O afastamento da seleção portuguesa e campeã europeia do Mundial de futebol, há uma semana, correu o mundo no dia seguinte e depressa foi esquecida, mas a sua estrela maior Cristiano Ronaldo não mais largou desde então as manchetes, dia após dia. Tudo a reboque de uma sensacional transferência do Real Madrid para a Juventus, que hoje mesmo – dia 7 do mês sete – deve ser oficializada por CR7 e pelo clube de Turim, realidade que o jogador já tinha pré-anunciado a 26 de maio logo após a final da Liga dos Campeões: “Foi muito bonito estar no Real Madrid”, deixou escapar.
Depois do Sporting, do Manchester United e do Real Madrid, Ronaldo prepara-se para aquela que deverá ser a última paragem de uma bonita e proveitosa carreira. A Velha Senhora de Turim viu nele e na sua ambição desmedida por vitórias e títulos o empurrão que lhe falta para poder chegar, finalmente, à sua terceira Liga dos Campeões – que lhe tem escapado nos anos mais recentes.
Confiante no sucesso, a Juve não parece preocupada com os 33 anos já completados por Cristiano Ronaldo em fevereiro. Os quatro anos de contrato propostos de que se fala (a troco de 30 milhões de euros anuais limpos) são disso o melhor exemplo. A verdade é que o jogador já não vai para jovem e a gestão da sua carreira futura, à imagem do que Zidane fez este ano em Madrid, poupando-o em várias partidas, devem ser analisadas.
E na selecção nacional? Que papel estará destinado ao capitão da equipa nos dois anos que aí vêm, onde em tempo de renovação será preciso garantir, primeiro o apuramento para o Europeu 2020, e logo depois a defesa do título conquistado em França? Cristiano ainda nada esclareceu sobre a sua permanência, embora Fernando Santos conte com a sua ajuda para o ajudar a integrar os mais novos.
É por estas duas análises que iniciamos a nossa habitual escolha de alguns dos textos publicados esta semana no Expresso Diário.
Jovem de Espírito procura Velha Senhora para Relação Séria
O escritor Bruno Vieira Amaral explica por que razão Ronaldo está a caminho de Turim. Deixo-lhe este parágrafo da sua crónica: “Nove anos que passaram num instante. O casamento entre o maior (atenção, o maior) jogador do mundo e maior clube do mundo foi longo e proveitoso, sem dúvida, mas, desenganem-se os românticos, nunca foi uma história de amor. Casaram-se de branco e de branco hão de separar-se. Porém, nesta história que não é de amor, é inútil procurar virgens ou anjinhos. Não os há. Aqui é business, puro e duro.”
Porque é que Bernardo Silva deve ser o nosso novo Ronaldo
O Mundial de futebol na Rússia acabou para Portugal, cedo demais, mas o futuro começa agora. Tiago Teixeira, analista de futebol, explica de que maneira com a ajuda de uma metáfora: idealiza Fernando Santos a jogar Tetris, com as peças a caírem uma a uma, lentamente, mas com o selecionador a revelar muita dificuldade em perceber onde encaixá-las melhor.
“Quando o rei ia para Évora, ia toda a gente para Évora. Com Aga Khan vai ser igual”
É uma mistura de rei, Papa e Deus vivo e move multidões, como ficará claro nos próximos dias com a chegada de milhares de fiéis a Portugal para assistirem às comemorações dos 60 anos de Aga Khan enquanto líder dos muçulmanos ismailitas. Há quem ache que continuará a mover, depois de instalar a sede global da sua comunidade em Lisboa, à maneira dos reis antigos. Um ismaelita que veio de Londres de propósito para as celebrações avisa: “A nossa integração aqui foi bem-sucedida, mas que isso não se confunda com ausência de racismo e islamofobia em Portugal”.
Foi explorar “uma gruta muito difícil na Arrábida” e não voltou: há 30 anos que ninguém sabe de Tiago
Não se sabe ao certo o que aconteceu. Dizem que Tiago desapareceu nas grutas da Arrábida, em Setúbal. Mas outras hipóteses foram ponderadas – rapto ou acidente – e depois excluídas. Ao contrário das crianças que continuam retidas numa caverna na Tailândia, Tiago nunca foi encontrado. Trinta anos depois, permanece o mistério do que lhe terá acontecido.
O “rei” da Baviera que sequestrou a Alemanha
Quem é o homem que conseguiu pôr fim à era Merkel? Até à passada segunda-feira, a chanceler dominou na Alemanha e na Europa e foi mediadora de crises internacionais. Desde que cedeu ao seu ministro do Interior no aumento das deportações e na devolução à procedência dos candidatos a asilo antes registados noutro Estado-membro, Angela Merkel dificilmente se livrará das exigências de Horst Seehofer.
Hospitais apontam perda de €55 milhões/ano em medicamentos por atrasos do Estado
Os hospitais públicos deviam mais de 890 milhões de euros às farmacêuticas em maio deste ano, dos quais 633 milhões eram dívida vencida. O prazo médio de pagamentos é de 325 dias e os atrasos podem estar a custar ao Estado cerca de 55 milhões adicionais. O facto de o Estado ser mau pagador custa muito dinheiro, já que “os laboratórios impactam nos preços [dos medicamentos] os custos financeiros que têm de suportar com o recurso à banca para fazerem face aos atrasos [dos hospitais] nos pagamentos”, diz o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
Quero ver Portugal na CEE?
A 1 de janeiro de 1986 Portugal entrava na então denominada Comunidade Económica Europeia, com a promessa de aproximação aos países europeus. Passados 32 anos, será que a promessa se cumpriu? Jornalismo de dados em dois minutos e 59 segundos. Para explicar o mundo.
México guina à esquerda. Será o novo Presidente assim tão diferente de Donald Trump?
À terceira foi de vez e de uma forma avassaladora. López Obrador é o novo Presidente do México, depois de conseguir mais de 53% dos votos, deixando o tradicional partido de poder em terceiro lugar – o PRI afundou-se por causa da corrupção, a mesma que Obrador apelida de “máfia do poder” e que promete erradicar. O perfil de um homem que não será Chávez e que até pode entender-se com Donald Trump.
Boas leituras e bom resto de fim de semana.