terça-feira, 10 de março de 2015

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 10 DE MARÇO DE 2015

Macroscópio – Quem está a pensar comprar um relógio da Apple?‏

Macroscópio – Quem está a pensar comprar um relógio da Apple?

Para: antoniofonseca40@sapo.pt
 


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
Genial ou megalómano? Ninguém sabe ainda responder. Nem tudo o que a Apple criou ao longo da sua história foram produtos de sucesso – mas algumas das suas criações “impossíveis” mudaram a forma como nos relacionamos com a tecnologia e, através dela, com o mundo.
 
Ontem seguimos aqui no Observador, em directo, o evento de lançamento da nova criação do sucessor de Steve Jobs, Tim Cook -Apple Watch será lançado a 24 de abril. E vai fazer isto tudo. Isto tudo é muita coisa, pelo que aconselho a leitura do artigo, que está bastante completo.
 
Mas se ficámos a conhecer melhor o produto da Apple – e os preços que custarão as principais versões – é ainda muito difícil antecipar o seu futuro. Mas uma coisa é certa: lendo a Fortune ficamos a saber que The most powerful people in watchmaking think Apple Watch is a huge threat. O texto é directo: “The co-founder of the famous Swatch watch says the Apple Watch could result in big losses for Swiss watchmakers. “Apple will succeed quickly,” Elmar Mock told Bloomberg. “It will put a lot of pressure on the traditional watch industry and jobs in Switzerland.” Isto apesar de os analistas ainda se dividirem sobre o que pensar, como se mostra neste outro artigo da mesma Fortune: The Apple Watch event: What the analysts are saying. Um deles, por exemplo, defendeu que “Competing smartwatch makers have to be breathing a sigh of relief. “Apple will outsell all the rest of them combined in 2015. But in so doing, Apple will bring very valuable attention to the market, essentially releasing a rising tide that will float all their boats.” Mas também há quem tenha mais dúvidas: “The question comes after the first two or three quarters once the Apple fans have bought. Will there be a market for the Apple Watch among the general consumer segment? That remains to be seen.
 
Algo, no entanto, mostrou mais uma vez – como se isso ainda fosse necessário – que a Apple é capaz de propor produtos que mais ninguém seria capaz de vender e por preços às vezes inacreditáveis. De certa forma é sobre isso que reflecte John Gapper no Financial Times, em Luxury is a sideline for the Apple Watch. De facto, “No other company that I know of offers an upmarket model that is 49 times the basic price”.
É algo fantástico e que mostra o poder da marca. Partindo de um preço base de 349 dólares, o modelo mais caro pode chegar aos 17 mil dólares, algo que coloca essa versão mais sofisticada quase ao nível de um Patek Philippe. Só que…
Products such as Patek Philippe watches sell on the basis that they are unique items that will retain their value. Patek’s advertising emphasises that its watches can be handed from generation to generation. In contrast, Apple steadily upgrades most of its products, with older versions falling in value.
Mais: That does not mean Apple will fail to sell the luxury version of its Watch. There are enough people who will want to display the most expensive one on their wrist, just as they carry a Louis Vuitton bag, to make it a nice sideline to the main business of selling millions of Watches.
 
Deixemos a questão dos preços de lado, pois o mercado de produtos de luxo tem uma lógica que a própria lógica desconhece – pelo menos a lógica do comum dos mortais – e passemos a uma análise mais crítica, feita na Quartz: The potential Apple Watch side effects Tim Cook doesn’t want you to know. Nele, Andre Spicer, um professor of Organisational Behavior da City University de Londres, defende a ideia de que aparelhos como estes criam uma dependência excessiva, uma dependência que já se nota na utilização de smartphones:
We also noticed a worrying side to these new devices as heavy users of the watches incorporate them into their daily routines—we call it the “phantom device effect.” They would compulsive check their watch not just for the time, but for a wide range of information. In some cases their new gizmo would become such an instinctive part of their life that even when not wearing one they would check their bare wrist. Some would feel a phantom buzz, notifying them of an imaginary incoming email. The phantom device effect leads us to ask about just how ingrained in our daily habits these devices might become. Recent research has suggested that average smartphone users check their phone 150 times a day, starting just minutes after waking up.
 
Julgo que já chega sobre este novo gadget, pelo que aproveitarei as últimas notas do Macroscópio para regressar ao tema que mais nos tem preocupado nos últimos dias, o destino da Grécia e, com ele, o destino da Europa. Hoje foi um dia que nos trouxe notícias de tensões acrescidas e ultimatos cruzados, como a ameaça do ministro da Defesa grego, que vem do partido da direita radical, e que resolveu lançar um alerta: "Se eles [os líderes europeus] nos atacarem, iremos atacá-los também a eles". Como? "Uma onda humana vai migrar para Berlim”. Ou seja, a Grécia abriria as suas fronteiras aos imigrantes vindos do Sul, sugerindo mesmo que entre eles viriam muitos jihadistas.
 
Sugiro-vos hoje mais dois textos de análise e reflexão. O primeiro saiu no Financial Times, é do seu principal analista internacional, Gideon Rachman, e chama-se Greece, Russia and the politics of humiliation. A ideia é que alguma habilidade e sensibilidade política podem produzir excelentes efeitos na boa conclusão de negociações internacionais:
But sometimes the gestures required to restore a sense of national pride may be relatively minor. Greece does not seem to have extracted significant concessions from its creditors. Nonetheless, a display of national defiance, combined with some linguistic and technical changes, appears to have mollified the Greeks for now. As the west contemplates a dangerous conflict with Russia and the ambitions of China, it might remember that symbols can sometimes matter almost as much as substance.
 
Não sei se as novidades semânticas das últimas semanas serão suficientes para fazer sarar feridas há muito tempo abertas, mas é quase certo que mesmo que isso aconteça a Grécia continuará a enfrentar muitos problemas pois dificilmente o governo do Syriza realizará as reformas de que o país precisa para voltar a ser competitivo e solvente. É isso mesmo que se deduz do texto de dois economistas alemães publicado no Wall Street Journal, texto onde se propõe A New Deal for Greece. Isto apesar de, na sua opinião, “Europe has a chance to renegotiate a program that works, focusing less on debt and more on supply-side reforms”. O problema, contudo, é que “A new deal that focuses on competitiveness and the supply side will not be easy. Prime Minister Alexis Tsipras faces pressure at home to deliver on election promises that were clearly at odds with economic logic and Greece’s membership in the EU and the euro. But the alternative touted by some—a Greek exit from the euro followed by a competitive devaluation—would be a disaster for the country. Ordinary Greeks would suffer far deeper cuts in real wages than they have experienced under the bailouts.”
 
Por hoje é tudo. Amanhã há debate quente na Assembleia da República, veremos se com novidades suficientes para regressarmos aos temas domésticos. Até lá, bom descanso. E aproveitem algumas destas leituras.
 
Voltamos a ver-nos amanhã. 

 
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ANTÓNIO FONSECA


segunda-feira, 9 de março de 2015

HYPE SCIENCE - 9 DE MARÇO DE 2015

Ressonância mórfica - a hipótese do centésimo macaco‏

Ressonância mórfica - a hipótese do centésimo macaco

 
 
10:57
 
 Newsletters
Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

Ressonância mórfica - a hipótese do centésimo macaco

Link to HypeScience

Posted: 08 Mar 2015 07:59 PM PDT
Ressonância mórfica caracteriza uma das mais ousadas e instigantes ideias científicas da atualidade? Ou é mais uma onda pseudocientífica que virou moda? Continua...
 
Posted: 08 Mar 2015 09:00 AM PDT
Depois de dez anos de pesquisa, pesquisador conclui que a homossexualidade era prevalente em Roma durante o império cristão precoce Continua...
 
Posted: 08 Mar 2015 08:30 AM PDT
Conheça os fatores de risco que, caso você apresente aos 45 anos, aumentam suas chances de desenvolver uma das doenças cardíacas mais comuns do mundo Continua...
 
Posted: 08 Mar 2015 08:00 AM PDT
Heterossexual por um período, homossexual por outro. Será que a sexualidade pode variar com o tempo? Continua...
 
Posted: 08 Mar 2015 07:30 AM PDT
Será que o melhor caminho é procurar alguém que te complete ou combine com você?Continua...
 
Posted: 08 Mar 2015 07:00 AM PDT
Embora os planetas do nosso sistema solar tenham apenas uma mãe - o sol -, os chamados exoplanetas podem ser criados em famílias com dois ou mais parentes Continua...
 

OBSERVADOR - 360º - 9 DE MARÇO DE 2015

360º‏

360º

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com



360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia
A horas de mais uma reunião do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, avisou a Grécia que os parceiros europeus não aceitarão adiantar dinheiro a Atenas para solucionar problemas de liquidez: “A Grécia tem uma necessidade urgente de dinheiro porque parece ter os cofres quase vazios, mas tem de dar algum passo antes de receber dinheiro”.
Ontem o grego Varoufakis veio desmentir ter aberto a hipótese de um referendo ao euro - numa entrevista onde deixou explícita a ameaça de novas eleições caso as negociações na Europa não corram bem. Para já, os ministros das Finanças vão discutir as primeiras reformas do novo Governo, que passam por fazer dos turistas, estudantes e domésticas inspetores do fisco.

Na Rússia, depois da detenção de cinco suspeitos de envolvimento no caso do assassinato do líder da oposição Boris Nemtsovum sexto suspeito suicidou-se esta noite na sequência de um confronto com a polícia na capital da Chechénia. Esta noiteVladimir Putin deu uma entrevista a um canal russo, onde admitiu ter desencadeado a anexação da Crimeia logo após a queda do anterior presidente ucraniano.

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, fez um discurso de 15 minutos ao país sobre o caso Petrobrasprometendo “aplicar duramente a mão da Justiça contra os corruptos” e manter a investigação “abrangente, livre e rigorosa”. A garantia acontece  dois dias depois da revelação de uma lista de 49 políticos, na sua maioria de partidos aliados do Governo, suspeitos de envolvimento no escândalo de corrupção na petrolífera.
 
Informação relevante

Cavaco Silva traçou o perfil do seu sucessordeve falar a uma só voz (com o Governo eleito). Conhecer em profundidade os dossiês. E ter experiência em política externa. No prefácio do livro que reúne as suas intervenções do seu nono ano como Presidente, Cavaco parece assim deixar de fora nomes como Rui Rio ou Marcelo Rebelo de Sousa, abrindo um capítulo novo numa corrida que já estava confusa. 
No mesmo prefácio, Cavaco justificou pela primeira vez por que não vetou a entrada da Guiné Equatorial na CPLP (dois argumentos que merecem ser registados).
Ontem à noite, curiosamente, Marcelo culpou Cavaco pelo "cheiro pré-eleitoral" que se vive no país - nomeadamente com o que disse ser o caso "empolado" relativo às anteriores dívidas do primeiro-ministro à Segurança Social. 

Sobre o caso Passos Coelho, importa fazer um ponto de situação: a Segurança Social deu como falso um documento com o valor de uma dívida não paga pelo primeiro-ministro; Cavaco Silva deixou o caso para a "disputa político-partidária"; e o líder socialista prometeu mais perguntas para o debate quinzenal de quarta-feira. 

Sobre o PS, o jornal i antecipa esta manhã que António Costa pode deixar a câmara de Lisboa quando Cavaco Silva convocar as legislativas. E o JN fala de uma vaga de demissões em Braga, com alguns apoiantes de António José Seguro a dizerem-se cansados de sofrerem ataques de apoiantes do novo líder (link ainda não disponível).
 
Ainda sobre o atual momento político, destaco-lhe alguns trabalhos que aqui fizemos no fim de semana, e que acredito serem merecedores da sua atenção: Pelo meio, deixámos também uma notícia importante: o resultado do ETRICC (não se assuste com a palavra) pedido pelo Banco de Portugal a Ricardo Salgado no início de 2014, antes de o BES afundar. Conta a Ana Suspiro que o plano de reestruturação da área não financeira do Espírito Santo foi posto à prova pela PwC, que tinha altos riscos de execução, mas que dava o GES como viável... em 2023. No papel.

Esta manhã, o presidente da comissão de inquérito dá uma entrevista ao Económico, onde deixa um desafio ao governador do Banco de Portugal: "Tem de explicar por que manteve as mesmas pessoas" no BES.

Aproveito para lhe dizer que acabam de sair os resultados do Novo Banco relativos a 2014, indicando prejuízos de 467 milhões de euros em cinco meses. É uma notícia que estamos a atualizar neste momento. 

Para fechar com uma boa nova, vale a pena passar os olhos pela manchete do Público: as reservas nos hotéis dos Açores dispararam 20% à boleia das companhias aéreas low cost, que em boa hora vão começar a voar para o arquipélago.

Os nossos especiais

Alerta! As Euribor estão a entrar em terreno negativo, o que poderia levar os bancos a pagar mensalmente parte do seu  crédito à habitação. Será? O David Almas foi perceber o que é que pode acontecer neste cenário imprevisto, para ficar a saber com o que conta.

O livro que conta como funciona a oligarquia angolana. Ricardo Soares de Oliveira estudou a Angola do pós-guerra civil e conta-nos, num livro pleno de atualidade, como a atual oligarquia acumulou poder e riqueza e viu Portugal render-se ao poder dos seus dólares. Aqui está a entrevista, conduzida pelo historiador Pedro Aires Oliveira.

Grávidos de literatura, diz João Pedro George, no seu regresso aos textos jornalísticos. Desta vez, ele veio ao Observador para nos falar sobre uma característica muito peculiar do escritor português: acreditar que a literatura desce do céu, como o Espírito Santo.

Até quando devem os filhos dormir no quarto dos pais? A dúvida que persegue muitos pais tem que ter uma resposta, certo? Convencida disso, a Ana Cristina Marques foi conhecer quem escolheu passar o bebé para um quarto próprio com poucos dias de vida e quem dorme com ele, na mesma cama, durante anos. Depois foi ouvir os especialistas. Quem tem razão, afinal?

Notícias surpreendentesZakia e Mohammad Ali. Ele é xiita, ela é sunita. Apaixonaram-se. Os pais dela ameaçam matá-la por desonra à família. Eles fugiram do Afeganistão, mas voltaram com uma filha. A história contada pelo New York Times vale um filme. E o amor, vale quanto?

O que acontece quando um líder islâmico manda calar uma jornalista libanesa quando esta lhe pergunta sobre a recente ligação de vários cristãos a grupos islâmicos, como o ISIS? A resposta certa? Ela tira-o do ar - e o vídeo torna-se viral. Ela merece, acredite.
 
A propósito de vídeos virais: Poucas coisas serão tão consensuais quanto o “Skip Ad” (“Saltar Anúncio”) do YouTube. Mas é precisamente isso que faz com que estes anúncios sejam impossíveis de ignorar. Ora veja porquê.

Agora um spoiler: sabe onde vai estar Carrie Mathison na quinta série de Homeland? Não digo nada aqui (mas o segredo está aqui mesmo, muito mal guardado).

Fecho aqui este 360º, desta forma habitual nos jornalistas - nós definitivamente não fomos feitos para guardar segredos. 
Já sabe, aqui no Observador vamos continuar a contar-lhe tudo, ao longo do dia, sem hora marcada. 

Tenha um dia produtivo e de sorriso rasgado,
Até já!
 
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