10 estranhas proibições por todo o mundo
O filósofo inglês Thomas Hobbes acreditava que a paz entre os homens só seria possível se todos renunciassem suas liberdades individuais e aceitassem que o Estado organizasse as relações humanas através das leis e regras. O Estado administraria a sociedade política e oprimiria a brutalidade natural do homem.
Encontrar o equilíbrio saudável entre liberdade e segurança social não é fácil, e alguns governos acabam passando dos limites na tentativa de manter os cidadãos sob controle. Confira as 10 leis mais estranhas ao redor do mundo:
10. Ketchup é banido de escolas francesas
Em 2011, escolas de ensino fundamental da França introduziram um novo guia de dieta que limita a quantidade de ketchup disponível em cantinas e refeitórios escolares. Esta lei permite que os alunos comam batata frita apenas uma vez por semana, e é apenas neste dia que o condimento está liberado.
Mas usar ketchup como tempero nos outros pratos preparados nas escolas é totalmente proibido. A justificativa para esta proibição é que as crianças conheçam os temperos verdadeiramente franceses e que possam passar a cultura alimentar para as próximas gerações, sem sofrer influência da cultura estadunidense.
9. Fazer cara feia é proibido em Milão
Em Milão, na Itália, é permitido fazer cara feia em público apenas em velórios ou em visitas hospitalares. Em todas as outras situações as pessoas que transitam na cidade devem manter uma expressão neutra ou, preferencialmente, feliz.
Mas calma, esta lei não é mais colocada em prática atualmente. Sua origem data do século XIX, quando a Áustria estava encarregada da região. A lei simplesmente nunca foi revogada.
8. Educação sexual é proibida em Uganda
Uganda é um dos poucos países subsaarianos que adotam um sistema de educação sexual exclusivamente de abstinência. Isso quer dizer que as crianças, adolescentes e até adultos são orientados a fazer sexo apenas depois do casamento. Esse tipo de sistema não permite que os educadores abordem temas como práticas seguras de sexo ou planejamento familiar, e afirma que a única forma de não contrair doenças sexualmente transmissíveis ou engravidar é por meio da abstinência sexual.
Esse tipo de sistema tem sido criticado por ONGs e governos ao redor do mundo por deixar a população desprotegida de doenças como o HIV/AIDS. Em 2017, a ONG Center for Health Human Rights and Development entrou com um processo contra o governo do país para que uma política de educação sexual mais adequada seja adotada.
7. O sarcasmo é proibido na Coreia do Norte
A Coreia do Norte é o país mais fechado e isolado do mundo. Seu governo autoritário é conhecido oprimir sua população, sem respeito aos direitos humanos básicos, como liberdade de expressão, de trânsito e de reunião.
Até comportamentos subjetivos são proibidos, como o uso da fala com sarcasmo. Os cidadãos norte-coreanos são podem fazer comentários sarcásticos sobre o regime de Kim Jong Un. Críticas indiretas ao governo também são proibidas.
Algumas expressões também foram recentemente banidas, como dizer “isso é tudo culpa dos Estados Unidos”. Isso aconteceu porque a população percebia o exagero do ditador em sempre colocar a culpa no país norte-americano.
6. Jeans são proibidos na Coreia do Norte
O jeans foi criado na França no século XVIII, mas foi nos Estados Unidos, na época da Corrida do Ouro da Califórnia, que se tornou um tecido popular para os mineradores. A calça jeans era figurino obrigatório dos filmes de velho oeste da década de 1930, e na Segunda Guerra Mundial passou a integrar o uniforme do exército dos EUA.
Por toda essa trajetória, não é de se estranhar que o tecido seja visto como símbolo do modo de vida ocidental ou até do capitalismo. Por isso, foi proibido pelos líderes da Coreia do Norte.
O governo presta especial atenção às províncias do norte do país que fazem fronteira com a China, como Hamgyong e Yanggang. Existe a preocupação que os moradores desta área sejam influenciados pela moda e cultura ocidental, levada a eles pelos chineses.
A escolha do vestuário dos cidadãos é monitorada de perto por grupos de jovens leais ao governo. Essas unidades de inspeção também acompanham outras características das roupas e acessórios, como comprimento das saias, formato dos sapatos e cortes de cabelo.
5. Camisetas amarelas foram banidas na Malásia
Se você gosta de camisetas amarelas, preste atenção. Em 2015, usar a peça de roupa nesta cor poderia levar a pessoa para a prisão. Isso aconteceu porque a cor era usada por manifestantes contra o governo em Kuala Lumpur, capital do país. Eles pediam a saída do primeiro ministro Najib Razak e foram confrontados pela polícia com canhões de água e gás lacrimogênio.
Conforme os protestos cresceram, o governo baniu camisetas de cor amarela, que viraram símbolo da manifestação. As camisetas originais eram distribuídas pelos grupos e continham a palavra “bersih” (limpeza) na frente.
A proibição foi revogada em 2016.
4. Penteados ocidentais são banidos no Irã
Em 2010, o governo do Irã proibiu as mulheres de usar cabelos longos ou presos em rabos de cavalo, estilos considerados ocidentais. Ao mesmo tempo, foi publicada uma lista de cortes e penteados considerados aceitáveis, que são em geral conservadores e curtos.
Quem é flagrado com os estilos de cabelo ocidentais pela primeira vez é obrigado a cortá-lo bem curto. A partir da segunda vez, a pessoa recebe uma multa. Cabeleireiros que oferecem os cortes e penteados ocidentais são fechados pelo governo.
3. Chinelos estão proibidos em Capri (Itália)
Quando a companhia aérea australiana Qantas baniu o uso de chinelos em salas em embarque de vários aeroportos na Austrália, pouca gente protestou. Afinal de contas aeroportos são ambientes com ar condicionado e aviões costumam ser um tanto gelados. A empresa orienta seus passageiros a se vestirem com trajes esporte fino ou até social. Por isso, shorts, regatas e chinelos de dedo estão proibidos.
Quando uma ilha inteira no Mediterrâneo proíbe este tipo de calçado, porém, muita gente estranha. A ilha italiana de Capri proibiu qualquer calçado que faça barulho ao pisar, com a justificativa que isso atrapalha o descanso dos pacatos moradores da ilha. Quem é flagrado fazendo barulho com os calçados recebe uma multa que pode ser salgada.
2. A atriz Claire Danes não pode entrar nas Filipinas
A atriz estadunidense Claire Danes foi declarada persona non grata quando falou mal de Manila, capital das Filipinas. Ela havia passado vários meses na cidade gravando cenas para o filme Brokedown Palace, em 1998.
Ao voltar para casa, deu várias entrevistas sobre a experiência, e afirmou para a revista Vogue que a cidade “tem cheiro de barata” e que é esquisita. O conselho da cidade de Manila se reuniu e a declarou persona non grata, a proibindo de entrar no país, até que ela fizesse um pedido de desculpas público.
O mesmo quase aconteceu com Justin Bieber em 2012. Ele criticou o boxeador filipino Manny Pacquiao, e foi ameaçado de ser banido do país. Não sabemos qual foi o fim deste confronto, mas aparentemente ele não publicou um pedido de desculpas e mesmo assim não foi impedido de entrar no país em 2013, quando visitou vítimas do tufão Haiyan.
1. Dançar depois da meia-noite já foi proibido no Japão
Dançar depois da meia-noite foi proibido no Japão por 67 anos. Depois da Segunda Guerra Mundial, a lei entrou em ação para diminuir a prostituição, que era comum em salões de baile. Dançar em público era proibido a não ser que o local tivesse uma licença para isso. Mesmo assim, a noite tinha que acabar à meia-noite.
O curioso é que a lei passou a ser encarada com mais seriedade no início do século XXI, quando celebridades acabaram envolvidas em escândalos com drogas e baladas passaram a ser vistoriadas com mais frequência. A lei foi revogada apenas em 2015, para a alegria do público que gosta de dançar. [ListVerse]