Batalha de Aljubarrota
Batalha de Aljubarrota | |||
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Crise de 1383-1385 | |||
Data | 14 de agosto de 1385 | ||
Local | Campo de São Jorge, Calvaria de Cima, perto de Aljubarrota, Portugal | ||
Desfecho | Vitória decisiva de Portugal | ||
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A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de agosto de 1385 entre tropas portuguesas com aliados ingleses, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por João I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, na localidade de S. Jorge, pertencente à freguesia de Calvaria de Cima, concelho de Porto de Mós, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre o referido concelho e Alcobaça.[1]
Inicialmente foi chamada batalha real pois os exércitos eram comandados pelos respetivos reis. Esta designação caiu em desuso e passou a usar-se o nome do local.
O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I, anteriormente o mestre de Avis, no início da rebelião, como rei de Portugal, o primeiro da Dinastia de Avis. A aliança Luso-Britânica saiu reforçada desta batalha e seria selada um ano depois, com a assinatura do Tratado de Windsor e o casamento do rei D. João I com D. Filipa de Lencastre. Como agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou edificar o Mosteiro da Batalha. A paz com Castela só viria a estabelecer-se em 1411 com o Tratado de Ayllón, ratificado em 1423.
A Batalha de Aljubarrota foi uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal. Inovou a tática militar, permitindo que homens de armas apeados fossem capazes de vencer uma poderosa cavalaria. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até hoje. No aspecto político, resolveu a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Leão e Castela, abrindo caminho sob a Dinastia de Avis para uma das épocas mais marcantes da história de Portugal, a era dos Descobrimentos.
Diretamente associada à vitória dos portugueses nesta batalha, celebrizou-se a figura lendária da heroína Brites de Almeida, mais conhecida como "a Padeira de Aljubarrota", que com a sua pá terá matado sete castelhanos que encontrara escondidos no seu forno.
No fim do século XIV, a Europa encontrava-se a braços com uma época de crise e revolução. A Guerra dos Cem Anos devastava a França, que fora severamente punida pelo tratado de Brétigny-Calais (1360), na sequencia do qual teriam perdido cerca de um terço do seu território. Epidemias de peste negra levavam vidas em todo o continente, a instabilidade política dominava e Portugal não era exceção. A França era apoiada pela Escócia, Boémia e Papado de Avinhão (na Provença). Inglaterra foi apoiada por Flandres, Portugal e nações alemãs. Sob o rei Carlos V e o seu condestável Bertrand du Guesclin, a França recorreu a uma guerra de emboscadas e incursões nas possessões inglesas, e externalizou o conflito nomeadamente para a Península Ibérica.[2]
Em 1383, el-rei D. Fernando morreu sem um filho varão que herdasse a coroa. A sua única filha legítima era a infanta D. Beatriz, casada com o rei João I de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da rainha D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, D. João, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.[3]
O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento.[3]
Perante a revolta da população portuguesa em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, o rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre fevereiro e outubro desse ano, monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.[4]
Uma frota portuguesa vinda do Porto enfrenta, a 18 de julho de 1384, à entrada de Lisboa, a frota castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perdem três naus e sofrem vários prisioneiros e mortos; no entanto, a frota portuguesa consegue romper a frota castelhana, que era muito superior, e descarregar no porto de Lisboa os alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar muito importante para a população que defendia Lisboa.
O cerco de Lisboa pelas tropas castelhanas acaba por não resultar, devido à determinação das forças portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa estar bem murada e defendida, à ajuda dos alimentos trazidos do Porto e devido à epidemia de peste negra que assolou as forças castelhanas acampadas no exterior das muralhas.
Em junho de 1385, João I de Castela decide invadir novamente Portugal, desta vez à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente de cavalaria francesa e apoiado por muitos nobres portugueses.[5] De facto, a maioria das grandes famílias portuguesas estavam divididas entre os dois campos. Exemplo disso, Nuno Álvares Pereira que perdeu na batalha dois meios-irmãos (Pedro e Diogo) que combatiam do lado de D. Beatriz. Por isso, a vitória em Aljubarrota deixou a muitos deles um gosto amargo.
Quando as notícias da invasão chegaram, é reunido o conselho militar em Abrantes para decidir o que fazer. Muitos consideravam que o exército invasor era muito forte e sugeriram uma marcha de diversão até Sevilha para atrair o exército invasor, até chegarem os reforços ingleses. O condestável opõe-se e defende dar batalha para travar o passo ao inimigo, pois Lisboa estava com fraca resistência; o rei parecia ser da mesma opinião, mas não decidiu de imediato. Parte então D. Nuno com a sua hoste para Tomar. O rei enviou mensagem a pedir-lhe para regressar a Abrantes, mas D. Nuno recusa e continua a marcha para Tomar, onde esperaria o rei. Reúnem-se então e deslocam-se para Porto de Mós.[6]
A vanguarda é comandada pelo condestável e a retaguarda pelo rei.[6]
Com os aliados ingleses, cerca de 600 vindos no dia da Páscoa, sendo sua maioria veteranos da Guerra dos Cem Anos, o exército português interceptou os invasores perto de Leiria. Dada a lentidão com que os castelhanos avançavam, Nuno Álvares teve tempo para escolher o terreno favorável para a batalha. A opção recaiu sobre uma pequena colina de topo plano rodeada por ribeiros, perto de Aljubarrota. Contudo o exército português não se apresentou ao castelhano nesse sítio, inicialmente formou as suas linhas noutra vertente da colina, tendo depois, já em presença das hostes castelhanas mudado para o sítio predefinido, isto provocou bastante confusão nas tropas de Castela.
Assim, pelas dez horas da manhã do dia 14 de agosto, o exército tomou a sua posição na vertente norte desta colina, de frente para a estrada por onde os castelhanos eram esperados. A disposição portuguesa era a seguinte: infantaria no centro da linha, uma vanguarda de besteiros com 200 archeiros ingleses, 2 alas nos flancos, com mais besteiros, cavalaria e infantaria. Na retaguarda, aguardavam os reforços e a cavalaria comandados por D. João I de Portugal em pessoa. Desta posição altamente defensiva, os portugueses observaram a chegada do exército castelhano protegidos pela vertente da colina. A carriagem era comandado por Diogo Lopes Pacheco. Na posição inicial a ala esquerda é a Ala dos Namorados, por ser formada por jovens. A outra ala é chamada de Madressilva.
Os portugueses estavam posicionados na direção sul-norte e os castelhanos de início, norte-sul.
A vanguarda do exército de Castela chegou ao teatro da batalha pela hora do almoço, sob o sol escaldante de agosto. Ao ver a posição defensiva ocupada por aquilo que considerava os rebeldes, o rei de Castela tomou a esperada decisão de evitar o combate nestes termos. Lentamente, devido aos 30 000 soldados que constituíam o seu efetivo, o exército castelhano começou a contornar a colina pela estrada a nascente. A vertente sul da colina tinha um desnível mais suave e era por aí que, como D. Nuno Álvares previra, pretendiam atacar.[1]
O exército português inverteu então a sua disposição e dirigiu-se à vertente sul da colina, onde o terreno tinha sido preparado previamente. Uma vez que era muito menos numeroso e tinha um percurso mais pequeno pela frente, o contingente português atingiu a sua posição final muito antes do exército castelhano se ter posicionado.
O condestável Nuno Álvares Pereira havia ordenado a construção de um conjunto de paliçadas e outras defesas em frente à linha de infantaria, protegendo esta e os arqueiros. Este tipo de tática defensiva, muito típica das legiões romanas, ressurgia na Europa nessa altura. Estas defesas incluíam covas de lobo e fossos que foram ocultadas com ramos.
Na posição final os portugueses ficam na direção norte-sul e os castelhanos sul-norte, tendo Lisboa nas costas. As alas portuguesas mudam a sua posição relativa, sem precisarem de trocar de lugar, mudando apenas o sentido para onde estavam voltadas.
Como era véspera de dia santo, o combate não podia dar-se no dia seguinte. Do lado castelhano havia quem não quisesse dar batalha, mas haviam outros que queriam acabar com a resistência portuguesa nesse dia.
O rei de Castela envia emissários ao condestável: Diogo Álvares Pereira, irmão de D. Nuno, Pedro López de Ayala e Diogo Fernandes, marechal de Castela. Estes quiseram convencer o condestável a rejeitar o seu rei e juntar-se a eles. O condestável recusou e ameaçou mandar dissipar.[6]
Pelas seis da tarde, os castelhanos ainda não completamente instalados decidem, precipitadamente, ou temendo ter de combater de noite, começar o ataque.
O ataque começou com uma carga da cavalaria francesa: a toda a brida e em força, de forma a romper a linha de infantaria adversária.[1] Contudo as linhas defensivas portuguesas repeliram o ataque. A pequena largura do campo de batalha, que dificultava a manobra da cavalaria, as paliçadas (feitas com troncos erguidos na vertical separados entre si apenas pela distância necessária à passagem de um homem, o que não permitia a passagem de cavalos) e a chuva de virotes lançada pelos besteiros (auxiliados por 2 centenas de arqueiros ingleses comandados por Sir Leon Baade) fizeram com que, muito antes de entrar em contacto com a infantaria portuguesa, a cavalaria ficasse desorganizada e confusa. Ao final, as baixas da cavalaria foram pesadas e o efeito do ataque nulo.
Ainda não perfilada no terreno, a retaguarda castelhana demorou a prestar auxílio e, em consequência, os cavaleiros que não morreram foram feitos prisioneiros pelos portugueses.
Depois deste revés, a restante e mais substancial parte do exército castelhano atacou. A sua linha era bastante extensa pelo elevado número de soldados. Ao avançar em direção aos portugueses, os castelhanos foram forçados a apertar-se (o que desorganizou as suas fileiras) de modo a caber no espaço situado entre os ribeiros. Enquanto os castelhanos se desorganizavam, os portugueses redispuseram as suas forças, dividindo a vanguarda de D. Nuno Álvares em dois setores, de modo a enfrentar a nova ameaça. Vendo que o pior ainda estava para chegar, D. João I de Portugal ordenou a retirada dos besteiros e archeiros ingleses e o avanço da retaguarda através do espaço aberto na linha da frente. Antes de avançar, D. João I ordena a execução dos cavaleiros franceses aprisionados, como forma de evitar um possível contra-ataque pela retaguarda.
Desorganizados, sem espaço de manobra e finalmente esmagados entre os flancos portugueses e a retaguarda avançada, os castelhanos pouco puderam fazer senão morrer. Ao pôr do sol, a batalha estava já perdida para Castela. Precipitadamente, João de Castela ordenou a retirada geral sem organizar a cobertura. Os castelhanos debandaram então desordenadamente do campo de batalha. A cavalaria portuguesa lançou-se em perseguição dos fugitivos, dizimando-os sem piedade.
Apesar da grande vitória na frente, a carriagem portuguesa comandada por Diogo Lopes Pacheco foi atacada pelos castelhanos. O condestável manda suspender a perseguição e organiza o contra-ataque, repelindo a ofensiva inimiga.[7]
O próprio rei de Castela, debilitado e tendo estado presente na batalha numa liteira, foi transportado apressadamente a cavalo até Santarém, como forma de fuga aos portugueses que estavam em perseguição dos castelhanos. Nesse momento, e na tentativa de captura do monarca castelhano, um dos cavaleiros do condestável é morto, por usar o símbolo de S. Jorge, tendo sido posteriormente sepultado em Alcobaça.
Alguns fugitivos procuraram esconder-se nas redondezas, apenas para acabarem mortos às mãos do povo.
Surge aqui uma tradição portuguesa em torno da batalha: uma mulher, de seu nome Brites de Almeida, recordada como a Padeira de Aljubarrota, iludiu, emboscou e matou pelas próprias mãos alguns castelhanos em fuga. A história é por certo uma lenda da época. De qualquer forma, pouco depois, D. Nuno Álvares Pereira ordenou a suspensão da perseguição e deu trégua às tropas fugitivas.
Na manhã de 15 de agosto, a catástrofe sofrida pelos castelhanos ficou bem à vista: os cadáveres eram tantos que chegaram a barrar o curso dos ribeiros que flanqueavam a colina. Para além de soldados de infantaria, morreram também muitos nobres fidalgos castelhanos, o que causou luto em Castela até 1387. A cavalaria francesa sofreu em Aljubarrota outra pesada derrota contra as táticas de infantaria, depois de Crécy e Poitiers. A batalha de Azincourt, já no século XV, mostra que Aljubarrota não foi a última vez em que isso aconteceu. Importa referir que, como era costume na época, as forças portuguesas permaneceram 3 dias no local, a aguardar uma eventual investida dos castelhanos, melhorando sucessivamente as posições defensivas.
Com esta vitória, D. João I tornou-se no rei incontestado de Portugal, o primeiro da Dinastia de Avis.
Para celebrar a vitória e agradecer o auxílio divino que acreditava ter recebido, D. João I mandou erigir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e fundar a vila da Batalha.
Assim como, passados sete anos da batalha, o condestável D. Nuno Álvares Pereira mandou construir a Ermida de São Jorge, em Calvaria de Cima, onde precisamente está o campo militar de São Jorge e nele havia depositado o seu estandarte nesse dia.
Hoje nesse mesmo último local, há também um moderno centro de interpretação que explica o desenrolar dos acontecimentos, seus antecedentes e suas consequências.
- Capela de São Jorge (Aljubarrota)
- Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA)
- Padeira de Aljubarrota
- ↑ ab c «Batalha de Aljubarrota». Porto Editora. Infopédia. Consultado em 14 de agosto de 2013
- ↑ André Geraque Kiffer (2018). «Batalha De Aljubarrota, 14 De Agosto De 1385». Clube de Autores. p. 9
- ↑ ab Fernão Lopes, Crónica de D. João I
- ↑ Saraiva 1993, p. 126.
- ↑ Saraiva 1993, p. 127.
- ↑ ab c Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LI
- ↑ MARTINS, J. P. Oliveira (1893), A Vida de Nun'Alvares, Lisboa
- A. H. de Oliveira Marques, História de Portugal, vol. 1, Lisboa, Presença, 1997.
- José Hermano Saraiva, História de Portugal, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1993
- Fernão Lopes, Crónica de D. João I, vol. 1, s.l., Civilização, imp. 1994.
- João Gouveia Monteiro, Nuno Álvares Pereira - Guerreiro, Senhor Feudal, Santo - Os três rostos do Condestável, 1ª edição, imp. 2017
- João Gouveia Monteiro, Aljubarrota, 1385: A batalha real, Lisboa, Tribuna da História, imp. 2003
- Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira
- MARTINS, J. P. Oliveira (1893), A Vida de Nun'Alvares, Lisboa
- «Fundação Batalha de Aljubarrota»
- Batalha de Aljubarrota, Áreamilitar
- A invasão Castelhana e A Batalha de Aljubarrota, por Nuno Lemos Pires
- Batalha de Aljubarrota, Grandes Batalhas de Portugal - Batalha de Aljubarrota, documentário por Alexandrina Pereira / Rui Pinto de Almeida, Braveant para a RTP, 2006
- Aljubarrota, a batalha que segurou a independência, Grandes Batalhas de Portugal - Batalha de Aljubarrota, extracto de documentário por Alexandrina Pereira / Rui Pinto de Almeida, Braveant para a RTP, 2006
- A Batalha de Aljubarrota | Batalhas Decisivas #1, Impérios AD, Youtube, 12/12/2019
- Como 6 MIL Portugueses DERROTARAM 30 MIL Castelhanos? A Batalha de Aljubarrota, Brasão de Armas, 28/05/2022
Crise dinástica de 1383–1385
Crise de 1383-1385 | |||
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Data | 2 de abril de 1383 a 15 de outubro de 1385 | ||
Local | Portugal e Castela | ||
Desfecho | Vitória decisiva de Portugal | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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A crise dinástica de 1383–1385 foi um período de guerra civil na História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder. A crise começou com a morte do rei Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros masculinos.[1][2]
Apesar de as Cortes de Coimbra terem escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I de Castela não desistiu de tentar ser rei por ser casado com a filha de D. Fernando e invadiu Portugal. O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à tática chamada de pé terra, que vinha sendo usada na Guerra dos Cem Anos. Com a vitória em Aljubarrota, o rei português afirmou-se como novo soberano.[3]
Os exércitos portugueses foram comandados, por Nuno Álvares Pereira, nomeado por D. João I de Portugal "Condestável do Reino", em 1385. Outras batalhas, nessa altura, foram: batalha dos Atoleiros, primeira batalha vencida por Nuno Álvares, em 1384; batalha de Trancoso, ganha por nobres da Beira, em 1385; batalha de Valverde, última batalha campal de Nuno Álvares, em 1385.
Do casamento de Fernando I de Portugal com Leonor Teles de Menezes apenas a infanta Beatriz de Portugal havia sobrevivido à infância. O casamento dela era, portanto, uma questão estratégica para o futuro do reino. Ao sabor das mudanças do pai, em suas guerras com Castela (Guerras fernandinas), a infanta foi sucessivamente prometida em casamento a dois príncipes: um inglês e um castelhano, Fernando, segundo filho de João I de Castela. O casamento de Beatriz acabou por ser acordado, mediante proposta de seu pai, no tratado de Salvaterra de Magos, em abril de 1383 — data posterior, portanto, ao Tratado de Elvas, que terminara a terceira guerra fernandina contra Castela, em agosto de 1382.
Poucos anos antes, em 1378, ocorrera uma crise na Igreja Católica que levara ao Grande Cisma do Ocidente. Inicialmente, Portugal alinhara-se ao papa Urbano VI, estabelecido em Roma, mudando depois para o antipapa Clemente VII, de Avinhão, já que este era do partido de Castela; com a terceira guerra contra Castela e a aliança com a Inglaterra, Fernando I voltou a se aliar a Roma. De novo em paz com Castela, Portugal tornou a apoiar o papa de Avinhão.[4]
Conforme as disposições do tratado de Salvaterra, João I de Castela desposaria Beatriz de Portugal, e o filho varão que nascesse desse casamento herdaria o Reino de Portugal, após a morte de Fernando I. O casamento foi celebrado logo em maio de 1383. Porém, tratava-se de uma solução mal vista, quer pela nobreza, quer pelos comerciantes,[5][2] pois, se Beatriz falecesse antes de seu marido e sem ter tido filhos, a consequência seria a união dinástica de Portugal e Castela, o que significaria a perda da independência portuguesa. Embora muitas personalidades estivessem contra essa opção,[5][2] não conseguiram chegar a um consenso quanto à alternativa possível. Foi então que dois candidatos emergiram, ambos meios-irmãos bastardos do rei moribundo: um deles, João, era o filho de Pedro I de Portugal e de Inês de Castro, que estava exilado em Castela e, logo após a morte de Fernando I, lá ficou detido; o outro, João, mestre de Avis, filho de Pedro I e Teresa Lourenço, era menos popular no reino, no início da crise, que o seu meio-irmão João.
A 22 de outubro de 1383, faleceu o rei D. Fernando. Tal como acordado no contrato de casamento entre Beatriz e João I de Castela, a regência do reino foi entregue à rainha viúva, Dona Leonor. Dona Beatriz foi aclamada rainha, e, ao mesmo tempo, seu marido, o rei de Castela proclamou-se rei de Portugal.
A regente e o seu conselho cometeram o grave erro político de terem desprezado os poderosos mercadores de Lisboa e os seus direitos. Um grupo de conspiradores, reúne-se à volta do mestre de Avis, com o intuito de organizar uma mudança de regência e assassinar o conde Andeiro, amante da rainha viúva e regente. Entre eles contavam-se Nuno Álvares Pereira e Álvaro Pais.[6]
Desconfiada, a rainha viúva e regente nomeia o mestre de Avis para o cargo de fronteiro do Alentejo, responsável pela defesa da fronteira. O mestre parte, mas volta ao paço em 6 de dezembro de 1383 e, com o apoio de alguns nobres, dentre os quais o irmão da rainha, mata o conde Andeiro.
Um pajem corre a cavalo por Lisboa a gritar que matavam o mestre. Álvaro Pais, que estava metido na conspiração, convence o povo de que o mestre precisava de ajuda. O povo vai ao palácio e ameaça deitar-lhe fogo.[7] João aparece à janela e diz estar bem. Álvaro Pais propõe à rainha casar-se com o mestre de Avis, o que ela recusa. Foge depois para Alenquer e dali para Santarém.
No dia 16, o povo de Lisboa reunido na câmara aclama o mestre de Avis Regedor e Defensor do Reino. Essa decisão foi, em parte, feita sob a ameaça dum tanoeiro aos burgueses: a de que não salvariam os pescoços se não tomassem uma decisão favorável à multidão reunida.[6] João tornava-se assim o novo regente, em nome do irmão D. João, que estava em Toledo, tendo sido preso pelo rei de Castela quando este é informado do sucedido.[8] Algumas localidades aceitaram o novo regente; outras mantiveram-se fiéis à rainha Leonor; outras aceitaram a pretensão do rei de Castela ao trono de Portugal. Iniciava-se assim a crise e vislumbrava-se a guerra-civil.
Com a revolta em Lisboa, o bispo da cidade foi atirado do alto da torre da Sé, e seu corpo acabou por ser devorado por cães.
No fim do mês de dezembro, Nuno Álvares consegue ocupar o castelo de S. Jorge.[7]
Como novo regente, João fez tudo o que estava ao seu alcance, dando o que não tinha.[9]
Após a notícia da mudança de governo, muitas localidades tomaram o partido do mestre de Avis, principalmente no Alentejo.[10] No norte, o Porto foi uma das poucas cidades a dar apoio à nova regência.
Uma das medidas que o novo regente tomou, foi nomear o jovem Nuno Álvares para ser fronteiro do Alentejo e para para defender a região de esperados ataques Castelhanos e entregou-lhe 1000 homens. À medida que se dirigia para o Alentejo, foi D. Nuno Álvares recrutando mais homens, até alcançar um total de 1400 guerreiros.[7]
Uma força castelhana encontrava-se junto do Crato e Nuno Álvares dirigiu-se ao seu encontro com os seus homens a fim de expulsá-la. No dia 6 de abril, travou-se a batalha dos Atoleiros, a primeira vitória de D. Nuno, que, de seguida, vai conquistando algumas vilas para o partido do Mestre. É-lhe prometida a entrega de Vila Viçosa; porém tratava-se uma armadilha, na qual foi morto seu irmão Fernão Álvares Pereira.[7]
A vitória dos Atoleiros provou ser possível resistir com forças populares, mesmo sem a ajuda da nobreza guerreira, grande parte do lado de Castela.[10]
Ocorrem muitas revoltas, sobretudo no Alentejo, contra os latifundiários.[10]
Em vilas e cidades, cujo governo tinha aclamado D. Beatriz, houve revoltas dos populares. Os nobres chamavam aos apoiantes do mestre de povo do Messias de Lisboa. Em oposição, os apoiantes do mestre, chamavam aos nobres de traidores e cismáticos.[10] A palavra cismático vem do Cisma da Igreja, pois Castela obedecia ao papa de Avinhão, assim como os apoiantes do rei de Castela.
Parte da revolta devia-se ao descontentamento em relação ao reinado de D. Fernando: o seu casamento com Leonor Teles e a repressão que se seguira à revolta contra esse casamento, a construção de muralhas pelo sistema de anúduva e a Lei das Sesmarias que veio tabelar os salários, fazendo-os baixar na lavoura.[11]
Em maio, o rei de Castela cerca Lisboa por terra e mar. Durante o cerco, D. Nuno vai ao castelo de Palmela onde manda fazer uma grande fogueira para ser vista em Lisboa. O mestre responde com outra fogueira no castelo de S. Jorge.[7]
Uma esquadra, vinda do Porto, tentou furar o cerco no Tejo, levando mantimentos para abastecer Lisboa.
A Batalha do Rio Tejo foi travada em julho de 1384, entre uma força naval de Portugal com 34 navios (5 dos quais eram grandes vasos) com o objetivo de abastecer a cidade sitiada de Lisboa com provisões e a frota castelhana liderada pelo almirante Fernando Sánchez de Tovar.
Embora as forças do Reino de Portugal lideradas por Rui Pereira tenham perdido três navios (as baixas dos castelhanos são desconhecidas), o sucesso foi alcançado com o rompimento do bloqueio a Lisboa. Na batalha Rui Pereira perdeu a vida. A vitória de Portugal sobre as forças da Coroa de Castela deu um alento a Lisboa.
O acampamento é atacado por peste negra e só em 3 de setembro é levantado o cerco. O rei de Castela ficou doente e é deitado fogo ao acampamento. No entanto a esquadra castelhana continuou a fazer bloqueio no Tejo.
Uma promessa feita por João, a 3 de outubro, é a permanência da Universidade, em Lisboa que já estava instalada desde 1377.[12]
A Campanha galega de 1384 foi uma campanha naval portuguesa comandada pelo nobre castelhano, Dom Pedro de Trastâmara, às ordens do rei João I de Portugal, na sequência da Crise de 1383–1385.
Quando o rei João I de Castela decidiu atacar Lisboa, os portugueses fizeram uma série de ataques a Galiza, conquistando as cidades de Baiona, Corunha e Neda, e queimando a cidade de Ferrol. Para além disso, os portugueses destruíram dois navios grandes e capturaram uma galé. Os três barcos levavam materiais para o exército de Castela que cercava Lisboa.
A frota portuguesa regressou ao Porto, após uma frota de Castela comandada por Fernando Sánchez de Tovar, chegar à costa galega.
Depois de mais de um ano sem rei que fosse aceite por grande parte do país mas não todo, o mestre de Avis, regente eleito pelo povo de Lisboa, decide reunir as Cortes para decidir quem devia ocupar o trono.
Os partidários de João, mestre de Avis organizam uma reunião das Cortes em Coimbra que tem início em março. João das Regras é o jurista que defende a causa do mestre de Avis, contra o partido de Castela e de outro partido favorável aos outros filhos do rei Pedro I: os infantes João e Dinis.[13]
Na Páscoa, chegaram a Portugal as tropas inglesas enviadas em resposta ao pedido de ajuda feito por João de Avis. Apesar de não ser um grande contingente, contavam-se à volta de 600 homens. Eram, na sua maioria, tropas veteranas da Guerra dos Cem Anos, bem treinadas nas táticas de sucesso da infantaria inglesa. Entre o contingente inglês, encontrava-se uma divisão de archeiros, que haviam provado o seu valor contra cargas de cavalaria, como na batalha de Crécy.[14]
A 6 de abril, D. João é aclamado Rei de Portugal, o primeiro da Dinastia de Avis, afirmando a independência de Portugal. Num dos seus primeiros éditos reais, João I nomeia Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal. Pouco depois, o Condestável, com duzentos homens de armas, parte dos quais sem montadas, parte com o rei para o Minho, para libertar a região do domínio de Castela — que faz em apenas dois meses, graças ao apoio do povo. O novo rei muda a obediência ao anterior papado para o papa de Roma, a fim de afirmar sua independência diante de Castela, que se mantinha fiel a Avinhão.
Em Castela, João I não desiste da conquista de Portugal, enviando, pouco depois da aclamação de Coimbra, uma expedição punitiva. O resultado é a batalha de Trancoso em maio, onde as tropas de fidalgos da Beira, aliados de então de João I de Portugal, obtêm uma importante vitória. Com esta derrota, o rei de Castela resolve avançar com um enorme exército, que vinha preparando desde a derrota no cerco de Lisboa, para pôr termo àquilo que considera uma rebelião.[3]
Na segunda semana de Junho, a maioria do exército de Castela, comandado pelo rei em pessoa, acompanhado por um contingente de cavalaria francesa, entra em Portugal pelo Norte. O poder dos números estava francamente do lado de Castela: João I de Castela contava com cerca de 32 000 homens, para os apenas 6 500 à disposição de João I de Portugal. A coluna dirige-se imediatamente para Sul, na direção de Lisboa e Santarém, as principais cidades do reino.
Entretanto, o rei português e o condestável encontravam-se em Abrantes.[7] Depois de alguma discussão, conclui-se que os castelhanos não podem levantar novo cerco a Lisboa, incapaz de resistir a nova provação. Como o conselho não se decidia, D. Nuno decide partir com a sua hoste para Tomar, mandando dizer ao rei que lá o esperaria.[7] João I decide juntar-se ao condestável em Tomar e intercetar o inimigo nas imediações de Leiria, perto da vila de Aljubarrota.
No dia 14 de agosto, o exército castelhano, bastante lento dado o seu enorme contingente, encontra finalmente as tropas portuguesas, reforçadas com o destacamento inglês. O resultado deste encontro será a Batalha de Aljubarrota, travada ao estilo das batalhas de Crecy e Azincourt, onde a tática usada permitia a pequenos exércitos resistir a grandes contingentes e cargas de cavalaria. O uso de fundibulários, lançadores de dardos, besteiros e arqueiros nos flancos e de armadilhas na frente de combate para impedir a progressão da cavalaria, face às mais de seiscentas lanças dos portugueses, constituem os principais elementos. O exército castelhano não só foi derrotado como praticamente aniquilado. As perdas da batalha de Aljubarrota foram de tal forma graves que impediram João I de Castela de tentar nova invasão nos anos seguintes.[14]
Batalha de Valverde
Esta batalha ocorreu na cidade de Valverde de Mérida (atual Espanha) no dia 15 de outubro entre as tropas portuguesas comandados pelo Condestavel de Portugal D. Nuno Álvares Pereira contra os castelhanos. Esta batalha marcou o fim definitivo da crise e consolidou ainda mais o rei D. João I no trono de Portugal e a independência do reino ficou assegurada. Os castelhanos desistiram de vez de anexar o território português após perderem essa batalha.
Com as vitórias em Aljubarrota e em Valverde, João I afirma-se como rei de Portugal, pondo um fim ao interregno e à anarquia de 1383–1385. O reconhecimento de Castela chegaria apenas em 1411 com a assinatura do tratado de Ayllón-Segovia. A aliança Luso-Inglesa seria renovada em 1386 no Tratado de Windsor[15] e fortalecida com o casamento de João I com Filipa de Lencastre (filha de João de Gaunt). O tratado, que, ainda em vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um pacto de mútua ajuda entre Inglaterra e Portugal.
Uma nova aristocracia tomou o lugar da antiga nobreza.[16][17] O condestável tornou-se senhor de quase metade do país: conde de Ourém, conde de Arraiolos e conde de Barcelos.
Com a nova dinastia começou uma nova era a que Fernão Lopes chamou de sétima idade.[17] O poder real contava agora com o apoio de novos elementos, oriundos da burguesia, tais como João das Regras. Desta época começaram a existir medidas de centralização do poder.[17]
A nova aristocracia, formada sobretudo pelos filhos segundos, iria tornar-se importante na expansão marítima.
- 1383
- Maio – A princesa Beatriz de Portugal (filha única do rei Fernando) casa com o rei João I de Castela;
- 22 de outubro – O rei Fernando morre: a rainha viúva Leonor torna-se regente em nome de Beatriz;[8]
- Começa a resistência, liderada por João, mestre de Avis: vários castelos são ocupados.[10]
- 1384
- Janeiro – João I de Castela invade Portugal;
- 6 de abril – Os portugueses ganham a batalha dos Atoleiros;
- Maio – Começa o cerco de Lisboa; é enviada uma embaixada a Inglaterra;
- Julho – Uma frota portuguesa rompe o cerco de Lisboa, embora com algumas baixas;
- 3 de setembro – João I de Castela, retira-se para o seu reino;
- Inverno – Nuno Álvares Pereira e João de Avis subjugam cidades a favor de Castela.
- 1385
- Páscoa – Chegada dos aliados ingleses;
- 6 de abril — João de Avis é aclamado rei nas Cortes de Coimbra;
- 29 de maio – Dá-se a batalha de Trancoso, vitória de Portugal;
- Junho — João I de Castela invade Portugal com uma vasta hoste (composta por muitos portugueses), depois da derrota na batalha de Trancoso;
- 14 de agosto – Batalha de Aljubarrota, vitória decisiva de Portugal;
- 15 de outubro – Batalha de Valverde, vitória de Portugal. Fim da crise.
Referências
- ↑ A. H. de Oliveira Marques (1980) História de Portugal, p. 184
- ↑ ab c José Hermano Saraiva (1993) História de Portugal, p. 124
- ↑ ab José Hermano Saraiva (1993) História de Portugal, p. 127
- ↑ A. H. de Oliveira Marques (1980). História de Portugal, p. 183
- ↑ ab A. H. de Oliveira Marques (1980) História de Portugal, p. 185
- ↑ ab José Hermano Saraiva (1993) História de Portugal, pp. 124-125
- ↑ ab c d e f g MARTINS, J. P. Oliveira (1893), A Vida de Nun'Alvares
- ↑ ab José Mattoso (1993). História de Portugal, A Monarquia Feudal, p. 494
- ↑ José Mattoso (1993). História de Portugal, A Monarquia Feudal, p. 495
- ↑ ab c d e José Hermano Saraiva (1993) História de Portugal, p. 126
- ↑ José Hermano Saraiva (1993) História de Portugal, p. 123
- ↑ José Mattoso (1993). História de Portugal, A Monarquia Feudal, p. 534
- ↑ José Mattoso (1993). História de Portugal, A Monarquia Feudal, p. 496
- ↑ ab Aljubarrota - a Batalha Real, por Sr. Rui Gaspar
- ↑ José Mattoso (1993). História de Portugal, A Monarquia Feudal, p. 499
- ↑ A. H. de Oliveira Marques (1980) História de Portugal, p. 188
- ↑ ab c José Hermano Saraiva (1993) História de Portugal, pp. 129-130
- A. H. de Oliveira Marques (1980). História de Portugal. Lisboa: Palas Editores.
- José Hermano Saraiva (1993). História de Portugal. Mem Martins: Publicações Europa-Amércia.
- Fernão Lopes. Crónica de El-Rei D. João I.
- MARTINS, J. P. Oliveira (1893), A Vida de Nun'Alvares, Lisboa.
- José Mattoso (1993). História de Portugal, A Monarquia Feudal. Primeiro Volume. Círculo de Leitores.
- Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, Fonte: As Crónicas de Fernão Lopes, António José Saraiva (editor), 2.ª Ed., Lisboa, Portugália, 1969, pág.s 197 a 203; Fernão Lopes, Crónica d'el-Rei Dom João I de boa memória e, dos Reis de Portugal, o décimo, 1.ª edição, 1644, Manuel Amaral 2000–2012
- interregno de 1383 a 1385. Crise ou revolução? A História numa perspectiva nacionalista ou marxista, Portal da História, Manuel Amaral 2000–2012
- A Revolução de 1383 — 1385 segundo Maria José Pimenta Ferro Tavares, Fonte: Maria José Pimenta Ferro Tavares, «A Nobreza no reinado de D. Fernando e a sua actuação em 1383–1385», Revista de História Económica e Social, n.º 12, Julho-Dezembro de 1983, pág.s 45 a 89, Portal da História, Manuel Amaral 2000–2008
- A Revolução de 1383–85
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