sábado, 25 de novembro de 2017

PELA POSITIVA

PELA POSITIVA


Posted: 23 Nov 2017 04:35 PM PST
 
1 Teria sido possível encontrar um acordo quanto às 95 teses de Lutero, mesmo quanto às que são mais claramente de crítica ao Papa: "Pregam doutrina humana os que dizem que a alma voa do purgatório para o céu, mal o dinheiro cai na caixa." "Porque é que o Papa não esvazia o purgatório, baseado num motivo correcto: um amor santíssimo e a extrema necessidade das almas, em vez de resgatar um número incontável de almas, baseado num motivo bem insignificante: o funesto dinheiro para a construção de uma igreja?" "Porque é que o Papa, que é hoje mais rico do que o mais rico Crasso, não prefere pelo menos construir a Basílica de São Pedro com o seu próprio dinheiro, em vez de fazê-lo com o dos fiéis pobres?" Aliás, ele mandara as teses ao bispo de Mainz e só porque não recebeu resposta é que as tornou públicas. Infelizmente, o próprio papa Leão X, que aos 13 anos já era cardeal e que estava mais preocupado com o poder e o fausto do que com o Evangelho e que não percebeu que se estava numa mudança de época, pensou que tudo se resolvia com a excomunhão do frade alemão. Não foi assim, e o que é facto é que, como escreveu Viriato Soromenho Marques, "em poucos anos, o que era um protesto aparentemente localizado e sectorial contra um cristianismo ocidental romano, já com frestas mas ainda unificado, transformou-se num poderoso e plural movimento que iria cindir, violenta e definitivamente, não só o cristianismo como a política, a sociedade e a cultura do Velho Continente".

2 As indulgências foram apenas a ocasião. O que acabou por romper a unidade e pôr em marcha consequências que o próprio Lutero não desejava foi a doutrina luterana dos "sós": sola fides - só a fé: a salvação dá-se exclusivamente pela fé, sem o contributo das obras; sola gratia - só a graça, sem méritos; sola Scriptura - só a Bíblia, a única autoridade na e para a fé. Esta concepção punha fim às mediações: dos sacramentos, só o baptismo e a eucaristia eram reconhecidos; o próprio Erasmo de Roterdão, humanista e crítico mordaz da Igreja, recordou a Lutero que, segundo a Bíblia, em ordem à salvação, há a colaboração da liberdade humana; a razão não pode ser excluída da fé; as Escrituras têm de ser lidas sem invalidar a tradição...
Neste quadro, o protestantismo contribuiu de modo decisivo para a secularização/secularismo. Sem mediações, entre um Deus radicalmente transcendente, totalmente Outro, e uma humanidade radicalmente pecadora, ficava um mundo totalmente profano, sem qualquer significado divino, que já não é veículo da graça. Com o tempo, uma vez que Deus está tão distante do ser humano, pode-se chegar ao seu esquecimento e, no longo prazo, à sua negação. Assim, a Reforma também está na origem das modernas concepções radicalmente imanentes. É a ironia da história das ideias: uma vez lançadas, podem provocar consequências que de modo nenhum estavam nas intenções dos seus autores e até lhes são totalmente opostas.
Neste contexto, Lutero defendeu a doutrina dos dois Reinos, distinguindo bem a esfera temporal e a esfera espiritual, o reino da política e o reino da salvação, de tal modo que a liberdade cristã fica separada da transformação social deste mundo. Assim, dizer que a liberdade trazida por Cristo é incompatível com a servidão, como afirmavam os camponeses rebeldes em Os Doze Artigos, "significa tornar a liberdade cristã uma liberdade completamente carnal". "O Evangelho não tolera nunca a rebelião." Subordinou a Igreja à autoridade do Estado, de tal modo que o príncipe ou o senhor pode ser "o funcionário da justiça de Deus e o servidor da sua ira." A liberdade e a igualdade cristãs não são para este mundo. Assim, Lutero, que, num primeiro momento, pedira aos príncipes "Por amor de Deus, cedei um pouco face ao furor dos camponeses", pouco tempo depois, com base na "matança de Weinsberg", pôs-se completamente do lado dos príncipes e "contra os camponeses, ladrões e assassinos; nisto, molho a minha pena em sangue: apelo aos príncipes que matem os ofensivos camponeses como cães raivosos, que os apunhalem, os estrangulem e destruam como melhor puderem... Não quero opor-me às autoridades que, podendo e querendo fazê-lo, reprimam com todo o vigor e castiguem esses assassinos sem oferta prévia de alcançar um acordo equitativo, mesmo quando essas autoridades não forem tolerantes em relação ao Evangelho".
Thomas Münzer, que fora discípulo de Lutero mas se distanciara dele por causa da opressão a que estavam sujeitos os camponeses, não se contentava com a libertação interior e queria estabelecer o Reino de Deus mediante uma ordem social justa. Na batalha de Frankenhausen, em 1525, foi feito prisioneiro, torturado e decapitado. Os conflitos causaram a morte a mais de cem mil camponeses.

3 São incontáveis na história os efeitos positivos de Lutero como testemunha de Cristo e do Evangelho: a leitura e a difusão da Bíblia, a tomada de consciência pelos cristãos do sacerdócio universal e da sua radical igualdade em Cristo, a reforma da(s) Igreja(s), a afirmação da subjectividade e da liberdade, a educação, a promoção da mulher, a força da música na liturgia, os seus catecismos... Mas há ainda outra dimensão marcante nas suas contradições: depois de ter defendido uma coabitação amigável com os judeus, fez um volte-face e pediu, em 1543, a sua expulsão, o confisco dos seus bens, o incêndio das sinagogas: "Primeiro, incendeie-se as suas sinagogas e cubra-se de terra e sepulte-se o que recusar arder, a fim de que ninguém possa ver o seu mínimo traço por toda a eternidade."

???????4 Lutero morreu na sua cidade natal, Eisleben, em 1546, invocando Jesus Cristo. Numa nota escrita na véspera da morte estão estas palavras: "Wir sind Bettler, das ist wahr" (somos mendigos, é verdade).
 
Anselmo Borges no DN
Posted: 23 Nov 2017 04:30 PM PST




Acontecimentos recentes dão visibilidade a uma realidade provocadora: Onde estão e quem apoia os cristãos empenhados na vida pública? Que formas associadas são acarinhadas e promovidas pela Igreja instituição e seus responsáveis primeiros, seus movimentos e paróquias? Que sensibilidade social desperta a leitura orante do Evangelho que alguns grupos vão fazendo? Perguntas que podem incomodar os que estão satisfeitos porque há ainda quem aparece, pede ritos sagrados, toma parte em devoções piedosas, tem gestos e conselhos de bem-fazer. Dá a impressão que se cultiva uma fé “descafeinada”.

O Evangelho é força de renovação. O exemplo de Jesus histórico, situado no tempo e na cultura, não deixa dúvidas. E o Cristo ressuscitado, o da glória, percorreu os caminhos da história, assumiu a limitada medida humana, redimensionou a fragilidade, abriu horizontes às sementes de esperança, fez brilhar a energia escondida no fermento de uma sociedade envelhecida a renovar. E deixa esta bela missão aos seus discípulos e pastores.

A valorização dos leigos como “categoria” à-parte na Igreja constitui um empobrecimento tremendo, se antes não for valorizada a sua pertença ao Povo de Deus, a par de outros membros como os diáconos, os presbíteros e os bispos, todos chamados a ser santos no quotidiano das suas vidas. Os religiosos representam um sinal especial que visualiza esta vocação universal.

Sendo importante ver onde estão os leigos e o que fazem, é mais urgente ponderar onde estão os cristãos como discípulos missionários na Igreja “hospital de campanha” que quer ser fiel a Jesus Cristo que grita em surdina na consciência das pessoas subdesenvolvidas nas suas capacidades, adormecidas na sua dignidade, congeladas nas suas aspirações a um desenvolvimento integral, limitadas ao imediato saturante, esforçadas em gestos de precária duração, atormentadas por feridas purgantes de sonhos truncados. A humanidade e a mãe natureza fazem sentir a sua amargura, o ambiente o seu descontrole, as alterações o seu clamor ensurdecedor. Paulo na carta aos cristãos de Roma já deixava alertas sonoros, embora em forma de gemidos. (Rom 8, 22). Hoje, como facilmente se comprova, os seus efeitos são desastrosos.

A vida pública não exclui a privada, pois a pessoa é um todo em busca de harmonia crescente das suas diversidades enriquecedoras. Ela é individualidade sociável, natureza civilizada, relação convivial, tempo situado na história, eternidade configurada no limite aberto ao definitivo do futuro de Deus. Em todas estas áreas está chamada a realizar-se progressivamente.

A Igreja constitui o sacramento desta vocação da humanidade e, por vontade de Jesus Cristo, força de semente a germinar constantemente, energia de fermento a levedar a massa, sacramento a garantir que Deus quer a colaboração de todos na realização do seu projecto de salvação universal.

Situa-se neste dinamismo o Encontro Nacional de Leigos recentemente realizado, em Viseu, encontroque analisa o tema “Nada nos é indiferente entre a terra e o céu” e quer ser “um apelo sobre os fundamentos da nova esperança e a responsabilidade politica e social para a construção da justiça e da paz”. A presidente da CNAL, Alexandra Viana Lopes, em declarações à Rádio Vaticano, destaca os apelos que o Papa tem feito: “a sair das suas portas, viver plenamente no mundo, ir trabalhar para todos e com todos”, apelos “a chegar sobretudo àqueles que ainda não encontraram Deus, que vivem na maior fragilidade humana, social e cultural”.

Muito caminho já se fez; mas muito mais há para fazer. Onde estão os cristãos na vida pública? Como se organizam para a eficácia da indispensável acção concertada? Que espiritualidade os anima? Quem lhes/nos apoia na ousadia apostólica de dar razões de esperança nos ambientes em que vivemos? Perguntas que indicam um rumo auspicioso sob o olhar atraente de Jesus, Senhor do Universo.
Posted: 23 Nov 2017 10:59 AM PST

 
Um trabalho de Lucinda Canelas
 
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Golpe de 25 de Novembro de 1975 - Foi há 42 anos....

Golpe de 25 de Novembro de 1975 - Foi há 42 anos....

golpe de 25 de Novembro de 1975 foi uma tentativa de golpe militar conduzido pelas forças políticas consideradas como radicais, cujo fracasso resultou no fim da influência que estas exerciam sobre o país, permitindo que se instaurasse em Portugal uma democracia pluralista, política e constitucionalmente baseada num regime semi-presidencialista, e economicamente baseada numa economia de mercado.[1]
Após o Verão Quente desse ano, em que se efetua a disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas pela ocupação do poder do Conselho da Revolução, civis e militares começaram a contar espingardas para um possível confronto armado. Este, tantas vezes anunciado pareceu por fim inevitável, quando, na madrugada de 25 de Novembro de 1975, tropas paraquedistas ocupam diversas bases aéreas, na expectativa de receber apoio do COPCON. Mas opondo-se-lhes um grupo operacional de militares, chefiado por Ramalho Eanes, conseguiu fracassar a revolta, substituindo o PREC, acrónimo para Processo Revolucionário em Curso, pelo Processo Constitucional em Curso.[2]

O levantamento militar de 25 de Abril de 1974, conhecido pela Revolução dos Cravos, teve como objectivo principal a implantação em Portugal de um regime democrático, pondo fim a 48 anos de ditadura, proporcionando uma solução política imediata para a guerra colonial. A definição desse regime não foi consensual entre as diversas facções partidárias e movimentos sociais e políticos que surgiram então. Com a adesão espontânea de grande parte da população das principais cidades do País, o Golpe de Estado transformou-se em processo revolucionário (PREC). Na noite de 25 de Abril de 1974 o MFA deu a conhecer à população portuguesa o seu Programa político e militar, o qual comportava diversas medidas de carácter político, jurídico, social e económico. O Programa do MFA não apontava para qualquer tipo específico de regime democrático mas, em contrapartida, no seu ponto 6 apontava para uma reorganização e social do País de tipo socialista (ou no mínimo socializante), antimonopolista e favorável às classes e camadas sociais mais desfavorecidas. Foi sobretudo a favor ou contra estas provisões do Programa do MFA que a luta política, social, ideológica, económica e militar - a luta de classes - se iria desencadear. Esse debate ideológico entre ainda permanece, nos moldes da democracia portuguesa, ao nível de historiadores, politólogos, especialistas de relações internacionais ou elementos da classe política.
As forças mais identificadas com o modelo económico e social, comummente definidas de economia de mercado, de livre iniciativa, ou capitalista, considerando os respetivos conceitos da Ciência Política, como o PS, o PPD, o CDS, o PPM e as fações militares suas aliadas (spinolistas, direita militar mais conservadora, melo-antunistas, moderados mais ou menos aliados à ala direita do PS, como os soaristas) iriam tudo fazer para inviabilizar a implementação do ponto 6 a) e b) do Programa do MFA. Aliar-se-iam inclusive a potências estrangeiras e as respetivas agências de espionagem (EUA, RU/GB, RFA).
Algumas forças mantiveram-se fiéis ao referido PREC, acrónimo para Processo Revolucionário em Curso, nomeadamente as forças políticas da esquerda parlamentar e constitucional, formada pelo MDP/CDE - Movimento Democrático Português - Comissão Democrática Eleitoral e a UDP União Democrática Popular e de vez em quando aliadas ao PCP - Partido Comunista Português. Constituíam o que se chamou Frente de Unidade Revolucionária e todas visavam a implantação de uma república popular.[necessário esclarecer] Todas elas detinham, em conjunto com o PCP, 36 dos 250 Deputados Constituintes.
Por oposição outras facções mais moderadas que um ano depois, em 1975, detinham uma ampla maioria dentro da Assembleia Constituinte, (214 dos 250 Deputados Constituintes), constituída por PS - Partido SocialistaPPD - Partido Popular Democrático e CDS - Centro Democrático Social, defendem a implantação de uma Democracia constitucional de cariz semi-presidencialista.


25 de Abril de 1975 decorreram as eleições para a Assembleia Constituinte. O Partido Socialista vence as eleições, as primeiras eleições livres dos últimos 50 anos e com uma participação eleitoral excepcional e sem incidentes de maior, dando a este 38% e 116 eleitos, o Partido Popular Democrático obtém 26,5% e 81 eleitos, o Partido Comunista Português obtém 12,5% e 30 eleitos, o Centro Democrático Social obtêm 7,6% e e 16 eleitos, MDP/CDE - Movimento Democrático Português - Comissão Democrática Eleitoral obtêm 4,14% e 5 eleitos, UDP União Democrática Popular obtém 0,79% e 1 eleito e a Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM; representava os interesses de Macau e estava conotada com o CDS) obtém 0,3% e 1 eleito.
A 21 de Junho, Otelo Saraiva de Carvalho, à data detentor do comando do COPCON, juntamente com o capitão Marques Júnior, à data membro do Conselho da Revolução, iniciaram uma visita de 10 dias a Cuba. A viagem foi realizada a pedido do Partido Comunista Português e apoiada pelo comunismo internacional, e tinha com o intuito atrair Otelo para o seu lado e assim garantir o controle do poder militar por parte dos comunistas.[3]
11 de Novembro, uma manifestação de trabalhadores da construção civil cerca a Assembleia Constituinte, impedindo a saída dos deputados constituintes e do Primeiro-Ministro do Palácio de S. Bento, após 36 horas. No dia 13 de Novembro o almirante Pinheiro de Azevedo é obrigado a ceder às reivindicações dos operários que exigiam aumentos salariais.
Em 16 de Novembro é realizada uma manifestação de trabalhadores da cintura industrial de Lisboa e das Unidades Colectivas de Produção alentejanas no Terreiro do Paço, em Lisboa, de apoio ao "Poder Popular", nesse dia vários dirigentes e deputados do PS, PPD e CDS estão no Porto, correndo rumores que a Assembleia Constituinte pode vir a ser transferida para aquela cidade.
20 de Novembro o VI Governo Provisório auto-suspende-se enquanto não lhe forem dadas garantias para poder governar, nesse dia é realizada uma manifestação em frente ao Palácio de Belém a favor do "Poder Popular", Costa Gomes fala com os manifestantes, afirmando ser indispensável evitar uma guerra civil.
No dia 21 de Novembro, o Conselho da Revolução destitui o general Otelo Saraiva de Carvalho do comando da Região Militar de Lisboa e substitui-o pelo capitão Vasco Lourenço ligado à linha moderada, dois dias depois é realizado em Lisboa um comício do PS, em apoio ao VI Governo Provisório, na Alameda D. Afonso Henriques, o mesmo conta com milhares de pessoas. No dia seguinte em 24 de Novembro, os populares de Rio Maior[4] e os agricultores associados da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), na altura conotados com a direita tradicional e patriótica, cortam as estradas de acesso a Lisboa, separando o Norte de Portugal e o Sul.

No dia 25 de Novembro[editar | editar código-fonte]

Na sequência de uma decisão do coronel piloto-aviador José Morais da SilvaChefe do Estado-Maior da Força Aérea,[5] que dias antes tinha mandado passar à disponibilidade cerca de 1000 camaradas de armas de Tancos, paraquedista da Base Escola de Tancos ocupam o Comando da Região Aérea de Monsanto, Escola Militar da Força Aérea e mais cinco bases aéreas e detêm o tenente-coronel Aníbal Pinho Freire e exigem a demissão de Morais da Silva.
Este atos são considerados pelos militares ligados ao Grupo dos Nove como o indício de que poderia estar em preparação um golpe de estado vindo de sectores mais radicais, da esquerda. Esses militares apoiados pelos partidos políticos moderados como o PS e o PPD e depois do Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes ter obtido por parte do PCP a confirmação de que não convocaria os seus militantes e apoiantes para qualquer acção de rua, decidem então intervir militarmente para controlar o país.
Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS), conotado com a Esquerda Militar, toma posições no aeroporto de Lisboa, portagem de Lisboa A1 e Depósito de Material de Guerra de Beirolas; e forças da Escola Prática de Administração Militar ocupam a RTP e a PMcontrola a Emissora Nacional, as duas Unidades militares eram conotados respectivamente com a esquerda revolucionária e com a referida Esquerda Militar ('gonçalvistas') e com a Esquerda Militar Radical ('otelistas').
Regimento de Comandos da Amadora, conotada com os moderados, com a Direita Militar ('spinolistas' e outros sectores conservadores e ultra-conservadores militares, e identificados com os partidos da Direita política parlamentar, a Igreja e sectores da Extrema-Direita) e com o Centro Militar ('melo-antunistas' ou 'moderados', identificados com o PS e o 'grupo do Florida'), cerca o Emissor de Monsanto, ocupado pelos Paraquedistas, e a emissão da RTP é transferida para o Porto.
Mário SoaresJorge Campinos e Mário Sottomayor Cardia, da Comissão Permanente do PS, no seguimento de um plano contra-revolucionário previamente estabelecido, saem clandestinamente de Lisboa, na tarde do dia 25, e seguem para o Porto, onde se apresentam ao moderado Pires Veloso no Quartel da Região Militar Norte, através do General piloto-aviador José Lemos Ferreira que teria oferecido resistência ao seu comandante o brigadeiro graduado Eurico de Deus Corvacho;
O Presidente da República decreta o estado de sitio na área da Região Militar de Lisboa, e teve um papel determinante na contenção dos extremos. O Tenente-coronel António Ramalho Eanes, adjunto de Vasco Lourenço e futuro presidente da republica, ilude pressões dos militares da extrema-direita que o incitam a mandar bombardear unidades.
Vasco Lourenço dá voz de prisão a Diniz de AlmeidaCampos AndradaCuco Rosa e Mário Tomé, todos militares conotados forças políticas de esquerda revolucionária, sendo o último inclusivamente filiado na UDP; diversos Oficiais ditos 'moderados' estavam então conotados com o PS (com o qual conspiraram na preparação do plano e das operações que desembocaram no '25 de Novembro de 1975') e o PPD.
Posteriormente o "Grupo dos Nove", vanguarda de todas as forças políticas e militares do Centro e da Direita (parlamentar e extra-parlamentar) e os seus aliados, alcançam o controlo da situação.

No dia 26 de Novembro[editar | editar código-fonte]

Jaime Neves, e uma unidade por si dirigida dos Comandos da Amadora, ligados aos moderados, atacam o Regimento da Polícia Militar da Ajuda, unidade militar tida como próxima das forças políticas de esquerda revolucionária. Após a rendição, o resultado são três mortos,[6] tendo posteriormente os militares revoltosos sido presos. As forças das Regiões Militares do Norte e Centro deslocam-se para Lisboa, e Melo Antunes declara na RTP que o PCP "é indispensável à democracia", afastando as veleidades da direita saudosista, que apesar de ter um plano de tomada de poder, se colou ao Grupo dos Nove.

No dia 27 de Novembro[editar | editar código-fonte]

Os Generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho são destituídos, respectivamente, dos cargos de Chefe de Estado Maior do Exército e de Comandante do COPCON. Ramalho Eanes é nomeado Chefe de Estado Maior do Exército em substituição de Carlos Fabião e graduado em General. O COPCON é integrado no Estado Maior Geral das Forças Armadas. Por decisão do Conselho de Ministros a Rádio Renascença é devolvida à Igreja Católica. São enviadas para a prisão de Custóias algumas dezenas de militares detidos na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro, sendo que Costa Gomes, Presidente da República, decreta o estado de sítio parcial na região abrangida pela Região Militar de Lisboa.

Acalmia[editar | editar código-fonte]

A 28 de Novembro, o VI Governo Provisório retoma as suas funções e é suspensa a publicação dos jornais estatizados, no dia seguinte em conferência de imprensa, Sá Carneiro acusa o PCP de ser responsável pela insubordinação militar verificada, o PS tem idêntica atitude.
É levantado o estado de sítio em Lisboa a 2 de Dezembro,[7] no dia seguinte a Assembleia Constituinte PSPPD e CDS acusam o PCP de estar envolvido nos acontecimentos de 25 de Novembro.
Em conferência de imprensa, a 4 de Dezembro, Mário Soares acusa o PCP de ter participado activamente no 25 de Novembro, utilizando a extrema-esquerda como ponta-de-lança e critica o PPD por "anti-comunismo retrógrado" ao pretender o afastamento do PCP, como condição da sua permanência no Governo, nesse mesmo dia o PS a par do PPD e CDS defendem a revisão do "Pacto MFA-Partidos".
O PCP realiza, em 7 de Dezembro, um comício no Campo PequenoÁlvaro Cunhal reconhece a derrota sofrida pela esquerda revolucionária, e apela à "unidade das forças interessadas na salvaguarda das liberdades, da democracia e da revolução".
1 de Janeiro de 1976 a GNR intervém, junto à prisão de Custóias, para dispersar a manifestação de solidariedade com os militares presos após o 25 de Novembro de que resultam quatro mortos e seis feridos [8]
É preso, em 19 de Janeiro, Otelo Saraiva de Carvalho após a divulgação do Relatório Preliminar dos acontecimentos de 25 de Novembro, alegadamente este estaria implicado no possível golpe militar de esquerda.
É realizada uma grande manifestação popular, no dia 20 de Fevereiro, em Lisboa pela libertação dos militares presos em consequência dos acontecimentos de 25 de Novembro.
No dia 3 de Março de 1976, Otelo Saraiva de Carvalho, é libertado e passa ao regime de residência fixa.


Recolhido através do site WIKIPEDIA.COM
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


ANTÓNIO FONSECA

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