sábado, 3 de junho de 2017

HYPE SCIENCE

LIGO detecta onda gravitacionais pela terceira vez

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Posted: 02 Jun 2017 07:18 AM PDT
A terceira medição do fenômeno solidifica ainda mais a teoria prevista por Einstein, e demonstra o poder científico do observatório LIGO
 
Posted: 02 Jun 2017 06:12 AM PDT
Gilbert Baker é o homenageado pelo Google Dooldle de hoje. O artista americano foi o designer da bandeira do arco-íris que representa o movimento LGBT
 

OBSERVADOR

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


A decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre alterações climáticas suscitou muitas reações de indignação, muitos editoriais de condenação, movimentações diplomáticas aparentemente destinadas a isolar os Estados Unidos e divisões nos Estados Unidos, onde líderes da indústria se demarcaram da decisão enquanto alguns governadores parecem determinados a continuarem a cumprir o que o acordo estabelecia. Por ser sexta-feira não vou multiplicar as referências a essas reacções, antes chamar a atenção para alguns trabalhos, alguns jornalísticos, outros mais opinativos, que suscitam algumas perplexidades.

Começo pelo Financial Times e pela sua análise What a Trump exit from the Paris deal means for the US. Lendo este trabalho verificamos que o Acordo de Paris não possui mecanismos para obrigar os estados a cumprirem as metas com que se comprometeram, pelo que não parece haver forma de castigar quem se retira do acordo – como já não havia forma de castigar quem se mantivesse formalmente no acordo mas incumprisse as metas estabelecidas: “There is no legal requirement for any country with emissions targets such as those in the US plan to meet its goals”, escreve o FT. Sendo que mais adiante nota, a propósito da intenção de Trump de renegociar o acordo: “Mr Trump’s suggestion the accord could be renegotiated provoked some bafflement as it is a voluntary deal that includes no enforcement mechanism. “It’s a sham. There is no process for it. He’s laid out no criteria,” said David Doniger of the Natural Resources Defense Council, an environmental group.”

Esta constatação gera algumas perplexidades, sendo que a primeira delas é sobre quais as vantagens de um gesto político com este impacto mas que era eventualmente desnecessário, uma vez que a administração Trump podia simplesmente incumprir os planos da administração Obama. De resto esta é uma das razões que leva Ramesh Ponnuru, da Bloomberg View, a escrever em The Plain Truth About the Climate Accord que “Both sides say Trump's decision to withdraw from it is a turning point. Both sides are wrong.” Isto porque “both Trump and his critics know that very little in the accord is binding on the parties to it. As a result, withdrawing from it can’t have major consequences by itself.

Porquê então a decisão? Um texto do nosso conhecido FiveThirtyEight onde Maggie Koerth-Baker talvez ajude a encontrar uma explicação. Trata-se de The Paris Agreement Would Have Been Less Partisan 30 Years Ago onde se mostra como os temas ambientais se tornaram em temos geradores de profundas divisões nos Estados Unidos. Nem sempre foi assim: “Environmentalism in the U.S. used to be a fairly bipartisan issue. The Environmental Protection Agency, founded in 1970, was a product of the Nixon administration. But somewhere around 1990, everything changed. And it changed quickly, in ways that had big impacts on our ability to negotiate international environmental accords like the Paris agreement.” Depois explica-se que “One of the teams that spotted this 1990 shift is a group of German and Norwegian researchers, who published a 2012 paper analyzing U.S. participation in multilateral environmental agreements. They concluded that this was the tipping-point year by looking at the content of international treaties that were signed by U.S. presidents only to end up in senatorial limbo”. E aqui descobrimos um aspecto pouco conhecido da política norte-americana: como os tratados internacionais exigem a aprovação de dois terços do Senado, muitos acordos negociados pelo poder executivo nunca chegam a ser ratificados – só entre 1990 e 2012 houve nove tratados internacionais relacionados com o ambiente que ficaram nesse limbo.

Neste ambiente de guerra partidária a decisão de Trump acaba por surgir mais como uma decisão para consumo interno, destinada a agradar à sua base de apoio, mesmo que à custa de degradação das relações com os aliados e amigos dos Estados Unidos. E a verdade é que mesmo em publicações conservadoras e republicanos que criticaram o seu populismo encontramos agora textos de apoio a esta decisão. Cito dois, de duas instituições sérias, para que se conheçam os seus argumentos:
  • Forget The Paris Accords, uma análise de Richard A. Epstein na Defining Ideas, uma publicação da Hoover Institution da Universidade de Standford. Neste texto regressa-se à habitual crítica às bases científicas do acordo – fala-se mesmo de “bad science” – defende-se que nos próximos tempos continuará a não haver alternativa aos combustíveis fósseis: “It is a given that coal, oil, and natural gas will remain central pillars of the world’s energy supply for the indefinite future, given their energy richness and operational reliability. Research that reduces harmful emissions from these widely used sources has a far higher rate of social return than any improvements in wind and solar, which are large enterprises that require a huge number of workers to generate a tiny amount of energy: 374,000 people work in solar and 100,000 in wind, compared to 160,000 for coal and 398,000 for natural gas. These “green” energy sources are clearly inefficient, which is why so much labor is wasted on so little output.”
  • Goodbye to Paris, de Oren Cass, saiu na Commentary, uma das mais influentes revistas conservadores. Pequeno extracto, em que se criticam os termos do Acordo de Paris: “The Accord was doomed before negotiators ever assembled for photographs in December 2015. They were not there to commit each country to meaningful greenhouse-gas reductions; rather, everyone submitted their voluntary pledges in advance, and all were accepted without scrutiny. Pledges did not have to mention emissions levels, nor were there penalties for falling short. The conference itself was, in essence, a stapling exercise.” A seguir defende-se que este mecanismo voluntário teve como consequência que a maioria dos países em desenvolvimento – “whose emissions will drive climate change this century” – pouco ou nada farão para reduzir as suas emissões, dando exemplos concretos. O impacto real do acordo seria nesta perspectiva pequeno, sendo citado um estudo – nomeadamente aqui – onde se defende que com compromissos tão débeis pouco acontecerá. O gráfico abaixo ilustra esse impacto, de acordo com a projecção de Bjorn Lomborg, um dos mais conhecidos críticos destes acordos, considerando que este se limitaria a... 0,05ª C em 2100:


Como contraponto a estes pontos de vista, e para não tornar este Macroscópio muito longo, deixo-vos uma tomada de posição forte de um conjunto de figuras influentes na definição das políticas públicas nos Estados Unidos no tempo da administração Obama: Why Abandoning Paris Is a Disaster for America, um quase manifesto publicado na Foreign Policy. É um texto longo e bem argumentado, de que vos deixo este extracto: “Action on climate and economic growth go hand in hand, and are mutually reinforcing. That is why twice as much money was invested worldwide in renewables last year as in fossil fuels, and why China is pouring in billions to try to win this market of the future. A bipartisan group of retired admirals and generals on the CNA Military Advisory Board is about to release a report that will also spell out the importance of competitiveness in advanced energy technologies — not just to the economy, but also to the country’s standing in the world. Pulling out of climate will result in a loss of U.S. jobs and knock the United States off its perch as a global leader in innovation in a quickly changing global economic climate.”

Por hoje, e por esta semana, é tudo. Algo sobra contudo para os próximos tempos e que transcende Trump e o Acordo de Paris: o destino da liderança americana à escala global e como principal garante e referência da tradição ocidental, uma tradição em nome da qual, há exactamente 100 anos, os seus soldados começaram a embarcar para combater numa Europa então mergulhada na primeira das suas duas terríveis guerras totais. Depois da visita de Trump à NATO, da reunião do G7 e desta sua decisão esse será um dos temas que mais deverá mobilizar a nossa reflexão.

Tenham um bom fim-de-semana.

 
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OBSERVADOR

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
SUÉCIA 
A jornalista Cláudia Wallin vive na Suécia desde 2003 e escreveu um livro sobre uma cultura política em que a transparência é tal que a corrupção (quase) se limita à compra de chocolates e amendoins.
NIGEL FARAGE 
O ex-líder do britânico UKIP e um dos promotores do Brexit sugere que os portugueses discutam uma eventual saída da União Europeia. Até porque, avisa Nigel Farage, "a pressão vai voltar a Portugal".
SOL 
Nunca estivemos tão perto do Sol como vamos estar no verão de 2018, quando a NASA lançar a missão Solar Probe Plus. É uma viagem em busca de respostas. E de um remédio para um desastre mundial.
EUROGRUPO 
A Comissão Europeia sugeriu esta sexta-feira a institucionalização dos poderes do Eurogrupo e que, com isso, o posto de presidente passe a ser exercido em permanência.
UNIÃO BANCÁRIA 
Em reflexão sobre o futuro do euro, a Comissão Europeia pede acordo para os fundos europeus de resolução e de garantia de depósito em 2019 e admite financiamento do Mecanismo Europeu de Estabilidade.
ECONOMIA 
As exportações e o investimento deram gás à economia no primeiro trimestre, explica o INE, que confirmou que a economia cresceu 2,8% no primeiro trimestre. Famílias estão a consumir menos.
ORÇAMENTO DO ESTADO 
Portugal mantém-se no bom caminho para atingir o défice de 2017. O saldo positivo de 1,3% em 2021 implica uma consolidação que poderá trazer graves consequências.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 
Acordo para travar aquecimento global foi estabelecido no final de 2015 entre 195 países, sendo ratificado por 147 – incluindo a China e os Estados Unidos, os dois maiores poluidores do planeta.
PRESIDENTE TRUMP 
Sabe o que significa o termo "covfefe"? É provável que ninguém saiba ao certo. Nem Donald Trump, que cometeu a gafe no Twitter. Uma gafe que foi recebida com humor.
POLUIÇÃO 
Portugal tem 33 praias sem poluição, anunciou a associação ZERO. São menos de metade das praias sem poluição destacadas no ano passado. E representam apenas 5% das praias portuguesas.
FUTEBOL 
Bruno de Carvalho e Carlos Pinho foram constituídos arguidos no 'caso do túnel de Alvalade', informou o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Opinião

Luís Aguiar-Conraria
Leis nacionais não devem resolver problemas locais. Se o problema em Lisboa é assim tão grave, as Juntas de Freguesia que definam as regras do seu Alojamento Local, não afectando o resto do país.

Maria João Marques
O plano PS para os condomínios mostra que é tão inevitável Marcelo tirar selfies com desprevenidos como um socialista decidir pela solução mais invasiva e menos respeitadora do direito de propriedade.

José Milhazes
Depois da invasão da Geórgia (2008) e da anexação da Crimeia e de parte do Leste da Ucrânia (2014), os apetites do dirigente russo já transbordaram o espaço pós-soviético e chegam agora aos Balcãs.

Pedro Afonso
Será que Trump tem uma doença psiquiátrica? Dispõe de condições de saúde psíquica para o cargo que desempenha? E que devem fazer os psiquiatras quando isso se passa com alguém eleito democraticamente?

Alexandre Lourenço
A mãe Saúde pede mais acesso (consultas e cirurgias), mais qualidade e quer conter os custos. O pai Finanças restringe o orçamento e aumenta custos com a reposição de salários e valor das horas extra.
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INIMIGO PÚBLICO

Inimigo Público


Posted: 30 May 2017 05:52 AM PDT
Mariano Rajoy não escondeu o desencanto e chegou a arrancar pelos da barba: o governante espanhol julgava que Madonna integrava a comitiva portuguesa na cimeira ibérica e não escondeu o desencantamento quando, em vez da estrela norte-americana, viu Santos Silva a estender-lhe a mão. “Da próxima vez vejam lá isso e dividam a Madonna com […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
Posted: 30 May 2017 05:43 AM PDT
Luís Montenegro anunciou uma ideia nova que teve esta manhã, enquanto espalhava gel da barba nas bochechas: reduzir o número de deputados. “230 são demais. Só dois ou três chegam bem, em especial se usarem o mesmo avental maçon. E, já agora e com a embalagem desta medida, cortávamos o total de eleitores. O Carlos […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
Posted: 30 May 2017 05:41 AM PDT
António Costa reuniu-se com Mariana Rajoy e o primeiro-ministro, ainda esfuziante com os recentes sucessos portugueses, propôs ao homologo espanhol voltarem a dividir o mundo em dois. “Lisboa fica com a Madonna, Madrid fica com a Lady Gaga”, propôs António Costa, eufórico.This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now
Posted: 30 May 2017 05:40 AM PDT
Marcelo Rebelo de Sousa vai comemorar o 10 de Junho no Brasil e decidir que irá para São Paulo montado no drone da final da Taça de Portugal. O Presidente da República ainda pensou atirar-se à água em Algés e nadar até ao Rio de Janeiro mas prefere o drone para homenagear as vacas voadoras […]This posting includes an audio/video/photo media file: Download Now

sexta-feira, 2 de junho de 2017

EXPRESSO

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Expresso
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Cristina Peres
CRISTINA PERES
JORNALISTA DE INTERNACIONAL
 
Turistas? Moradores? Quantos passam? Onde ficam? Quem decide?
31 de Maio de 2017
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Turismo, moradores, quantos entram, onde ficam? A presidência da câmara de Lisboa está em tempo de balanço de final de mandato e há moradores a deitar as mãos à cabeça. Que a capital está mais bonita não restam dúvidas, mas a pergunta diz respeito a muito agente: e como viver nela? Fecha comércio em zonas pedestres às quais os carros deixaram de ter acesso e a polémica do alojamento local continua ao rubro desde que o PS propôs num diploma que seja a assembleia de condomínio a autorizar (ou não) que os proprietários disponham das suas casas para alojamento local. Certo é que a questão não deveria ser resolvida por quem não sabe como se vive nos bairros mais procurados pelos turistas. Serão estes bairros mais atrativos por terem mais oferta ou porque estão nas zonas nobres da cidade das quais muitos lisboetas estão a ser corridos? Miguel Sousa Tavares põe o dedo em várias feridas concluindo que Lisboa não pode ser uma cidade só para turistas.
As opiniões dividem-se em várias frentes, dos proprietários aos moradores, da hotelaria ao comércio. Regular? Sim, talvez, mas como? A Conceição Antunes e a Helena Pereira explicam como é que a associação dos hotéis acha positiva a proposta do PS (a deliberação pela assembleia de condomínio) achando por bem isentar quem faça alojamento local apenas 60 dias por ano, tendo enviado a proposta à Secretaria de Estado do Turismo. A Associação do Alojamento Local de Portugal (ALEP) considera esta proposta uma guerra aberta com o objetivo de acabar com a concorrência. Muita água correrá ainda até ao texto final da proposta do PS para o segundo semestre, porém não faltam avisos ao impacto certo nos rendimentos totais ou complementares de 22.500 famílias que optaram por este recurso.
Sempre que uma atividade nova desponta, levantam-se uma série de vozes, escrevia há dias Henrique Monteiro. Recorde-se como Manuela Ferreira Leite acusou o PS de querer que este negócio se torne exclusivo de ricos.
Quem conhece a realidade dos condomínios sabe que é praticamente impossível aprovar algo que a maioria dos condóminos não veja como um ganho pessoal e imediato. A título de exemplo, basta lembrar a dificuldade que é aprovar obras no telhado que afetam apenas alguns proprietários, lembra a ALEP. Os pontos de vista não são unívocos, lembra a APEL. As queixas dos inquilinos também são de ter em conta, como escreve a Christina Martins.
 
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OUTRAS NOTÍCIAS
A manhã foi explosiva na Praça Zanbaq, em Cabul, onde um engenho colocado num carro rebentou na zona das embaixadas e do Palácio Presidencial. O primeiro balanço das autoridades fala em nove mortos e 84 feridos.

Mais de um milhão de pessoas estão a ser evacuadas das zonas costeiras do Bangladesh para evitarem os deslizamentos de terra provocados pelas chuvas torrenciais que acompanham o ciclone Mora. Já morreram seis pessoas. Com 700 quilómetros de costa, o país é extremamente vulnerável às violentas tempestades tropicais que assolam a região.

O Iémen está a braços com um surto de cólera “sem precedentes” que poderá vir a afetar 300 mil pessoas dentro de seis meses. É a Organização Mundial de Saúde que lança o alerta na altura em que entre os 23,500 casos identificados já se registaram 242 mortes. Em dois anos de guerra morreram dez mil pessoas e milhões foram obrigadas a abandonar as suas casas. A velocidade a que se espalha a doença é consequência da ausência de meios e medicamentos nas frágeis estruturas de saúde.

Hoje, o Presidente queniano Uhuru Kenyatta lança o “Expresso Lunático”, uma retoma da era dos caminhos de ferro em África, com o lançamento da linha que une Mombaça a Nairobi (e que, no futuro, quer chegar ao Uganda). A linha, que foi construída com empréstimo chinês (cerca de €4.000 milhões) corre ao lado toma a alcunha da original, que, no século XIX, abriu o interior da África Oriental ao comércio e povoação colonial. Os críticos dizem que a primeira coisa a aumentar é a divida pública queniana…

O Instituto de Medicina Molecular (iMM) lidera um projeto internacional para criar uma vacina inovadora contra a malária com 80% ou mais de eficácia. O coordenador do projeto, Miguel Prudêncio, diz que a vacina se baseia numa “ideia revolucionária” e os testes em humanos voluntários saudáveis vão começar na Holanda, como explica o Virgílio AzevedoA invenção destes portugueses poderá salvar meio milhão de pessoas.

É oficial! São cada vez mais as colunas de opinião em que Angela Merkel é reconhecida pela sua dimensão de estadista europeia desde que, no domingo, as suas declarações provocaram uma tempestade, principalmente nos media de língua inglesa e na Twitteresfera“A era em que podíamos confiar completamente noutros terminou”. “Angela Merkel is taking back control” recupera o slogan do Brexit e aplica-o ao caso da chanceler, com a nota “ao estilo alemão”. É o que escreve Katya Adler na BBCSusanne Moore no The Guardian e Natalie Nougayrède, também no Guardian. Henry Farrel analisa no Washington Post o que “a desastrosa visita de Trump à Europa” permitiu à chanceler alemã. Trump ripostou lançando a artilharia de tweets. Em resumo: Trump queixou-se do défice comercial maciço que os Estados Unidos têm em relação à Alemanha e de que os alemães pagam menos do que deviam à Aliança AtlânticaLeia aqui o que chama a Vox a Donald: “The Bullshiter-in-chief” (grande cognome): desprezar a verdade é muito mais sinistro do que a mentira comum.

Amnistia Internacional lançou esta madrugada um relatório em que denuncia abusos cometidos pelas autoridades francesas a cobro do estado de emergência que está vigente em França. O relatório intitula-se “Um direito, não uma ameaça: Restrições desproporcionadas a manifestações sob o estado de emergência em França” e revela que centenas de medidas injustificadas de restrição da liberdade de movimento e de direito a reunião pacífica têm entrado em vigor em nome do combate ao terrorismo.

De passagem por Lisboa, o economista Joseph Stieglitz crucificou as políticas da troika chamando-lhes “custo enorme e desnecessário”, leia aqui no JE. Bruxelas trata regras europeias como se tivessem sido dadas por Deus, defende o Prémio Nobel norte-americano.

Falando de eleições autárquicas, a Raquel Albuquerque explica, a partir de um estudo divulgado nesta terça-feira, que a existência de listas de independentes candidatas a uma eleição é um dos motivos capazes de levar mais cidadãos a irem votar. Isto acontece porque o facto de estas serem compostas por cidadãos locais leva a que haja maior identificação com os eleitores.

Um surto de sarna conseguiu paralisar o serviço de ortopedia do hospital de Viseu, desde que um doente com sarna foi hospitalizado naquele hospital no dia 19 de maio. Apesar dos cuidados, escapou ao controlo, como reporta o JN.

Como amanhã é Dia Mundial da Criança, consulte aqui algumas sugestões com as quais poderá surpreender os seus filhos. Se quiser pensar nos milhares de outras mais desfavorecidas a Save the Children tem sugestões de como contribuir para futuros melhores.

Terminou ontem a 29ª Cimeira Ibérica e o primeiro-ministro português tweetou o conjunto de acordos que foram assinados entre Portugal e Espanha. Portugal e Espanha a meio caminho, escreve o Público, com avanço na ferrovia e sem acordo no gás.

Tem apenas mais quatro dias para visitar a exposição de Almada Negreiros que está patente na Fundação Gulbenkian até 5 de junho. Agora em horário alargado às quintas e sábados, das 10h às 21h.


FRASES
“Não podemos ficar à espera de um político que nos salve. Somos nós, enquanto sociedade, que temos de resolver os problemas. É preciso metermos mãos à obra, agirmos e mudarmos o mundo. Passo a passo”Edward Snowden, Analista de sistemas declarado inimigo público depois de ter revelado abusos cometidos pela Agência Nacional de Segurança (NSA) num testemunho em video-conferência a partir da Rússia durante as Conferências do Estoril

“O euro criou um sistema divergente em que os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres”Joseph Stiglitz, Conferências do Estoril

“Aquele é o seu país e é por isso que estão dispostos a bater-se pela Venezuela, tal como fizeram em sucessivas crises que o país atravessou nas décadas de 1980 ou 1990”José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades citado pelo Público

“A luta contra a corrupção tem um custo que por vezes é muito alto”Baltasar Garzón, Juiz que ficou famoso por ter pedido a Londres a extradição do ditador chileno Augusto Pinochet e líder da defesa de Julian Assange ao DN


O QUE ANDO A LER
“Um intelectual ascendente sem medo de fazer ligações entre o passado e o presente” é como o “The New York Times” descreve o historiador Timothy Snyder, lê-se na contracapa da edição da Timdugganbooks.com (a Penguin também o editou) do seu último livro “On Tyranny - Twenty Lessons from the Twentieth Century”. O lançamento da primeira edição americana deste livrinho de pequeno formato (ainda sem edição em português), e só por isso de 126 páginas, data de 27 de fevereiro deste ano. Snyder já tinha (pre)visto muito mais de metade do filme que Donald Trump começou a desenrolar perante os olhos do mundo logo após a tomada de posse. “On Tyranny” é dividido em 20 capítulos com um prólogo e um epílogo, estrutura clássica (também) de um manual para defesa contra a supressão das liberdades fundamentais. É um tema que voltou infelizmente a estar na ordem do dia e Snyder, um autor norte-americano especialista no leste da Europa e no que se seguiu à II Guerra Mundial, sabe do que fala. É ele o autor de “Bloodlands/Terra Sangrenta”, onde se descreve o destino dos judeus a partir de 1945. O assunto foi praticamente tabu até ao trabalho de Snyder, nascido de muita documentação inédita sobre tempos (também) muito sombrios, quando a maioria dos europeus preferiu acreditar na proposta de felicidade das imagens dos soldados norte-americanos a beijarem jovens mulheres europeias, comemorando a libertação do jugo nazi.
Snyder escreve um livro com instruções para um americano médio abstrato lidar com “o presidente” sem usar uma só vez o nome do eleito em 8 de novembro de 2016. Os capítulos têm títulos como Não obedeça à partidaTenha cuidado com o Estado de partido únicoAcredite na verdadeAprenda com os seus pares de outros paísesMantenha a calma quando acontecer o impensável e, finalmente o número 20, Seja tão corajoso quanto possível. A atitude certa é munir-se tanto de capacidade argumentativa como de endurance porque vai levar tempo, muito tempo, avisa Snyder.
Os americanos hoje não são mais sábios que os europeus que viram a democracia ceder ao fascismo, nazismo ou comunismo no século XX. A nossa única vantagem é que podemos aprender com a experiência deles. Agora é uma boa altura para fazê-lo”. Como Snyder é um grande admirador de Hannah Arendt, autora aqui citada várias vezes, remato com uma citação de “As Origens do Totalitarismo”: “O sujeito ideal da regra totalitária não é o nazi convicto ou o comunista dedicado, mas as pessoas para as quais a distinção entre facto e ficção, verdadeiro e falso, já não existe”.

Fim do café curto de hoje, o Miguel Cadete tirará o próximo. Mantenha-se informado em www.expresso.pt até que saia a síntese e análise preparada para as 18h, no Expresso Diário. Use e abuse do site e passe uma ótima quarta-feira.





 
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