OUTRAS NOTÍCIASMesmo que tudo estivesse a correr sobre rodas e não tivesse havido já uma série de
brutalidades dos “guarda-costas” de Donald Trump, a verdade é que a corrida à nomeação pelos dois principais partidos norte-americanos - e e entre os quais tudo se decide - está a ter um registo “indesejável”, um tom pouco habitual e uma “ousadia” que pouco tem de política e demasiado de
bullying. As aspas disfarçam os eufemismos que retratam o registo de ameaças, insultos públicos e confrontos físicos da campanha.
A polícia da Florida acusou Corey Lewandowski, diretor da campanha de Trump, de atacar fisicamente uma jornalista, impedindo-a de fazer uma pergunta ao candidato. Hillary Clinton aproveitou para acusar o tom “de incitação a comportamentos violentos” da campanha do seu opositor. Poucos terão sido os que não escreveram sobre o assunto, mas fica aqui
a notícia dada com o apagamento emocional que caracteriza as agências, neste caso a Reuters.
Esta semana,
o Presidente da Ucrânia vai voltar a tentar convencer os seus parceiros ocidentais em Washington que é séria a sua determinação de combater a corrupção. Ainda ontem correu com o seu aliado próximo, o procurador-geral Viktor Shokin, para reforçar a sua credibilidade interna e externa. O primeiro-ministro, o impopular Aeseny Yatseniuk, aceitou demitir-se… porém, as perspetivas de
formar uma coligação exequível não são as melhores.
No Brasil, a Presidente Dilma Rousseff está à beira de perder bases de apoio fundamentais desde que ontem o
parceiro de coligação rompeu o vínculo. A
direção do partido decidiu que os seis ministros do PMDB, assim como os filiados que ocupam outros cargos no executivo, têm de abandonar os seus cargos. Quem não cumprir será punido. E todo este processo está longe de ser pacífico e inócuo.
A mulher de Luaty Beirão apela ao
bom senso de Luanda, este “regime maquiavélico”. Uma entrevista a Mónica Almeida.
Jorge Tomé, ex-presidente do Banif garante que o banco tinha uma situação normal de liquidez até à notícia dada pela TVI. A Anabela Campos explica a
argumentação do antigo homem-forte do banco.
Fique a conhecer a história incrível do melhor tenista português de sempre contada de uma maneira muito especial É um
trabalho multimédia do Expresso que vai surpreendê-lo.
FRASES“Não há que falar em golpe ou abuso de poder na Operação Lava Jato”,
Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal ao jornal i
“Rui Moreira disse que a ponte aérea era ótima notícia”,
Fernando Pinto, presidente da TAP ao Jornal de Notícias
“O Banco de Portugal não dava uns conselhozinhos. Fazia muitas sugestões”,
Jorge Tomé, ex-CEO do Banif ao Negócios
“Este é um dia diferente. Pela primeira vez, neste lugar, escrevo na primeira pessoa. É o momento em que me despeço da direção do Negócios, um jornal com a melhor equipa de jornalistas de economia do país que tive a honra de dirigir”,
Helena Garrido, Negócios
O QUE ANDO A LER
Edward Lucas, editor sénior da revista “The Economist”, é o autor de três livros que vou ler todos de seguida. Conhecia-o de conferências e análises, conheci-o pessoalmente num colóquio em Varsóvia organizado pela revista Poland Today em 2013 em que Lucas foi um dos principais oradores, moderadores e relatores. No entanto, só o descobri como autor através do artigo que o Paulo Anunciação escreveu para o Expresso sobre o Arquivo Mitrokhine. Lucas é um dos especialistas inquiridos pelo jornalista para esclarecer a importância das revelações contidas no arquivo. Falou enquanto autor de livros sobre espionagem como este que estou a devorar, T
he New Cold War: Putin’s Threat to Russia and the West. O livro é de 2008, porém
Edward Lucas escreveu um prefácio à edição de 2014 em que se retrata por não ter previsto o quanto estava certo, ou seja, o quanto Putin viria a ser uma verdadeira ameaça: “Desde que The New Cold War foi publicado pela primeira vez em fevereiro de 2008, a Rússia tornou-se mais autoritária e corrupta, as suas instituições são mais fracas e as reformas diluíram-se”, escreve no prefácio. No fundo, o regresso do tema tem pouca graça, mas é preferível não enfiar a cabeça na areia e ler o que analisam os peritos. A seguir vou passar para
Deception - Spies, Lies and how Russia dupes the West e já descarreguei as edições para Kindle de
A Operação Snowden.Irresistível!
Termino por aqui recomendando-lhe que siga o
Expresso onlineaté à “chegada às bancas” às 18h do
Expresso Diário. Porque hoje é dia de
2:59, venha descobrir se o Serviço Nacional de Saúde é tão universal como imaginamos. Passe uma ótima quarta-feira.