quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

10 IMAGENS

10 Das Imagens Mais Impactantes do Mundo

Certas imagens têm o poder de permanecer em nossa mente eternamente, e existem algumas tão poderosas que acabam se eternizando na psique coletiva da humanidade. As 10 imagens que você está prestes a ver abaixo estão entre as mais impactantes já vistas pelas massas e realmente ajudaram a moldar o mundo em que vivemos hoje.
 
1. O Monge em Chamas
Thich Quang Duc, um monge budista, ateou fogo no próprio corpo em 1963, em protesto contra a opressão dos budistas pelo governo vietnamita do sul. Ele fez isso em um cruzamento no centro de Saigon (agora Cidade de Ho Chi Minh). O fotojornalista americano Malcolm Browne estava à disposição para capturar o momento. Sua poderosa fotografia causou um burburinho ao redor do mundo e trouxe atenção global para a situação dos budistas no Vietnã do Sul. Também ganhou um Prêmio Pulitzer. Então, o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, observou ainda que "nenhuma notícia na história gerou tanta emoção em todo o mundo como essa".
2. O Beijo de Vancouver
Em 2011, brigas e caos começaram a surgir em Vancouver após o término de um jogo de hóquei, que aconteceu como parte das finais da Copa Stanley. A polícia fazia seu trabalho tentando controlar as ruas e acabar com os tumultos, quando Richard Lam, que capturou esta fotografia, viu uma cena peculiar. A mulher na fotografia tinha sido derrubada pela polícia antimotim e ficou extremamente agitada. Seu namorado decidiu dar-lhe um beijo para tentar acalmá-la. Embora não exista romance por trás da fotografia, a melhor legenda provavelmente seria “faça amor, não faça guerra”.
3. O Homem Que Não Fez a Saudação Nazista
August Landmesser, que parece ser o único homem que não saudou os nazistas ao participar de um desfile, era realmente um próprio nazista. O fato é que ele se apaixonou por uma mulher judaica, chamada Irma Eckler, antes de propor casamento, em 1935. Isso resultou em sua expulsão do partido e sua solicitação de casamento foi negada perante as recém-implementadas Leis de Nuremberg. Sua recusa em cumprimentar os nazistas foi em protesto contra a discriminação que ele e sua família enfrentaram. Dois anos depois de tirar essa foto, a família foi pega tentando escapar da Alemanha e enviada para o campo de concentração. Landmesser nunca mais viu sua amada esposa.
 
4. A Guerra é o Inferno
A Guerra do Vietnã foi um caos terrível para todos os envolvidos, e era comum ver soldados com mensagens sobre seus capacetes expressando como eles se sentiam sobre a situação em que estavam. Larry Wayne Chaffin, de St. Louis, Missouri, tinha apenas 19 anos no momento em que esta foto foi tirada. A mensagem "War is Hell", ou seja, "A Guerra é o Inferno", é na verdade uma referência a um endereço dado pelo Comandante Geral do Exército dos Estados Unidos, William Tecumseh Sherman, aos graduados da Academia Militar de Michigan.
5. A Última Fotografia de Bill Biggart
Quando o caos se apoderou da cidade de Nova York no evento de 11 de setembro de 2001, um bravo fotógrafo chamado William Biggart se dirigiu para as torres gêmeas do World Trade Center, que acabavam de ser atingidas por dois aviões. Embora Biggart tenha ligado para sua esposa às 10 da manhã para dizer que estava bem, ele morreu quando a Torre Norte colapsou em cima dele apenas 20 minutos depois. Seu corpo e sua câmera foram recuperados no dia 15 de novembro, e esta é a última fotografia que ele tirou antes que o impensável acontecesse.
6. Children of Black Dust
imagens incríveis
A capital de Bangladesh, Dhaka, é conhecida por ser uma das cidades mais imundas do mundo, com seus habitantes sofrendo problemas sociais maciços. A fotógrafa local, Shehzad Noorani, queria destacar a situação de mulheres e crianças que trabalham extraindo peças de metal reutilizáveis de baterias usadas, e mostrou isso em sua série de fotos, Children of the Black Dust: Child Labour in Bangladesh (‘Crianças da Poeira Negra: Trabalho Infantil em Bangladesh’, na tradução literal). O ambiente tóxico em que trabalham é enegrecido por partículas de poeira, e os trabalhadores inevitavelmente ficam cobertos com tais substâncias.
7. Jane Goodall
imagens incríveis
Jane Goodall é provavelmente a primatologista mais bem-sucedida e conhecida do mundo. Seu primeiro marido, o nobre holandês Hugo van Lawik, capturou este momento emocionante quando conheceu um jovem chimpanzé chamado Flint. Observe como sua mão está fechada e com os dedos a uma certa distância dele para deixar a mãe protetora à vontade. Pode-se dizer que Jane Goodall é a encarnação viva do profundo e inegável vínculo da humanidade com o mundo natural.
8. O Primeiro Transplante de Coração na Polônia
imagens incríveis
Após 23 horas de operação contínua, o cirurgião polaco Dr. Religa é capturado dando uma pausa, enquanto seu assistente dorme no canto da sala de operações. Na foto, ele tinha acabado de realizar o primeiro transplante de coração na Polônia. Apesar do falecimento do médico em 2009, o transplante de coração foi um sucesso óbvio, já que seu paciente viveu por, no mínimo, 30 anos após a operação.
9. Salto Para a Liberdade
imagens incríveis
Peter Liebing, um fotógrafo de 19 anos da então Alemanha Ocidental, recebeu um telefonema da polícia, em 15 de agosto de 1961. Eles lhe disseram para se dirigir para a fronteira com a República Democrática Alemã (ou a Alemanha Oriental) porque algo interessante estava prestes a acontecer. A imagem que ele conseguiu capturar é a primeira deserção de um protetor da fronteira interna alemã do Oriente Comunista para o Ocidente Capitalista. Conrad Schumann seria o primeiro de muitos a fazer isso, e se tornou um poderoso símbolo da luta pela liberdade na Europa na última parte do século XX.
10. Yoina
imagens incríveis
Yoina é uma garota de 11 anos que mora na remota comunidade de Machiguenga, no Peru. O fotógrafo foi informado sobre o vínculo especial que ela tinha com o seu macaco do gênero saguins, e que ela mergulhava no mesmo lugar todos os dias com ele, apesar de odiar a água. De acordo com o fotógrafo, ela parece mostrar atitude na imagem, já que não se importou muito que ele tirasse sua foto. Infelizmente, o amado macaco de Yoina morreu não muito tempo depois que esta foto foi tirada.

EXPRESSO

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Luísa Meireles
LUÍSA MEIRELES
REDATORA PRINCIPAL
 
Uma notícia de raiva e reflexões depois do regresso a casa
6 de Dezembro de 2017
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É o que nos espera no mundo, que desde hoje vai ficar ainda mais perigoso. O Presidente americano prepara-se para anunciar a mudança da embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém, reconhecendo esta como a capital, em vez de Telaviv. Jerusalém é a cidade sagrada das três religiões monoteístas (se quiser saber porquê, leia aqui). Os avisos e sinais de perigo chovem de todo o lado. O risco de incêndiodeste gesto de Trump já tinha ficado patente em Bruxelas, onde o secretário de Estado americano Rex Tillerson, ao contrário dos seus antecessores, foi recebido com frieza. A razão é a mesma. Não há explicações que façam entender o gesto de Trump, porque plano de paz não é de certeza. Assustemo-nos.

Mário Centeno já voltou a casa, depois da sua vitória para a presidência do Eurogrupo na segunda-feira. Agora, chegou a altura de pôr o termómetro e tirar a temperatura. Entre parceiros de “solução governativa” e entre Governo e oposição. Será logo à tarde, no habitual debate quinzenal na Assembleia da República (o programa é este). Não é estranhar que o Primeiro-ministro valorize o facto, que Centeno sorria (e muito), e que Bloco de Esquerda e PCP minimizem, ou mesmo deitem abaixo – será alta temperatura, no caso. Ver-se-á como falará a oposição, que saudou mas pouco, depois de longo tempo a apequenar o facto.
O leitor terá a sua ideia, aqui lhe proponho algumas reflexões: o próprio já tinha garantido no mesmo dia que não ia mudar nada na política interna (hummm) e Ricardo Mourinho Félix, sucessor de Centeno na cadeira de Portugal no órgão mais opaco de todos quantos existem na Europa, fez saber que está pronto a criticar as decisões que forem contra o interesse português, mesmo que ao leme esteja o seu patrão. Ontem, aqui no Expresso, o Pedro Santos Guerreiro adiantou que “A direita não sabe perder e a direita não sabe ganhar” e o Henrique Monteiro não teve dúvidas: “O grande golpe é na direita”. De um ponto de vista de esquerda, Rui Tavares faz o ponto da situação. É o fim de dois mundos, escreve.
Quanto à direita propriamente dita, o Adolfo Mesquita Nunes, do CDS, aposta que nada ficará como dantes (“A redefinição política imposta por Centeno”) e o Rui Ramos, cético e cáustico, diz que tudo isto só serve para o Governo marcar pontos contra a oposição (“Outro ministro socialista de um país pequeno?”). Pelo PSD, Duarte Marques, pensa que "Centeno foi eleito... com a agenda de Passos Coelho". É assim a vida, feita de opiniões.
E isto, porque não chamei aqui a imprensa lá de fora, uns a favor, outros contra. Em primeiro lugar, aqui ao lado, os elogios são transbordantes. Conhecida pela sua diplomacia esmagadora, Espanha cita agora Portugal como exemplo de "buena diplomacia". O Presidente Marcelo dá uma ajuda, afirmando que nós - sim, nós, os morenos - somos "os nórdicos do século XXI". Está tudo no jornal de hoje. Le Monde também acha que foi virada uma página no Eurogrupo e o New York Times opina que Centeno é o “anti-Schauble”. No polo oposto, cito o Financial Times, agreste, “Fica em espera a revolução no Eurogrupo”.
No meio disto tudo, a coisa mais engraçada foi a iniciativa de um engraçadinho, que resolveu criar uma conta falsa no twitter em nome do ministro português. A conta viveu 24h antes de ser apagada pelas Finanças, que prometeu uma conta genuína. A falsa ainda teve tempo de noticiar a morte de Christine Lagarde, a diretora do FMI, o que obrigou este a intervir. Coisa pouca, ora então.

Quanto ao mais, matemos já o assunto, porque hoje é dia de discutir futebol e eu já não luto contra moinhos de vento. Surpresas à parte, as esperanças do Sporting lá se esfumaram, apesar de o “extra-terrestre” Messi não ter jogado o tempo todo, tal como previra o já-não-tão-super-Jesus. Seja como for, o Barcelona era páreo grande para os leões, que lutaram como tal, mas que, além disso, ainda tinham de esperar por um milagre, o do grego Olimpiacus ganhar à Juventus. Não houve milagre e o Sporting sai da Champion. Segue para a Liga Europa – é já só no que fala Jesus. Aqui está tudo explicadinho.
Benfica já não é o que era (digo eu, de saber de ouvido). Ficou afastado de tudo depois de mais uma derrota (mais uma – seis jogos, seis derrotas). Foi o pior Benfica da história da Champions e limito-me a citar. Fim do calvário, dizem outros.
Quanto ao Porto, só hoje se vai saber se morre de morte súbita no confronto com o Mónaco. Tem esperança de se manter vivo. O treinador português dos monegascos disse que vão ao Porto “com o objetivo de dar a oportunidade aos jogadores que jogaram menos, para que possam ganhar experiência e somar minutos”. Não é brilhante, como incentivo. Até eu dou por isso.

É a rotina portuguesa no seu esplendor.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Em primeiro lugar, do Presidente Marcelo. Eutanásia e defesa europeia foram os temas escolhidos para os seus comentários de ontem. Pediu consensos em ambos.

Quanto à eutanásia e suicídio assistido, deixou antever que não se ficará por uma apreciação estritamente jurídica dos diplomas que chegarem a Belém (está previsto que irão três a votos).
Quanto à defesa europeia, disse preto no branco que será um “erro histórico” se o Parlamento não apoiar adesão à defesa europeia. O Governo vai aderir, isso é certo, o problema são os partidos, que preferem perder-se em manobras táticas em vez de procurar debater o assunto. A ver se o apelo do Presidente faz eco, ontem estava ainda tudo muito rígidoO Governo lamentou. O PSD não contemporizou. Saber-se-á mais logo como as coisas acabaram quando se discutir a Europa no final do debate quinzenal.

Depois, a concertação social. Não há consenso, outra vez. O Governo disse o que se esperava: 580 euros, sem contrapartidas, os patrões reservaram-se e as centrais sindicais não gostaram. A UGT quer 585, a CGTP 600. Com algum esforço pode ser que ainda se chegue lá. Vamos ver. Interessante a entrevista de António Saraiva, no I: "A CGTP está a por um vírus na Autoeuropa" (lamento, mas vai ter que comprar o jornal, se quiser ler mais). A próxima reunião é a 19. Ficámos entretanto a saber que 21,6% dos trabalhadores recebem salário mínimo: 713,2 mil por conta de outrem no privado.

Economia, ainda. A lista negra de offshores da União Europeia complica as relações com Macau, que lá está incluído. Vem no Negócios (para assinantes, somente). A lista, aqui.

O Governo anunciou que daqui para a frente vai haver regras mais apertadas para contratar advogados externos. É o Público que anuncia. O objetivo é conter a despesa pública. Se for levada a efeito a medida vai ser uma boa poupança e um rombo em muitos escritórios. Aguardemos as próximas noticias. Em outro plano, o Eco faz uma listagem de tudo o que aumenta de preço em janeiro.

Se começa a preocupar-se com a sua futura pensão, leia o resumo deste estudo da OCDE sobre as “nossas” reformas que traça um retrato muito pouco animador: país envelhecido, poucos bebés, idade alta de reforma e onde as pensões somam 15% dos gastos públicos. A fotografia é tirada para 2050, mas o clic está pronto a disparar.

Já deve estar a par da polémica na Educaçãosobre os resultados da avaliação internacional PIRLS sobre a descida dos resultados dos alunos do 4º ano que envolveram o secretário de Estado João Costa e o ex-ministro Nuno Crato. Se não, pode ler aqui as críticas de um e aqui a resposta de outro. O Público vai mais longe e tenta perceber se os maus resultados são culpa dos professores ou dos currículos, e anuncia que o coordenador das más notícias já foi dispensado.

Leu a notícia sobre quem poderá ser o próximo presidente da EDP, agora que Eduardo Catroga está de saída? A imprensa alvitra que a alternativa é entre o ex-ministro Luís Amado e o atual membro administrador não executivo da TAP, mas se calhar o prémio não vai nem para um nem para outro. Assim como assim, pode ir lendo os prós e contras de cada um.

Ainda falando de casos, recordamos aqui o do CTT. Há quatro anos entrava em bolsa, era uma euforia, hoje, está de rastos. É um caso de estudo. Neste período de tempo, perdeu metade do seu valor. Efeitos da privatização.

No domínio da Justiça, haja justiça: os juízes do Porto que censuraram a vítima de violência doméstica vão ser alvo de um processo disciplinar(uma violência!). Também a Relação do Porto declarou ilegal a Uber, mas o acórdão não se aplica para já (a ANTRAL pediu 15 milhões de euros de indemnização, não é peca a pedir, pelos vistos)

Quanto às notícias sobre a vida dos partidos, o deputado socialista Ascenso Simões está em risco de sofrer um processo disciplinar imposto pelo presidente Carlos César, que não gostou da entrevista que aquele deu ao Sol, em que afirma que o PS devia ter pedido desculpa ao BE e ataca violentamente o presidente da bancada.


LÁ FORA
Não é bem o cantinho do Trump, mas também. Na capital americana o Comité de Intelligence vai ouvir Donald Trump Jr, filho do Presidente dos EUA, sobre a alegada intromissão russa nas eleições presidenciais em 2016.


Com um pé cá dentro é esta outra notícia: Porque é que o mundo não segue o exemplo de Portugal na luta contra a droga, pergunta o Guardian. É um grande tema com o país em modo de boas notícias. Portugal continua a impressionar o mundo.

Catalunha. Começou a campanha eleitoral para uma eleição que é um referendo que é uma eleição(cito o Ricardo Costa). Espanha, entretanto, retirou o mandado de extradição a Puigdemont, que continua a Bélgica e lá começou a campanha com um comício por vído-conferência. El Periódico explica porquê.

Uma notícia triste para os mais velhos, quando o rock & roll ainda cantava em francês. Morreu Johnny Hallyday, o ícone dos anos sessenta e setenta. Ele era assim, lembram-se? Tinha 74 anos e vendeu 110 milhões de discos.


FRASES
"As últimas autárquicas espoletaram qualquer máquina que estava adormecida", António Saraiva, líder da CIP, no I

"Quem fizer contas de quanto custa a democracia tem de as fazer bem"João Paulo Saraiva, vereador das Finanças e Recursos Humanos

"Aquilo [o rio Tejo] deita um cheiro muito forte, os bichinhos chegam lá e fogem, recusam-se a beber aqulea água", Artur Lopes, pastor, no Público

"Morre-se mal em Portugal. Em solidão, sem afeto e sem compaixão, longe daqueles de quem se gosta, muitas vezes em instituiç~eos mal preparadas"Jorge Soares, presidente do CNECV


O QUE COMECEI A LER
Retomei novas leituras, no registo “preciso de ler isto”. Desta vez é o último livro de Carlos Gaspar, “A balança da Europa” (Aletheia). Melhor que eu, que apenas parei aqui e ali, antes de começar a ler por atacado, como sempre costumo fazer, fala o próprio: “É um livro sobre o equilíbrio dos desequilíbrios”. Sem dúvida. Já não há ilusões na Europa e é disso que fala o autor quando diz que “o fim das ilusões tem a ver com as ilusões de que é possível ultrapassar a natureza da UE”. O livro foi oficialmente lançado ontem, eu recebi-o há uns dias (vantagens do trabalho jornalístico, não de jornalista). Escreverei sobre ele quando o tiver lido de modo mais sustentado.

Uma sugestão: se ainda se lembra quem foi David Ginola, um dos melhores jogadores franceses nos anos noventa, e que ultimamente se tornou famoso por ter morrido durante nove minutos e ter ressuscitado, leia esta entrevista. É bem interessante.

E um último recado: o Expresso, como sempre, elege todos os anos as suas figuras e acontecimentos nacionais e internacionais do ano. O leitor também tem direito a votar: aqui para acontecimento nacional do anoaqui para figura nacionalaquipara acontecimento internacionalaqui para figura internacional. Vote bem no início de mais um dia, que esperemos corra bem.

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormiaDonald Trump vai mesmo reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Os palestinianos e os israelitas já foram avisados. Como ambos reclamam a cidade como sua capital, teme-se que a decisão provoque mais dificuldades ao processo de paz.

A decisão da Casa Branca põe em causa 70 anos de diplomacia americana, escreve o The New York Times. A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém foi uma promessa de campanha de Trump, que agora decidiu cumpri-la. Hoje, o Presidente fará um discurso a explicar o que pretende com tudo isto.

O Benfica perdeu mais um jogo na Liga dos Campeões, desta vez por 2-0, contra o Basileia - e ganhou o título de pior prestação de sempre de um clube português na Champions. Na crónica do jogo, o Tiago Palma escreve que a derrota "explica-se por falta de orgulho mas, sobretudo, de trabalho" e, aqui, lembra que houve um recorde negativo que não caiu (e que pertence ao Sporting e ao Boavista).

O Sporting também perdeu ontem, com o Barcelona por 2-0, e saiu da Champions para a Liga Europa. Na crónica do jogo, o Bruno Roseiro defende que a equipa portuguesa "merecia algo mais: ou o golito da ordem, ou o ponto da surpresa". Mais: o Sporting teve uma campanha ao nível das suas melhores na competição e Rui Patrício passou para o top 3 dos jogadores com mais partidas oficiais pelo clube.

Ontem houve mais futebol. Ou antes: mais emails, trocados entre um delegado da Liga e elementos do Benfica, desta vez com informação pessoal sobre árbitros, como por exemplo números de telemóvel. O seu conteúdo foi lido por Francisco J. Marques no Porto Canal. "Isto é espionagem a favor de um clube", acusou.


Mais informação importante
Vai ser uma das discussões do dia: porque é que Portugal ainda não aderiu ao mecanismo europeu de Defesa? A decisão vai dividir ainda mais a "geringonça"? E porque é que PSD e CDS ameaçam afastar-se de uma área típica do Bloco Central? Está em causa a criação do embrião de um exército europeu? O Presidente da República já avisou os partidos para pensarem bem no que andam a fazer. E o Pedro Rainho escreveu sete perguntas e respostas para explicar o que está em causa.

O ministro Eduardo Cabrita não acerta nas suas relações com os polícias que o guardam. Primeiro, colocou na rua os GNR que vigiavam a sua casa fora de Lisboa para o cão não ladrar; agora, escreve o CM, ladrões fizeram explodir o multibanco que fica no seu prédio em Lisboa e o PSP que estava de serviço foi alvo de um processo por se ter ausentado.

A União Europeia chegou a acordo sobre uma “lista negra” de 17 países offshores que podem vir a enfrentar sanções (e que inclui Macau). Não está lá nenhum país da UE (como Malta ou Chipre) nem, por exemplo, as Bermudas ou as Ilhas Caimão - por isso, o El Confidencial chama-lhe uma lista "descafeinada". A Ana Suspiro fez as contas: contribuintes residentes em Portugal enviaram no ano passado 416 milhões de euros para aqueles países.

A Santa Casa vai investir no Montepio “com alguma tranquilidade" e nomear "um a dois gestores executivos”. A garantia é dada pelo novo provedor, Edmundo Martinho, numa entrevista ao Público.

Há três notícias de Justiça que vale a pena ler:

Foram revelados detalhes inquietantes sobre o combate ao terrorismo por parte dos serviços secretos britânicos. Há sucessos: o MI5 evitou uma tentativa de assassinato de Theresa May em Downing Street. E há fracassos: o atentado de Manchester, num concerto de Ariana Grande, podia ter sido impedido se as autoridades tivessem valorizado as informações que já existiam sobre o terrorista.

A Rússia foi afastada dos Jogos Olímpicos de Inverno por causa do uso de doping. É uma decisão inédita e exemplar. Alguns atletas do país poderão participar como convidados, mas não usarão equipamento russo, não poderão cantar o hino russo e não terão a bandeira russa a ser içada.

Por trás do escândalo está Grigory Rodchenkov, o químico que denunciou o recurso sistemático a doping por parte da Rússia. Tentou suicidar-se, esteve num hospital psiquiátrico, fugiu para os Estados Unidos e está num programa de proteção de testemunhas. Moscovo, claro, pede a sua extradição. O Bruno Roseiro conta os detalhes desta história.


Os nossos Especiais
 
O primeiro transplante de coração foi há 50 anos: tornou um médico superstar, envolveu o apartheid e passou por Portugal. A Helena Matos conta os pormenores de uma história que mudou a medicina.
 

A nossa Opinião

Luís Aguiar-Conraria escreve "O Leviatã, a Autoridade Tributária, o contribuinte e o seu cavaleiro": O Estado permite que se use a Autoridade Tributária como o Cobrador do Fraque. Na verdade é ainda pior, porque a AT tem um poder de coerção mais forte do que os tipos da máfia com um taco de beisebol.

Maria João Avillez escreve "Dois desastres e um casamento": "Michel Banier, o negociador-chefe da UE para o Brexit, parece de vez em quando pôr veneno no diálogo com Londres. Mas esta responde por vezes com um grau de amadorismo ou impreparação estarrecedores".

Maria João Marques escreve "Em defesa do consumismo": "Recomendo que ameacem os moralistas de algibeira de ficarem sem presentes de Natal se continuarem a maçar. Pelo menos enquanto não criarem as ovelhas cuja lã processarão para tricotar toda a sua roupa".

Manuel Villaverde Cabral escreve "Centeno presidente": "Sendo a boa notícia de que Costa precisava há muito tempo, a eleição de Centeno poderá traduzir-se na desarticulação da 'geringonça' e no início da competição entre o PSD e o CDS para se aliarem ao PS".


Notícias surpreendentes

Morreu Johnny Hallyday, o "Elvis francês", com cancro do pulmão. Tinha 74 anos e vendeu 100 milhões de discos.

Há dois portugueses favoritos no maior concurso de fotografia da Sony. Estão a concorrer com 42 outras imagens impressionantes, que pode ver aqui.

O top 10 dos vídeos mais populares do YouTube em todo o mundo inclui cantores estranhos, Trump e aquela criancinha que interrompeu a entrevista do pai na BBC. Os vídeos musicais mais vistos também estão aqui.

E há ainda os vídeos do YouTube mais populares em Portugal. Salvador Sobral aparece em três posições.

Antes de acabar, os parabéns ao João Francisco Gomes. O jornalista do Observador recebeu o prémio de jornalismo Dom Manuel Falcão, entregue pela Conferência Episcopal Portuguesa, com uma entrevista de vida a D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima. O trabalho pode ser lido aqui. Guarde uns minutos para ele, vai ver que vale a pena. 
Até já!
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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

FRANCISCO SÁ CARNEIRO - 37 ANOS DEPOIS - 4 DE DEZEMBRO DE 2017




CAMARATE  - 4 - Dezembro - 1980

- a esta hora (20 horas, mais ou menos)  morrem num avião que se despenhou (por acidente? Por Crime ?)

FRANCISCO SÁ CARNEIRO, ADELINO AMARO DA COSTA e mais 5 +pessoa


Foi há 37 anos ... 



E QUANTOS MAIS SE SEGUIRÃO?


Onde estão os culpados...?



Para que serviram as Comissões Parlamentares de Inquérito...? 




Por esta amostra se vê como anda a Justiça ( e não só...) em Portugal



Tudo... (Direita, Centro, Esquerda e extremos) trata da "sua vidinha" e os outros que se LIXEM...!!!





 


Caso Camarate[1], também conhecido como Acidente de Camarate ou Atentado de Camarate[2] ou foi um desastre aéreo ocorrido a 4 de Dezembro de 1980, no qual a queda de um avião Cessna sobre o bairro das Fontainhas, em Camarate, a norte de Lisboa, vitimou o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, outros três passageiros e os dois pilotos do avião.
O caso começou a ser investigado no próprio dia do acidente, tendo prescrito, de forma inconclusiva, em Setembro de 2006. Em Novembro do mesmo ano, um antigo segurança declarou em entrevista ter colocado um engenho explosivo da sua autoria a bordo da aeronave, embora a intenção fosse somente a de assustar os ocupantes. O engenho teria sido posteriormente alterado por forma a fazer explodir o avião. Uma vez que o caso havia prescrito, apesar destas declarações, o segurança não pôde ser julgado. Contudo, não há provas forenses conclusivas quanto à real existência do dito engenho explosivo nem da sua eventual detonação[3].



Acidente

Na noite de 4 de Dezembro de 1980, durante a campanha presidencial do general Soares Carneiro, candidato pela Aliança Democrática (AD), o ministro da Defesa português, Adelino Amaro da Costa tinha disponível uma aeronave Cessna a fim de deslocar-se ao Porto, onde iria assistir ao encerramento da campanha. Tendo Soares Carneiro alterado o local de encerramento da campanha para Setúbal, para onde se dirigiu acompanhado de Freitas do Amaral. O então primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, que também se dirigia para o Porto acompanhado da sua companheira Snu Abecassis, desmarcou os bilhetes da TAP que tinha reservado e aceitou o convite de  Amaro da Costa, embarcando a bordo do Cessna juntamente com este, sua mulher Maria Manuel Simões Vaz da Silva Pires, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, António Patrício Gouveia, e os dois pilotos do aparelho. Pouco depois de levantar voo, o avião incendiou-se e despenhou-se sobre o bairro das Fontainhas, zona residencial vizinha da pista do Aeroporto da Portela, calculando-se que o impacto no solo ocorreu 26 segundos depois da descolagem[3]. O avião Cessna tinha entretanto embatido em cabos de alta-tensão, perdendo velocidade e acabando por se despenhar e incendiar sobre uma casa do bairro das Fontainhas. Testemunhos contraditórios colocam em cima da mesa a hipótese de atentado, alegando algumas testemunhas oculares terem visto o Cessna a incendiar-se aquando do impacto final contra as habitações e outras testemunhas que o aparelho já se encontrava em chamas durante o voo, antes ainda do primeiro embate contra os cabos de alta-tensão[3]. Morreram os sete ocupantes do aparelho, não se tendo registado vítimas entre os moradores do bairro, apesar de cinco habitações e três automóveis terem sido danificados[4].



Investigação

No próprio dia do acidente, a 4 de Dezembro de 1980, foi instaurado um inquérito preliminar, dirigido pelo Ministério Público e investigado pela Polícia Judiciária, o qual foi concluído com relatório publicado a 9 de Outubro de 1981, considerando que não havia indício de crime e que os autos deveriam aguardar, por mera cautela, a produção de melhor prova[1].
A 12 de Outubro de 1981, a fim de que toda a dúvida fosse dissipada, o procurador-geral da República determinou que as investigações deveriam prosseguir na modalidade de "inquérito público", o qual foi determinado pelo Ministério Público a 16 de fevereiro de 1983 que ficasse a aguardar produção de melhor prova, corroborando a posição sustentada pela Polícia Judiciária. Uma primeira comissão parlamentar de inquérito foi instituída, e na sequência do trabalho por ela realizado, a 15 de Julho de 1983 o Ministério Público requereu a abertura de instrução preparatória, solicitando a inquirição dos Deputados que tinham composto aquela comissão, a fim de "esclarecerem todos os elementos novos e suplementares susceptíveis de conduzir à mais completa verdade material". A partir desta altura a investigação transitou do Ministério Público para o juiz de instrução criminal, passando também a Polícia Judiciária a actuar na estrita dependência funcional daquele juiz.[1]
Apenas passados mais de cinco anos foram completadas as inquirições e audições aos Deputados, tendo a Assembleia da República recusado autorização relativamente a dois depoimentos. A 18 de Fevereiro de 1988, e não tendo ainda sido completadas, pelo juiz de instrução criminal, aquelas inquirições, foram juntas aos autos, a pedido do Ministério Público, os relatórios e atas das primeira, segunda e terceira comissões parlamentares de inquérito, promovendo ainda dez séries de diligências de que constavam:
  1. A realização de várias peritagens, com a formulação de quesitos e a indicação de peritos, tendo em vista a despistagem de vestígios de explosivos nos destroços do avião e no vestuário das vítimas;
  2. A obtenção de esclarecimentos técnicos sobre o significado da presença de partículas metálicas nos pés do piloto e outros aspectos do foro médico-legal;
  3. A reavaliação do estudo do perfil do voo;
  4. O reexame da peritagem sobre o rasto de fragmentos.
No mesmo requerimento, o Ministério Público promoveu nova deslocação a Portugal do National Transportation Safety Board dos Estados Unidos e a constituição de uma equipa pericial multidisciplinar, incluindo os ramos aeronáutico, de explosivos, patologia legal e radiologia forense, tendo sugerido o pedido de cooperação do governo inglês, sendo o requerimento deferido pelo juiz de instrução criminal[1].
A instrução preparatória foi encerrada em 8 de Maio de 1990, tendo o Ministério Público concluído pela não existência de indícios de atentado mas propondo, por cautela, que os autos aguardassem a produção de melhor prova. Por despacho de 17 de Maio de 1990, o juiz de instrução criminal concordou, no essencial, com a posição do Ministério Público e decidiu que o processo ficasse a aguardar a produção de melhor prova[1].

Comissões de inquérito

Até 2015, o parlamento português já nomeou 10 comissões de inquérito para averiguar as causas e circunstâncias em que, no dia 4 de Dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes.
Concluídos os trabalhos da quarta comissão parlamentar de inquérito, em 11 de Outubro de 1991, o Ministério Público analisou o relatório e as atas e requereu a sua junção aos autos. Considerando não existirem elementos novos ou relevantes, concluiu, no entanto, que a Polícia Judiciária deveria proceder à recolha e ao tratamento de informação criminal com base em notícias que circulavam, ainda que sem suporte na investigação. O juiz de instrução criminal, por despacho de 20 de Janeiro de 1992, analisou a prova e determinou o arquivamento dos autos, considerando implicitamente que não se justificavam as cautelas do Ministério Público, face à inexistência absoluta de indícios de crime[1].
A 2 de maio de 1995, de posse de alguns elementos relativos aos trabalhos da quinta comissão parlamentar de inquérito, o Ministério Público requereu a reabertura da instrução preparatória e, em 5 e 10 de Maio, promoveu a realização de novas diligências que foram consideradas, juntamente com as que o juiz determinara oficiosamente. No decurso do mesmo ano familiares das vítimas foram admitidos como assistentes no processo, tendo a instrução preparatória sido encerrada em 6 de Novembro de 1995 pelo juiz de instrução criminal. A 10 de Novembro de 1995, perante o valor e o significado das provas, globalmente consideradas, o Ministério Público promoveu que os autos continuassem a aguardar a produção de melhor prova[1].
Os assistentes reclamaram para o Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa e para a Procuradoria-Geral da República, sendo as reclamações desatendidas. Em 17 de Novembro de 1995, os assistentes deduziram acusação particular contra quatro indivíduos, tendo sido aperta a instrução contraditória em 23 de novembro de 1995 pelo juiz de instrução criminal, esclarecendo que o tinha feito por imperativo legal e não por considerar que existissem quaisquer indícios de crime, tendo sido indeferidas grande parte das diligências requeridas pelos assistentes. A 9 de Janeiro de 1996, o juiz de instrução criminal, divergindo do parecer do Ministério Público, considerou prescrito o procedimento criminal contra três arguidos, tendo o Ministério Público recorrido deste despacho a 22 de Janeiro de 1996, o qual teve provimento negado pelo Tribunal da Relação. Do acórdão do Tribunal da Relação, o Ministério Público recorreu, a 10 de julho de 1997, para o Supremo Tribunal de Justiça que não conheceu do recurso. A instrução contraditória foi encerrada a 15 de Novembro de 1996, tendo o Ministério Público mantido a posição anterior, de que os autos deveriam aguardar a produção de melhor prova[1].
A 13 de dezembro de 1996, os assistentes deduziram acusação definitiva, o qual processo foi remetido ao juiz competente para a pronúncia. Este, em despacho circunstanciado de mais de 700 páginas, a 16 de abril de 1998, rejeitou a acusação dos assistentes, por considerar não haver nenhum indício de crime, e ordenou o arquivamento do processo. Os assistentes interpuseram recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa, para onde os autos subiram em 28 de Setembro de 1998. Os trabalhos da 6.ª comissão parlamentar de inquérito foram concluídos a 6 de Julho de 1999[1]. Apenas esta sexta comissão sustentou a tese de atentado no acidente de Camarate[5].

VII Comissão Parlamentar de Inquérito

A 28 de junho de 2001 foi aprovada por maioria na Assembleia da República, a pedido do PSD, a constituição de uma sétima comissão de inquérito ao acidente de Camarate[6]. Esta comissão de inquérito foi interrompida já depois de terem começado as audições, devido à demissão do então primeiro-ministro António Guterres e a dissolução da Assembleia da República pelo Presidente Jorge Sampaio[5].


VIII Comissão Parlamentar de Inquérito

A 16 de maio de 2002 o pedido de criação da oitava comissão de inquérito para investigação do acidente de Camarate deu entrada na Assembleia da República, por iniciativa do PSD e do CDS-PP[5]. Em Dezembro de 2004 o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito ao acidente de Camarate, Nuno Melo, anunciou que a Assembleia da República iria debater a suspeita de uma nova ligação entre a venda ilegal de armas a países como o Irão ou a Indonésia e o acidente de Camarate. Um relatório da Inspeção-Geral das Finanças apontava para "negócios pouco claros de venda de armas a países como a Indonésia, o Irão, a Guatemala, e a Argentina, que tinham sido proibidos pelo então Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa". Em causa estava um montante equivalente a pelo menos 35 milhões de euros do Fundo de Defesa do Ultramar, montante esse que desapareceu. Nuno Melo, também deputado do CDS-PP, da coligação governamental, disse também que "há pessoas com altas responsabilidades de Estado, que tinham, nos termos da lei, a tutela máxima sobre o Fundo, e que terão de explicar o que aconteceu"[7].
José Ribeiro e Castro, também do CDS-PP, sublinhou ainda que, entre a quarta e a oitava Comissão de Inquérito Parlamentar ao acidente de Camarate, a Assembleia da República "concluiu sempre pela existência de crime" no acidente que vitimou o antigo chefe do Governo Francisco Sá Carneiro e o seu ministro da Defesa Amaro da Costa[8].
A comissão em 2004, presidida pelo centrista Nuno Melo, não chegou ao fim devido à dissolução da Assembleia da República.

IX Comissão Parlamentar de Inquérito

A nona comissão de inquérito foi interrompida pela dissolução do Parlamento em 2011

X Comissão Parlamentar de Inquérito

A décima foi presidida pelo deputado do PSD José Matos Rosa, que teve como vice-presidentes Raul Almeida, pelo CDS-PP, e António Braga, pelo PS e tomou posse em Janeiro de 2013[9]. Esta comissão de inquérito esperava que os serviços secretos dos Estados UnidosAlemanha e Reino Unidopudessem fornecer provas concretas sobre a tragédia de Camarate. Assim, foram pedidos às embaixadas destes países informações, após várias pessoas terem afirmado - em audições à porta fechada - que polícias secretas, como a Stasi, tinham uma forte presença no país no início da década de 1980, podendo ter informações sobre o caso Camarate[10][11].
O especialista em exploração de minas Henrique Miranda e engenheiro metalúrgico José Cavalheiro, ambos docentes universitários entretanto aposentados, explicaram na comissão parlamentar de inquérito que o "puzzle" montado desmente a primeira versão oficial de acidente. O perito garantiu que, depois de "juntar as peças, algumas estragadas pelo uso ou perdidas", foi possível "vislumbrar a imagem do puzzle": "houve uma carga (explosiva) não muito grande, mas de grandes efeitos, que induziu o desgoverno mecânico ou a impossibilidade de os pilotos reagirem, pelo incêndio ou a intoxicação com monóxido de carbono, e a consequente queda".[12]
O relatório final da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate reafirma a tese de atentado e aponta "lacunas" à actuação da Polícia Judiciária e da Procuradoria-Geral da República. "A queda do avião em Camarate, na noite de 4 de Dezembro, deveu-se a um atentado", lê-se nas conclusões finais do texto, cujo deputado relator foi o social-democrata Pedro do Ó Ramos.[13]
O relatório realça também que “foi evidenciado, com elevado grau de confiança, que José Moreira (o dono do avião utilizado na campanha presidencial de 1980) e Elisabete Silva foram assassinados no início de Janeiro de 1983”.
José Moreira e Elisabete Silva foram encontrados mortos no seu apartamento, em Carnaxide, a 5 de Janeiro de 1983, dias antes de aquele engenheiro ir testemunhar em comissão parlamentar de inquérito sobre a queda do Cessna, depois de ter afirmado possuir informações relevantes sobre o assunto: “A actuação da PJ na investigação à morte de José Moreira e Elisabete Silva foi deficiente e apresentou lacunas inequívocas, sendo difícil crer que se tenha devido apenas a eventuais descuidos”, refere o documento citado pela Lusa em 23 de Junho deste ano.[14]


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ANTÓNIO FONSECA




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