OBVIOUS - Escolhas do editor
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Tem quase quarenta anos. Frequentou um curso de formação para desempregados. Deixou de ser desempregado. Antes, foi dispensado por uma rádio muito conhecida no Porto. Ao serviço desta rádio percorreu inúmeros países, reportagens e mais reportagens. Chegou o dia em que foi atirado para o desemprego.
Este curso de formação, que fez diminuir o número de desempregados, possuía um estágio de cerca de quatro meses. Foram cinco admitidos a estágio, numa empresa, de Leça da Palmeira. Três, logo dispensados de estágio, os outros obtiveram promessas de emprego após estágio. Atiraram-se ao trabalho, porque o queriam, fizeram dele os seus objectivos. Um até trabalhava no dia em que lhe era concedido para procurar emprego. Afinal não precisava, já o tinha.
No dia do final do estágio, gratuito, como é óbvio, foi chamado e disseram-lhe que muito bem, mas não o poderiam admitir. Engrossou novamente o pelotão dos desempregados, sem subsídio de emprego.
Entretanto a conhecida empresa de formação de Matosinhos possuí mais cursos e enviará para a mesma empresa outros, que com as mesmas promessas alcançarão trabalho, gratuito, durante o estágio, promessas vãs e depois assim sucessivamente.
Este é o relato de milhares de jovens e adultos desempregados. Esta é a fotografia de centenas de empresas portuguesas funcionando com “estagiários” e/ou ”voluntários”. Fornicam e de borla!|
Os números propalados pelas centrais dos poderosos e famintos do “dinheiro”, por mais que o tenham, muito mais querem ter, são demagogias fáceis para engano do nosso povo.
E ele, o nosso povo, não merece isso; é necessário a denúncia dos “empresários” que se apoderam dum sistema criado para de “barriga-regalada!” dizerem:
«Ó minha alma goza, porque já amealhastes tudo».
O povo das caravelas que tudo deu e dá pelo seu país, não merece isto. Ser enganado, chantageado, esborrachado, humilhado e ofendido.
É pecado, é pecado ficar calado.
As pessoas não possuem voz, nem vez, a sua dignidade é crucificada na mesma cruz de Jesus.
Urgente se torna, voltar a ver as flores da ressurreição, as flores pascais, do Êxodo aos Evangelhos. Nós os cristãos e cristãs de Portugal só teremos uma saída: ou queremos poder e omitimos estas ofensas que “bradam-aos-céus!”, ou somos servos, sem medo, e, então, vamos atingir o âmago do Amor de Jesus.
Continuar a pactuar com a mentira com que nos atiram e nada fazer, é pregar mais uns pregos no Jesus que continua a ser crucificado.
Temos os Evangelhos, as doutrinas sociais da igreja, vamos analisá-las, vamos discuti-las, que enquanto isso o sofrimento dos desempregados, como este adulto, que vivem horas de aflição, continuarão à espera que os cristãos e as cristãs reflictam e rezem, e não tomem o Espírito do Senhor para a denúncia profética, como Jeremias ou Ezequiel?
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Texto copiado através do Jornal Diocesano VOZ PORTUCALENSE de 29 de Julho de 2015 e publicado pelo diácono JOAQUIM ARMINDO.
NOTA:
Quero acrescentar que este texto não foi transcrito sob o Acordo Ortográfico presentemente em vigor unilateralmente em Portugal.
ANTÓNIO FONSECA