segunda-feira, 11 de julho de 2016

O JOGO - 11 DE JULHO DE 2016

é o novo campeão da Europa‏

Portugal é o novo campeão da Europa

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ALETEIA - 11 DE JULHO DE 2016

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Segunda-feira 11 Julho 2016

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JN - 11 DE JULHO DE 2016

Euro 2016

Esta história só podia acabar bem

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Esta história só podia acabar bem




Nem o melhor guionista do Mundo imaginaria um argumento assim. A lesão de Ronaldo, o poste a salvar aos 90+2 minutos e Éder - sim Éder -, o herói de toda a nação.
Rui Patrício, Anthony Lopes, Eduardo, Cédric, Vieirinha, Pepe, José Fonte, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Raphael Guerreiro, Eliseu, William Carvalho, Danilo, Adrien Silva, João Moutinho, João Mário, André Gomes, Renato Sanches, Rafa, Quaresma, Nani, Cristiano Ronaldo e... Éder. Fernando Santos e equipa técnica. Todo o staff da Federação Portuguesa de Futebol.
É da mais elementar justiça começar este texto com o nome dos verdadeiros heróis de Paris, de quem nos fez sonhar durante um mês inesquecível. A Taça é deles, a Taça é dos portugueses e descendentes de portugueses espalhados por todo o Mundo. Sim, é verdade, Portugal é campeão da Europa de futebol, depois de um dia inesquecível para todo o desporto nacional!
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O maior momento da história do futebol português escreveu-se com um argumento que nem o mais original dos guionistas poderia imaginar e muito menos escrever. Doze anos depois da final perdida, em casa, com a Grécia, Portugal estava do outro lado da barricada. A França tinha um autocarro preparado para a festa com a palavra "campeões", a Torre Eiffel prometia pintar-se de azul, mas ficou negra como a noite, negra com os corações gauleses. O primeiro título sénior do futebol português foi conquistado na trincheira inimiga, com o sofrimento dos grandes momentos, aquele sofrimento que torna a festa mais inesquecível.
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O drama e o herói surpresa
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Sim, a França era favorita. Sim, a França esteve perto de marcar várias vezes, mas São Patrício estava lá. A manter Portugal no jogo, a defender o que parecia impossível, a alimentar um sonho que nos caiu aos pés logo aos 17 minutos. Cristiano Ronaldo caía no relvado, agarrado ao joelho e Portugal não queria acreditar. O melhor do Mundo tentou resistir à dor, foi assistido, voltou ao relvado, mas não dava para aguentar mais. CR7 estava fora da final mas, como sempre disse a FPF, não éramos 11, éramos 11 milhões. A seleção uniu-se em torno do azar do capitão, batalhou, lutou até à exaustão e, sim, a fé de toda uma nação, a tal fé que move Fernando Santos, não abandonou as quinas.
Aos 90+2 minutos, Gignac acertou no poste da baliza, os franceses estiveram quase a gritar "buuut", mas só lhes saiu um "puuutain" das gargantas. E, como nos filmes de Hollywood, ainda faltava o herói inesperado, aquele em que ninguém acredita e que marca o golo decisivo no último segundo. Éder, tantas vezes mal tratado pela crítica, merecia ser o herói, merecia a confiança de CR7 e mereceu gritar: "Siiiim, somos campeões da Europa".
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EXPRESSO - 11 DE JULHO DE 2016

o minuto 109‏

A magia do minuto 109

Expresso Curto (expresso@news.impresa.pt)
08:21
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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Martim Silva
Por Martim Silva
Diretor-Executivo
 
11 de Julho de 2016
 
A magia do minuto 109
 
Bom dia,
Se acreditava? Não.
Se sofri? Imenso.
Se chorei? Muito.
Se gritei? Até ficar sem voz.

Agora é hora de o escrever…

Portugal conquistou pela primeira vez um título num grande torneio internacional de futebol. Não foi com Eusébio, nem com Chalana, nem com Figo, nem com Futre ou outro gigante embora por várias vezes tenhamos estado perto ao longo de décadas. Foi ontem, numa noite de sofrimento e de lágrimas, que a glória finalmente chegou. Somos campeões da Europa de futebol, sucedendo à poderosa Espanha.

Uma selecção que começou a fase de qualificação a perder com a Albânia e a despedir um treinador. Que iniciou a fase final com três empates comprometedores que indiciavam que não havia pernas para grandes feitos. Que nunca jogou o futebol de encher a vista que outras na história jogaram. Que até à final só tinha ganho um jogo nos 90 minutos. Que teve de disputar os penáltis nos quartos de final. Que ia jogar a final contra a “bête noir” França, que nos tinha eliminado em três meias-finais (Europeu de 1984 e 2000 e Mundial de 2006). E a quem não ganhávamos desde… 1975. O jogo, para mais, era em Paris. O favoritismo estava todo, todo, todo do outro lado.

Acha que é dramático que chegue? Não, esqueça, a história ainda é melhor…

Na partida decisiva no Stade de France Portugal fica sem o seu melhor jogador logo no início da partida. Sem o jogador mais titulado da história do seu futebol, lesionado depois de uma entrada de Payet (a lembrar o que o holandês Bohlarouz já tinha feito a Ronaldo nos oitavos de final do Mundial de 2006) aos 7 minutos. Cristiano saiu, entrou, saiu, entrou e finalmente saiu definitivamente perto da meia-hora de jogo. Depois disso, partida muito sofrida até ao fim do período regulamentar: ao minuto 93, os franceses, por Gignac, atiram uma bola ao poste (foi o espírito do Eusébio que impediu que entrasse, ouvi eu cá em casa).

Para culminar a noite mais que emocionante, ganhámos um a zero no prolongamento.

E se antes do jogo perguntassem aos portugueses qual seria o autor do tento decisivo, seguramente que Éder estaria no fim da lista. Pois não é que foi mesmo ele o herói improvável da final? Incrível! O patinho feio tornou-se cisne e fica na história como o marcador do golo que nos deu um inédito título (rapidamente surgiram cânticos de glória a Éder, como o que replica um dos mais ouvidos ao longo do Euro pelos irlandeses: Éder is on fire, your defence is terrified).

Aquele mágico minuto 109 fica como o minuto mais bonito da nossa história nas quatro linhas.

Esta manhã, além deste Expresso Curto escrito com emoção, suor e alegria (e que me desviou de uma ida desejada ao Marquês), tem uma edição especial do Expresso Diário, de acesso livre a todos, inteiramente dedicada à vitória de Portugal.

Com um texto exclusivo, do Ricardo Costa, ex-diretor do Expresso, que olha para o trabalho incrível de Fernando Santos à frente da selecção nacional. Não a pôs a jogar como podia, mas colocou-a a jogar da forma necessária para ganhar. Mas há mais, há textos do Pedro Santos Guerreiro, do Pedro Candeias, da Mariana Cabral, do Luís Pedro Nunes, entre outros.

Aqui ficam os links para a capa do Expresso Diário e para os textos que não pode deixar de ler:
Ricardo Costa: Como esfolar um gato, por um engenheiro
Pedro Santos Guerreiro: Isto é vívido. Isto é sangue. É loucura. É amor
Pedro Candeias: Obrigado, Ronaldo. Foste o melhor em campo
Crónica da Final: Cá se fazem, cá se Payet, por Mariana Cabral, em Paris
Luís Pedro Nunes: CR desprezou Hollande e gozou o prato
Lá em Casa Mando Eu: A análise à seleção que o vai fazer rir depois de ter chorado com a vitória
A contracrónica do Azar do Kralj: Acabei de perguntar à minha futura mulher se podemos chamar Éderzito ao nosso segundo filho
 

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OUTRAS NOTÍCIAS (AINDA O EURO...)
Deixo algumas notas sobre o que fui lendo, vendo e ouvido nas últimas horas pela internet:

-A carta que Fernando Santos escreveu há umas semanas, no início do Euro, e que ontem leu, e onde se revela um homem de fé.

-Este é seguramente um dos melhores vídeos da noite, e que na transmissão televisiva em directo nos passou, pelo menos parcialmente, ao lado. Cristiano ao lado de Fernando Santos, qual treinador-adjunto, nos minutos finais do jogo.

-Noutro vídeo, Benny McCarthy, antigo avançado sul-africano do Porto, volta a festejar de forma exuberante uma vitória de Portugal, cheio de vernáculo à mistura.

-O jornal desportivo espanhol Marca dedica a capa ao feito de Portugal.

-Com esta vitória Portugal torna-se o décimo país a ganhar o troféu (alguns deles já nem existem) que só três (Alemanha, Espanha e França) venceram mais que uma vez.

-Imperdível é ainda o que alguns jornais lá por fora escreveram sobre a heróica vitória de Portugal, como a Marca em Espanha, o The Guardian em Inglaterra, e sobretudo o norte-americano Politico, com este texto em que se lê que ontem uma equipa tinha a vontade de vencer e a outra tinha je ne sais quoi.

-Renato Sanches, que começou o Euro como suplente, acabou a ser eleito o melhor jogador jovem da competição.

-Com esta vitória, Portugal ganhou pela primeira vez o direito a disputar a Taça das Confederações, que reúne as selecções vencedoras dos torneios nos respectivos continentes.

-Esta manhã a comitiva nacional deixa França e os momentos de loucura devem repetir-se ao longo do dia. Desde logo na chegada ao Aeroporto de Lisboa e, calcula-se, no trajecto até ao Palácio de Belém, onde vão ser condecorados pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.


FRASES
“A segunda final perdida num mês… é uma merda”, Antoinne Griezman, o avançado de França e do Atlético de Madrid, que perdeu há pouco a final da Champions para o Real de Ronaldo. E que nesta Eurocopa foi o melhor marcador, com seis golos (a quarta melhor marca de sempre). Até hoje só um jogador havia perdido as duas finais no mesmo ano: Michael Ballack, que em 2008 perdeu a Champions pelo Chelsea (para o United de Ronaldo) e o Europeu para a Espanha.

“Faltava-me algo pela selecção, graças a Deus consegui”, Cristiano Ronaldo, depois da conquista.

“Deus escreve direito por linhas tortas”, Luiz Felipe Scolari, treinador de futebol que levou Portugal à final do Euro 2004, citado pelo i

“Por último, mas em primeiro, quero ir falar com o meu maior amigo e sua mãe, dedicar-Lhe esta conquista e agradecer por me ter convocado e agradecer por me ter concedido o dom da sabedoria, da perseverança e humildade para guiar esta equipa, com Ele a ter-me iluminado e guiado. Por tudo o que espero e desejo seja para glória de Seu nome”. Excerto da carta de Fernando Santos, escrita há umas semanas e ontem lida pelo próprio na conferência de imprensa após a vitória no Euro.


OUTRAS NOTÍCIAS
-Nos Estados Unidos, os protestos, os debates e as divisões em torno da questão racial, depois dos acontecimentos da última semana, voltam a estar na ordem do dia, com as emoções à flor da pele. Esta terça-feira, Barack Obama vai estar em Dallas, onde cinco polícias foram assassinados por um sniper.

-Onze meses depois de ter decidido encerrar a fronteira da Venezuela com a Colômbia, o governo de Nicolas Maduro reabriu-a, permitindo assim a milhares de venezuelanos que deixassem o país em busca de alimentos e medicamentos.

-Um estudo mostra como os terroristas do Estado Islâmico perderam nos últimos seis meses 12 por cento do território que controlavam.

-Elon Musk, patrão e fundador da Tesla, companhia que está sob pressão depois da morte de um automobilista que seguia num veículo da empresa com piloto automático, diz que tem um “masterplan” para a Tesla e promete revelações ao longo desta semana.

-A Coreia do Sul vai avançar para um sistema de defesa anti míssil e a Coreia do Norte promete reagir de forma dura.

-Este texto da BBC mostra-nos seis coisas sobre Marx, Nietszche e Freud que não sabíamos.

-Andy Murray conseguiu ontem o segundo título de Wimbledon da sua carreira, numa final contra Raonic.

-Ontem foi dia de outras vitórias no desporto português. Sara Moreira conquistou a medalha de ouro na meia-maratona nos Europeus e Patrícia Mamona subiu ao lugar mais alto do pódio na competição de triplo salto.

-Seremos viciados na internet? Um estudo mostra dados preocupantes.

-Aqui ficam umas oportunas dicas sobre grelhados e a melhor forma de não fazer má figura neste verão se decidir aventurar-se na grelha.


O QUE ANDO A LER
A Alexandra Carita foi entrevistar a mais conceituada pintora portuguesa da actualidade, Paula Rego, e o resultado é esta entrevista, publicada na Revista E do Expresso.

Depois da impactante notícia da última sexta-feira, dando conta da ida de Durão Barroso para um dos mais importantes, poderosos e polémicos bancos de investimento do mundo, o norte-americano Goldman Sachs, que vale mais de 50 mil milhões em bolsa, fui à estante buscar novamente uma leitura que já me tinha passado pelas mãos no rescaldo da brutal crise financeira dos últimos anos. "A História Secreta do Goldman Sachs - a organização que comanda o mundo", por Steven G. Mandis, que trabalhou no banco 12 anos. O livro é da Marcador, já tem três anos, mas vale bem uma leitura, e ainda deve ser possível encontrá-lo nas livrarias.

Tenha uma grande segunda-feira.
Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
 
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