terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

OBSERVADOR - 23 DE FEVEREIRO DE 2016


360º -  Pais hooligans. E os outros debates quentes da atualidade

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia
Quais são as cidades com melhor qualidade de vida? A consultora Mercer já divulgou o seu ranking anual. Dica: as três melhores estão separadas por muito quilómetros. Lisboa está entre as 50 primeiras (42ª, em 230), à frente de Nova Iorque e Tóquio, mas desceu um lugar.
Os beneficiários de RSI podem ter de pagar mais rendas. A proposta de alteração da fórmula de cálculo da renda apoiada, considerando o rendimento líquido das famílias, prevê um aumento para todos os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, segundo uma simulação da Associação Portuguesa de Habitação Municipal. 
A ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos que já esteve para ser extinto (e entrar para o SNS), vai afinal ser alargada. Cônjuges e filhos até aos 30 anos, desde que não estejam a exercer atividade remunerada, podem ser incluídos. Notícia do Público e do Negócios

DN fez contas à cedência do Governo ao Bloco sobre a tarifa social de eletricidade, que passa a abranger um milhão de famílias em vez das 110 mil atuais. A conta paga a EDP.

Da tomada de posse do novo presidente da Repúblicavão-se sabendo cada vez mais pormenores. Marcelo quer uma cerimónia aberta, diferente, vai anular o tradicional banquete diplomático e no final, diz o Público, irá à missa ecuménica na mesquita de Lisboa.

Durão Barroso e  António Guterres debateram noite dentro com a chancela da Fundação Francisco Manuel dos Santos/RTP. Divergiram essencialmente sobre o Governo: o antigo líder do PSD disse que Costa não tem condições de sustentabilidade enquanto o socialista afirmou que executivo mantém fidelidade a Bruxelas. Ponto de união: Durão quer ver Guterres na ONU. 

O Sporting ganhou 2-0 ao Boavista (com cabeça, diz o Tiago Palma) e mantém a liderança da I Liga em semana de competições europeias. Mas isso é conversa para outro dia da semana.

Em Espanha, com os prazos a chegarem ao fim para alianças governamentais, houve reunião de toda a esquerda para tentar o acordo possível. Novidade? O Ciudadanos de Albert Rivera parece estar mais disponível para um entendimento com o PSOE após um encontro secreto com Pedro Sánchez. Exigência(via El Español): que o PP de Rajoy, envolto em escândalos de corrupção, se abstenha, coisa quase impossível. Mas o Podemos aceita as negociações em paralelo.

Já os jornais ingleses andam à volta de um só tema: o referendo ao Brexit e as brechas que o acordo que David Cameron conseguiu no Conselho Europeu está a abrir nos trabalhistas. Cameron ridicularizou Boris Johnson (já lhe volto a falar dele) e até 23 de junho muita água correrá debaixo da London Bridge.  

Outro tema incontornável: Síria. Bashar al-Assad marcou eleições para 13 de abril e após o acordo Rússia e EUA o cessar-fogo tem agora nova data: este sábado.

Informação relevanteQuem é o pai da austeridade? Quem a vai matar? Quem fez mais alterações ao Orçamento? Entre as contas de António Costa aos retificativos  de Passos (12 em 4 anos) e as acusações de bipolaridade no Governo por parte do PSD, o primeiro dia de debate do OE foi um pingue pongue de ataques. Questões que ficam para o que aí vem: que cedências quer mesmo o PCP (ao Bloco, Costa já disse que sim)?; e porque se abstém o PSD de propor alterações na especialidade?

Ah, como aqui alertei, o tema renegociação da dívida não podia faltar. Costa admite falar dele, mas só depois do Orçamento. 

Da reunião entre a ANAC e a TAP nasceu… um grupo de trabalho. A reguladora teve dúvidas sobre quem manda no consórcio Gateway, impôs limites à gestão e chamou Fernando Pinto de urgência. No final de tudo, o modelo avança como está previsto, David Neeleman anunciou em Nova Iorque novas rotas e confirmou o fecho de outras (as do Porto), ao mesmo tempo quegarantiu a injeção de capital (chinês incluído) previsto. Enquanto isso, por cá, o autarca de Vigo recusa encontrar-se com Rui Moreira e encerrar a polémica que está para lavar e durar.
Problemas parece que também não há nos hospitais, apesar das constantes notícias em sentido contrário. A respetiva reguladoraavaliou 161 hospitais e a maioria, 107, obteve qualidade de excelência clínica.  

Das farmácias vem outra boa nova. Já não precisa de andar a meio da noite à procura da farmácia de serviço. Uma apppermite compras online, entregas ao domicílio e até emite alertas à hora de tomar os comprimidos.
 
Os nossos Especiais
E porque o tema de ontem foi o Orçamento, o tema de hoje será Orçamento e o tema até 16 de março, data da votação final global, será Orçamento, o Pedro Romano analisou ao pormenor o documento que tantas revisões já teve. Que Orçamento é este? E afinal quem ganha com ele? são duas das perguntas que mais vezes devem ter sido feitas nos últimos tempos. Ora leia as respostas.

Volto então ao Brexit. O homem que foi de bicicleta, cabeça protegida pelo capacete, até ao nº10 de Downing Street avisar David Cameron de que será o primeiro a opor-se-lhe e a fazer campanha pelo não à Europa, tem tanto de peculiar, como de controverso. A Liliana Valente foi à procura dos casos, das polémicas e das ambições de Boris Johnson, e traçou o perfildo mayor londrino, que pode fazer tremer a Europa. 

Em equipa que ganha não se mexe. Deve ter sido com essa máxima em mente que António Costa escolheu grande parte dos membros do seu governo (gabinetes incluídos). Duas dezenas, contou a Rita Tavares, foram as transferências da Câmara de Lisboa liderada por Costa para o executivo que agora Costa lidera.

Por falar em equipas, o Hugo Tavares da Silva foi fazer uma viagem até ao universo do desporto juvenil e o que descobriu devia envergonhar toda a gente. Hooligans? Sim, também os há nos jogos dos miúdos. São os pais, que entre insultos (cuidado, a linguagem pode ofendê-lo a si) e invasões de campo, acabam amiúde à pancada e raras vezes dão o exemplo. 
Do fim de semana, ficam ainda dois artigos que lhe sugiro para uma pausa. José Carlos Fernandes mergulha no mundo dasrelíquias religiosas, algumas delas bem estranhas. José Milhazes escreve sobre um livro que chega finalmente a Portugal,Vozes de Chernobyl.

Por falar em livros, ou melhor, em escritores, evocamos aindaUmberto Eco recordando a sua grande obsessão em Portugal. Sabe qual era? (olhe que mete Templários)

Notícias surpreendentes
Arrancámos com a nossa temporada dos Óscares, que são já domingo à noite. Todos os dias vai poder ler um artigo sobre a grande festa do cinema, numa contagem decrescente preparada pelo Tiago Pereira (as boas vindas ao nosso novo editor de Cultura). Para não se perder, pode começar por ver esta fotogaleria dos 30 filmes com mais estatuetas

São apenas três perguntas, mas 33% de quem tenta não consegue responder a nenhuma. E 83% erra pelo menos uma. Este teste de reflexão cognitiva da Universidade de Yale descoberto pela Marta Leite Ferreira foi um dos artigos mais vistos ontem no Observador. Já o fez?

É o julgamento que está marcar o mundo da música norte americano. A cantora Kesha acusou o seu produtor de abusos sexuais e, por causa dele, quis deixar a Sony. O juiz fala em falta de provas. A onda de solidariedade e donativos não pára, com Taylor Swift a destacar-se no apoio. Tema do ADN de Catarina Marques Rodrigues.

Outras polémicas, outras paragens. O Diogo Pombo conta-lhe como Francesco Totti, o eterno capitão da Roma, pode estar a dizer adeus. Será mesmo ciau?

Voltemos a Portugal. Já entrou na Biblioteca Joanina de Coimbra? Olhe que é uma das mais bonitas do mundo. Lá poderá ler seguramente sobre a teoria da evolução das espécies. Mas não a que estas ilustrações mostram com muita piada.

Já esta é uma foto verdadeira -- e fantástica!--, mas podia bem ser uma ilustração do mundo moderno. No meio da nova tecnologia, até o todo poderoso sr. Facebook,  Mark Zuckerberg, pode passar despercebido. Uma imagem para olhar e pensar.


Onde quer que esteja, o que não queremos que lhe passe despercebido é o Observador. A partir das 10h00, continuaremos a seguir a discussão do Orçamento na generalidade e à tarde a sua votação. Entretanto, faça o favor de ser feliz e não deixe de ir passando por .

Um bom dia!
Mais pessoas vão gostar da 360º. Partilhe:
no Facebook no Twitter por e-mail
Leia as últimas
em observador.pt
Observador
©2015 Observador On Time, S.A.
Rua Luz Soriano, n. 67, Lisboa

Se pretende deixar de receber a Newsletter 360º clique aqui

EXPRESSO CURTO - 23 DE FEVEREIRO DE 2016


Esteve quase quase quase a ficar órfão

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


publicidade
Publicidade
Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
João Vieira Pereira
POR JOÃO VIEIRA PEREIRA
Diretor-Adjunto
 
23 de Fevereiro de 2016
 
Esteve quase quase quase a ficar órfão
 
Bom dia,

Esteve quase para ficar órfão. Mas não ficou. Depois de enjeitado por todos, António Costa teve de assumir aquilo que já se sabia. Este é o seu Orçamento. Não fosse Costa primeiro-ministro.

O debate sobre um OE já praticamente aprovado começou ontem com as críticas da direita, a vergonha encapotada da esquerda radical e uma espécie de suspiro prolongado do Governo como que a dizer “paciência”.

Mas hoje, como fez questão de sublinhar Carlos César, far-se-á história, com os partidos à esquerda do PS a aprovarem pela primeira vez um Orçamento do Estado. O futuro dirá como este facto ficará registado nos compêndios da política. O melhor mesmo é deixar que Filipe Santos Costa lhe conte como correu o primeiro dia de discussão.

Ainda sobre o OE, o Negócios escreve que o Governo vai alargar o sistema da ADSE aos filhos até aos 30 anos, que ainda não trabalhem e vivam em casa dos pais. O mesmo poderá vir a ser feito para os cônjuges e para trabalhadores do sector privado mediante o pagamento de 3,5% do salário. O Estado a entrar no negócio dos seguros de saúde?

Deixo aqui algumas frases para relembrar o que se passou ontem.
António Costa
“Pela primeira vez em muitos anos, [o Orçamento do Estado para 2016] não é marcado por mais um aumento do IVA ou por um novo aumento do IRS. Pelo contrário.”
“Este é um orçamento responsável que cria condições para o crescimento económico.”


Catarina Martins
“Este é o Orçamento do Estado do PS e não do BE, mas será viabilizado pelo nosso voto.”
“Somos muito críticos nas opções do Governo em muitas destas matérias - como educação e saúde.”


Jerónimo de Sousa 
“Este não é o nosso Orçamento. (...) Mas que Orçamento estaríamos aqui a debater neste momento se a maioria do nosso povo não tivesse lutado durante quatro anos e com o seu voto não tivesse decidido alterar a composição da Assembleia da República?”

Pedro Mota Soares
“Quando fazemos uma pergunta, só sabe responder com o passado. Um primeiro-ministro que só sabe justificar o OE e as ações com o passado é um primeiro-ministro que muito rapidamente vai fazer parte do passado”
“Neste Orçamento, onde estão a economia, as medidas para o investimento, para a retoma e a competitividade?”


Matos Correia
“[virar da página da austeridade] Não é por repetir mil vezes essa inverdade que a torna real.”

Viremos a página, não da austeridade, mas para um dos assuntos que promete marcar o debate europeu durante os próximos meses. Brexit!

David contra Boris
. Caíram as tréguas dentro do partido conservador sobre a polémica Brexit, com David Cameron e Boris Johnson, o carismático mayor de Londres, a entrarem em guerra aberta sobre o tema.

Os Tories não se entendem sobre o que fazer e as divisões já passaram para acusações sobre tentativas de assalto à liderança do Partido Conservador e insinuações sobre a vida privada. Para já contam-se as espingardas para perceber quem está contra ou a favor dentro do partido. O assunto está em grande destaque em todos os jornais britânicos. Vale a pena ler as edições online doThe Guardian e do The Telegraph.

Como resultado a libra caiu ontem para um mínimo de sete anos face ao dólar (veja aqui as implicações de uma libra mais barata), isto depois de se ter percebido que os próximos quatro meses serão de disputa política sobre o Brexit, pelo menos até ao referendo de dia 23 de junho. Para perceber o que está em causa vale a pena ler o editorial do The Guardian. Até já hácronómetros que marcam os dias, horas e minutos que faltam até ao referendo.
 

publicidade
Publicidade
OUTRAS NOTÍCIAS
Era um debate muito esperado aquele sentou frente-a-frenteAntónio Guterres e Durão Barroso, claramente dominado por este último. No final concordaram em concordar em quase tudo, exceto, claro está, na solução governativa encontrada por António Costa. Pode ler aqui o resumo do que disseram GuterresDurão.

novela TAP continua e não há meio de a empresa ter sossego. Perante o “chumbo” da ANAC ao anterior modelo de privatização, começaram já as negociações para tentar resolver este novo problema. Nos EUA numa operação de charme,Neeleman anunciou novas rotas para aquele mercado e disse que o avião carregado de dinheiro deverá aterrar hoje ou amanhã.

Sobre este tema vale a pena ouvir o que disse Morais Sarmento na antena da Renascença. Durante o programa de José Pedro Frazão — “Falar Claro”, afirmou que “O Governo já conseguiu destruir a TAP. Se me perguntar se a TAP tem solução, por si? Já não tem. Aquilo que já fez António Costa desde que tomou posse até aqui foi dar cabo da TAP.”

Já agora realço também as declarações de Vera Jardim sobre aguerra dos Costas, durante o mesmo programa. O ex-ministro da Justiça do PS diz-se desagradado com as críticas de António Costa a Carlos Costa“Não gostei. Um primeiro-ministro deve dizer essas coisas ao governador em privado. Em público pode e tem o direito de criticar mas a maneira como o fez foi porventura brusca demais. Não me agradou.”

Sindika Dokolo dá hoje uma curiosa entrevista ao Negócios que vale mesmo a pena ler. O marido de Isabel dos Santosdispara em todos os sentidos em sua defesa com algumas afirmações interessantes. Aqui ficam alguns excertos para lhe aguçar o apetite. Ou não:
“Se for ver o dossiê Efacec, uma boa parte do dinheiro que financiou a compra vem da banca portuguesa e a banca portuguesa vai lucrar com isso como sempre o fez, apoiando projectos da Isabel.”
“Fazem a manipulação dos supostos milhões de dólares que ela tem sem nunca olhar para a dívida.”
“Esta crise, vendo a situação a longo prazo, vai ter um efeito positivo porque é uma espécie de "reality check". Acho que o governo percebeu isso e está a tomar as medidas de reformas ou de reavaliação que se tornam necessárias.”
“É uma sorte para Angola ter um governo que tem experiência na gestão de situações de crise.”


Cinco horas e duas reuniões diferentes não foram suficientespara que saísse fumo branco que permita a Pedro Sánchez ser empossado como chefe de Governo em Espanha. As equipas doPSOE, Podemos, Compromís e Izquierda Unida (que ocupavam a quase totalidade de uma enorme mesa) não chegaram a nenhum entendimento e o encontro será prolongado para hoje.E se necessário pelos próximos dias.

De forma paralela e supostamente secreta decorreu uma reunião entre o líder do PSOE e o do Ciudadanos, Alberto Rivera, de forma a criar as condições para a investidura de Sánchez. É que hoje termina o prazo dado pelo líder do Ciudadanos para decidir se assina ou não o acordo com o líder dos socialistas. Entretanto, o Podemos, que via estas reuniões como inaceitáveis,já recuou e aceita agora que Sánchez tente todos os acordos possíveis.

Em Barcelona a estrela do Mobile World Congress foi Mark Zuckerberg. O criador do Facebook anunciou a criação de uma equipa dedicada apenas ao desenvolvimento de realidade virtual social (um mês antes da empresa colocar à venda os óculos Rift), e outras novidades e parcerias que prometem mudar mais um pouco a rede social. Mas a sua passagem pela cidade espanhola fica marcada pela promessa de levar internet gratuita a todas as pessoas no planeta. Se quiser seguir tudo o que se passa nesta feira basta adicionar o Snap-Expresso no Snapchat. A Iryna Shev está lá e através daquela plataforma, ou dos diretos no Facebook do Expresso, dá-lhe a nossa visão sobre este evento.

Depois de os EUA e a Rússia terem acordado num novo cessar-fogo na Síria já no próximo sábado, Bashar al-Assad, o presidente deste país, anunciou eleições legislativas para 13 de abril.

Há uma nuvem de pó e areia por cima de Portugal e Espanha desde domingo passado. O astronauta Tim Peakepublicou uma fotografia tirada da estação espacial internacional na sua conta do twitter. Pode ler aqui a explicação do fenómeno, que ajudou a aumentar a temperatura dos últimos dias.

Estamos quase a entrar em março, o mês em que começa a primavera, e ainda estamos à espera do inverno. Depois de 2015 ter sido o ano mais quente desde que há registos, o mês de janeiro voltou a estabelecer recordeso mais quente dos últimos 137 anos.

O aquecimento global já não é uma teoria de malucos. Em apenas 100 anos o nível do mar subiu mais do que nos 3000 anos anteriores. E se nada for feito pode subir mais um metro até ao fim deste século.

Parece que o Sporting ganhou ontem, voltando a isolar-se na liderança do campeonato.

Inicia-se hoje na Póvoa de Varzim a 17ª edição do festival literário Correntes d'Escritas, em que participam 80 escritores. Nos próximos 5 dias, a cidade berço de Eça de Queirós enche-se com 80 escritores que se dividem por várias conferências, debates, mesas redondas e ações nas escolas.

O QUE NOS CONTAM OS NÚMEROS
€3314 milhões
Valor enviado para Portugal pelos emigrantes durante o ano passado. Um crescimento de 8,4%. França, como não podia deixa de ser, lidera com mais de mil milhões.

€61 mil milhões. Valor investido pelas empresas chinesas emcompras de outras empresas fora do seu país. E isto só em 2016.

106 anos. A idade de Virginia McLaurin, que nunca pensou, durante a maior parte da sua vida, que poderia visitar a Casa Branca e muito menos que fosse um presidente negro a recebê-la. Há vídeos que vale a pena ver.

€28,3 mil milhões é o crédito total concedido à economia sem qualquer tipo de garantia.

$5 mil milhões. Valor que a Playboy recebeu nos últimos 10 anos de empresas chinesas referente ao pagamento de licenças de utilização do seu logótipo em diversos produtos, desde cosméticos a roupa desportiva. Como a empresa perde cerca de 3 milhões de dólares ao ano esta bem pode ser a sua salvação.

O QUE EU ANDO A LER
É do caos que muitas vezes surgem boas surpresas. Experimente arrumar a sua biblioteca. Daquelas arrumações que duram... e duram... Os montes que se formam avulsos são autênticas caixinhas de surpresas. O mais provável é acabar no chão a ler aquele livro que nunca tinha conseguido abrir ou a reler um que lhe deu verdadeiro prazer.

"O lado bom da irracionalidade", um livro de Dan Ariely, que ficou famoso por escrever uma outra obra —"Previsivelmente Irracional" —, voltou à minha mão cuspido por uma das torres que um dia voltará a estar arrumada na estante.

É difícil descrever o prazer que dá a quem é apaixonado por economia ler as pequenas experiências que este cientista social nos traz. Uma atrás de outra, ajudam-nos a explicar a suposta irracionalidade do mundo que nos rodeia.

jogo do ultimato é uma experiência usada por economistas para estudar o comportamento dos agentes económicos. Dá-se ao líder uma certa quantia (neste caso 20 dólares) e este tem que dividir essa quantia numa qualquer proporção com outra pessoa. Sendo que essa pessoa não sabe quem é o líder, mas sabe que se recusar a divisão nenhum deles recebe qualquer valor.

Com base nestas premissas, alguém profundamente racional aceitaria qualquer divisão mesmo que essa fosse 19-1. Ficar com um dólar que seja é melhor que nada. Só que a economia comportamental descobriu que as pessoas se regem por critérios de justiça e de equidade e que por isso se considerarem a oferta injusta têm tendência a recusá-la, mesmo que isso signifique ficar sem nada. É por isso que este tipo de jogos acaba em média numa divisão de 12-8. Dan Ariely defende que quando são economistas a jogar aceitam qualquer divisão. Mesmo a 19-1.

"Mas quando economistas jogam com não economistas, sofrem uma profunda desilusão quando as suas propostas desiguais são rejeitadas.". Como cientista foi mais longe, expôs vários elementos do seu estudo a situações emocionais antes de tomarem uma decisão. Isto para concluir que uma pessoa que tenha sido, antes da sua escolha, sujeita a uma situação de raiva ou infelicidade tem mais tendência a rejeitar ofertas injustas. Pelo contrário, pessoas que foram sujeitas a situações de alegria ou felicidade têm mais tendência a aceitar divisões desiguais.

Contudo Ariely escreve ainda que, se inverter os papéis e se quem recebia antes a proposta fosse colocado a fazer a divisão, e se antes tivesse sido colocado na categoria infeliz, tem mais tendência a fazer agora uma proposta mais justa. E, pelo contrário, quem foi colocado na categoria feliz tem mais tendência a fazer uma divisão mais injusta. Isto porque existe auto-seguidismo nas decisões que tomamos...

Acredite, vale a pena ler para perceber porque é que são contraproducentes os bónus exagerados aos gestores, ou o que é o efeito IKEA...

O curto fica hoje por aqui. Amanhã está de regresso pelos dedos de Bernardo Ferrão.

Tenha uma ótima terça-feira
 
Publicidade
 
O grupo Impresa pretende oferecer um serviço personalizado de qualidade, respeitando sempre o direito à sua privacidade. Os seus dados são tratados de forma confidencial, sendo utilizados apenas para envio de informação do grupo. 

Para deixar de receber newsletters do Expresso clique aqui
 
Demasiadas newsletters? Pode anular a subscrição.

EL VENTANO - 23 DE FEVEREIRO DE 2016

Los asesinos machistas ni están locos ni avisan

0000000 00
Se sigue dando por hecho que un feminicida es un “loco”. Un señor con un cartel que pone “Voy a matarte”. Alguien que da pistas cuando te conoce, que no deja lugar a dudas de que dentro de dos días va a ir al bar donde trabajas a dispararte(Barbijaputa)

Hace unos meses escribí un artículo, con el título ‘No todos los hombres‘, haciendo referencia a los que se quejan cuando una mujer confiesa que tiene miedo a solas con cualquier desconocido. No es un miedo que se instale solo, nos educan así desde pequeñas. Si a este miedo con el que nos educan, se une luego la experiencia de que, efectivamente, quien te agrede por la calle, en tu barrio, en tu pandilla o en discotecas es siempre un hombre, no es tan difícil darse cuenta de que nuestro miedo es legítimo y lógico.
Ayer fue asesinada Soraya. La víctima número 17 en los 53 días que llevamos de 2016. La mató un hombre con el que había estado saliendo dos semanas. Dos semanas. Ella lo dejó entonces porque vio comportamientos que no le gustaron. Él, como represalia, le dijo a su hijo pequeño: “Voy a llevar a tu madre a un viaje del que no va a volver nunca”. Soraya lo denunció a la policía, quien decidió que la amenaza no era creíble, por lo que no le puso escolta. Le dieron el móvil de un policía, eso sí, por si pasaba algo. Y pasó, claro. El asesino entró en el bar donde Soraya trabajaba y le disparó. A Soraya, qué cosas, no le dio tiempo a llamar al policía de referencia que le habían asignado.
El caso de Soraya, creí, quizá sirviera sólo para una cosa: concienciar a muchas mujeres de que todas somos víctimas potenciales de un feminicidio. Y que lo somos porque somos mujeres. Quizás ayudara a darnos cuenta de que esta lacra no sólo va con algunas que “no supieron elegir bien”. Esta misma reflexión hice esta mañana. Las respuestas, desalentadoras, volvían a ser las mismas de siempre: “Es injusto, no todos somos asesinos”, “no mezcles a un loco con todos los hombres”, “¿y ella qué vio en una persona así?”
Por un lado, te ridiculizan por tener miedo de desconocidos, y por el otro, te juzgan porque te confiaste y saliste con un tipo que no conocías. Por un lado, tienes la culpa por vivir con miedo. Por el otro, deberías haber temido algo, sospechar algo. Por un lado no puedes no sentirte libre, por el otro, ¿en qué estabas pensando para salir libremente con un desconocido? Por un lado, somos unas histéricas con manía persecutoria, por el otro, algo nos pasa para sentir atracción por alguien así.
Se sigue dando por hecho que un feminicida es un “loco”. Un señor con un cartel que pone “Voy a matarte”. Alguien que da pistas cuando te conoce, que te avisa, que habla y se mueve de una determinada forma, alguien que no deja lugar a dudas de que dentro de dos días va a ir al bar donde trabajas y a dispararte. Casi 900 asesinatos después, no ha calado aún la consigna feminista de que no se trata de locos, sino de hijos sanos del patriarcado.
También se sigue dando por hecho que las asesinadas tienen todas algo en común: no son muy listas o son muy inseguras. Es decir, al verdugo se le excusa con problemas mentales y a las víctimas se las culpa por no verlo venir o, aún peor, verlo pero no hacer nada para salvarse.
Con esta reflexión poco profunda lo que conseguimos, por una parte, es una sociedad donde las mujeres tomamos distancia de la violencia de género y nunca sentimos que Soraya podríamos haber sido nosotras. Y por otra, una sociedad donde ellos siguen sin sentirse interpelados, sin revisar cuánto machismo están reproduciendo en su día a día y qué parte de su comportamiento sustenta esos feminicidios.
Una sociedad, en resumen, donde el lamento verdaderamente escuchado sigue siendo el “no todos los hombres”.

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue