Enquanto dormiaContinua intensa a polémica nos EUA sobre os atos de tortura praticados pela CIA na luta contra o terrorismo.
Dick Cheney, ex-vice-presidente, defendeu a agência ("O que é que era suposto fazermos? Beijá-lo nas bochechas e dizer 'Por favor, diga-nos tudo o que sabe'?"), ao passo que a própria CIA
libertou dados sobre os atentados que garante ter evitado. Nos jornais americanos transcrevem-se os
excertos mais difíceis do relatório do Senado.
A Serra Leoa ultrapassou a Libéria, sendo agora o país com mais
casos de ébola detetados
nas últimas semanas - mais de mil, para ser preciso. O surto tem passado mais despercebido no ocidente - mas os homens e mulheres que o têm combatido em África acabaram de ser nomeados
personalidade do ano pela revista Time.
Um
ataque informático à Sony Pictures informação sensível, desde os filmes que estão a ser feitos aos rumores e críticas sobre atores, produtores e realizadores.
Angelina Jolie é tratada como “uma fedelha mimada com talento mínimo”, por exemplo. O caso promete agitar muitas águas - e egos - em Hollywood.
A
sonda Rosetta já pode clamar o sucesso da sua operação: segundo a revista Science, descobriu já que
a composição da água do cometa onde aterrou é muito diversificada, mais do que aquela que temos aqui na Terra.
A investigação lançou uma interessante conversa na área científica.Informação relevanteComeço hoje por uma notícia do Observador: A
campanha da reeleição de Cavaco Silva, em 2011, contou com donativos de vários banqueiros, entre os quais, alguns responsáveis pelo BES que agora estão a ser investigados pela gestão do banco. No total,
banqueiros ou administradores do Grupo Espírito Santo deram à campanha de Cavaco 253.360 mil euros. E todos deram o máximo permitido por lei: 25.560 euros. Hoje teremos mais alguns dados sobre esta campanha, que ontem fomos consultar ao TC.
A comissão de inquérito ao caso BES continua a dominar a agenda mediática, depois de
Pedro Queiroz Pereira ter ido ontem
desafiar toda a narrativa que Ricardo Salgado levou ao Parlamento no dia anterior:
“O dr. Ricardo Salgado tem um problema: não lida maravilhosamente com a verdade. As offshores eram ele”. Do duelo maior, aquele que opôs Salgado a Ricciardi, sobraram
várias pontas soltas,
que aqui tentámos detalhar - e que agora serão seguidas na comissão. Desde logo com
o contabilista, que reapareceu e se disponibilizou para lá ir falar (segundo o Económico com a intenção de coresponsabilizar o ex-banqueiro). Ontem, para fechar o cerco, o governador do Banco de Portugal escreveu aos deputados,
refutando mais alguns pontos que por ele tinham sido transmitidos.
Vamos a outras polémicas? Começo pelos aeroportos:
Doze sindicatos convocaram uma
greve de quatro dias na TAP em plena época de Natal,
contestando a privatização. O Governo tentou nem reagir, mas revelou ter
uma reunião marcada para amanhã com estes sindicatos - para tentar travar uma greve que o Económico diz poder custar
36 milhões de euros à empresa pública.
Ainda no domínio do espaço aéreo, a Câmara de Lisboa recuou em alguns pontos na
taxa turística que pretende cobrar a quem chega a Lisboa pelo aeroporto,
deixando de a querer aplicar a quem resida em Portugal. Também a taxa a cobrar a quem venha de barco ficou adiada para 2016.
Outra polémica, agora na Cultura:
Paolo Pinamonti pediu a demissão do São Carlos, alegando incompatibilidades com o cargo de diretor do Teatro de La Zarzuela. O organismo que gere o Teatro mostrou-se surpreendido, mas quer ainda reunir com o consultor artístico para
tentar encontrar uma solução para o problema, soube o Observador.
Há desenvolvimentos a anotar no caso dos
vistos Gold. Segundo o DN, a
PJ está a investigar os concursos de dirigentes do Ministério da Justiça em que participou uma das suspeitas, a ex-secretária-geral do mesmo ministério. A suspeita é que Maria Antónia Anes, que deu nota máxima em 9 dos 12 casos, tenha usado os nomeados em benefício próprio.
Nos jornais do dia destacam-se muito dois temas desta quarta-feira.
- Um deles é o relatório de Inverno do Banco de Portugal, que deu acordo às estimativas de crescimento do Governo para 2015, assinalando ainda assim riscos orçamentais elevados - e anotando que um terço da criação de emprego tem acontecido por virtude dos apoios públicos à contratação. O Público acrescenta a isto um texto sobre as três decisões europeias que vão "ditar o rumo da economia" portuguesa: a crise grega (que aqui lhe explicamos), o conflito entre Alemanha e França sobre as metas orçamentais e a hipótese de compra de dívida pública pelo BCE.
- O outro é o do futuro da PT, com o Económico a dizer que alguns dos principais acionistas da PT SGPS, como a Ongoing (sua proprietária) e o Novo Banco sinalizaram oposição à OPA de Isabel dos Santos; e o Negócios a detalhar as razões das críticas à proposta da empresária angolana, que passam pela "limitação da atuação da PT". Os acionistas, em jeito de aviso, aparecem lembrando a posição de Isabel dos Santos na concorrência e, de caminho, citando o Código dos Valores Mobiliários. Aparentemente, os analistas estão agora céticosquanto às hipóteses de sucesso desta operação.
Fecho lembrando-o que hoje há reunião em São Bento, a primeira entre
António Costa e Passos Coelho, onde é natural que alguns destes pontos de que lhe falei possam ser discutidos - ainda que
longe dos microfones que estarão colocados à saída.
Notícias surpreendentesComeço por uma notícia útil: Os consumidores em Portugal
com smartphones podem, a partir de agora, pagar as suas compras em 200 lojas sem terem de usar os cartões de pagamento tradicionais. A nova tecnologia deverá ser alargada a duas mil lojas no final do primeiro semestre.
Continuo em Portugal, agora para lhe contar uma descoberta: As obras na Igreja dos Clérigos, no Porto, deram a conhecer
uma cripta do século XVIII com dez sepulturas. Uma delas pode ser do arquiteto Nicolau Nasoni, que há mais de 200 anos projetou a Torre que se tornou no ex-libris da cidade.
“A cripta é muito bonita, tem uma forma abobadada, e está bem preservada", diz o presidente da Irmandade.
Agora uma provocação:
"Os portugueses são um povo completamente mal-educado". São? Quem o diz, assim mesmo, é a jornalista e escritora Marisa Moura, que acrescenta alguns outros adjetivos inquietantes. A Ana Cristina Marques, daqui do Observador, foi falar com ela e tentar perceber melhor o porquê deste retrato.
Ora veja.
Por mim, desejo-lhe o melhor dos dias. Que seja desafiante, animador. E, já agora, que tenha à volta portugueses dos bons, que eu creio que são muitos.
Nós
por aqui estaremos, para o atualizar ao minuto sobre o que se passa aqui e no mundo.
Até já!