A queda de Bakhmut em câmara lenta
O Grupo Wagner reivindicou a conquista de Bakhmut, mas não há confirmação no terreno e este sábado o seu líder defendeu a necessidade de retirar daquela cidade cidade ucraniana que se tem tornado um enorme cemitério
O controlo de uma cidade ou parte de um território nem sempre é o objetivo militar predominante. Em Bakhmut, desde a grande pressão exercida a leste e norte pelos mercenários do Grupo Wagner no início de 2023, a luta tão depressa é militar como política. Em vez de recuar ou avançar contra a corrente, a Ucrânia segura Bakhmut com perdas pesadas, visando causar o maior número de baixas (estimam-se em 30 mil) ao inimigo, tenaz até início de março. Desde então a batalha perdeu intensidade, devido ao degelo, à lama, às perdas, à chuva. A Ucrânia responde sobretudo, convida ao assalto e ataca esporadicamente. A alta cota do terreno em Chasiv Yar permite grande apoio de retaguarda de artilharia pesada, com tanques e peças de artilharia Howitzers D-20 e D-30. Do lado russo a munição dos disparadores BM-21 Grad parece infinita na sua cadência.
No terreno não se vê uma arma ocidental, à exceção de Roshel Senator APC e outros veículos blindados leves para retirar militares e civis, como os M113 APC. Portugal irá enviar mais três e dois M577, anunciou a ministra da Defesa, Helena Carreiras. O mais é material soviético, em muitos casos no limite, a acusar mais de um ano de uso intenso. Não obstante, as armas mais eficazes são os lança-foguetes MRLS soviéticos dos modelos Grad e Uragan e os tanques que disparam até quatro quilómetros e causam pânico entre as tropas. Daí que cada pequeno grupo nas trincheiras tenha sempre um míssil antitanque Stugna, Javelin, ou granadas, muitas de fabrico sueco.
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