EXPRESSO DIÁRIO - 1 DE ABRIL DE 2016

Cinco notícias, aqui dos bastidores

Expresso Diário

 

 

18:48

 

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Nº 535 01 ABR 2016

POR PEDRO SANTOS GUERREIRO Diretor   Cinco notícias, aqui dos bastidores Sexta-feira. Eram duas da tarde quando a direção desenhou a primeira página, depois da última reunião da semana com os editores. É sempre assim. A página em branco parece enorme mas, à medida que selecionamos a manchete, a fotografia, as 24 Horas, as chamadas, a página fica pequena. É sempre assim. Sexta-feira é dia de fecho do semanário que no dia seguinte os leitores poderão abrir e se o Expresso tem a folha maior da imprensa portuguesa, ela é sempre pequena para o nosso impulso de mostrarmos tudo o que, no nosso entendimento, os leitores precisam de saber que está lá dentro. Lá dentro no Primeiro Caderno, lá dentro na Economia, lá dentro na Revista E, lá dentro até nos livros, o segundo volume da História dos Descobrimentos de Jaime Cortesão, a edição de bolso da Constituição da República Portuguesa, oferecida 40 anos depois da Constituinte. 1. Há coisas nacionais que deviam ser causas nacionais.Dizemos muitas vezes que a geração que tem hoje entre 20 e 30 anos é a primeira a viver pior que a dos pais - razão pela qual, aliás, muitas vezes as duas gerações vivem na mesma casa. A existência deste fosso geracional não é apenas uma perceção. É um facto. Um facto que mostramos amanhã. A Joana Pereira Bastos e a Raquel Albuquerque estiveram duas semanas neste trabalho, que mostra que os jovens estão a perder rendimentos há vinte anos, agravando o fosso geracional e criando uma situação de desigualdade sem precedentes. São dados nunca antes divulgados, apurados pelo INE a pedido do Expresso (e obrigado por isso) e que cruzam rendimentos com idades. Falámos com economistas e sociólogos. E com uma dezena de jovens, muitos dos quais já não são assim tão jovens, e que têm o presente comprometido e o futuro hipotecado. Porque a pobreza ameaça até a sua velhice. Chama-se "a geração que a economia atraiçoou". E não é um lamento, é uma inquietação sobre a sociedade que construímos, deixámos construir e que não deixará de ser esta forma de aperto se todos estivermos pacificados com a ideia de apartar. 2. E é por isso que emigram. Tantos. Quantos? Mais do que nunca. Sim, é mesmo verdade, o fenómeno de emigração portuguesa só tem paralelo com os anos 60 e 70. Amanhã explicamos porquê. E por que tantos, partindo, não voltam nem pensam voltar. É outro fosso, não apenas geográfico, mas familiar. Entre os que vão e os que ficam. 3. É uma entrevista impressionante, pela coragem, pela revolta - mas também pelo desespero. Mónica Almeida estava em Lisboa quando soube da sentença de prisão de 17 ativistas em Angola, incluindo a do seu marido, Luaty Beirão. A Alexandra Simões de Abreu entrevistou-a ao início da noite aqui no Expresso, para ouvir que "em Angola ainda nada é suficiente para acender o rastilho". Foi em vão? "Isto não vai mudar agora, nem daqui a cem anos. Não deposito nenhum tipo de esperança na minha geração". Nem nas seguintes, diz. O que se passa em Luanda também passa por Lisboa. Os direitos humanos não são um assunto de nacionalidades, mas de homens e mulheres. Os que estão lá. Os que estão cá. 4. Daesh. As ameaças a Portugal feitas esta semana levaram o Hugo Franco e a Raquel Moleiro (os dois jornalistas que investigam o fenómeno em Portugal há mais tempo), bem como o Micael Pereira, a descobrir novos dados que podem criar perturbação. A Luísa Meireles e a Helena Pereiraentrevistaram o ministro da Defesa, que falou sobre o assunto. E sobre o medo e a forma de não ser consumido por ele. 5. A ascensão e queda de Jorge Nuno Pinto da Costa.Trata-se de um texto desenvolvido por Rui Santos, que faz uma análise sobre um líder que fez do FC Porto o que o FC Porto é, sem sabermos hoje o que será. Mas sabendo hoje que o presidente de sempre já não é incontestado. Nem ele nem os negócios que sob ele se têm feito no clube. Depois de uma semana de intensas audições na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif, ainda há muito por contar e muita documentação que merece ser revelada. Fazêmo-lo amanhã. Há ainda novidades sobre a Lei das Rendas… E sobre a forma como o Governo continua a preferir as nomeações aos concursos na escolha dos dirigentes da Administração Pública. Esta newsletter é diferente do habitual, porque já estamos a falar de amanhã sem termos ainda escrito sobre hoje. Mas hoje já há um Expresso Diário, que mostra que nenhum partido à esquerda ou à direita do PS quer agora que o Presidente da República use a “bomba atómica”, arma a que já pode recorrer a partir de segunda-feira. E mostramos, também, o que mudou na Constituição nas sete revisões a que foi sujeita desde que foi aprovada, há 40 anos. Já vai longo, o texto. Para nós, jornalistas, é um texto contínuo, que vamos escrevendo para si a cada hora. Agora são 18:45, faltam duas ou três horas para o semanário fechar, e a última página que fecharemos será a primeira que lerá. Amanhã. Daqui a pouco. Até já.

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Ninguém quer que Marcelo ative a bomba BOMBA ATÓMICA Barreira constitucional que impede a dissolução do Parlamento cai na próxima segunda-feira - dia em que passam seis meses das legislativas RONDA Expresso ouviu os partidos à esquerda e à direita REAÇÃO PSD: “Não andamos aos saltos a pedir eleições” A ameaça direta que o Daesh fez a Portugal é mesmo para levar a sério? A ameaça direta que o Daesh fez a Portugal é mesmo para levar a sério? Vai ter de dar uns minutinhos à nossa Constituição Vai ter de dar uns minutinhos à nossa Constituição Daniel Oliveira Um congresso que é uma espera   Henrique Raposo Porque é que Isabel dos Santos não ajuda as crianças angolanas?   Henrique Monteiro Angola: a falsa teoria da ingerência, a subserviência portuguesa e o lóbi de Luanda   BANIF: 1ª SEMANA DE INQUÉRITO O desprezo de Bruxelas, a bomba- relógio, o assassinato pela TVI, a péssima gestão SAÚDE Os inacreditáveis desafios de magreza extrema que estão a varrer as redes sociais GRANDE REPORTAGEM VÍDEO Os atentados que todos previram mas que ninguém conseguiu evitar PRESIDENCIAIS EUA Um candidato de mármore. De primeira qualidade A ENERGIA VEM DA MÚSICA O maestro mais velho do mundo vai dar um concerto no meio do Alentejo #HASHTAG Farto de esperar nos transportes públicos? Esta app é para si

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OBSERVADOR - 1 DE ABRIL DE 2016

360º -- Passos, o laranja solitário? Vermos no fim de semana

Observador - Filomena Martins

 

 

09:28

 

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Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta

Bom dia!

Enquanto dormia

A PSP está a fazer uma grande operação policial no bairro da Ameixoeira em Lisboa, na sequência do tiroteio da passada terça-feira, que acabou com cinco baleados, três polícias e duas civis. A polícia procura armas e já deteve cinco pessoas.

Terrorismo I. A ameaça terrorista nunca deve ser desvalorizada. O último exemplo são as mais de 30 vítimas dos atentados de Bruxelas. Ontem Portugal foi visado numa mensagem ameaçadora do Estado Islâmico, a par da Hungria. Uma responsável da segurança interna decidiu aumentar o nível de alerta nacional. Porque é melhor é prevenir que depois lamentar.

Terrorismo II. O Relatório Anual de Segurança Interna de 2015 (RASI), confirmou que a ameaça islamita aumentou e que Portugal não está imune ao grupo terrorista. Segundo os serviços secretos, há portugueses a serem recrutados para as fileiras do Estado Islâmico, que dão apoio logístico e de planeamento. Estão a ser monotorizados.  

Na contabilidade anual do crime nacional, o já citado RASI traz outros números relevantes: o principal é que a criminalidade geral aumentou 1,3%,  terminando com um ciclo de cinco anos de quebras consecutivas. A contribuir para a má estatística estiveram sobretudo os crimes ligado a incêndios e as burlas informáticas.

Maria Luís Albuquerque explicou-se sobre a sua ida para a Arrow em entrevista à RTP. Diz que nunca antes de tinha ouvido falar na empresa e que as críticas são "populismo e má-fé".

Já Marcelo Rebelo de Sousa, à TSF, falou sobre os 40 anos da Constituição que hoje se comemoram. Para defender que é tempo de, nas escolas, se ensinar e debater a lei fundamental do País.
 
Outros entrevistas do dia. Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente portista, defende-se das acusações de estar a ganhar dinheiro com o FC Porto ao JN. No I (ainda sem link), é Ana Drago a entrevistada: diz que foi infeliz na AR e que se comoveu com o acordo das esquerdas.

Da agenda de hoje, além do congresso do PSD e do Benfica-Sp. Braga (20h30):

• Duarte Lima sabe se tem de cumprir dez anos de prisão pelo processo Homeland
• Alberto João Jardim começa a ser julgado por difamação no Funchal

Informação relevante
O congresso do PSD arranca à noite em Espinho. Passos está isolado e solitário na liderança do partido? Depois das críticas de Marques Mendes, Morais Sarmento e Paulo Rangel, o Miguel Santos foi ouvir outros críticos para tentar responder à dúvida. À boca pequena falam num líder a prazo, com uma estratégia por afinar e uma necessidade urgente de renovar a direção. Mas ninguém o quer enfrentar.

Na Comissão de Inquérito ao Banif, António Varela, o ex-responsável pela supervisão do Banco de Portugal que se despediu há um mês, foi arrasador para a gestão do banco e para o BdP. Disse que o Banif era um "banco péssimo" e que Carlos Costa garantiu que era viável. Mas também disse que foi o BCE que recusou um banco de transição. A longa audição que terminou já de madrugada está toda aqui.

Já o impacto do Banif  na dívida pública divide o Banco de Portugal e Bruxelas. Basta ler o que diz o Eurostat e o que contrapõe o banco central.

Quanto às alternativas para a venda do Novo Banco, estão confirmadas. As hipóteses são a alienação em bolsa ou a venda direta. Só se estas falharem se discutirá a nacionalização já admitida por Costa. Mas, diz Sérgio Monteiro aoEconómico, há muitos investidores estrangeiros interessados.

Angola sem condenação de Portugal. O PCP uniu-se à direita (PSD e CDS) e o Parlamento chumbou o voto de condenação (proposto por PS e Bloco) à prisão de 17 ativistas angolanos. Justificação: não acompanhar "campanhas" que ponham em causa o normal funcionamento das instituições. Uma decisão que vai de encontro aos desejos da diplomacia angolana, que avisou os embaixadores europeus que não tolera ingerências. O MNE português reagiu.

Mas já houve tempos em que os sociais democratas condenaram prisões políticas... em Cuba.

No caso que opõe o ex-ministro da Cultura à apresentadora Bárbara Guimarães, ainda não foi ontem que ficou decidido se a juíza Joana Ferrer ( que proferiu declarações polémicas) pode continuar a julgar o processo de violência doméstica. Os juízes da Relação dividiram-se e nomearam um novo relator: Rui Rangel.

Quanto a Miguel Relvas e à validação da sua licenciatura, continua tudo suspenso. A dúvida é quase retórica: o Ministério Público diz que licenciatura é nula, enquanto a defesa alega que o grau académico é anulável. O MP considerou entretanto ilegal que o reitor da Universidade Lusófona tivesse mudado o regulamento interno para salvaguardar o curso do ex-ministro.

No Brasil, tema que não sai da atualidade, Lula vai ser mesmo julgado pelo Tribunal Supremo e não pelo juiz Sérgio Moro. E as escutas com Dilma podem não valer como prova. A presidente defende-se dizendo diz que não foi a única a usar "pedaladas fiscais", procedimento alegado para pedir a sua destituição.

No Observador, Rui Ramos escreve sobre o tema,comparando Lula com Trump.

Em Espanha, o próximo governo, quando houver, terá uma pesada herança. O défice excessivo obrigará a duros ajustamentos: será preciso baixar de 5,16% para 2,8%, escreve oEl Pais.

Três mortes a lamentar no dia de ontem. A dosportinguista Fernando Mendes, o capitão leonino da equipa que venceu a Taça das Taças em 64 e que foi campeão como jogador e treinador. A da cravista Magdalena van Zeller,considerada durante muitos anos a mais eminente cravista portuguesa. E a da arquiteta Zaha Hadid, a primeira mulher a ganhar um prémio Pritzker, que deixou uma vasta obra por todo o mundo. 

 

Os nossos Especiais

Porta sim, porta sim, as lojas da Baixa de Lisboa estão a fechar para dar lugar a espaços renovados. O João Pedro Pincha foi tocar à campainha de todas e bateu com o nariz na porta de algumas históricas que ou já estão encerradas ou prestes a sê-lo. Ora veja porquê.

Quem apoia Guterres para secretário-geral da ONU? Membros chave do Conselho de Segurança, a CPLP e os países que recebem mais refugiados podem ajudar o antigo primeiro-ministro a chegar ao topo das Nações Unidas. Mas será suficiente? A Catarina Falcão responde.

Como vê o CDS a corte amorosa de Costa a Cristas?  O PS vai elogiando o CDS, para gerar ciumeira na "caranguejola" de direita. Os centristas estão atentos às tentativas de sedução, mas não se metem na "geringonça". O trio amoroso explicado pelo Miguel Santos e pelo Vítor Matos (as boas vindas ao novo editor de Política do Observador).
 

Notícias surpreendentes
Em que país o Papa Francisco é mais apreciado? Não, não é no seu, a Argentina. É mesmo em Portugal, diz este estudo.

O que está a dar é mesmo Portugal. O site Mashable contrariou as anteriores tendências e recomendou um roteiro por Lisboa, Sintra e Cascais.

Seja para esta sugestão de viagem ou para qualquer outra, tem sempre uma bela ajuda.Estas são as melhores apps para planear férias. E uma delas é portuguesa.

Antes das férias, vem aí um fim de semana de chuva. Mas se, mesmo assim, planeia sair de casa, ficam as habituaissugestões de fim de semana pela Rita Cipriano: há MONSTRA, chocolate e poesia.E se quer estar de acordo com a moda, o melhor é levar uma peça personalizada: a Ana Dias Ferreira dá-lhe 20 sugestões para o fazer.

Se ficar por casa, tente resolver este teste. É um desafio infantil, mas baralha o cérebro dos adultos. Ou então, se tiver um iPhone, aproveite para o organizar: com este truque, ganha gigabytes de espaço.

Em casa ou na rua, no iPhone ou noutro qualquer telefone, independentemente do tempo, continue a seguir o Observador. À distância de um clique terá toda a informação. Este fim de semana faremos uma cobertura total, com várias novidades, do congresso do PSD, por isso não deixe de passar por cá. 

Um bom fim de semana
 

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