Enquanto dormia Adensa-se o mistério, no caso do Airbus 320 que se despenhou nos Alpes esta semana. A gravação áudio recolhida mostra que
um dos pilotos deixou o cockpit antes de o avião ter começado a descida e não conseguiu voltar a entrar.
“Ouve-se um homem a bater suavemente à porta do cockpit, mas não há resposta. Depois ele bate com mais força e mesmo assim não há resposta. Nunca há uma resposta”, disse uma fonte militar ao New York Times.
Ao Observador, uma fonte ligada à aviação explica que
o piloto que fica de fora tem outras formas de entrar que não dependem de quem ficou no cockpit. E lembra que as limitações à entrada na cabine foram introduzidas sobretudo após o 11 de setembro.
Os dados do Governo francês permitem já fazer
um relato de como foram os 40 minutos do voo. E os da Lufthansa garantem que
o avião estava em boas condições.
Enquanto isso, a
Arábia Saudita anunciou ter lançado uma operação militar no Iémen, contra os rebeldes chitas que acreditam ter o apoio do Irão para derrubar o governo daquele país. A intervenção tem suporte numa coligação de vários países, conta com o apoio logístico norte-americano e
já foi condenada pelo Irão. Para já, o preço do petróleo está a
subir com o anúncio da operação.
A Nigéria resolveu fechar as suas fronteiras,
a poucos dias das eleições, decidindo também
proibir a circulação de automóveis no dia eleitoral. A ameaça do Boko Haram continua bem presente, como prova o
sequestro de mais 500 mulheres e crianças noticiado ontem.
Informação relevanteVamos de caso em caso, começando pelo
Caso Sócrates. Hoje há escutas feitas ao ex-primeiro-ministro, contadas pelo Correio da Manhã (
"Se puderes trazer um bocadinho daquela coisa"), mas também notícia de que
um seu antigo professor, António Morais, foi constituído arguido por pressionar Santos Silva a dizer que a sua fortuna pertence ao próprio Sócrates - história relatada pela revista Sábado.
Temos ainda o
caso da lista VIP,
aparentemente confirmada pela auditoria em curso, mas agora com a publicação do relatório que justifica a sua criação e quem esteve envolvido na sua criação. Há também nova denúncia do presidente do sindicato: o sistema de alerta estava ainda em teste, com quatro nomes incluídos - Cavaco Silva, Passos Coelho, Paulo Portas e o próprio secretário de Estado, Paulo Núncio.
Depois há um caso Valentim Loureiro, contado no JN desta manhã. A Câmara de Gondomar foi condenada em tribunal a devolver 11 milhões de euros, devido a
um esquema de faturas falsas na gestão do ex-autarca, envolvendo fundos comunitários. A Câmara é réu já em 400 processos.
E por fim o caso dos espiões. O jornal i teve acesso ao
manual de procedimentos das secretas, que inclui escutas não regulamentares, vigilâncias a pessoas que não são suspeitas de crimes e o pagamento por informações cobertas por sigilo. O julgamento de Silva Carvalho começa em abril.
A tudo isto devemos acrescentar
uma polémica: o sindicato do Ministério Público
acusou o ex-PGR Pinto Monteiro de travar todas as investigações judiciais que envolviam pessoas influentes(ou poderosas).
Pinto Monteiro já respondeu: são "falsidades" de "gente medíocre".
De ontem sobram três notícias a merecer registo:
Falando da banca, anote que
o BCE está prestes a iniciar um novo exame à banca - um
exercício que o Económico admite poder levar a reforços de capital em Portugal.
Talvez não por acaso,
o BCP vai vender 15,4% do banco que tem na Polónia,
tentando assim um pequeno reforço dos rádios de capital. As ações do banco estão, esta manhã,
em queda.
Os nossos especiaisComo Passos mudou o PSD. No dia em que passam cinco anos sobre o dia 1 de Pedro Passos Coelho na liderança social-democrata,
a Liliana Valente falou com meio mundo laranja sobre o que é este PSD de hoje. Será um partido diferente? Vale a pena ler o que pensam ex-dirigentes como Marcelo e Morais Sarmento, ou atuais como Matos Correia e Teresa Leal Coelho, já de olhos postos no pós-legislativas. Deixo-lhe uma frase de Marcelo, para abrir o apetite:
"Quase não há adversários e os que há, praticamente desapareceram. No tempo de Cavaco, mesmo os que não eram cavaquistas, não eram anti-Cavaco. Com Passos Coelho aconteceu a mesma coisa".
Precisamente com os olhos no futuro,
a Helena Pereira entrevistou Nuno Morais Sarmento. O que diz o ex-ministro?
Que Passos tem que sair caso perca as eleições, que Rui Rio tem a obrigação de estar disponível para Belém ou São Bento, mas nunca para fazer um Bloco Central. Se necessário, também não se põe de fora do futuro. Sarmento dá mérito a Passos, mas não todo, e deixa críticas a Maria Luís Albuquerque e a Paulo Portas.
“Orpheu acabou. Orpheu continua”. Há cem anos foi publicado o primeiro número da revista “Orpheu”. A história já foi contada e merece ser recontada centenas de vezes. Mas,
passado um século, o que representa ainda “Orpheu” e a profecia de Fernando Pessoa? A pergunta, a pesquisa e as respostas são da Rita Cipriano - e as belíssimas ilustrações da Andreia Reisinho Costa.
A acrescentar, deixo-lhe ainda
este roteiro interativo com os lugares mais importantes ligados à revista.
E este livro acabado de sair onde se recupera o ano do Orpheu, crucial para a história do século XX português.
Notícias surpreendentes
Parece que as tags chagaram à televisão. Ao que nos conta o Pedro Esteves, há uma nova aplicação em Portugal que
permite alinhar programas, ver vídeos do YouTube e procurar informação organizada precisamente por “tags”. E pelos vistos até dá para ver televisão.
Chegou o cafezinho à dinamarquesa. Porque três amigas dinamarquesas trouxeram café do Norte da Europa e abriram negócio em Lisboa.
Acha que percebe de café? Então talvez seja melhor ler este texto até ao fim.
Todos a bordo! O navio norte-americano USS Farragut esteve ancorado na doca de Alcântara, em Lisboa, para uma breve escala técnica. Pesa cerca de 9 mil toneladas, mede mais de 150 metros e tem capacidade para disparar vários tipos de mísseis.
O Observador subiu a bordo e, why not, convida-o a entrar. A viagem é, garanto-lhe, estimulante e inofensiva. Tão inofensiva como
esta visita guiada à nova casa do Estoril Open, que
será este ano em Cascais.
Estimulante será também manter-se
a bordo do Observador, enquanto atualizamos a informação ao longo do dia. É assim, pelo menos, que nós sentimos cada viagem diária que fazemos. É assim que esperamos receber a sua companhia.
Tenha um dia produtivo e feliz.
Até já!