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Páscoa de Ressurreição em torno do Santo Sepulcro após a restauração |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs
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A análise dos materiais recolhidos no trabalho de restauração do Santo Sepulcro permitiu fixar sua data no século IV. A esses trabalhos dedicamos vários posts resumidos em
Restauração do Santo Sepulcro: visão de conjuntoA datação confirmou a tradição católica a respeito do local de sepultamento de Jesus Cristo, disse a Profa. Antonia Moropoulou, que chefiou os trabalhos de restauração que já tivemos ocasião de apresentar neste blog.
A informação foi divulgada pelo site
“The Huffington Post”.
De fato, as análises confirmaram a tradição de que o imperador do Oriente, Constantino I, havia erigido uma igreja no local do Santo Sepulcro por volta de 300 anos depois da morte de Cristo.
As legiões romanas destruíram completamente Jerusalém no ano 70 d.C., inclusive o Segundo Templo, uma das maravilhas da Antiguidade, após uma insurreição dos judeus.
Cumpriram-se assim as profecias de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a destruição do magnífico Templo, centro exclusivo da religião judaica.
Uma consequência foi a diáspora do povo hebreu, como que religiosamente decapitado e cujo sacrifício central ficou extinto desde então, há quase dois mil anos.
1. Ao sair do templo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e fizeram-No apreciar as construções.
2. Jesus, porém, respondeu-lhes: Vedes todos estes edifícios? Em verdade vos declaro: não ficará aqui pedra sobre pedra; tudo será destruído. (São Mateus, 24, 1-2).
Após a devastação, os romanos aplainaram a cidade, rebaixando a elevação onde se encontrava o Templo. Fizeram assim desaparecer até os fundamentos do Templo.
Ficou a área alisada hoje conhecida como Esplanada das Mesquitas, ou Monte do Templo, onde há duas mesquitas. O Muro das Lamentações é parte de um muro de arrimo que não integrava o Templo.
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Constantino o Grande, imperador de Bizâncio, mandou construir a primeira igreja do Santo Sepulcro. Ícone grego. |
Sobre o aterro tentaram estabelecer uma cidade de arquitetura e costumes pagãos que teve existência efêmera.
O Santo Sepulcro ficou coberto de entulho proveniente dessa nivelação, até que Santa Helena, mãe de Constantino, o imperador católico de Bizâncio, foi recuperar as relíquias da Paixão, no século IV.
Ela se interessou pela localização do sagrado túmulo de Nosso Senhor. A tradição oral lhe indicou que estava abaixo do templo romano da deusa Vênus, ou Afrodita, ídolo da impureza.
Ela obteve de seu filho, Constantino o Grande, a licença para extinguir essa abominação. Nada ficou do vetusto templo romano e em seu lugar foi erigida a primeira basílica do Santo Sepulcro.
Essa basílica, ordenada pelo imperador Constantino, após muitas peripécias ao longo dos séculos foi substituída pela atual.
Durante os recentes trabalhos de restauração foram colhidas provas arqueológicas dessa igreja que confirmam mais uma vez ser essa a localização exata do Sepulcro que recebeu Jesus morto e em cujo interior teve lugar a Ressurreição.
Esta foi a primeira vez que se efetivaram análises científicas no local, hoje na cidade velha de Jerusalém.
A Profa. Antonia Moropoulou, diretora dos trabalhos, mostrou como prova que o cimento usado para selar a mais antiga placa de mármore que fecha o Santo Sepulcro é do século IV da era cristã.
“É uma descoberta muito importante que confirma – como aliás já é historicamente provado – que foi Constantino o Grande quem mandou cobrir a rocha do túmulo de Cristo com uma placa de mármore”, explicou a diretora das escavações e especialista em conservação da Universidade Técnica Nacional de Atenas.
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Santa Helena, mãe de Constantino imperador, recuperou as relíquias da Paixão, no século IV. E pediu para seu filho fazer a primeira igreja do Santo Sepulcro. Imagem na basílica de Santa Helena, em Birkirkara, Malta |
A datação da massa também reflete a continuidade histórica no local que atravessou a era bizantina, as invasões islâmicas, as Cruzadas e os séculos subsequentes, explicou ela.
Suposições muitas vezes tisnadas de ceticismo atribuíam ao complexo arquitetônico do Santo Sepulcro uma antiguidade não anterior ao tempo das Cruzadas, portanto não mais de 1.000 anos.
Os recentes resultados estabelecem que a construção católica original é certamente do tempo do imperador Constantino, primeiro imperador cristão de Bizâncio.
As diversas amostras da massa foram extraídas de pontos diferentes da Edícula que hoje está sobre o Santo Sepulcro.
A placa superior de mármore, que é imediatamente visível pelos peregrinos, foi instalada por volta de 1555, segundo uns, ou pela metade do século XIV, segundo testemunhos da época.
A surpresa foi quando no dia 26 de outubro de 2016 os cientistas acharam outra placa, bem mais antiga, que tinha uma cruz gravada exatamente acima do leito mortuário de Jesus Cristo.
No momento os pesquisadores supuseram que a placa mais velha tivesse sido posta no período dos cruzados. Outros achavam que fora colocada após a reconstrução da igreja destruída pelos muçulmanos em 1009.
Os novos testes revelaram que a massa e o cimento são da metade do século IV, quando foi feita a primeira igreja por ordem de Constantino.
Os cientistas não limitaram sua investigação ao Santo Sepulcro, mas a estenderam a outras partes, colhendo mais amostras de massa e cimento. Estas forneceram provas adicionais da história das reconstruções do santo túmulo.
Os testes científicos foram patrocinados pela
National Geographic Society. As amostras foram tratadas de modo independente por dois laboratórios especializados na tecnologia de luminescência opticamente estimulada, OSL na sigla em inglês. Essa tecnologia determina quando os sedimentos de quartzo foram expostos à luz mais recentemente.
Os resultados científicos serão publicados pela Dra. Moropoulou e sua equipe numa próxima edição do Journal of
Archaeological Science: Reports.