quarta-feira, 11 de outubro de 2023

PUTIN FAZ ANOS - GUERRA NA UCRÂNIA E EM ISRAEL - 11 DE OUTUBRO DE 2023

 É ainda cedo para determinar que ajuda militar os Estados Unidos terão de facultar a Israel, mas as atenções já foram completamente desviadas, segundo os analistas, que veem uma divisão profunda entre republicanos e democratas em relação a Kiev e nenhuma em relação à necessidade de defesa perante os ataques do Hamas. Por outro lado, uma pausa mediática até pode ser positiva, e a Rússia também está perante um dilema: pode apoiar o Hamas e tornar-se querida pelas nações árabes, mas alienaria a relação importante que tem com Israel

Soldados israelitas transportam o corpo de uma vítima dos ataques do Hamas em Kfar Aza
Soldados israelitas transportam o corpo de uma vítima dos ataques do Hamas em Kfar Aza© VIOLETA SANTOS MOURA

No seu mais recente artigo de opinião, Alexander Motyl, professor de Ciência Política na Universidade Rutgers-Newark, nos EUA, e autor de várias obras sobre a Ucrânia e a Rússia, apelida Vladimir Putin de “birthday boy” ["o aniversariante" ou "o menino dos anos"]. Os acontecimentos em Israel afastaram as atenções da celebração de mais um ano de vida do Presidente russo, que nasceu a 7 de outubro, mas Putin tem mais motivos para festejar, notam os analistas. As manchetes dos jornais e restantes meios de comunicação social são agora consumidas pelo conflito entre Israel e o Hamas:"Nos Estados Unidos, o futuro do financiamento da ajuda ucraniana já está em risco", garante ao Expresso Kelly Grieco, investigadora do Reimagining US Grand Strategy Program do think tank Stimson Center.

Joe Biden assinou um projeto de lei de financiamento de curto prazo na semana passada para evitar uma paralisação, mas, sem a aprovação do Congresso, o apoio pode durar apenas alguns meses. “Há uma resistência crescente por parte de alguns membros do Partido Republicano à continuação da ajuda à Ucrânia”, admite a analista de Segurança e Defesa. Por isso, "o ataque do Hamas a Israel poderá colocar mais pressão sobre o Executivo de Biden."

“Quanto mais longa for a guerra, mais distraídos estarão os EUA e a Europa em relação à Ucrânia”, diz Motyl, em declarações ao Expresso. Tudo dependerá, portanto, da duração da guerra em Israel e da sua amplitude. “Se terminar nos próximos dias, a Ucrânia continuará a ser importante. Se a guerra israelita continuar durante meses, a Ucrânia passará a ser menos proeminente." Mas o professor de Ciência Política acredita que até essa desconsideração poderá ter um lado positivo: “A recente cobertura mediática da Ucrânia centrou-se na corrupção, nos problemas, nos campos de batalha paralisados. Uma pausa nesta cobertura negativa poderia ser boa para a Ucrânia.”

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