A República Islâmica do Irão está envolta num convulsão social como não se via desde os protestos de 2009, também esses desencadeados por jovens, aos quais os mais velhos logo depois se juntaram. O Expresso falou com que está a viver esta transformação nas ruas - mas nem todos estão otimistas. Paralela à luta pela liberdade, corre outra que exige emprego, água potável nas torneiras, e mais justiça social

Manifestação em Teerão contra a violência policial que matou Mahsa Amini
Manifestação em Teerão contra a violência policial que matou Mahsa Amini© AFP/Getty Images

As pessoas continuam a ser mortas, as pessoas continuam na rua. Mais calma numas noites, muita violência noutras, mas as iranianas parecem ter conseguido, pelo menos, mostrar que cumprir as regras estabelecidas não é escolha nem condição imutável da vida social no Irão. Muitos homens juntaram-se a elas nesta luta.

Este domingo, dia 16, faz um mês que Masha Amani, curda de 22 anos, foi presa por violar as leis sobre indumentária. Morreu à guarda da polícia. Vídeos divulgados pelas autoridades iranianas, cinco dias após a prisão, dia 22 de setembro, mostram Masha a cair, aparentemente desmaiada, num espaço identificado como “centro reeducativo”. Fora levada para lá, explica a polícia, para que pudesse ser ensinada a “modificar as suas opiniões sobre a indumentária feminina”. Os pais e os amigos afirmam que foi torturada. A polícia diz que morreu de ataque cardíaco.