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MARTIM SILVA
DIRETOR-EXECUTIVO
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One Love Manchester. One Love Londres. Basta de terror!
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Bom dia, este é o seu Expresso Curto Há quinze dias, um concerto de Ariana Grande em Manchester terminou em tragédia com um brutal atentado terrorista que vitimou sobretudo jovens e crianças (o público essencial da cantora). Ontem, Ariana organizou um concerto de solidariedade com as vítimas, precisamente em Manchester, mobilizando milhares de pessoas. Poucas horas antes, na noite de sábado, 335 quilómetros a sul, novo terrível atentado terrorista, em Londres (na London Bridge e num bairro de diversão nocturna), já reivindicado pelo Estado Islâmico.
Deste último atentado (o terceiro no país em pouco mais de dois meses) passaram já cerca de 36 horas. Ao contrário do que é normal, este Curto não abre com um acontecimento de última hora. Abre com o terror e com a luta contra o terror. Porque não nos podemos deixar anestesiar. Nem deixar tornar banal o que não é banal nem é aceitável. Como ontem mesmo dizia, em reacção, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, “enough is enough”. Já chega! Basta!
Ainda sobre a intervenção de May, refira-se que a líder do governo britânico criticou a excessiva complacência para com o terrorismo no país, apontou a necessidade de maior controlo da internet e prometeu reforçar as medidas de segurança. Ontem mesmo foram feitas mais de uma dezena de detenções relacionadas com as investigações do atentado.
As buscas policiais prosseguem esta segunda-feira de manhã e a polícia já disse que conhece as identidades dos três suspeitos abatidos do atentado.
E os gigantes da internet, como o Google, o Twitter ou o Facebook já fizeram saber que estão dispostos a tornar-se terreno hostil para aqueles que fomentam o terror.
O concerto de Ariana Grande esgotou e em poucas horas já foi visto na net por dezenas de milhões (assim mesmo, milhões de espectadores). Se carregar aqui pode ser mais um a assistir ao espectáculo em que participaram nomes como Take That, Robbie Williams, Pharrel, Miley Cyrus, Coldplay, Justin Bieber ou Liam Gallagher.
Em poucas linhas, o atentado de sábado à noite resume-se assim: um grupo numa carrinha Renault alugada atropelou várias pessoas na London Bridge. Os três homens deixaram o carro e dirigiram-se a Borough Market, uma zona de diversão nocturna, esfaqueando várias pessoas. Em oito minutos, os três terroristas, que vestiam falsos coletes explosivos, já tinham sido abatidos pelas forças policiais. O balanço é de pelo menos sete mortos e meia centena de feridos.
Veja aqui o trabalho gráfico do New York Times sobre o atentado.
Apesar da campanha eleitoral ter sido interrompida, a data para as eleições legislativas no país mantém-se e os britânicos vão a votos já na próxima quinta-feira. Neste trabalho do Guardian traçam-se cenários sobre o que pode sair das eleições. E apesar da recente subida do Trabalhista Corbyn nas sondagens, o jornal continua a dar como altamente improvável a vitória deste (Shock Factor:10)
Lateral ao atentado, mas ainda assim merecedor de nota, foi a reacção de Trump. Como em quase tudo o que mexe, estragou. O presidente americano reagiu no Twitter ao atentado mas aproveitou para fazer política e defender o seu ‘Travel Ban’. E depois envolveu-se em polémica com o autarca de Londres Sadic Khan.
Em Roma, o Papa Francisco condenou a chaga do terrorismo.
Em matéria de terrorismo, destaco ainda esta notícia de há pouco, que dá conta do rompimento de relações dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Bahrein com o Qatar. Com o argumento de que estes últimos estão a dar apoio ao terrorismo islâmico. |
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OUTRAS NOTÍCIAS Cá dentro, No último sábado, o Expresso noticiava em manchete“Banco de Portugal empurra Santana Lopes para o Montepio”, sublinhando que a decisão já estaria tomada e as partes se encontravam já a negociar a forma e o preço do negócio. Ontem, no seu habitual comentário na SIC, Marques Mendes adiantou ser “muito provável que a Misericórdia de Lisboa entre no capital do Montepio”, revelando ainda que a participação poderia chegar aos dez por cento.
Durante anos, Santana Lopes foi o porta estandarte do lema de Sá Carneiro “um governo, uma maioria, um presidente”. Slogan que bem pode agora ser adaptado por Santana para algo como “um banco, uma santa casa…”
Marcelo Rebelo de Sousa prossegue a visita de seis dias a sete das nove ilhas dos Açores ("o meu objetivo é daqui a dois anos e meio ter metade da minha equipa hospitalizada", gracejou) e ontem esteve na Graciosa e Faial. Com direito a caldeirada e tudo. Não se quis foi meter na polémica sobre a extinção do cargo de Representante da República.
Na última edição do Expresso, publicámos uma entrevista a Rui Moreira. Prato forte foi o Caso Selminho, a empresa da família de Rui Moreira que tem negócios com a autarquia. Mas na conversa, o presidente da Câmara do Porto também mostrou vontade de reforçar a sua equipa com elementos da equipa de António Costa no Governo, como Matos Fernandes. A rutura com o PS deve ter travado entretanto a tentação.
Os irmãos do Grande Oriente Lusitano, a maior obediência maçónica em Portugal, votaram para escolher um líder. Mas ninguém conseguiu maioria absoluta e por isso Fernando Lima e Adelino Maltez vão disputar uma segunda volta, a 24 de Junho. Neste recente trabalho publicado na Revista do Expresso pode ficar a saber um pouco mais sobre Maçonaria.
As autoridades nacionais preparam-se para considerar extinta a recente epidemia de sarampo no país.
Já não é a primeira vez que aqui destaco os textos do Pedro Andersson sobre ‘Dicas de Poupança’. E não será seguramente a última. Hoje falamos de energia.
Termina hoje a exposição sobre Almada Negreiros na Gulbekian e o dia de ontem foi de enchente.
Lá fora, O presidente russo, Vladimir Putin, veio garantir que não conhece o antigo conselheiro nacional de segurança norte-americano Michael Flynn, que teve de abandonar o cargo na sequência das investigações sobre as ligações entre a campanha de Trump e elementos russos.
Ainda sobre estas investigações, destaque para os encontros do genro de Trump, Jarred Kushner, com o líder de um banco russo, o VEB (que é considerado um braço do poder político de Putin).
Despacito, a música que faz furor nos Estados Unidos.
DESPORTO Portugal bem tentou, mas não conseguiu levar de vencida o Uruguai e foi eliminado do Mundial de sub-20, a decorrer na Coreia do Sul, depois de perder nos quartos de final por penáltis. De qualquer forma, fica a ideia de mais uma geração cheia de talentos para o futebol português.
Se no futebol masculino as coisas não correram de feição para o Sporting, no feminino as coisas são bem diferentes e as leoas somaram ontem a vitória na Taça à que já tinham conseguido no campeonato.
No mercado de transferências, Sérgio Conceição parece estar perto de ser o próximo treinador do FC Porto. Em Alvalade, Jesus quer ter novamente Fábio Coentrão e este parece querer deixar Madrid para rumar a Lisboa.
Na capital espanhola (e no mundo…) quem é rei é Cristiano Ronaldo. Figura maior da conquista da Liga dos Campeões, sábado frente à Juventus, e agora ultra-favorito a vencer a sua quinta Bola de Ouro (igualando assim o inigualável Messi). Ah, e Ronaldo está com novo corte de cabelo.
Na final da NBA, os Golden State Warrriors voltaram a ganhar aos Cavs de LeBron James e já vão em dois a zero (à melhor de sete partidas).
FRASES “Estão a ser estudados mecanismos para o alojamento local”, Fernando Rocha Andrade, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ao Jornal de Negócios
“Donald Trump acredita que o Sol gira à volta dos EUA. Ou melhor, que gira em volta da Torre Trump. E, como dentro desta, é possível criar um ambiente artificial, com ar condicionado, isso é igualmente possível em todo o mundo” Fernando Sobral, Jornal de Negócios
“Estes cobardes não vão mudar a nossa forma de vida” Andrew Mcaleer, testemunha dos atentados de Londres, citado pela reportagem do DN no local
“O Reino Unido regressa ao passado pela mão de May e de Corbyn”, título da análise de Teresa de Sousa às eleições no Reino Unido, no Público de hoje
O QUE ANDO A LER Três singelas sugestões neste início de mês de Junho.
Primeiro, mais um livro que nos ajuda a perceber os bastidores políticos cá dentro. Tradição antiga por outras paragens, estas obras começam a fazer o seu caminho nos nossos escaparates. João Gabriel, que muitos associam sobretudo ao Benfica, onde na última década teve papel importante na liderança do departamento de comunicação (ajudando aliás a que estes protagonistas ganhassem nova visibilidade) foi antes disso, e durante uma década (19996-2006) o homem de Jorge Sampaio na Presidência da República para os media. Recentemente, Gabriel lançou “Confidencial – A década de Sampaio em Belém” (Prime Books) sobre o que foram aqueles agitados anos na presidência (a luta com Cavaco, a crise de Timor, a queda de Guterres, os governos de Durão e Santana). Um livro que nos ajuda a perceber um pouco melhor como funcionava a equipa de Sampaio por dentro. Como o Presidente era preparado, como tantas e tantas vezes agiu contra o conselho de muitos dos seus mais próximos (por exemplo, quando decidiu dar posse ao governo de Santana em 2004), as suas fúrias, as crises, os momentos mais delicados e também os casos mais caricatos da presidência.
Depois, e ainda em matéria política, “Mário Soares – fotografias de Alfredo Cunha 1974-2017” (Porto Editora). A obra conta com textos de Adelino Gomes, António Costa, José Manuel dos Santos e Marcelo Rebelo de Sousa, além do autor, um dos mais conceituados repórteres fotográficos do nosso país, e que acompanhou por dentro as últimas horas da viagem de regresso de Soares e Maria Barroso a Portugal, de comboio, após o 25 de Abril. Um excelente documento, mais um, de homenagem ao antigo Presidente da República, falecido este ano (ainda no último sábado o Expresso publicou o último dos volumes de “Portugal Amordaçado”, oferecido aos leitores do jornal). Sobre este livro, um reparo apenas: as legendas das fotos estão colocadas no fim do livro, e não junto às mesmas, o que dificulta um pouco a consulta, obrigando a avanços e recuos permanentes. A rever, eventualmente, em próximas edições.
A primeira das sugestões que aqui deixei era para ler. A segunda, para ler e, sobretudo, ver. Esta terceira é para ler, ver, mas sobretudo saborear. Trata-se de “Vítor Sobral – receitas lá de casa” (Casa das Letras). Chegou-me às mãos no final da semana passada, já o folheei e anotei várias receitas para fazer lá em casa, sem o brilho e as mãozinhas de Sobral… mas é o que se arranja.
E pronto, está tudo dito neste Dia Mundial do Ambiente. Tenha uma grande segunda-feira. |
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