sexta-feira, 8 de maio de 2015

OBVIOUS MAGAZINE - 8 DE MAIO DE 2015

OBVIOUS - Escolhas do editor‏

OBVIOUS - Escolhas do editor

obvious magazine (noreply.obviousmagazine@gmail.com)
 
 
07-05-2015
 
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''inspira, respira, não pira''

por Beatriz Freitas em May 07, 2015 01:40 pm   share on Twitter Like ''inspira, respira, não pira'' on Facebook Google Plus One Button

E se não for pedir demais, vê se não se mata dessa forma estúpida e lenta

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por um punhado de pixels

por Lolô Sganzerla em May 07, 2015 01:40 pm   share on Twitter Like por um punhado de pixels on Facebook Google Plus One Button

Um olhar sobre a agência de Bresson e Chim, que tenta contemplar o que a motivou e como, ainda hoje, esse mesmo elemento motivador faz com que ela se transforme, com que ela invente um jeito de trabalhar, sem perder a sua essência mas se mantendo viva, relevante e importante. Até o hoje, o formato da cooperativa é pensado, usado e reinventado, mais recentemente como colaborativos ou coletivos, como um jeito de fotógrafos e artistas encontrarem mercado para o seu trabalho sem comprometer a visão, único e singular, que identifica o seu trabalho.

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a noite em que billie holiday ergueu a voz - e a mão - no café society

por Ligia Gielamo Oliveira em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like a noite em que billie holiday ergueu a voz - e a mão - no café society on Facebook Google Plus One Button

Billie Holiday, para alguns, é sinônimo de música romântica. Ou apenas de mais uma história  triste entre as lendas do jazz. A narração de uma briga entre a cantora e um homem depois  de um show no Café Society mostra como Lady Day foi muito mais do que romance e  tragédia.

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semibreves

por Teofilo Tostes Daniel em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like semibreves on Facebook Google Plus One Button

Em tempos de ouvidos moucos, talvez a música exista para nos ensinar a dialogar. Mas não temos muito tempo. Em nosso mundo agitado, as notas mais longas são semibreves. É nesse efêmero que soamos.

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a teoria de tudo - sobre as leis da física e do amor incondicional

por Diego Ribeiro em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like a teoria de tudo - sobre as leis da física e do amor incondicional  on Facebook Google Plus One Button

Um dos grandes concorrentes ao Oscar em 2015, e um filme extremamente marcante, “The theory of everything” (A teoria de tudo) chegou ao Brasil este ano, arrecadando um grande público e muitas lágrimas. Baseada na vida e obra do gênio da física e da superação humana Dr. Stephen Hawking, “A teoria de tudo” narra fielmente os eventos que envolveram a figura de Stephen, iniciando com sua vida universitária aos [...]

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pneu, tomates e subversão de paradigmas no cinema

por Italo Lobo em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like pneu, tomates e subversão de paradigmas no cinema on Facebook Google Plus One Button

Porque é sempre bom uma fuga, um lampejo de sair do habitual, dentro de uma arte tão única.

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pobres somos nÓs, que nÃo temos chopin.

por Carolina Castello em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like pobres somos nÓs, que nÃo temos chopin. on Facebook Google Plus One Button

Dos movimentos romancistas aos atuais “tinderianos” a cultura do raso se difundiu ao longo das décadas. Não se vive visceralmente; patriotismo para muitos significa uma camisa de futebol; se a atualização de status de relacionamento não tiver várias curtidas ou comentários, aí é melhor nem começar. E assim vamos vivendo, ouvindo o nada e nos negando a escutar música clássica, impedindo a alma de dançar.

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se eu tivesse um super poder...

por Paula Cremasco em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like se eu tivesse um super poder... on Facebook Google Plus One Button

Nossos heróis de histórias em quadrinhos projetados nas telonas fazem corações pulsar acelerados diante de toda a ação dos enredos e nós nem sequer saímos da cadeira do cinema (ou do sofá) para lutar junto a eles contra o mal. Qual efeito tem os nossos modelos de herói na nossa percepção da realidade?

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o que não nos contaram sobre as cruzadas

por Pedro Henrique Alves em May 07, 2015 01:30 pm   share on Twitter Like o que não nos contaram sobre as cruzadas on Facebook Google Plus One Button

Nas escolas e universidades de todo o país escutamos constantemente os mestres falarem das Cruzadas com um ar tão somente pejorativo, nos parecendo ter sido uma guerra totalmente sem fundamento, será? Será que não há um lado das cruzadas que não conhecemos, não uma mera justificativa, mas sim razões sérias pela guerra dos cristãos contra os muçulmanos? Digo-vos caros leitores, não te contaram tudo.

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aos meus heróis

por Guilherme Moreira Jr. em May 07, 2015 01:10 pm   share on Twitter Like aos meus heróis on Facebook Google Plus One Button

“Faz muito tempo que eu não escrevo nada, acho que foi porque a TV ficou ligada. Me esqueci que devo achar uma saída e usar palavras pra mudar a sua vida”. (Júlio César Marassi)

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me engana que eu gosto!

por Ana Macarini em May 07, 2015 01:00 pm   share on Twitter Like me engana que eu gosto! on Facebook Google Plus One Button

A vaidade não chega a ser assim um grande pecado. Será que não?! Em dupla com a arrogância, a vaidade compõe um dos Sete Pecados Capitais: a soberba! Segundo o filósofo Santo Tomás de Aquino, a soberba era um pecado tão grandioso que era fora de série, devendo ser tratado em separado do resto e merecendo uma atenção especial. Aquino tratava em separado a questão da vaidade, como sendo também um pecado, mas a Igreja Católica decidiu atrelar a vaidade à soberba, acreditando que neles havia um mesmo componente de vanglória. Pecado, ou não, a verdade indiscutível é que a vaidade é um laço de armadilha extremamente poderoso que nos põe de joelhos diante do valor que os outros nos atribuem. Então... Você vai ficar aí ajoelhado ou vai se levantar?

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interestellar – um épico da ficção científica, que explicita as características do cinema de nolan

por Diêgo Rodrigues em May 06, 2015 09:10 am   share on Twitter Like interestellar – um épico da ficção científica, que explicita as características do cinema de nolan on Facebook Google Plus One Button

Este post fora motivado pela gritante qualidade do filme dirigido por Christopher Nolan, uma sci-fi repleta de dramas existenciais, filosóficos, afetivos e amorosos (as boas obras do gênero sempre possuem). Os atributos técnicos da película impressionam. Mesmo assim, o filme recebeu apenas cinco indicações ao Oscar 2015 (Efeitos Visuais, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som, Direção de Arte). Venceu apenas na categoria de Efeitos Visuais.

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relacionamento harmÔnico

por Victor Almeida Moreira em May 06, 2015 09:10 am   share on Twitter Like relacionamento harmÔnico on Facebook Google Plus One Button

Harmonia pode não ser o mais conhecido dos estados de um sentimento, mas é com certeza o mais sutil, o mais profundo e talvez o mais essencial. Harmonia é o respeito trajado de carinho.

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perspectiva e previsibilidade

por Victor Almeida Moreira em May 06, 2015 09:00 am   share on Twitter Like perspectiva e previsibilidade on Facebook Google Plus One Button

Perspectiva e previsibilidade. Conceitos que, apesar de possuírem significados completamente diferentes, abrangem intuitos semelhantes. São dois fatores que se bem ajustados um ao outro garantem importantes conquistas (e conquistas importantes). Em resumo, um alto grau de previsibilidade gera perspectivas assertivas.

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liberdade de imprensa: um direito absoluto?

por Thais Moraes em May 06, 2015 09:00 am   share on Twitter Like liberdade de imprensa: um direito absoluto?  on Facebook Google Plus One Button

Censura, limites, direitos e deveres

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libertemos o dalí que vive em nós

por Bianca Ferreira em May 06, 2015 08:50 am   share on Twitter Like libertemos o dalí que vive em nós on Facebook Google Plus One Button

Seja mais. Sinta mais. Respire. Somos humanos cheios de cores, cheios de dores, cheios de amores. Vamos nos entregar aos desejos e aos sonhos. Vamos aceitar nossos defeitos, vamos aceitar-nos uns aos outros. Vamos dar uma trégua à nossa imperfeição e deixá-la fazer parte de nós. Vamos viver!

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judas, o obscuro: o fardo dos condenados à obscuridade

por Sílvia Marques em May 06, 2015 08:50 am   share on Twitter Like judas, o obscuro: o fardo dos condenados à obscuridade on Facebook Google Plus One Button

Este artigo objetiva analisar o romance Judas, o obscuro, de Thomas Hardy, estabelecendo um paralelo com a nossa sociedade.

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instruções para cantar

por Frederico Tomazetti em May 06, 2015 08:30 am   share on Twitter Like instruções para cantar on Facebook Google Plus One Button

Cantar é algo natural do ser humano, cantamos para copiar a liberdade dos pássaros, pois a natureza não nos deu asas e penas. Mas se é algo assim, tão natural, por que parece ser tão difícil?

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en passion: um retrato apurado dos relacionamentos em bergman

por Raíza Teles em May 06, 2015 08:20 am   share on Twitter Like en passion: um retrato apurado dos relacionamentos em bergman on Facebook Google Plus One Button

Bergman e as entranhadas na alma. Haveria motivo maior para se identificar com esse incrível Diretor?

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a perda do olhar

por Rafael Prudencio em May 06, 2015 08:20 am   share on Twitter Like a perda do olhar on Facebook Google Plus One Button

Pesquisas não apontam, mas corrigir o olhar pode ser prejudicial à saúde. Há pessoas que sugerem outras formas de olhar o mundo, porém elas são classificadas como deficientes visuais e acabam ocupando um lugar de descrédito na sociedade.

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o outro lado da força

por Frederico Tomazetti em May 06, 2015 08:20 am   share on Twitter Like o outro lado da força on Facebook Google Plus One Button

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, surge uma saga que nos trás muitas reflexões que já deveriam ser corriqueiras em nossas vidas, mas como ainda não somos os humanos daquela galáxia, precisamos aprender muito ainda sobre a força. Este artigo trás uma visão diferente de STAR WARS, uma visão que talvez muitos já tenham tido, mas poucos tiveram a coragem de escrever.

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o jogo lúdico entre corpo e objeto na fotografia de marcel mariën

por Bruna Regina Pietta Abrahão em May 06, 2015 08:10 am   share on Twitter Like o jogo lúdico entre corpo e objeto na fotografia de marcel mariën on Facebook Google Plus One Button

Retirando objetos do seu lugar comum e incorporando-os ao corpo e as curvas femininas o fotógrafo concebeu imagens surrealistas inéditas. Em suas construções corpo e objeto se fundem rompendo qualquer fronteira, estamos diante de uma relação de simbiose, que provoca nossa lógica, ora fazendo ironia, ora remexendo com nossas fantasias mais excêntricas.

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professor: uma profissão cada vez menos valorizada

por Daniele Olimpio em May 06, 2015 08:10 am   share on Twitter Like professor: uma profissão cada vez menos valorizada on Facebook Google Plus One Button

A greve de professores em alguns estados brasileiros, apesar de pouco noticiada nos telejornais, nos mostram um país que não valoriza seus educadores e, em vez de lhes apoiar prefere agredi-los. Com a falta de interesse dos vestibulandos pela profissão, acompanhamos um cenário educacional cada vez mais precário.

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o que quer dizer cativar?

por Túlio Rossi em May 06, 2015 08:10 am   share on Twitter Like o que quer dizer cativar? on Facebook Google Plus One Button

Uma reflexão bem pessoal sobre o sentido da frase provavelmente mais citada de "O pequeno príncipe"

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profissão? cyber atleta!

por Eduardo Salazar em May 05, 2015 09:10 am   share on Twitter Like profissão? cyber atleta! on Facebook Google Plus One Button

A evolução no mundo dos games, disputa acirrada contra o cinema e um novo mercado de trabalho para ser explorado. e-sport a nova tendência.

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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 7 DE MAIO DE 2015

Macroscópio – Há 70 anos, algures no norte de França. O dia do Fim‏

Macroscópio – Há 70 anos, algures no norte de França. O dia do Fim

Para: antoniofonseca40@sapo.pt



Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
 
Foi numa escola em Reims, no nordeste de França. Numa sala relativamente pequena, sem luxos, sentaram-se à mesma mesa os representantes dos altos comandos dos aliados e da Alemanha. Hitler tinha-se suicidado uma semana antes, no fundo do seu bunker numa Berlim já quase tomada pelo Exército Vermelho, e quem lhe sucedeu à cabeça do III Reich – o Almirante Doenitz – assumiu o inevitável: a rendição total e incondicional (é desse momento a imagem deste Macroscópio). Nesse dia, 7 de Maio de 1945, há exactamente 70 anos, a II Guerra Mundial chegava ao fim na Europa – no Oriente só terminaria em Agosto, depois das bombas de Hiroshima e Nagasaki. Vale a pena recordar a forma seca como, no dia seguinte, a BBC deu a notícia: Germany signs unconditional surrender. Até custa a crer na objectividade quase fria do pequeno texto num dia que só podia ser de euforia.
 
Um aniversário redondo, como este, poderia suscitar comemorações especiais, como as que, há um ano, houve na Normandia a propósito dos 70 anos do desembarque aliado, mas em vez disso temos tensão. Muita tensão. As únicas grandes comemorações estão previstas para Moscovo, onde isso acontece todos os anos, só que desta vez os líderes ocidentais declinaram o convite para estarem presentes. E Putin optou por uma demonstração de força. Mas já lá vamos, antes recordemos o que se passou nesses dias finais do mais mortífero conflito da história da Humanidade.
 
O primeiro texto que recomendo é um trabalho multimédia da Spiegel: The Day of the Century: How Germans Experienced End of WWII. É uma viagem gráfica, ilustrada por muitos testemunhos, e com várias paragens: Colónia, a desilusão; Amsterdão, o genocídio; Plauen, as crianças-soldado de Hitler; Nuremberga, os fanáticos; Pilsen, fuga e expulsão; Leipzig, a divisão; e no fim um conjunto de mapas com a evolução da linha da frente desde o início de 1945 até esse dia final da guerra na Europa. É um trabalho que nos mostra uma parte do que é, nos dias de hoje, a memória alemã desse tempo.
 
Outro trabalho muito gráfico é o preparado pela The AtlanticWorld War II: The Fall of Nazi Germany. É uma selecção de fotografias excepcionais, como a que reproduzimos abaixo e nos mostra um adolescente obrigado a lutar nas fileiras da Wehrmacht e que foi capturado pelos aliados. Acaba a chorar como aquilo que, no fundo, ainda era: uma criança.
 
 
Já a Life, que nessa época vivia os seus anos gloriosos, publicou, em Germany Surrenders at Reims, May 7, 1945: A Photographer’s Story, a recapitulação completa do que se passou nessa cidade francesa (é daí a fotografia que encima este mail). São imagens pouco conhecidas mas que mostram o cuidado que houve para que a cerimónia tivesse a dignidade necessária, mesmo constituindo um momento de suprema humilhação da Alemanha. Pessoalmente nunca tinha visto estas imagens.
 
Continuando a falar de imagens, vou recordar outras, as do campo de concentração de Mauthausen, que foi libertado por tropas americanas fez ontem 70 anos. A singularidade desse campo é que um dos muitos espanhóis que para lá foram enviados, Francisco Boix, foi encarregado pelos próprios carcereiros de registar fotograficamente a vida no interior do campo. As suas imagens deviam ter sido todas destruídas, mas não foram, como ontem o Observador lhe n introdução a uma fotogaleria com algumas fotografias muito poderosas - Alerta: algumas destas imagens são chocantes. Era assim a vida (e morte) neste campo de concentração.
 
Na imprensa espanhola há muitos trabalhos, até porque acaba de ser editado um livro com o espólio desse fotógrafo - El fotógrafo del horror. Desses trabalhos destaco um, publicado no El Pais:800 tuits ‘en directo’ desde el infierno de Mauthausen. Como 800 tweets em... 1945? O jornal explica:
Un hombre llamado Antonio Hernández ha retransmitido en directo durante tres meses a través de una cuenta de Twitter cómo es el infierno: a qué huele; quién lo dirige; qué hay de comer; cómo personas que nunca debieron ir a parar allí terminan acostumbrándose también al horror cotidiano. Nació en Molina de Segura (Murcia), en 1907; fue carabinero durante la Guerra Civil española y el preso 4443 de Mauthausen. Su sobrino Carlos le ha hecho hablar en 810 tuits que resumen cuatro años y medio de barbarie en el campo nazi. (…) La cuenta, en la que se han volcado 250 espeluznantes fotografías, ha reunido a más de 40.600 seguidores, que han ido dando ánimos a Antonio ­–“No desfallezcas! ¡Tienes que sobrevivir”-, e incluso han preguntado por seres queridos –“Antonio, mi abuelo está en el campo. ¡Mira a ver si está vivo!”-. El periodista Carlos Hernández, autor de Los últimos españoles de Mauthausen, (Ediciones B) pretendía dar a conocer así la historia de los más de 9.300 españoles que pasaron por los campos de concentración nazis. (…) Este es un resumen de esos cuatro años y medio de infierno a través de más de 800 tuits.
O El Pais seleccionou e editou algumas das entradas dessa conta de Twitter. Não as perca.
 

 
Antes de passarmos à controvérsia das comemorações deste ano, chamo-vos ainda a atenção para a conversa que hoje tive com Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto - O dia em que acabou a II Guerra na Europa. Ainda nos lembramos?. Olhámos para trás, discutimos as circunstâncias dos últimos dias do III Reich, falámos sobre o que podemos aprender com os líderes desses tempos e também debatemos temas polémicos, como o bombardeamento massivo das cidades alemãs. Como sempre, foi uma conversa calma, como não se vê nas nossas televisões, cheia de informação, e que também disponibilizamos em podcast ou que pode ser descarregada da SoundCloud do Observador para depois ser ouvida calmamente no seu smartphone.
 
A polémica, como já referimos, está em torno da forma como a Rússia de Putin vai comemorar o Dia da Vitória, no próximo sábado, dia 9. A The Economist introduz bem o tema em Great patriotic war, again, explicando que “Vladimir Putin twists the memory of the Soviet Union’s victory over Nazism to justify his struggle against the West”. Pequena passagem desse artigo: “Mr Putin has appropriated the iconography of Victory Day, along with other Soviet symbols, to assert the dominance of the Russian state and its place in the world. Western leaders used to oblige him, taking part in celebrations meant to mark the country’s resurgence after the Soviet collapse. A decade later, the memory of the second world war was cynically exploited by the Kremlin as a pretext for the annexation of Crimea and the war in Ukraine.”
 
José Milhazes, o jornalista português que melhor conhece a Rússia, também já abordou esta tensão no Observador, em Medo não é sinónimo de respeito. Depois de recordar a dimensão da demonstração de força que está a ser preparada – “O Ministério da Defesa da Rússia decidiu exibir, no próximo dia 9 de Maio, os novos tanques “Armata”, as peças de artilharia “Koalitzia-SV”, o complexo de defesa anti-aérea “Kurganetz-25”, etc., etc. Segundo os militares russos, na parada que se irá realizar na Praça Vermelha participarão 16,5 mil soldados, 194 unidades blindadas, 143 helicópteros e aviões.” – Milhazes sublinha: “A Rússia pode continuar a fabricar armas de destruição em massa cada vez mais sofisticadas, mas nas lojas continuamos a não encontrar computadores, telemóveis, televisores, electrodomésticos ou outros equipamentos “made in Russia”. E isto não se refere apenas a lojas no estrangeiro, mas na própria russa. São cada vez mais raros os cientistas russos nas listas dos prémios Nobel da Economia, Medicina, etc.”
 
Nina L. Khrushcheva, neta do antigo dirigente da União Soviética com o mesmo apelido, também está preocupada com esta deriva, como se pode ler em Putin on Parade, um texto divulgado pelo Project Syndicate. Eis o que ela escreve, por exemplo: “How can one celebrate the end of a war at a time when the descendants of those who fought it (undoubtedly driven by the hope that future generations would live in peace) are killing one another in a brutal little war in eastern Ukraine? What is the point of grandiose fireworks displays amid the firing of real howitzers and rockets?”
 
Yaroslac Brisiuck, um diplomata ucraniano a trabalhar na embaixada de Kiev em Washington, também manifestou as suas inquietações num texto editado pelo Wall Street Journal: Ukraine Remembers the Lessons of World War II. O seu argumento é fácil de sintetizar: “What’s happening today is alarmingly reminiscent of that era. We can’t afford to ignore the parallels.”
 
Ora são exactamente estes paralelos que assustam e inquietam. Hoje devia ser, por toda a Europa, um dia de festa, mas vivemos esta estranha sensação de que há de novo nuvens negras a juntarem-se no horizonte. Já são poucos os que ainda vivem e testemunharam os horrores daqueles anos, mas a memória do que então se passou tem de continuar a ser o grande incentivo para continuarmos a resolver pela negociação as nossas divergências, e a não suscitarmos ou provocarmos os fantasmas e medos que estão sempre presentes nos subterrâneos das nossas sociedades.
 
Leiam, recordem e meditem. Eu estarei de regresso amanhã.
 
 
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