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Desde menino Leite de Vasconcelos era atento ao ambiente em que vivia e anotava em pequenos cadernos tudo que lhe chamava a atenção. Aos dezoito anos foi para o
Portocontinuar seus estudos, licenciado-se em Ciências Naturais (
1881) e, em
1886, em Medicina, na
Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Todavia só exerceu o novo ofício por um ano, em
1887, no
Cadaval,
distrito de Lisboa.
A sua tese de licenciatura, "A evolução da linguagem: ensaio antropológico" (1886), já demonstrava seu grande interesse pelas letras, que por fim viriam a ocupar toda sua longa vida. As ciências exactas deixaram-lhe o estilo investigativo rigoroso e exaustivo, seja na filologia, seja na
arqueologia ou na etnografia, disciplinas em que mais tarde tornar-se-ia uma referência.
Fundou a
Revista Lusitana em
1889, o
Arqueólogo Português em
1895 e o Museu Etnológico de Belém em
1893. Foi um dos criadores da revista
O Pantheon [1] (1880-1881) e teve diversas colaborações em publicações periódicas, nomeadamente:
A Mulher [2] (1879),
Era Nova [3] (1880-1881),
Revista de Estudos Livres [4] (1883-1886),
A Imprensa [5] (1885-1891),
Branco e Negro [6] (1896-1898),
Atlântida[7](1915-1920),
Lusitânia [8] (1924-1927),
Ilustração [9] (1926-),
Feira da Ladra [10] (1929-1943) e no
Boletim cultural e estatístico[11](1937). Doutorou-se na
Universidade de Paris, com
Esquisse d'une dialectologie portugaise (
1901), o primeiro importante compêndio da
diatopia do português (depois continuado e melhorado por
Manuel de Paiva Boléo e
Luís Lindley Cintra). Foi também pioneiro no estudo da
onomástica portuguesa com a obra
Antroponímia Portuguesa.
Faleceu aos 82 anos, deixando em testamento ao
Museu Nacional de Arqueologia parte do seu espólio científico e literário, incluindo uma biblioteca com cerca de oito mil títulos, para além de manuscritos, correspondência, gravuras e fotografias.
- Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (22 de Outubro de 1930) [12]
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (12 Abril de 1937) [12]
- Toponímia: existem várias ruas que ostentam o nome de Leite Vasconcelos como na freguesia de São Vicente de Fora ou na vila do Cadaval, no distrito de Lisboa, Amora (Seixal) no distrito de Setúbal, São Brás de Alportel ou Cabanas de Tavira no distrito de Faro, Ovar no distrito de Aveiro, Trofa no distrito do Porto, etc., e no Brasil, há uma Rua Leite de Vasconcelos em São Gonçalo, Rio de Janeiro.
- Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa existe uma sala com o seu nome, que fica situada em frente ao Departamento de linguística geral e românica.
A lista de obras de Leite de Vasconcelos é bastante extensa, citando-se em seguida alguns dos seus trabalhos:
- O Dialecto Mirandez (1882)
- Revista Lusitana (primeira série: 1887-1943; 39 volumes)
- Religiões da Lusitânia (1897-1913; em três volumes)
- Estudos de Filologia Mirandesa (1900 e 1901; dois volumes)
- Textos Archaicos (antologia, 1903)
- Livro de Esopo (1906)
- O Doutor Storck e a litteratura portuguesa (1910)
- Lições de Philologia Portuguesa (1911)
- Antroponímia Portuguesa (1928)
- Signum Salomonis, A figa e A barba em Portugal (1918)-(1925)
- Opúsculos (1928-1938 e 1985, póstumo, sete volumes) Disponíveis em instituto-camoes.pt em formato PDF
- Etnologia Portuguesa (1933-????, em oito volumes)
- Filologia Barranquenha - apontamentos para o seu estudo (1940, ed. 1955)
- Romanceiro Português (ed. 1958, em dois volumes)
- Contos Populares e Lendas (ed. 1964, em dois volumes)
- Teatro Popular Português (1974-1979)
Referências