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MARTIM SILVA
DIRETOR-EXECUTIVO
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Os meus destaques do Expresso (mais uma semana de tragédia e um Presidente chocado com o governo)
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Desde a última edição semanal do Expresso, tanto que mudou. Um domingo que foi verdadeiramente trágico em matéria de incêndios no país, com mais 500 ocorrências e mais de 100 mil hectares de área ardida e mais de 40 mortos. Um início de semana com uma reação do governo que levou Marcelo a uma violenta intervenção pública. A demissão da ministra. A demissão do responsável da proteção civil. A oposição a avançar para uma censura ao governo. A edição de hoje está recheada de pormenores e novidades desta, de mais esta, semana escaldante na vida política nacional.
Governo não mobilizou todos os meios no dia mais perigoso do ano Três dias antes já se sabia que o passado domingo, 15 de outubro, seria o dia mais perigoso do ano. Segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todos os concelhos do continente, sem exceção, estavam em risco de incêndio. Nunca, em 2017, tinha havido uma previsão tão negra. Nem a 17 de junho, quando os incêndios de Pedrógão Grande mataram 65 pessoas, nem no fim de semana de 19 e 20 de agosto, quando o Governo acionou, precisamente por risco de fogo, o estado de calamidade pública com efeitos preventivos. Desta vez, e apesar da situação meteorológica excecional, isso não aconteceu. Nem as populações tinham qualquer noção do risco que corriam.
-Como Marcelo andou os últimos 4 meses 'em guerra' com Costa e as reações aos incêndios de domingo foram a gota que fez transbordar o copo do Presidente. -Esquerda une-se para responder a Marcelo. -BE desconfortável com entrada de Pedro Siza Vieira no Governo. -O plano que Costa meteu em 2005 na gaveta está de volta. -O constitucionalista Carlos Blanco de Morais olha para a forma como Marcelo exerce os seus poderes.
-Olhamos para o interior do país e para a "dura fatura da devastação" -Entrevistamos Xavier Viegas, responsável pelo estudo sobre Pedrógão que foi apresentado esta semana. -Reportagem da Catarina Guerreiro no Pinhal de Leiria. Ardeu 86% do total. -Reportagem do Hugo Franco entre os devastados distritos de Coimbra e Viseu.
Rio e Santana arrancam taco a taco Empate técnico. Na primeira sondagem nacional sobre a corrida à liderança do PSD, Rui Rio e Pedro Santana Lopes surgem separados por menos de um ponto percentual. O ex-autarca do Porto é indicado por 44,2% dos entrevistados como podendo ser melhor presidente do PSD, enquanto o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é escolhido por 43,3%. Não têm opinião 12,5% dos inquiridos pela Eurosondagem. Ressalve-se, porém, que esta sondagem não se restringe aos militantes do PSD — e são só esses que vão escolher o próximo líder nas diretas de janeiro (e, desses, só os que têm as quotas em dia).
ERC A deliberação, a demissão e a acusação Regulador falhou decisão sobre venda da TVI. Demissão de diretora jurídica levanta questões. NOS ataca Magno. A NOS prometeu guerra caso a decisão dos reguladores em relação à compra da dona da TVI pela Altice não fosse adequada, e ela pode mesmo chegar. Numa carta duríssima em reação à decisão de não deliberação sobre o negócio por parte da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a empresa ataca o presidente do regulador, Carlos Magno, e admite recorrer a litigância contra o contexto em que a avaliação do negócio pelo regulador foi feita — estão no ativo apenas três membros dos cinco que compõem o conselho, e a deliberação tem de ser tomada por maioria. A operadora liderada por Miguel Almeida diz-se ainda “perplexa” com a relevância dada a uma carta de conforto do presidente da congénere francesa da ERC face ao perfil de Patrick Drahi, proprietário da Altice. “A declaração do presidente é incompreensível e insustentável porque vai em contradição com as mais elementares regras de regulação”, lê-se na carta da NOS.
Controlo aéreo em risco de colapso O sistema de controlo e gestão de tráfego aéreo (ATM) utilizado pela NAV — Navegação Aérea de Portugal chegou ao limite, tendo registado já quatro falhas de funcionamento em 2017. Depois de terem enviado ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, duas cartas e um e-mail a alertar para a gravidade da situação, os controladores de tráfego aéreo aguardam agora que o Governo tome uma decisão rápida. Dizem que precisam “com urgência” de uma solução tecnológica que regularize os problemas existentes. Mais: esperam que o Governo cumpra a promessa que lhes foi feita a 3 de outubro, numa reunião de trabalho, pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, de aderirem até ao fim do mês a uma nova plataforma tecnológica de controlo de tráfego aéreo.
Novo Presidente declara ‘guerra’ a negócios de Eduardo dos Santos Filhos do antigo Presidente podem perder monopólio nas telecomunicações, cimento e imagem institucional do governo Menos de um mês após Eduardo dos Santos ter abandonado o Palácio da Cidade Alta, alguns dos seus antigos colaboradores veem agora com apreensão a forma como João Lourenço começa a pôr em causa “a imensa cadeia dos interesses da família” do antigo Presidente. Primeiro, foi o anúncio do fim dos oligopólios no sector da telefonia móvel e do cimento detidos por Isabel dos Santos. Depois, pôs termo ao acesso direto que, na vigência de Eduardo dos Santos, os presidentes da Sonangol e da Endiama, reconduzidos em vésperas da sua investidura, tinham ao gabinete presidencial.
Escrevemos ainda sobre as últimas novidades do caso de Tancos, que esta semana assistiu a uma surpreendente reviravolta, com boa parte do militar roubado a ser encontrado de forma bizarra a escassos quilómetros dos paióis.
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Entrevista a Jonathan Franzen "Donald Trump está só a brincar” Em agosto de 2010 foi capa da prestigiada revista “Time” que o considerou “o grande romancista norte-americano”. Esteve recentemente em Lisboa para falar de literatura, da América e, claro está, de Donald Trump. Escreveu cinco romances mas “Correções”, editado em 2001 vendeu mais de 3 milhões de exemplares e chegou a finalista do Pulitzer na categoria de ficção. Entre outros prémios, venceu o National Book Award, na mesma categoria. Chegou a viver (para estudar literatura) na Alemanha e é, por isso, falante de alemão, língua que também traduz. Além da escrita, dedica-se à observação de pássaros, atividade que iniciou depois de ter ouvido Al Gore a falar de mudanças climáticas. Também sobre assuntos relacionados com a natureza, Franzen escreve regularmente na revista “The New Yorker”.
Para os fãs, fica esta resposta: "Estou a começar um novo romance. E, por vezes, um início pode levar cinco ou seis anos. É complicado escrever um romance... Podemos ter 15 de 16 coisas a bater certo mas, se, por acaso, a 16ª não estiver bem, não bater certo... tem de resultar a tantos níveis. Temos de ter uma personagem, temos de ter uma história, também temos de ter uma estrutura. Há muito a ter em conta, mas o mais importante é encontrar personagens. Da forma como vejo a escrita, tudo parte das personagens principais. E, essas, têm de vir de um lugar cá bem dentro de mim. E demoro muito tempo a encontrar novas personagens em mim..."
Puigdemont não foi astronauta mas quer voar até à soberania O líder da Catalunha chegou ao cargo de forma ‘acidental’, mas é um independentista de longa data. Retrato de um ex-jornalista disposto a ir para a prisão pelo país que sonha fundar: "Se o pequeno Carles — assim batizado em memória do avô materno, Carles Casamajó, que fugiu para França no fim da Guerra Civil e deixou de dar sinais de vida em 1943 — sonhava ser astronauta, hoje tem na independência uma gesta tão difícil como a de pousar um foguetão na Lua. Fã de Beatles, Stones ou Pink Floyd (destes tem a discografia completa), foi baixista na banda Zènit, que tocava em festas de aldeia. Na escola interessava-se pela disciplina de História. Estudou em Amer e depois no colégio interno religioso de Santa Maria de El Collell, onde aos 12 anos, ainda Franco vivia, escreveu na bata da escola “Queremos o Estatuto” (de autonomia, leia-se). Face à incredulidade de um padre que lhe censurou a audácia, soube explicar exatamente o que aquilo queria dizer.
Hoje é o dia em que Madrid deve tirar o estatuto autonómico da Catalunha e além do texto sobre Puigdemont de que já falei, na Revista, temos também um artigo na secão de Internacional.
Escravos do telemóvel Conhece bem as estatísticas? desde que nos levantamos até que nos deitamos, pegamos no smartphone, em média, mais de 150 vezes e passamos quase 2h30 de olhos colados ao ecrã. O Nelson Marques andou a escrever sobre o vício. "Escolhi talvez um mau dia para realizar o exercício, porque, tendo um artigo para acabar, o normal era que passasse mais tempo concentrado nessa tarefa e menos nas redes sociais. O facto de, 24 horas depois, ter desbloqueado o ecrã ‘apenas’ 75 vezes parecia confirmar isso mesmo. Mas uma segunda análise revelava uma realidade mais preocupante: tinha utilizado o telemóvel durante 215 minutos, mais de 3h30. Metade desse tempo tinha sido passado no Facebook a ler as últimas novidades das tragédias dos incêndios. Tinha ainda gasto 35 minutos no Instagram, 34 a navegar na internet e a consultar o e-mail, 10 no WhatsApp, 8 no YouTube. Que no meio de tanta distração tenha acabado este texto parece quase uma improbabilidade."
Para terminar, temos ainda novidades da Operação Marquês e uma notável investigação jornalística que mostra como o antigo empresário de futebol comprou um apartamento numa das torres de Trump em Nova Iorque, por mais de ete milhões de euros, para o presidente do Congo, sua filha e neta. Em causa está um esquema de corrupção internacional. Uma investigação com a marca de água de qualidade habitual do Micael Pereira.
Ah, e caso se tenha esquecido, os melhores do mundo do surf profissional estão por estes dias em Peniche. na Praia de Supertubos e a etapa nacional do circuito mundial deve arrancar esta manhã. O Diogo Pombo está a acompanhar em permanência e falou com John John Florence, o havaiano que é o atual campeão do mundo.
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