ALETEIA - 3 DE JANEIRO DE 2016

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EL VENTANO - 3 DE JANEIRO DE 2016

3 de enero de 2016

El PSOE y la furia del hombre paciente

El principal objetivo es ya desalojar a Pedro Sánchez del partido, del Gobierno, de la oposición y de donde haga falta, nombrar a otro secretario general, a otro candidato a presidente de Gobierno y a otros diputados que integren el futuro grupo parlamentario. Y a partir de ahí, ya se verá (Soledad Gallego-Díaz)

La estructura del PSOE parece decidida a acudir a unas nuevas elecciones y con un nuevo candidato/a a presidente del Gobierno. Un sector andaluz pretende incluso que se retrase todo lo posible la investidura de Mariano Rajoy para ganar tiempo y poder celebrar antes el congreso de partido. La recién elegida nueva secretaria general daría su apoyo condicionado a Rajoy durante dos años. El actual secretario general y reciente candidato, Pedro Sánchez, intenta evitar los dos escenarios por todos los medios, pero cuenta con pocas fuerzas, entre ellas unos diputados que ven con asombro que pueden tomar posesión del acta y verse sin escaño y expulsados de las listas dos meses después.

Es todo tan extraño que la situación solo encuentra explicación en rencores y desafíos. Para quienes siguieron con interés al PSOE durante décadas, solo cabe recurrir a libros de historia que expliquen anteriores periodos de confusión. Para quienes le votaron el 20-D, probablemente solo quepa enojo y rabia. Como afirma Patxi López “el PSOE está dando un espectáculo lamentable”.

El relato socialista comienza, dicen algunos, hace año y medio, cuando Susana Díaz y un grupo de barones apoyó a Pedro Sánchez como secretario general del partido, con la condición de que no se considerara candidato a la presidencia del Gobierno en las elecciones que tendría que convocar Mariano Rajoy en poco más de un año. Según ese relato, Sánchez ignoró ese acuerdo y en solo mes y medio tomó la iniciativa y anunció que se presentaba a la nominación como candidato presidencial socialista. A partir de ahí, el enfrentamiento fue total.

El relativo mal resultado electoral del PSOE pareció dar nuevos argumentos a los detractores de Sánchez, dispuestos en el mejor de los casos a dejarle como jefe de la oposición (dado que ninguno de los barones, empezando por Susana Díaz, es diputado en Cortes) mientras se organizaba la elección de un nuevo candidato y se provocaban nuevas elecciones. Una vez más, Pedro Sánchez tomó la iniciativa: no aceptaría ser jefe de la oposición absteniéndose frente a un Gobierno Rajoy e intentaría negociar con Podemos para alcanzar, él mismo, la presidencia del Gobierno. Si lo lograba, tendría garantizada su supervivencia política y la dirección del PSOE.

El enfado de Susana Díaz y de otros barones estalló en el comité Federal. El principal objetivo es ya desalojar a Pedro Sánchez del partido, del Gobierno, de la oposición y de donde haga falta. Algunos barones han enfriado su posición, a la vista de la furia y del encono personal con el que Díaz plantea ese relevo, pero aun así son bastantes los que trabajan en esa dirección. Para este sector del PSOE, lo primero es barrer a Sánchez y a su equipo, nombrar a otro secretario general, a otro/a candidato a presidente de Gobierno, ahora o dentro de un tiempo, y a otros diputados que integren el futuro grupo parlamentario. Y a partir de ahí, ya se verá.

Seguramente es cierto que todo lo que ocurre en el PSOE viene de lejos, de un deterioro largo y acentuado. Seguramente, nada de esto se explica sin conocer los resultados de Podemos y sin saber que el partido de Pablo Iglesias, que ayudó a investir a los presidentes socialistas de Asturias y de Extremadura, acaba de echar por tierra sus presupuestos autonómicos y que plantea negociaciones inflexibles, como son siempre las que se desarrollan entre grupos próximos ideológicamente. Nada de eso evita, sin embargo, el asombro por el feroz enfrentamiento interno y por la pérdida del sentido de la realidad de unos dirigentes que creen que, de un mes para otro, pueden cambiar de propuestas. En lugar de revolcarse en su furia, podrían recordar el dicho del poeta latino “Cuídate tú de la furia del hombre paciente” (el elector)

Soledad Gallego-Díaz

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