Council of Legislators under the Russian Federal Assembly
Council of Legislators under the Russian Federal Assembly© Fornecido por Lusa

São Petersburgo, Rússia, 28 abr 2023 (Lusa) – O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que o seu país tem "muitos" apoiantes nos Estados Unidos e na Europa, cujos governos apoiam a Ucrânia contra a invasão militar comandada por Moscovo.

"Nos próprios EUA, aliás, temos muitas pessoas que pensam como nós, bem como na Europa. As elites comportam-se de maneira diferente. Mas sabemos que as elites nem sempre promovem uma política que responde aos interesses das populações”, disse Putin, dirigindo-se ao Conselho de Deputados da Assembleia Federal, em São Petersburgo.

Putin assegurou que o Kremlin não pretende ficar isolado, em termos internacionais.

"Pelo contrário, vamos expandir as relações pragmáticas, mutuamente benéficas e de parcerias com países amigos na Eurásia, África e América Latina", explicou o Presidente russo.

Putin acusou os ex-aliados da Rússia de serem "verdadeiros loucos", ao destruirem os canais de diálogo, querendo impor regras a Moscovo.

O líder russo insistiu que o patriotismo e o serviço comunitário são ideais para a Rússia, um "país civilizado" que se tornou "um dos centros autossuficientes e soberanos do grande mundo multipolar".

Putin sublinhou que a economia russa resistiu ao impacto das sanções ocidentais, enquanto os países que as impuseram continuam a pagar as consequências da instabilidade que eles próprios provocaram.

Ao mesmo tempo, Putin destacou que em tempos de "agressão económica do Ocidente", o Governo e todos os poderes locais devem trabalhar "como uma máquina bem oleada".

O Presidente russo aproveitou para encarregar ambas as câmaras do Parlamento, tanto a Duma como o Senado, da missão de apoiar os participantes na campanha militar na Ucrânia, para conseguir a "plena integração" dos quatro territórios ucranianos anexados (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia).

"Estas são as nossas terras históricas; são o nosso povo”, disse Putin, que na noite de quinta-feira emitiu um decreto que determina que todos os residentes nos territórios ucranianos ocupados que não adotem a cidadania russa podem ser deportados a partir de meados de 2024.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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