possibilidades. Excluir alergias é tão importante como confirmá-las, de modo a reduzir a evicção e preocupação desnecessárias bem como o impacto social negativo[28]
Em geral, todas as crianças com “sintomas alérgicos” persistentes/recidivantes/graves, ou indivíduos com necessidade de tratamento contínuo, devem realizar análises de alergia no sangue, independentemente da idade da criança.[29] Os sinais e sintomas podem incluir manifestações relacionadas com:
  • a pele (ex. eczema, prurido, eritema, urticária aguda ou angioedema)
  • o trato gastrointestinal (ex. inchaço dos lábios/língua, náuseas, cólicas abdominais, diarreia, vómitos)
  • o trato respiratório (ex. prurido nasal, espirros, nariz entupido, tosse, compressão torácica, sibilância, falta de ar)
  • sinais ou sintomas de anafilaxia ou outras reações alérgicas sistémicas
As diretivas emitidas pelo National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE), em fevereiro de 2011, oferecem aconselhamento de boas práticas no tratamento de crianças e adolescentes até aos 19 anos de idade, com suspeita de alergias alimentares. As diretivas NICE estabelecem que todas as crianças e adolescentes com suspeita de alergia alimentar IgE mediada devem realizar uma análise de alergia no sangue, bem como o doseamento de anticorpos IgE específicos.[30]
As diretivas NIH para diagnóstico e abordagem da alergia alimentar e da asma, recomendam as análises de alergia no sangue ou testes cutâneos para determinar com segurança a sensibilização alérgica[31][32] (1, 5). Ambos os testes são muito precisos e têm valor de diagnóstico similar, em termos de sensibilidade e especificidade.[33][34] Os avanços e aperfeiçoamentos da tecnologia nas análises de alergia no sangue melhoraram a sensibilidade e a exatidão do teste, ao ponto de as análises de alergia no sangue e os testes cutâneos serem considerados intermutáveis.[35]
Para uma análise de alergia no sangue, uma amostra do sangue do doente é levada para o laboratório. O médico examina os resultados do teste para determinar se o doente é alérgico.
Os testes cutâneos envolvem a introdução de uma pequena quantidade de um extracto de alergénio padronizado na camada superior da pele, habitualmente no antebraço. A resultante libertação de mediadores provoca uma pápula característica e uma reação cutânea no doente sensibilizado. O tamanho da pápula é avaliado pelo médico para determinar se o doente é alérgico ou não.
Segundo as Diretivas NICE e os dados de economia na área da saúde os testes cutâneos e as análises ao sangue (doseamento dos anticorpos IgE) são igualmente económicos em termos de custo-benefício face à não realização dos mesmos.[36] Para além disso, diagnósticos mais precoces e precisos poupam custos, ao reduzirem as consultas de clínica geral, o encaminhamento a cuidados secundários, erros de diagnóstico e hospitalizações de urgência.[37]
Uma análise de alergia no sangue é rápida e simples e pode ser solicitada por um profissional de saúde habilitado, por ex. um alergologista, clínico geral ou pediatra. Ao contrário dos tradicionais testes cutâneos, a análise pode ser realizada independentemente da idade, condição de pele, medicação, sintomas, doenças ou gravidez. Adultos e crianças de qualquer idade podem realizar uma análise de alergias no sangue. Em bebés e crianças muito pequenas, uma única picada para uma análise ao sangue é muito menos cruel do que vários testes cutâneos.
Uma análise de alergia no sangue está disponível na maioria dos laboratórios. Uma amostra de sangue do doente é levada para o laboratório para análise e os resultados são dados poucos dias depois. É possível detetar múltiplos alergénios com uma única amostra de sangue. O profissional de saúde aprova os resultados e, juntamente com os sintomas e a história clínica do doente, determina se o doente é alérgico ou não.
As Diretivas NIH estabelecem que: “os testes de quantificação de IgE específica são úteis para identificar alimentos potencialmente causadores de reações alérgicas alimentares IgE mediadas, e os valores de normalidade específicos, definidos como valores preditivos de 95%, são possivelmente mais preditivos que os testes cutâneos com reatividade clínica, em determinadas populações”. Estabelecem ainda que “as análises de IgE específica são muito úteis para detetar a presença de anticorpos IgE específicos, indicando a existência de sensibilização alérgica. Os ensaios com anticorpos marcados por fluorescência possuem sensibilidade comparável aos testes cutâneos, e os níveis absolutos de anticorpos IgE específicos podem estar diretamente relacionados com a verosimilhança da reatividade clínica, comparativamente a testes de provocação oral para identificação de alimentos causadores de alergias alimentares IgE mediadas”.[38]
As análises de alergia no sangue (como ImmunoCAP) realizam-se sem alterações ao procedimento e a padronização de resultados é excelente.[39] Por outro lado, os reagentes e métodos para realização dos testes cutâneos não estão padronizados.[40][41] Em “Evidence-based Allergy Diagnostic Tests”, Portnoy afirma:
“Embora os testes cutâneos de alergia sejam sensíveis e específicos, são também altamente variáveis. Os resultados dos testes cutâneos num individuo podem diferir consoante a pessoa que o executa, e tendem a variar consoante a altura do dia e a estação do ano, localização do teste no corpo do doente, instrumento utilizado, fonte do extrato e concentração do mesmo. Infelizmente, há muita tradição em torno dos procedimentos para realização e interpretação dos testes cutâneos. Por exemplo, as técnicas podem divergir dependendo do local de formação do clínico e de quem o formou, pois alguns locais realizam apenas testes cutâneos, outros só realizam testes intradérmicos, e outros ainda realizam ambos os testes”.[42]   continua.................

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ANTÓNIO FONSECA

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