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POR José Cardoso
Editor Adjunto
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Bom dia,
Está
aí a festa, pá, deixa o resto para lá – começaram os Jogos Olímpicos do
Brasil. O (en)canto de Elza, mulher do fim do mundo. Entrevista a Lula
da Silva. A vida – no Brasil - de Inês Patrício, a filha do último MNE
do Estado Novo. IMI com e sem sol (e tabaco com e sem nicotina, e
higiene com e sem fio dentário). A vida bonita do Senhor Atletismo. O
carisma da senhora Obama. Uma ponte quinquagenária em imagens inéditas.
São estes os tópicos das Escolhas do Editor deste sábado.
Brasíu! Brasíu! Brasíu! Estão aí os Jogos Olímpicos
do Rio de Janeiro. Dos vários trabalhos que publicámos na semana que
ora finda, escolhi fazer o destaque no feminino, com uma chamada direta
para o perfil de uma senhora chamada Elza Soares, que
publicámos na edição de quarta-feira. Tem 79 anos, tem um novo álbum
(pode ouvir trechos das músicas entrando no texto, enquanto o lê) e tem
uma vida tão conseguida (na música) quanto sofrida, como conta a Mariana
Lima Cunha. Contamo-la porque Elza, a diva do “samba sujo”,
foi convidada para cantar na cerimónia de abertura dos Jogos, onde
disse que ia “representar a população marginalizada”. “Música é
protesto, enquanto houver negros a ser maltratados, há música a fazer”,
disse.
(sobre Jogos Olímpicos propriamente ditos, ou seja sobre desporto e feitos desportivos, recomendo a leitura do artigo da Anabela Natário que publicámos no Expresso Diário de quinta-feira, no qual conta a difícil luta das mulheres para poderem participar,
desde a grega que correu a maratona por sua conta nos primeiros Jogos
da Era Moderna, em 1896, mas cujo feito não foi reconhecido, até à primeira participação de portuguesas nos Jogos, em Helsínquia, em 1952)
Numa
semana dominada por Jogos Olímpicos e Brasil, chamo ainda a atenção
para outro artigo “vindo” das antigas terras de Vera Cruz. Conta a história de uma portuguesa que diz que “o Brasil é um país onde todos deviam morar um tempo”. Ela vive lá há décadas. Chama-se Inês Patrício é filha de Rui Patrício, o último ministro dos Negócios Estrangeiros do Estado Novo, que fugiu para o Brasil com o 25 de Abril. A filha foi com ele, e por lá ficou. Mas, ao contrário do pai, agradece aos capitães de Abril terem-lhe “aberto o mundo” e é uma fervorosa apoiante do Partido dos Trabalhadores. Uma bela e interessante história de vida, contada pela Manuela Goucha Soares na edição desta sexta-feira.
Para continuar no Brasil, há outra (re)leitura que recomendo: a entrevista ao anterior Presidente brasileiro, Lula da Silva.
Na entrevista que deu aos jornalistas João Belisario e João Melo, da
revista “África 21”, e que o Expresso Diário publicou na terça-feira num exclusivo para Portugal, quando fizeram ao entrevistado uma pergunta sobre tráfico de influências, Lula respondeu isto: “Fiz exatamente o mesmo que fazem os presidentes dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, de Portugal”.
E afirma que a impugnação da sua sucessora, amiga e correligionária
política Dilma Rousseff é um linchamento político, e um golpe que pode
ter “mão externa”. Porque, diz, há multinacionais que estão de olho no
petróleo.
Por cá, um dos assuntos da semana foi a questão do aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis,
consoante a casa ou o apartamento sejam soalheiros e tenham vista de
mar. O artigo da Raquel Albuquerque que publicámos na edição de
quarta-feira é um bom guia para ficar esclarecido. No formato de
perguntas e respostas, fique a saber que fatores podem agravar o IMI (e
os que o desagravam), se estes
critérios são novos ou não, quando surgiram, quem os propôs, o que
dizem os partidos, etc. Se for proprietário, esta leitura pode ser-lhe
muito útil.
(ainda no âmbito de “serviço
público”, uma chamada de atenção para outros dois temas: tabaco e fio
dentário. Sobre o primeiro, o André Manuel Correia conta na edição de
terça-feira que os maços de tabaco deixaram de mostrar os índices de nicotina, alcatrão e outras substâncias,
privilegiando as imagens chocantes. E começam a surgir as primeiras
queixas de consumidores que gostariam de saber esses dados para decidir o
que fumar. No segundo, a Mariana Lima Cunha pegou na nova posição do
meio médico norte-americano de deixar de recomendar o uso do fio dentário,
dizendo não haver estudos que comprovem a sua eficácia, para ver se
devemos seguir ou não a recomendação. E, segundo os especialistas que
consultou, não devemos: é de continuar a limpar a dentição com o dito
fio.)
Na altura em que uma ex-primeira dama, Hillary
Clinton, acaba de tornar-se oficialmente candidata à presidência dos
Estados Unidos fomos tentar perceber como é que a atual primeira dama, Michelle Obama, se tornou uma personalidade com tanta influência e tão consensual (voltou
aliás a demonstrar a sua influência e carisma no discurso que fez na
semana passada na convenção do Partido Democrata) A Mariana Lima Cunha
falou com vários especialistas, entre os quais o biógrafo de Michelle,
para perceber de onde vem a importância política de uma mulher que diz
nunca ter sido e não querer ser uma… política.
Nas
recomendações de (re)leitura de temas que fomos publicando ao longo da
semana no Expresso Diário não posso deixar também de referir o perfil
de Moniz Pereira, o Senhor Atletismo português e uma das figuras
desportivas (e não só) mais importantes da nossa História. No
artigo que publicou na edição de segunda-feira, a Alexandra Simões de
Abreu conta como foi a “vida bonita” desta personalidade ímpar, desde a
infância até aos tempos recentes, dos misteres do atletismo aos de
músico e compositor que também foi.
(Além do perfil, publicámos na mesma edição um artigo sobre Moniz Pereira escrito para o Expresso por Bruno de Carvalho, o presidente do Sporting, o clube do coração do falecido atleta e treinador).
Faz hoje, sábado, 50 anos que foi inaugurada a então Ponte Salazar, depois 25 de Abril.
Proponho que (re)veja o artigo sobre a ponte que publicámos no Expresso
Diário de ontem. Além de contar algumas histórias e referir alguns dos
principais dados dessa obra que era então ímpar na Europa, a Katya
Delimbeuf montou um artigo no qual mostramos 20 fotografias até agora inéditas do dia da inauguração.
São do fotógrafo António Sousa Silva, a quem o patrão, dono de um
estúdio fotográfico da baixa lisboeta, mandou nesse dia registar o
grande acontecimento.
Boas (re)leituras e um excelente fim de semana, aquém e além Ponte 25 de Abril
(Nas bancas tem nova edição do semanário, que oferece este sábado “A queda de um anjo”, o terceiro de oito volumes das obras de Camilo Castelo Branco que estamos a distribuir aos nossos leitores)
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