quinta-feira, 8 de setembro de 2016

EXPRESSO




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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Miguel Cadete
Por Miguel Cadete
Diretor-Adjunto
 
8 de Setembro de 2016
 
A silly season só termina quando Costa chegar ao Parlamento
 
É oficial! A silly season ainda não terminou. Vamos ser sérios: não é a Festa do “Avante!”, os comícios no Pontal ou as Universidades de verão de qualquer partido que dão conta do seu estertor.

Foi no distante ano de 1861 que alguém cunhou essa expressão em artigo da “Saturday Review”. E logo em 1894, silly season já era entrada contemplada no Brewer's Dictionary of Phrase and Fable. E de acordo o respeitado e insuspeito dicionário, é possível estabelecer o seu intervalo de existência entre o encerramento do Parlamento e a primeira sessão em que o Primeiro Ministro responde às questões dos deputados eleitos pelo povo.

António Costa ainda não chegou à Assembleia da República. Como podia? Tem estado no Rio de Janeiro que certamente continua lindo, para a abertura dos Jogos Paraolímpicos (o Ciberdúvidas diz que é assim que se deve escrever), e também em amigável convívio com o polémico e novíssimo Presidente Michel Temer.

Uma viagem que tem permitido amiudadas bicadas por parte dos partidos que apoiam o seu Governo na Assembleia da República. Bloco de Esquerda e PCP não gostaram que António Costa contemporizasse com o homem que tramou Dilma Rousseff e que ainda ontem jantou com ele.

Hoje, o PS já se defende nas páginas do jornal “i”: “não vamos deixar de nos relacionar com um país irmão”.

Podem ter sido os ingleses e os norte-americanos quem vulgarizou a expressão silly season mas aqui mais perto, em Espanha, chamam ao defeso “serpiente de verano”. Mariano Rajoy ainda não conseguiu apoio para uma nova legislatura mas já diz cobras e lagartos do seu próprio ministro da Economia, Luis de Guindos, responsabilizando-o por mais um escândalo que envolve o primeiro-ministro espanhol. É a Guindos que são atribuídas as culpas pelo falhanço na eleição de José Manuel Soria para um alto cargo no Banco Mundial.

O “El País” diz na sua manchete de hoje que Rajoy se meteu em mais uma alhada, assumindo que foi obrigado a mentir devido à má informação prestada pelo ministro Guindos.

Ainda não se sabe se, ou quando, há novas eleições em Espanha. Mas Madrid já conseguiu em Bruxelas e Berlim o adiamento das medidas de austeridade impostas alegando dificuldades na formação de um novo Governo.

A existirem, essas serão as terceiras eleições num curto prazo mas ainda antes teme-se que este imbróglio Guindo-Soria-Rajoy venha prejudicar os resultados dos atos eleitorais para na Galiza e no País Basco que sucedem já a 25 de setembro.

Em França não há silly season. Chamam-lhe “temporada morta” (“la morte-saison”). E infelizmente com alguma razão. Há mais notícias de mortes neste final de verão do que se desejava.

Barbosa de Melo, ex-Presidente da Assembleia da República, fundador do PSD, morreu ontem em Coimbra, aos 83 anos. Exerceu o segundo mais alto cargo da Nação entre 1991 e 1995 mas os seus correligionários, bem como os seus rivais, sublinham o papel que, enquanto deputado, desempenhou na Assembleia Constituinte.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou um vídeo no site da Presidência da República em que homenageia Barbosa de Melo: “o país acaba de perder uma personalidade singular, excecional enquanto personalidade intelectual, excecional enquanto personalidade política e sobretudo excecional enquanto personalidade moral”.
 
OUTRAS NOTÍCIAS

O Governo está a estudar modificações nos escalões de IRS
. Ainda não são conhecido pormenores mas sabe-se que os mais ricos deverão pagar mais, aumentando-se a progressividade do imposto sobre os rendimentos.

Na SIC, José Gomes Ferreira defende que essa é uma medida que, a ser tomada, visa repor a perda da sobretaxa do IRS, uma promessa deste Governo. Mas sublinha os efeitos nefastos que este agravamento pode causar: “os melhores e os mais empreendedores podem tender a ir embora”.

Um em cada três professores gostava de deixar de dar aulas. Um inquérito a mais de três mil professores revela que a classe docente se encontra desmotivada, senão mesmo “exausta” ou “desiludida”. Os professores portugueses queixam-se da diminuição do prestígio da sua função e apontam a indisciplina nas salas de aula como o maior problema.

Mário Mesquita sondado para dirigir a ERC. Jornalista, ex-diretor do “Diário de Notícias” e fundador do PS, Mesquita confirmou ao Expresso Diário ter sido sondado, mas não convidado, para ocupar o cargo de Carlos Magno na ERC. Magno termina o seu mandato em Novembro.

Quer saber por que é que a CGD precisa de mais de cinco mil milhões de euros? Está tudo explicado neste 2:59 apresentado por Pedro Santos Guerreiro e com guião de Isabel Vicente e Anabela Campos que abre a segunda temporada do programa de jornalismo de dados do Expresso.

Pagamento especial por conta baixa em 2017. Diz o “Jornal de Negócios” que a medida visa beneficiar as pequenas e médias empresas. O valor do patamar baixa dos mil euros para os 850 euros, depois de pressão por parte do PCP.

Bombeiros da Função Pública deixam de ter dispensa. Os cinco mil trabalhadores da função pública que são bombeiros deixaram de ter direito a faltar ao serviço para apagar fogos, garante o “Jornal de Notícias”. O regime de exceção, anualmente aprovado em Conselho de Ministros, não foi, desta vez, renovado.

Diretor do MNAA pede desculpa ao ministro da Cultura. António Filipe Pimentel terá escrito uma carta a Castro Mendes desculpando-se das declarações que proferiu a semana passada na escola de verão do CDS.

Pimentel queixou-se do estado calamitoso do Museu Nacional de Arte Antiga, que o próprio dirige: “São 64 pessoas para 82 salas abertas ao público. De certeza absoluta que um destes dias há uma calamidade no museu. Só pode, porque andamos a brincar ao património. Mas a esta altura todas as tutelas dispõem de toda a informação cabal do que vai acontecer, mas quando acontecer, abre os telejornais”.

Na carta, o diretor do MNAA considerou “infelizes” estas declarações. E acrescenta, de acordo com o “Diário de Notícias”, “porque as instituições se fazem de pessoas -, queira aceitar este pedido de formais desculpas."


FRASES

“Não fiz nada à revelia da minha hierarquia”. Fernando Lima, ex-assessor de Cavaco Silva, no livro “Na Sombra da Presidência”, citado no Expresso

“A maneira de trabalhar de Jesus não serve os interesses do clube”. Luís Filipe Vieira, presidente do SL Benfica, em entrevista à TVI

“Na hora de ganhar ou perder estamos sempre unidos”. Pinto da Costa, presidente do FC Porto, em “A Bola”

“Roubaram-nos entre 15 mil e vinte mil contos”. Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, em entrevista à BLITZ

“Quando se fala de progressividade no IRS isso quer sempre dizer aumentar os impostos da classe média”. José Gomes Ferreira, na SIC

“A câmara veio ter connosco porque queria esta solução”. Jorge Sousa, da empresa contratada pela CM Lisboa para as obras na 2ª Circular, ao jornal “i”



O QUE ANDO A LER (E O QUE VOU VER)

No sábado, a Revista do Expresso publica uma entrevista de fundo a Frederico Lourenço, autor da única tradução portuguesa da Bíblia produzida a partir do grego.

Uma tarefa de proporções obviamente bíblicas aquela que Frederico Lourenço tomou em mãos e que só estará terminada lá para 2020 mas que começa a ser publicada, em seis volumes, a partir de 22 de setembro.

Já a entrevista, como quase todas as que faz a Cristina Margato, consegue “extrair” do entrevistado o que se afigura como verdadeiramente substancial. E nela podem ler-se, ao longo de oito páginas, alguns dos mais pungentes depoimentos de Lourenço, um dos mais brilhantes intelectuais portugueses.

Como este: “Se ao longo da vida só tivéssemos experiências positivas, não crescíamos, não mudávamos nada. Seria tudo maravilhoso. Se somos sempre felizes, mudar para quê? A mudança para melhor ou mesmo para pior – mas vejo mais para melhor – tem origem nessas experiências negativas. Houve sempre um percurso que começou graças a uma derrota, a um desgosto, a um sofrimento. Sou um grande adepto do trabalho interior”.


Ora, não sendo grande adepto do aforisma, aliás citado a torto e a direito, “les beaux esprits se rencontrent” atribuído a Voltaire, vale a pena relembrar que esta é exatamente a mesma razão adiantada por Nick Cave para justificar a edição do seu novo álbum, “Skeleton Tree” (disponível a partir de amanhã) e do documentário que o acompanha, “One More Time With Feeling” que hoje estreia em quase todo o mundo (num cinema perto de si).

Sabe-se que a morte trágica do filho de Nick Cave, em julho de 2015, aos 15 anos, está na origem deste disco. E também que o filme, foi alegadamente produzido para que um dos mais celebrados escritores de canções deste tempo evitasse o confronto direto com os media.

Desta vez ele vai estar na grande pantalha mas não há entrevistas na rádio, TV ou jornais e revistas do costume. Claro que dizer isto é sempre arriscado; não creio que o documentário possa ser um bilhete para o inferno mas é quase certo que acabou a silly season.

Suba ao céu ou desça às trevas com toda a informação atualizada em permanência no Expresso Online. Às 18 horas chega o Expresso Diário com opinião, comentário e análise dos temas mais relevantes do dia de hoje. Amanhã, também pela fresca, estará por aqui o Valdemar Cruz para servir mais um Expresso Curto.

Tenha um bom dia!
 
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OBSERVADOR

ofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormiaJá se conhece o novo iPhone 7 (que chega a Portugal a 16 de setembro). Foram dias e horas de antecipação, com muita curiosidade em Portugal (ontem, estiveram milhares de pessoas a acompanhar as novidades no liveblog do Observador sobre o assunto). Entre as principais novidades apresentadas por Tim Cook estão as duas câmaras (mas apenas na versão Plus) e ainda o fim dos auscultadores convencionais (agora são sem fios), novas cores e mais bateria. Há ainda um novo Apple Watch (à prova de água) e a chegada do SuperMario ao iPhone e do Pokémon Go ao Apple Watch. Está tudo muito bem explicado aqui. Quem diria, há 43 anos, quando apareceu o primeiro telemóvel, que iríamos chegar a este ponto? Na altura, pegar no telemóvel já era um feito - lembra-se destes tijolos?

Luís Filipe Vieira deu uma longa (muito longa) entrevista à TVI e falou sobre tudo, como pode ver aqui. Sobre o clube: "O Benfica tem que fazer história. Nunca conseguiu um tetra e tem que o conseguir". Falou do dinheiro que pagou por Jiménez e de como o vai recuperar: "O meu feeling é que ele vai ser a mais cara transferência do futebol português". Sobre Rafa: "Pagámos 16 milhões por ele, mas pagávamos 17 - ou mesmo os 20". Sobre Luisão: "Tenho uma relação com o Luisão que não tenho com mais nenhum: é meu amigo. Nunca haveria um ‘vai-te embora’". E, claro (claro...) sobre Jorge Jesus: "Sim, ele foi campeão. Mas dois anos antes ninguém o queria. Se não lhe déssemos a mão naquela altura, se calhar hoje ninguém sabia por onde ele andava".


Informação relevanteFrederik Obermaier foi um dos dois jornalistas de investigação que esteve na origem do escândalo dos Panama Papers. Numa fascinante conversa com o Luís Rosa (a propósito do lançamento em Portugal do livro Panama Papers – A História de um Escândalo Mundial), falou sobre o papel dos governos, das empresas e dos bancos nos crimes económicos. E não foi suave com ninguém, nem com o seu próprio país: "Olhando para os ‘Panama Papers’ não há grandes diferenças entre os bancos alemães, bancos dos países nórdicos ou do sul da Europa. Muitos deles, centenas de bancos, trabalham fora do sistema. (...) A corrupção não é um problema de um país ou de uma determinada parte do mundo — é um problema global. E a Alemanha faz parte dele".

PS, BE e PCP juntaram-se ontem para tentar chumbar a audição ao novo presidente da Caixa na comissão de inquérito ao banco. Argumento: devemos falar sobre o passado e não sobre o futuro. Mas o CDS forçou as coisas e António Domingues vai mesmo ter que ir ao Parlamento.

O Financial Times - um dos jornais mais influentes do mundo - tem críticas a fazer a Portugal. Ontem, num artigo de análise escrito por um dos seus editores, escreveu que "o governo português tem maior apetite por anunciar medidas anti-austeridade, para agradar às massas, do que medidas de reforma com o objetivo de tornar o setor público mais eficiente e incentivar o investimento".

A opinião do Financial Times é um problema? Helena Garrido acha que sim. No artigo de opinião publicado hoje de manhã no Observador, fala precisamente sobre esse texto crítico. E dá sugestões para evitar que continuemos a viver "no fio da navalha".

Reúne-se hoje o Conselho de Governadores do BCE. O Edgar Caetano ouviu os analistas e concluiu que o mais provável é não haver grandes novidades. Mario Draghi deverá guardar as balas - até porque “já não lhe restam muitas”. De qualquer forma, vamos ver.

A corrida das autárquicas está mesmo a acelerar, mas Passos Coelho quer acalmar as coisas. Ontem, depois de mais um dia de pressões sobre Santana Lopes para decidir se afinal avança ou não para Lisboa, o líder do PSD pediu aos "mais ansiosos" para "respirarem fundo": "Ninguém está à espera que o candidato do PSD a Lisboa seja anunciado agora. Não vai ser nos próximos meses".

Bem, havia pelo menos uma pessoa que, sim, estava à espera. Assunção Cristas tem que decidir rapidamente se se candidata ou não e o problema é simples: sem Santana, avança; com Santana, não avança; havendo dúvidas sobre Santana, hesita. Neste momento, tudo indica que a líder do CDS tem cada vez menos margem para ficar sentada.

Os moradores dos Anjos, do Intendente e das imediações do Parque Eduardo VII, em Lisboa, não estão nada contentes. E foram ontem à reunião descentralizada da Câmara queixar-se de sexo, de drogas, do lixo e do facto de as ruas estarem entregues a “um punhado de marginais”. O presidente da Junta de Freguesia de Arroios quer instalar câmaras de videovigilância no Intendente e nos Anjos.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu ontem a juízes, procuradores e advogados que se juntassem para impedir que o “bloco central de interesses” possa "inviabilizar o que é preciso fazer na Justiça”.

Os mais novos não se lembrarão dele - mas é pena. António Barbosa de Melo foi um dos fundadores do PSD e ex-presidente da Assembleia da República. Representante e líder do chamado "grupo de Coimbra", ganhou protagonismo e força na política por ser um homem da universidade. E, no seu tempo, teve poder e influência para moldar o PSD e a democracia portuguesa. Morreu ontem.

Vivemos outra vez na era dos muros e aí está mais um: o Reino Unido e França vão construir uma vedação de cimento com quatro metros de altura em Calais para impedir a passagem de migrantes pelo Canal da Mancha. A obra deve estar terminada até ao fim do ano.


Os nossos Especiais
Clint Eastwood está de regresso, aos 86 anos, com “O Milagre do Rio Hudson”. Para o Alexandre Borges - que escreve "Deus abençoe Clint" - ele é um dos grandes cronistas da América, com todas as contradições possíveis.


Notícias surpreendentes
Precisamente: Clint Eastwood. Hoje é dia de estreias no cinema e o Eurico de Barros já viu “O Milagre do Rio Hudson”, sobre o comandante que conseguiu pousar um Airbus com 154 passageiros no rio Hudson, depois de um bando de pássaros ter colidido com o avião. O crítico de cinema do Observador dá-lhe quatro estrelas.

E há ainda mais dois filmes para ver. "Kubo e as Duas Cordas" é  uma longa-metragem animada que vem com muitos elogios; e "Nem Respires" é o filme de terror que abriu o MOTELX.

Ainda tem forças para mais um festival de música? Esperemos que sim, porque vem aí hoje o Reverence. Os cabeças de cartaz são os The Sisters Of Mercy, mas, como mostra a Rita Cipriano, há muito mais para ouvir.

Com os dois golos sofridos contra a Suíça, Rui Patrício subiu a um pódio indesejável: ultrapassou Vítor Baía no terceiro lugar dos guarda-redes da selecção mais batidos de sempre. O Rui Miguel Tovar explica os números.

Quando se encontraram na reunião do G20, na China, Obama e Putin foram fotografados a trocar um olhar tenso. Foi o suficiente para a internet se encher de piadas e memes sobre combates de boxe e histórias de amor.

Pois é, já não há como fugir do regresso ao trabalho, pois não? A Ana Dias Ferreira quer diminuir a sua depressão e, por isso, fez uma lista de 25 compras úteis e divertidas para a sua secretária que podem ajudar a tornar esta fase mais simpática

Depois de terça-feira ter sido o dia mais quente do ano, hoje as temperaturas vão arrefecer. Por isso, não tem motivos para deixar de passar pelo Observador.
Até já!
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Quinta-feira 08 Setembro 2016

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