quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

EXPRESSO

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Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto
Luísa Meireles
POR LUÍSA MEIRELES
Redatora Principal
 
22 de Fevereiro de 2017
 
Isto já é um clássico!
 
Quantas vezes já não vimos este filme? Tantas que já cansa! De cada vez que se abre uma janela com Angola, fecha-se uma porta – e não sou eu que o digo, mas sim um alto funcionário angolano, não citável, para estes efeitos. A história está no ar desde ontem ao fim da tarde e resume-se facilmente.

Há duas semanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros foi a Angola, depois de um longo trabalho de bastidores e que deveria, assim ele o disse, “fechar o ciclo”" das visitas sectoriais que se tinham vindo a realizar de parte a parte. A viagem realizou-se 14 meses depois de o ministro ter tomado posse, o que além de não ser comum para dois países com a intensidade de relações como as que existem entre Portugal e Angola, também revela a delicadeza do assunto desde que, já lá vão quatro anos, Angola acabou com a parceria estratégica entre os dois Estados. Nessa visita, Santos Silva assumiu que o objetivo principal era preparar a visita do Primeiro-ministro António Costa, ao mesmo tempo que anunciou a visita da ministra Francisca Van Dunem (angolana de nascimento).

Pois bem, a visita deveria começar hoje. Ontem à tardinha, sem mais pormenores, um curto comunicado do Ministério da Justiça fez saber que “a visita da Ministra da Justiça foi adiada, a pedido das autoridades angolanas, aguardando-se o seu reagendamento”, isto é, sine die. Não são explicitadas razões, mas conhecendo os angolanos, por um lado, e a já previsível gestão dos timings da Justiça portuguesa, por outro, não é difícil de chegar lá. Na semana passada, dias depois do regresso do ministro e em vésperas do fim do prazo da acusação ao procurador português Orlando Figueira (sob pena de ele ter de ser libertado), eis que ela surge e com estrondo: “Vice-presidente de Angola usou empresa fantasma para comprar procurador”, ou seja, foi acusado de corrupção ativa.

Manuel Vicente está com certeza na mó de baixo no rendilhado da política angolana, já não será o sucessor de José Eduardo dos Santos como esperava, e os seus homens na Sonangol foram afastados por Isabel dos Santos, a nova “dona” da empresa, nomeada em junho do ano passado pelo pai, numa indicação polémica. Mas em Angola, são fortes os laços de solidariedade e, por isso, não é de estranhar que, apesar disso tudo, deve ter havido alguém a pensar que “os tugas mereciam uma lição”.

Mesmo que a ministra seja quem é, oriunda de uma família de quem o próprio Presidente José Eduardo dos Santos reivindica o parentesco, segundo dizem os mujimbos. Aguardemos, pois, as cenas dos próximos capítulos e, já agora, que não sejam os que suspeitamos: que, como sempre, ou quase sempre, seja adiada a visita cimeira. Perdoe-me o leitor a expressão popular além-Atlântico, mas este será mais “um abacaxi para Santos Silva descascar”.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
"O ambiente na Europa é como nos anos 30"
, avisa o relatório de 2016 da Amnistia Internacional, sublinhando o (triste) papel da Europa no recuo de alguns direitos, como, por exemplo, o dos refugiados. Alerta para um possível efeito de domínó. Segundo o diretor da secção portuguesa da organização, ouvido pelo Público, a situação está a chegar a tal ponto que a retórica divisiva, que aponta culpados em vez de soluções, tem consequências. Em Portugal, a restrição de direitos das pessoas com deficiência decorrente da crise e relatos de maus tratos nas prisões, onde continuam inadequadas as condições prisionais, são os destaques da Amnistia, que também alerta para a persistência da discriminação face às comunidades ciganas. Por outro lado, o DN revela um estudo, segundo o qual a subnutrição dos idosos é o dobro do que é em casa.

Foi a notícia que alimentou o dia político de ontem e que se mantém hoje: “Fisco deixou sair 10.000 milhões para offshores sem vigiar transferências”Foi divulgada logo pela manhã pelo Público e aconteceu entre 2011 e 2014. Os inspetores das Finanças reclamam e os partidos querem saber tudo e ouvir o atual secretário de Estado e o anterior. Este, Paulo Núncio, entrevistado pela Ana Sofia Santos, negou e garantiu que as transferências foram inspecionadas. Ao Público, todavia, não explicou por que não publicou as estatísticas dos offshores. Que nem de propósito, no mesmo dia, o Ecofin decidiu avançar com mais medidas contra a evasão fiscal. Hoje, o mesmo jornal alerta para o facto de as novas regras para offshores estarem paradas há oito meses no Parlamento. E de quem é a culpa, apetece perguntar. Entretanto, se puder e estiver interessado, na sexta-feira o TIAC (Associação Cívica Transparência e Integridade) promove uma conferência sobre o tema da tansparência fiscal no ISEG, em Lisboa.

retirada da queixa de Portugal contra Espanha por causa da construção de um armazém de resíduos da central de Almaraz, anunciada ontem em conferência de imprensa conjunta pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e do Ambiente, promete polémica. O entendimento entre os dois países, feito por mediação do presidente da Comissão Europeia, não põe em causa o direito do Governo português de recorrer a “todos os meios legais” para defender o seu interesse, caso se conclua que a construção do aterro de resíduos da central nuclear de Almaraz terá um impacto negativo, mas também não impede que as obras prossigam. O Presidente Marcelo saudou o acordo, mas pede união face às críticas, já que as associações ambientalistas não estão satisfeitas. Entretanto, parece estar removido um obstáculo para a cimeira bilateral luso-espanhola, que terá lugar em maio próximo.

Novo Banco avançou com um programa de rescisões que pode ir até 350 trabalhadores, enquanto o Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários quer entrar no capital e o PCP reafirma os seus temores e o Estado avalia formas de partilhar riscos com a Lone Star, potencial compradora mas que,segundo parece, só pagará um valor simbólico. Mas como é possível, alguém pode explicar? Associo esta notícia, que me parece elucidativa do estado das relações laborais em Portugal: mais de metade dos subsídios de desemprego (63%) em 2015 foram distribuídos a trabalhadores com contratos a prazodisse o ministro Vieira da Silva. E ainda falam da rigidez da legislação laboral...

E uma boa notícia: a dívida das empresas e famílias está em mínimos de 10 anos. Em contrapartida, o Estado aumentou o seu nível de endividamento. E atençãoa Comissão Europeia divulga hoje a sua apreciação à situação económica e os desafios de Portugal.

Não, não me esqueci da novela sobre as Comissões sobre a Caixa Geral de Depósitos. Ontem soube-se que o PSD tinha indicado o deputado Emídio Guerreiro para presidir à Comissão sobre a capitalização da Caixa, em substituição de José Matos Correia, mas também que tinha sido entregue um requerimento pedindo a suspensão dos trabalhos até que sejam entregues documentos da CGD, do Banco de Portugal, do Ministério das Finanças e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. PS, BE e PCP adiaram a votação do dito para 1 de março. A Comissão, que tem de encerrar os trabalhos a 20 de março, está num impasse. Hoje é dia de debate quinzenal no Parlamento. Não interessa o tema, porque deem as voltas que derem, falar-se-á da Caixa, o tal tema que supostamente, entre Costa e Marcelo, está assumido como "morto e enterrado".

Entretanto, PSD e CDS continuam a trabalhar nos termos em que vão pedir a nova Comissão potestativa para apurar a questão dos sms entre António Domingues e Mário Centeno. Santana Lopes e António Vitorino, ontem, na SIC, não se entenderam sobre se os portugueses querem ou não saber do assunto, mas estão ambos de acordo que ver sms não. O advogado socialista considera mesmo que há um "milagre da multiplicação das comissões".

O leitor não se esqueça de ler este inquérito sobre o trabalho deles e delas. Transcrevo do texto da Raquel Moleiro: No século XXI, ano de 2017. Nos lares portugueses, 72% dos homens consideram que a mulher é a pessoa mais competente para lavar e cuidar da roupa e só 2% chama a si o melhor desempenho na tarefa. Em 57% das casas acreditam que deve ser ela a cozinhar (ele 5%); em 41% a ajudar os filhos nos trabalhos de casa (ele 8%); em 44% a levar as crianças ao médico (ele 5%); em 42% a ficar com a custódia dos menores em caso de divórcio (ele 4%). Nas divisões domésticas salvam-se os pequenos arranjos e a bricolage: isso é coisa de homem, de 80% dos homens (delas 6%). É a introdução de uma entrevista a Catarina Marcelino, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade. O inquérito é este. Arre!

Ah, é verdade, calha-me sempre e eu tenho de me dar beliscões nos braços para me lembrar: o futebol! Hoje é dia de Liga dos Campeões, Porto-Juventus. Pormenor de primeira grandeza: pela 17ª vez, enfrentam-se duas lendas à baliza: Iker Casillas e Gianluigi Buffon. A Lídia Paralta Gomes diz que será (é) um Bromance: "relação próxima mas não sexual entre dois homens".


LÁ FORA
Brexit. O presidente da Comissão Europeia Jean Claude Juncker promete um caminho difícil. A saída do Reino Unido da União Europeia (cuja cláusula deverá ser acionada no próximo mês) vai “demorar anos e sair muito cara”, disse.

União EuropeiaBruxelas desmentiu os rumores de que o mesmo Juncker estaria de saída, uma notícia avançada pelo La Reppublica.

EUA. É mais uma notícia-Trump. Deportações: a Administração americana prepara-se para deter e expulsar milhões de imigrantes. Soma-se à polémica decisão, entretanto sustida pela Justiça, de impedir a entrada nos EUA de cidadãos com origem em sete países acusados de ligações ao terrorismo. O Guardian faz um extenso trabalho sobre isso. Antissemitismo. Desde o princípio de 2017, 67 incidentes em 56 comunidades judias em 27 Estados americanos. O diretor do Centro Anne Frank qualificou as declarações do Presidente americano sobre o assunto como um “penso rápido no cancro do antissemitismo”Perdão. A ex-agente da CIA que tem dupla nacionalidade portuguesa e americana, Sabrina de Sousa tenta a última cartada para evitar ser extraditada para Itália pedindo perdão a Trump. E esta? É um trabalho do Micael Pereira.

Alemanha. Eleições. A batalha para as eleições do outono começa a aquecer. A estrela ascendente de Martin Shulz, o candidato social-democrata a quem as sondagens prometem mais votos que a Merkel começa a arrefecer: a Der Spiegel revela que ele está a ser muito criticado pelo seu eventual papel na obtenção de regalias duvidosas para a sua equipa no Parlamento Europeu. Despesas militares. A Alemanha aumenta os seus efetivos militares sob pressão dos EUA (mas não revela o quanto aumenta as despesas, que é o que os americanos querem mesmo).

Rússia. O estranho caso de quatro embaixadores russos de topo que morreram nos últimos três meses, o último dos quais foi Vitali Churkin, o representante da Rússia nas Nações Unidas, crucial para a eleição de Guterres para secretário-geral da ONU. Todos tinham um elevado perfil. Pode ou não ser-se amigo das teorias de conspiração, mas este texto merece mesmo ser lido (em inglês)


FRASES
"A história de 2016 foi a da coragem de pessoas face aos desafios e ameaças"Salil Shettysecretário-geral da Amnistia Internacional

"Não é a obra de construção civil que nos assusta, é para que ela serve. É aí que está, sem dúvida, o problema e por isso estamos atentos", João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, no Público.

"Ainda não estou bem, longe disso, mas pelo menos agora vou para a cama e sei que ninguém vai berrar comigo", Guiomar, vítima de violência doméstica, ao jornal

"A maioria dos médicos serão objetores de consciência", Miguel Guimarães, novo bastonário da Ordem dos Médicos, no DN


O QUE ANDO A LER (E OUVI)
Antes de mais, convido o leitor a comover-se, espantar-se, ou zangar-se, nem sei que expressão usar, e ouvir o podcast que aqui lhe indico. Isto, se for fluente em inglês, desculpe. O site é “This American Life” e o título é para mim intraduzível: “It's working out very nicely”. Falo da decisão tomada por Donald Trump logo nos primeiros dias da sua presidência proibindo de entrar no país passageiros oriundos de sete países acusados de ligações ao terrorismo.

Bastar-lhe-ão alguns minutos para perceber de que se trata: em vez de entrevistar os inúmeros passageiros que ficaram bloqueados nos EUA, os jornalistas foram entrevistar aqueles que ficaram impedidos de viajar nos aeroportos de origem. Fica a conhecer casos como os de refugiados somalis, alguns dos quais a viver em campos há um quarto de século, que pediram o visto há 10-12 anos (sim, leu bem, não é gralha) e que viram o último passo bloqueado, sem remissão possível, já que o visto recebido é apenas para um voo determinado, aquele onde foram poribidos de viajar. Terão de voltar para o campo, a sete horas de viagem e não sabem como fazer para pagar as roupas que compraram a crédito (paga-las-iam com o que ganhariam nos States), porque têm orgulho e não queriam apresentar-se com as suas pobres vestes. A maioria são professores e ganham 80 dólares por mês. Um trabalho do mais fino jornalismo, haja Deus! Garanto-lhe que não está a perder, mas a ganhar tempo e saber.

Bom jornalismo é também este texto: a história de três mulheres sírias que dão corpo a um projeto de restaurante em Lisboa: “Fatima, 47 anos. Rana, 27 anos. Reem, 26 anos. As histórias de coragem têm as idades todas. Ouvimos falar das receitas delas na cozinha, acabámos a ouvir a receita delas para olhar o medo – amor”. É a jovem jornalista Marta Gonçalves que escreve.

Finalmente, em casa, nos raros tempos vagos, vou degustando um livro de uma lendária autora americana e que a minha ignorância literária me tinha privado até agora: Lucia Berlin, comparada – leio – a escritores tais como Raymond Carver, Richard Yates, Marcel Proust e Tchékov. Eu acho-a incomparável na originalidade, graça, leveza e capacidade de passar a papel um quotidiano vivido, sofrido e, eventualmente, chato. Só o título deixa água na boca: “Manual para Mulheres de Limpeza”. É um fantástico livro de contos, editado pela Alfaguara. Não perca.


Tenha um bom dia! E aproveite para planear uma escapadinha no Carnaval, já que o Governo deu tolerância de ponto. É já para a semana!

Quanto a hoje, não esqueça o Expresso – à distância de um clique, todas as notícias, a todas as horas ou, mais condensadas, no Expresso Diário, às 18h.
 
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Quarta-feira 22 Fevereiro 2017

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Posted: 21 Feb 2017 02:30 PM PST

Posted: 21 Feb 2017 11:30 AM PST

Posted: 21 Feb 2017 07:00 AM PST

Posted: 21 Feb 2017 03:00 AM PST

HYPE SCIENCE

Bill Gates: um novo tipo de terrorismo poderia matar 30 milhões de pessoas em um ano e nós não estamos preparados

Bill Gates fez um discurso poderoso sobre política de segurança internacional na última Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
Há 20 anos, o CEO decidiu fazer da saúde global o foco do seu trabalho filantrópico. Conforme explicou ao portal Business Insider, o nosso mundo está mais conectado do que a maioria das pessoas percebe – e precisamos tomar alguns cuidados para prevenir uma ameaça que poderia exterminar 30 milhões de pessoas em apenas um ano.

Epidemia mortal: o inimigo invisível

Zonas de guerra e outras regiões de estado frágil são os locais mais difíceis para eliminar epidemias. Não por coincidência, também são alguns dos lugares mais prováveis para elas começarem – como vimos com o ebola em Serra Leoa e Libéria, e com a cólera na Bacia do Congo e na área do Chifre da África.
Também é verdade que a próxima epidemia poderia se originar na tela de um computador, a partir de uma intenção terrorista em usar engenharia genética para criar uma versão sintética de algum vírus, uma cepa supercontagiosa e mortal.
O ponto é: nós ignoramos a ligação entre a segurança de saúde e a segurança internacional. Seja por um capricho da natureza ou pelas mãos de um terrorista, os epidemiologistas afirmam que um patógeno que se espalhe rapidamente pelo ar pode matar mais de 30 milhões de pessoas em menos de um ano.

E o que é mais assustador, há uma probabilidade razoável de o mundo experimentar um surto nos próximos 10 a 15 anos.

O que fazer?

Em 1918, uma cepa de gripe particularmente virulenta e letal matou entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas.
Acha que isso é coisa do passado? De acordo com Bill Gates, o fato de que uma pandemia global tão mortal quanto essa não tenha ocorrido na história recente não deve ser confundido com evidência de que uma pandemia global mortal não ocorrerá no futuro.
A boa notícia é que, com os avanços na biotecnologia, novas vacinas e medicamentos podem ajudar a prevenir a propagação de epidemias.
Ao mesmo tempo, a maioria das coisas que precisamos fazer para nos proteger contra uma pandemia de ocorrência natural são as mesmas que devemos fazer para nos preparar para um ataque biológico intencional.

O CEPI e a vacina salvadora

Primeiro e mais importante, temos que construir um arsenal de novas armas – vacinas, drogas e diagnósticos.
As vacinas podem ser especialmente importantes para conter epidemias. Hoje, normalmente leva 10 anos para os cientistas desenvolverem e licenciarem uma nova imunização. Para reduzir significativamente as mortes por um patógeno aéreo de movimento rápido, porém, teríamos que diminuir consideravelmente esse tempo, para até 90 dias ou menos.
Damos um passo importante no mês passado com o lançamento de uma nova parceria público-privada chamada Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI). A esperança é de que o CEPI leve a produção de vacinas seguras e eficazes tão rapidamente quanto surjam novas ameaças.
Basicamente, a ideia é criar um veículo de entrega de material genético sintético que instrui as células de uma pessoa a fabricar uma vacina dentro de seu próprio corpo.
Uma vez que você construiu uma plataforma de vacina para um patógeno, pode usá-la novamente para outros patógenos, o que significa que também pode ser aplicada a outras doenças difíceis de tratar como HIV, malária e tuberculose.

Vigilância internacional

Naturalmente, a capacidade preventiva de uma vacina não ajudará se um patógeno já tiver se espalhado para fora do nosso controle. Como as epidemias podem rapidamente se enraizar nos lugares menos equipados para combatê-las, também precisamos melhorar a vigilância internacional.
Isso começa com o fortalecimento dos sistemas básicos de saúde pública nos países mais vulneráveis, afirma Bill Gates. Temos também de assegurar que cada país conduza vigilância de rotina para recolher dados sobre os surtos de doenças.
“Devemos garantir que os países compartilhem informações de maneira oportuna e que haja recursos laboratoriais adequados para identificar e monitorar patógenos suspeitos”, Gates disse ao Business Insider.

Guerra contra os patógenos

A terceira coisa que precisamos fazer é nos preparar para as epidemias da maneira como os militares se preparam para a guerra.
Isso inclui exercícios de preparação para que possamos entender melhor como as doenças se espalham, como as pessoas respondem em uma situação de pânico e como lidar com coisas como estradas sobrecarregadas e sistemas de comunicação.
Também precisamos de pessoal médico treinado pronto para conter uma epidemia rapidamente, e melhor coordenação com forças armadas para ajudar com a logística e proteção de áreas.

No centro de tudo, dinheiro

O CEO aplaude iniciativas de nações como a Alemanha a favor da segurança da saúde, mas lembra que dinheiro é um problema para a maioria dos países no mundo.
“Não há dinheiro suficiente para ajudar os países mais pobres com preparação epidêmica. A ironia é que o custo de garantir uma preparação adequada contra pandemias em todo o mundo é estimado em US$ 3,4 bilhões por ano – e a perda anual projetada de uma pandemia pode chegar a US$ 570 bilhões”, escreve em Business Insider.

Top 3 das ameaças globais

Até poucos anos atrás, a única grande ameaça para a humanidade parecia ser de uma guerra nuclear. No final da década de 1990, os mais razoáveis entre nós já aceitavam que o clima alterado representava outro grande problema para a Terra.
Bill Gates afirma que a ameaça de pandemias mortais deve entrar nesse top 3, ao lado da guerra nuclear e das mudanças climáticas. Inovação, cooperação e planejamento cuidadoso podem mitigar dramaticamente os riscos apresentados por cada um desses perigos.
“Quando a próxima pandemia atacar, poderia ser outra catástrofe nos anais da raça humana. Ou poderia ser um extraordinário triunfo da vontade humana. Um momento em que provamos mais uma vez que, juntos, somos capazes de enfrentar os maiores desafios para criar um mundo mais seguro, mais saudável e mais estável”, conclui. BusinessInsider

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