Muita gente, quase toda a gente, fala de liberalismo e de democracia e desconhece o assunto.
Historicamente a democracia e o liberalismo estabeleceram um matrimónio depois da guerra de 45.
Concederam partes das suas práticas e dos seus valores.
O liberalismo aceitou o keynesianismo e o Welfare State.
O ideário democrático aceitou a propriedade privada e o mercado.
Este casamento tem vivido sob tensões permanentes.
Em Portugal o COELHISMO agudizou o drama com a perda de vigor da intervenção do estado e dos direitos sociais.
E acentuou o recrudescimento dos movimentos privacionistas ligados à hegemonia reforçada do mercado.
Reaccionário, anti-social-democrata, traiçoeiro vendeu praticamente tudo e até o que não tinha: a alma.
Quando se diz que que o liberalismo não dista muito do darwinismo social quer acentuar-se que este se apresentou como uma reacção contra o marxismo e o activismo operário.
Para o darwinismo social a liderança deve estar nas mãos dos mais capazes.
Os mais capazes são os que saem vencedores na lógica competitiva: a lógica do capital, a lógica da acumulação.
Os menos capazes devem ser abandonados ou programadamente «eliminados».
Foi isto que norteou estes imbecis com o voto de grande parte dos «comidos».