quarta-feira, 20 de junho de 2018

OBSERVADOR

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia... 

... os EUA abandonaram mesmo o Conselho de Direitos Humanos da ONUA embaixadora norte-americana justificou-se com a falta de preocupação com a situação de Israel e com a presença de países com graves problemas humanitários, mas ignorou a grave crise de refugiados que se vive nas suas próprias fronteiras.

A separação de crianças das suas famílias devido à política migratória de "tolerância zero" decretada por Trump continuam a chocar o mundoOs vídeos e as imagens não são recomendados a pessoas mais sensíveis. Mesmo assim, há analistas políticos a falar em fake news e a garantir que se tratam de actores.

A polémica professores-Governo vai continuar. Sem acordo, os serviços mínimos durante a greve às avaliações vai agora ser decidido por um colégio arbitral.
Uma auditoria do Tribunal de Contas à recompra da TAP  diz que o negócio aumentou os riscos para o Estado.
O número de arguidos por causa dos fogos de Pedrógão subiu para 13. Entre eles estão o ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera e o atual presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos.



No Mundial de futebol... 
... Fernando Santos quer que Portugal jogue mais hoje contra Marrocos do que fez contra Espanha. O jogo começa às 13h00 e o seleccionador marroquino sabe o que o preocupa a ele: Ronaldo. Até porque Pepe garante que não há planos que travem CR7 e Marcelo já está na Rússia para dar sorte. Pode seguir tudo no liveblog que já está aberto com as primeiras notícias da manhã.

Do lado marroquino, só há seis entre os 23 jogadores da seleção nascidos no paísUm deles já jogou pelos sub-21 de Portugal: o central Manuel da Costa, um bad boy com várias polémicas, que chegou a fazer testes no FC Porto e passava férias em Cucujães.

Mas há outro jogador de Marrocos com boas memórias de Portugal: Tahar, o central que passou pelo Benfica e pela U. Leiria. Em entrevista ao Rui Miguel Tovar, apenas lamenta como saiu para o Southampton: Na minha transferência, Vale e Azevedo ficou com o dinheiro”​.

E há ainda outra ligação Portugal-MarrocosRonaldo tem um hotel em Marraquexe.

Ontem, três jogos, três surpresas. O fim da primeira fase do Mundial e o início da segunda deu só resultados inesperados. Senegal bateu a Polónia com uma ajudinha (um auto-golo) de um central que passou pelo Bragança. No Colômbia-Japão foram 11 contra 10 e no fim ganharam os nipónicos. E o faraó Salah não salvou o Egito da derrota frente à anfitriã Rússia e está causa fora da prova.

Os melhores seis golos da primeira jornada estão em 3D neste vídeo. E as sete maravilhas que já aconteceram podem ser lidas aqui.
Há um outro vídeo que se tornou viral: aquele em que se vê um jogador português a não comemorar o golaço de Ronaldo no empate com a Espanhas. Mas tem uma boa explicação.

Já Bruno Vieira Amaral não encontra argumentos para a ausência de Itália no Mundial.

Hoje as comemorações dos golos portugueses no Terreiro no Paço já não podem ser feitos em cima da estátua de D. JoséNo primeiro jogo uma das figuras ficou danificada. Agora, vai finalmente haver proteção.




Outra informação relevante Há mais uma polémica sobre o uso de dinheiros públicos. O Programa Operacional Capital Humano, que recebe dinheiro do Estado e de fundos europeus,gastou 11.800 euros numa formação de um dia para 20 funcionários. Com um bónus: direito a bilhetes para o Rock in Rio. A notícia é do Rui Pedro Antunes.

Começaram da pior forma as negociações da 'Geringonça' sobre o próximo Orçamento de EstadoCosta cancelou o encontro previsto com o Bloco, Catarina Martins ficou incomodada e o primeiro-ministro correu a remarcar a reunião.
Rui Rio lançou uma pequena 'farpazinha' ao Governo. No fim das jornadas parlamentares do PSD disse que "não liga a falhas pequeninas", mas destacou a "aldrabice do milagre económico".

No Sporting continua a guerra. Marta Soares teve mais uma vitória ao receber um parecer jurídico que lhe dá legitimidade para nomear a Comissão de Gestão. E recusou a proposta para um debate entre todos os órgãos leoninos feito por Bruno de Carvalho. Aliás, diz mesmo que se não houver destituição, sai de cena.
O presidente leonino suspenso continua mais activo que Trump nas redes sociais. Hoje já agendou uma reunião com funcionários, diretores, jogadores e capitães do Sporting para discutir a AG. Ontem chamou "ratos e cobardes" aos membros que abandonaram a sua direção (que o vão processar). E revelou que um dos que ficou, o vogal Luís Gestas, recebeu pressões partidárias para sair.

Com tanto caso no futebolo BCP decidiu finalmente não emprestar mais dinheiro a clubes, avança o Público (só o Sporting somava dívidas de 150 milhões no final do ano).
Portugal está entre os países que mais pedidos de asilo recusa a refugiadosno ano passado só aceitou 36%, escreve o JN.

As famílias declararam menos despesas com educação e saúde no IRS, noticia o DN.
Nas escolas, apesar da greve às avaliações, continuam os exames no secundário. Ontem foi a vez do português e do latim. Os critérios de correção estão aquiaqui.
O Financial Times descobriu mais um grande detalhe sobre a OPA da China Three Gorges à EDPOutros dos atuais accionistas, a CNIC Corporation, também é detido por uma empresa estatal chinesa.

O marroquino que está a ser julgado por terrorismo em Lisboa, acusado de recrutar compatriotas para o Estado Islâmico, disse em tribunal queapenas queria montar um negócio de tâmaras em Portugal.

Mario Draghi acalmou os mercados no fórum do BCE em Sintra. Garantiu que as compras líquidas só terminam com novos dados positivos e que há vários estímulos que se mantêm. Isto quando Merkel e Macron abriram a porta a um orçamento comum na zona euro. Até porque a chanceler alemã recebeu (mais) más notícias: agora do lado da economia germânica.
Para já, só duas mulheres querem o lugar de Mariano Rajoy à frente do PPa ex-vice-presidente do governo Soraya Sáenz de Santamaría e a ex-ministra da Defesa Maria Dolores Cospedal.


Os nossos Especiais 
Hicham Abdessamad, presidente executivo da Hitachi Consulting, uma das maiores empresas tecnológicas do mundo, quer ter 2 mil funcionários em Portugal em 2028. Problema: a falta de divulgação que diz existir no país. "O Governo tem de promover melhor o que isto é. Acreditamos que Portugal pode ser mais", diz em entrevista ao Manuel Pestana Machado.




A nossa opinião
  • Rui Ramos escreve sobre um ano de Pedrógão: "A única coisa de que podemos estar certos sobre este regime é que, quando ruir, vamos descobrir, como no caso de outros regimes no passado, que por detrás das fachadas já não havia nada".
  • Maria João Marques também escreve sobre o mesmo tema: "‘Portugal’ é mandrião e desleixado, não se preparou atempada e adequadamente, mas não temais: apesar de ‘Portugal’ ser a desgraça da comunidade das nações de boa vontade, temos um governo espetacular".
  • Luís Aguiar-Conraria escreve sobre Timor: "Há poucos meses, foi anunciado um novo acordo entre Timor Leste e a Austrália sobre os recursos petrolíferos. Neste acordo, finalmente, parece que Timor Leste consegue ver os seus direitos protegidos".
  • Matilde Sousa Franco escreve sobre a polémica do nome do Museu dos Descobrimentos: “A história portuguesa é história global” e “o lugar de Portugal é de crucial importância”! Porquê continuarmos a menorizarmo-nos a nós próprios? Porquê ter medo de admitir que Portugal foi global?​"



Notícias surpreendentes 
O assassinato a tiro de XXXTentacion continua a abalar o mundo da músicaDas alegadas agressões à namorada grávida, os outros crimes o rapper que chegou a ser o mais ouvido dos EUA teve duas décadas de vida cheias de polémicas.

Já há mais nomes para a Web Summit deste ano. Apresidente executiva do Tinder e Garry Kasparov, o antigo campeão de xadrez, foram ontem presenças confirmadas.
Os LCD Soundsystem voltaram e, como sempre, Lisboa dançou como nunca. A crítica ao primeiro concerto no Coliseu é do Alexandre Borges.

Estão eleitos os melhores 50 restaurantes do Mundo. E no topo ficou a Osteria Francescana de Massimo Bottura, em Modena (Itália). O sortudo do Tiago Pereira já lá foi jantar.

Hoje, já sabe. A partir das 13h00 (ou melhor, muito antes), terá tudo sobre o Portugal-Marrocos no Observador (além do resto da actualidade). E não deixe de conhecer o nosso novo programa de assinaturas, o Observador Premium


Boa quarta-feira (e boa sorte Portugal)
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Luísa Meireles
LUÍSA MEIRELES
REDATORA PRINCIPAL
 
Hoje há jogo, por isso...
20 de Junho de 2018
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Vou tentar ser rápida nesta habitual vista de olhos pela atualidade de cá e de lá fora. O dia vai dividir-se em antes e depois das 13h, hora do Portugal-Marrocos, com o Presidente Marcelo a assistir in loco, duas horas depois de ser recebido no Kremlin pelo seu homólogo Vladimir Putin (“Assalto ao Kremlin”, não é assim que se chama o hino da seleção?) Não sei se o PR foi a Moscovo ver o jogo e, já agora, encontra-se com Putin, ou se já tinha agendada a visita a Putin e aproveitou e vê o jogo, mas isso também não interessa. Os outros, como nós, aqui na Impresa, fomos convidados a juntar-nos no auditório para partilhar em comum a emoção do jogo (a Altice deu "folga" aos funcionários para ver o jogo). No café da esquina o dono comprou uma televisão para agarrar os comensais.

Muito tempo vai demorar a hora de almoço por este país fora! Esqueçam, hoje não é dia de trabalhar. Até à 1h há de falar-se das perspetivas do jogo (e Fernando Santos já preveniu que Portugal tem de jogar melhor) e depois das 3 do que se jogou… Espera-se que o extra-terrestre Ronaldo surja outra vez em campo, mas vá lá… os outros também têm de dar uma ajuda. E… pronto, não digo mais. Vamos ao que interessa.

1.Tudo (ou quase tudo) que lhe pode interessar sobre o jogo está aqui (mais bola e mais pressão, em suma). Se quer relembrar a conferência de imprensa do Fernando Santos, veja aqui e a do selecionador marroquino, Hervé Renard, aqui – atenção, terrestres, foi ele que lembrou que Portugal ganhou o Europeu sem o capitão! (Também pode ler histórias curiosas do Ronaldo, se é que não as conhece já). Isto é a literatura básica. Se ainda quiser ter um cheirinho de ambiente, espreite aqui. Acho que já fica com uma boa panorâmica.

2.O resto são muuuuuitas opiniões (umas com graçolas assim e outras assado) do que pode ser e ainda não é. Ah, é verdade, esquecia-me. Talvez seja engraçado também lembrar que há 32 anos que Portugal não jogava com Marrocos e… perdeu por 3-1. Não foi bonito de ver e quem se lembra (pelo menos de ouvir contar) diz que foi “uma grande balda”. Hoje seria impossível. Ao menos isso. Leia, que é ilustrativo. Foram os tempos do caso Saltillo, contado por Álvaro Magalhães. E se quiser ir mesmo mais atrás, pode até recordar-se que El-rei D. Sebastião andou por terras marroquinas. E também perdeu. A si próprio e ao país. Demorámos 60 anos a sair do atoleiro.

Não sei se já podemos largar o tema, creio que sim. O leitor agora fica por conta própria e pode vestir a camisola. O dia ainda agora começou e aposto que já sabe tudo sobre o ambiente em Marrocos e na Rússia, e que engraçado que é ver uma criança marroquina a dizer que torce por Portugal e uns portugueses que dizem que andam muito divertidos a cantar por ali, na Rússia, com o Praça Vermelha em pano de fundo. Espetáculo! (E não vou falar mais de futebol, e menos ainda do Sporting).
 
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OUTRAS NOTÍCIAS

Esta é a última: um incêndio de grandes proporções destrói fábrica em Viseu. Já e verão, voltou o calor.

De cá, primeiro. Governo e Bloco de Esquerda ao mais alto nível encontraram-se ontem (António Costa versus Catarina Martins) para começar a discutir temas do Orçamento de Estado. Demorou duas horas e meia e obrigou Costa a cancelar parte da agenda

Hoje é dia de debate quinzenal e o tema são os fundos europeus, Portugal 2030. Na segunda parte, o debate será preparatório do Conselho Europeu de 28 e 29 de junho e versará exclusivamente sobre migrações. É bom saber o que pensa o Governo, parceiros e oposição sobre este tema que se arrisca a incendiar a Europa, mas já lá vamos. Esta quarta-feira é o Dia Mundial do Refugiado e os especialistas dizem que Portugal devia aprender com os erros da Europa. Em 2017 concedeu cerca de 700 estatutos, mas recusou muitos. Ao todo, no mundo, o número de refugiados anda a rasar os 70 milhões.

Mas tenho dúvidas que o PM consiga circunscrever o tema do debate. Com o acordo da concertação social sobre as relações laborais, a greve dos professores e o esboço de propostas do PS sobre a reforma da saúde em cima da mesa, é pouco crível que os deputados fiquem só a discutir os milhões que vêm (ou não) para aqui. Vamos por partes.

Concertação social: o acordo foi assinado na segunda-feira por António Costa, que não deixou dúvidas que era para valer, apesar das discordâncias dos parceiros. Aqui pode ler o que muda no Código de Trabalho e aqui o que divide os três partidos-parceiros sobre o assunto. O PM foi claro, o acordo é para valer, e na sua coluna de opinião, o bloquista-senador Francisco Louçã voltou a insistir na tónica: “O Governo pretende um conflito com a esquerda”. Já é a segunda vez no espaço de duas semanas e sobre assuntos diversos em que Louçã carrega nesta tecla. Porque será? Santana Lopes também repetiu na SIC (pela segunda vez em 15 dias) que “cheira a Bloco central”. Carlos César repete: o eleitorado dos parceiros e do partido socialista preferem a atual solução governativa.

Greve dos professores: na segunda-feira, Mário Nogueira desafiava o Governo a encontrar uma escola onde se tenham realizado reuniões de avaliação (“uma agulha no palheiro”) e protestou contra a tentativa de imposição de serviços mínimos nas reuniões : “é um atentado à democracia”, disse. As greves estão para durar: há um pré-aviso entregue até 13 de julho, e previsão de greve para 14 de Setembro, o primeiro dia de aulas, e durante toda a semana que termina a 5 de Outubro. Os pais começam a reclamar, ressuscitando lutas antigas.

O orçamento, como se sabe, tem de se ser apresentado até dia 15 deste mês. Ontem houve outra reunião e nada deu. Foram cinco horas a partir pedra e a conclusão foi constituir um colégio arbitral para analisar a necessidade ou não de serviços mínimos. Mas só a partir de julho. A informação é da Fenprof.

Nas jornadas parlamentares do PSDtambém se falou deste assunto: Rui Rio diz que o país não está em condições para contar com o tempo todo aos professores. Quanto às jornadas parlamentares propriamente ditas, que terminaram ontem, Rio falou para muitas cadeiras vazias. A análise do Filipe Santos Costa: uma orquestra desafinada.

Saúde: Maria de Belém apresentou ontem o esboço do projeto do PS sobre a Lei de Bases na Saúde, três dias antes apenas de um debate marcado pelo Bloco para discutir o assunto e que tem, juntamente com o PCP, opiniões muito diferentes sobre o assunto. É um tema que divide os parceiros. O ministro vai esta manhã à comissão Parlamentar de Saúde.

Na frente económica, a notícia são os pormenores do que já se sabia: que a compra da TVI pela Altice foi chumbada pela Autoridade da Concorrência: custaria 100 milhões aos consumidores. A Anabela Campos esmiuça as razões.

Notícias diversas mas interessantes: o Ministério Público continua no encalço dos negócios de Manuel Pinho, desta vez são as casas que vendeu; PS e PSD – qual é o mais amigo da natalidade? Estão ambas no Expresso Diário de ontem. Quanto ao mistério do desaparecimento dos quatro dedoscortados na estátua de D. José no Terreiro do Paço vem no Observador.



LÁ FORA

EUA. Vem de lá a notícia que nos surpreendeu a todos (embora, pensando bem, não seja assim tão surpreendente): o país retira-se do Conselho de Direitos Humanos da ONU(aqui). O cantinho do Trump vai-se alargando: é o escândalo das crianças separadas dos pais (2000 já! Veja as fotos e os vídeos) na fronteira com o México, a guerra comercial que estalou com a China (e consequente abalo em Wall Streetafundando os mercados), o último tweet do Presidente americano a criticar a chanceler Merkel sobre a política de imigração (e a resposta em tom grosso do presidente da Comissão, que disse que Trump “não governa a Europa”), as divergências que alarmam já a NATO a um mês da sua cimeira, e, e, e …

NOTA: a política de Trump sobre a imigração foi a única coisa que nestes últimos tempos conseguiu reunir toda a classe política (e sociedade civil) do CDS ao BE: os seus líderes vão estar presentes amanhã numa inéditamanifestação de protesto.

ALEMANHA-FRANÇA. Angela Merkel (que, a propósito, não está assim tão tremida, venceu mais um round, “Renasceu das cinzas”) e Emanuel Macron reuniram-se em Paris para falar da eurozona e encontraram um terreno mínimo de acordo (também aqui) sobre a reforma da dita, nomeadamente a criação de um orçamento para a zona - mas é tudo moderado, calma! Ouça este podcast e perceba porque Macron está a ficar isolado. Se quiser ler o texto completo da declaração final está aqui. Isto leva-me a revisitar as propostas de António Costa, pela mão do site Opendemocracy.net).

EUROPA. O encontro abordou também o problema maior da imigração, realizando-se dias depois da crise do Aquarius, o barco carregado de imigrantes que a Itália recusou acolher e aportou em Valencia. O problema é sério em toda a Europa, sobretudo porque se olharmos para os números se verifica que caíram drasticamente (44% em 2017 em relação a 2016) – consulte o Relatório europeu ou o seu resumo. Quanto ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, quer estabelecer centros de imigrantes fora da EuropaChame-lhe o que quiser.

A situação é grave, tendo em vista que, por exemplo, em França, de acordo com as sondagensa maioria da população (56%) foi contra o acolhimento em terras francesas dos imigrantes do Aquarius (metade dos 630 quer ir para França). Na Alemanha são 90% os que querem mais expulsões de clandestinos. Apesar disso e também para dar alguma ajuda a Merkel, Macron aceitou receber os imigrantes que estão na Alemanha e que entraram por França.

Por estas e outras razões, deixo-lhe aqui os links para três artigos sobre o tema: é ou não uma crise de, por e para políticos? (Rui Tavares); a política europeia tout court sobre o tema (Paulo Rangel); e o novo eixo do mal (Amílcar Correia). Há uma crise de perceção na Europa e só um cego não a vê. Mas é assim que se propaga o nacionalismo, o populismo e outros “ismos” – senão, leia este discurso de Viktor Órban, o primeiro-ministro húngaro e descubra por que este tipo de raciocínio é tão apelativo. Cúmulo: foi dito numa cerimónia em memória do grande europeu que foi o chanceler alemão Helmut Kohl.

ESPANHA. Afinal, Pedro Sanchez quer ficar no Governo até 2020 (ver-se-á se consegue) e faz operação de charme na Moncloa (onde antes havia o Rico há agora uma Turca) – não se preocupe estamos a falar de cães e da obsessão dos líderes políticos em os mostrar. O Politico encontrou quatro pontos em que Sanchez copia Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá (nós portugueses entendemo-lo melhor).

Do lado do PP, a luta é feroz pelos despojos de Rajoy. O partido está dividido ao meio com a entrada em cena das duas dirigentes, Maria Dolores de Cospedal (ex-ministra) e Soraya Sáenz de Santamaria (a vice-presidente), ambas criações do antigo líder. O Jorge Almeida Fernandes chama-lhe as duas generalas (mas porque será que quando as mulheres se afirmam em mundo de homens têm patente militar?) Há mais quatro candidatos ao cargo, todos homens. A ver quem ganha.



FRASES

"Vai ser uma final para nós, uma batalha importante. Vamos dar a vida em campo", Nadir Dirar, jogador de Marrocos

"Sabemos das nossas capacidades e trabalhamos para um só objetivo, que é honrar a camisola e o país"Pepe. jogador de Portugal

"Não há pozinho mágico, Portugal tem capacidade para fazer melhor"Fernando Santos

"A função do PSD é empurrar o Governo para a irresponsabilidade? Não, isso é função do PCP e do BE. Nós (...) temos outra, que é a de obrigar o Governo a falar verdade"Rui Rio, nas jornadas parlamentares

"Não é um acordo ótimo, mas é um acordo bom"Carlos Silva, líder da UGT, ao I, sobre a concertação social.



O QUE ANDO A LER

Não é para fazer propaganda à casa – mas por acaso já passou os olhos pela coleção sobre Jerusalém, A Biografia de Simon Sebag Montefiore, que o Expresso está a editar em pequenos livrinhos há seis semanas? Pois devia, porque a história da cidade sagrada das religiões monoteístas, que por três vezes foi arrasada e três vezes ressuscitou, merece que lhe dedique alguma atenção. Como foi que se decidiu criar uma inóspita cidade no meio do deserto, os nomes que teve, as mãos porque passou (e as invasões que sofreu), os massacres de que foi vítima? Tudo é objeto de estudo, com uma descrição tão abundante de pormenores que não custa a transportar-nos para esse mundo de outrora que ainda revive. A História da Humanidade está recheada de desumanidade. Os livros, que no conjunto são um grosso tomo, são um mimo de saber e cultura (com um pequeno senão - a tradução é tão fraca que me pergunto se algum português reviu o texto). Se conseguir ultrapassar isso, garanto-lhe, vale muito a pena.

E por hoje é tudo. Eu queria escrever pouco e não consegui. Está liberto para voltar ao futebol, se assim o entender.

Tenha um Bom Dia… e que a vitória nos sorria!
 
Gostou do Expresso Curto de hoje?

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FRASE INSPIRADORA

"Se não conseguiu o que gostaria, goste do que conseguiu"

Provérbio espanhol
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Eu, português, da Nação dos lusitanos, “Estou Aqui”, sou da têmpera dos antigos Descobridores, sou do tamanho do Cristiano, o melhor do Mundo. Tenho direito a ser feliz. Façam lá o favor de ganhar.
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Dany vendeu o carro e juntou dinheiro dois anos para vir ao Mundial como jornalista, sem acreditação nem acesso aos estádios. Uma história num mundo onde se sabe a equipa cá fora em treinos fechados.
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