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POR MARTIM SILVA
Editor-Executivo
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Boa tarde,
Começamos a newsletter de hoje por destacar o debate do dia.No Parlamento, António Costa foi apresentar e defender o seu primeiro Orçamento de Estado, numa discussão "entre a oposição de direita e o fogo amigo da esquerda". O arranque do texto do Filipe Santos Costa ajuda a compreender o que se passa por aquelas bandas: o debate parecia, a certa altura, o velho fadinho de Hermínia Silva: “Rosa enjeitada, sem mãe, sem pão, sem ter nada.” O documento foi desfeito à direita, o documento foi criticado, embora mais suavemente, à esquerda – e foi, até, reconhecido como insatisfatório pelo seu principal responsável, o primeiro-ministro, António Costa. “Este é o seu Orçamento, do BE, do PCP e do PEV”, resumiu Nuno Magalhães, do CDS; “esta é a vossa oportunidade”, disparou Luís Montenegro, ao abrir as hostilidades do debate em nome do PSD. “Este não é o nosso Orçamento”, avisou Catarina Martins, do BE; “este não é o nosso Orçamento”, repetiu, ipsis verbis, Jerónimo de Sousa, do PCP. “Este é o meu Orçamento”, acabou por assumir António Costa, quando o documento corria riscos de irremediável orfandade.
Tema do dia é também a confusão na TAP. Depois do negócio feito pelo Governo de Passos, veio o negócio feito pelo Governo de Costa. Só que o regulador da aviação, a ANAC, veio colocar dúvidas quanto ao primeiro (a privatização entregue a Neeleman, para simplificar). Agora, o acionista privado da TAP, David Neeleman, veio desvalorizar o parecer da ANA, e que colocou a empresa em gestão corrente, dizendo que mantém a intenção de avançar com um empréstimo obrigacionista ainda esta semana, até quarta-feira. Porque, apontou, "a empresa precisa de dinheiro".
"Partir a loiça da discriminação" é o título do tema escrito pelo Francisco Ferreira e pela Raquel Moleiro, a propósito daconquista de um Urso de Ouro por Leonor Teles. "Num tempo antes de haver pessoas e de elas dominarem o mundo, conta-nos uma voz masculina no início da curta-metragem'Balada de um Batráquio', animais e plantas participaram com alegria numa festa para a qual só o sapo, por ser muito feio, não foi convidado. Mas o sapo decidiu aparecer, tentando em vão encontrar parceiro enquanto todos faziam pouco dele, chamando-lhe medonho. Foi então que o sapo decidiu vingar-se – e o mundo, depois dessa vingança, nunca mais foi o mesmo.'
"Fundação Gulbenkian cria o novo mapa de Portugal para a globalização", titula o Virgílio Azevedo o artigo que explica como "as velhas rivalidades Porto/Lisboa, litoral/interior e cidade/campo estão a passar à História com o lançamento deum novo estudo sobre o Arco Metropolitano de Lisboa que mostra uma geografia do país muito diferente das ideias dominantes na cultura popular".
No internacional, o Pedro Cordeiro escreve sobre o "peso pesado pelo 'Brexit'", referindo-se à mediática entrada do conservador Boris Johnson, presidente da câmara de Londres, na campanha favorável à saída do Reino Unido da União Europeia.
Na cultura, a Luciana Leiderfarb, que há menos de um ano foi a Itália entrevistar Umberto Eco, evoca o "professor, semiólogo, medievalista, ensaísta, tradutor, colecionador e escritor que deixa uma obra vasta que não se limita à literatura".
Na opinião, hoje há Nicolau Santos, Henrique Raposo, Daniel Oliveira e Henrique Monteiro.
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