O caso da final da Champions, que decorreu nos últimos dias de maio, em Paris, parece que ainda vai fazer correr muita tinta, pois mais de 1.700 adeptos do clube inglês alegam lesões e traumas psicológicos resultantes do caos que se viveu antes do jogo. “Algumas pessoas temeram pela vida. Os clientes reportaram ansiedade, stress pós-traumático, pesadelos, [alguns] não querem voltar a um jogo europeu ou até a França”

Mais de 1.700 adeptos do Liverpool querem processar a UEFA pelos problemas antes da final da Liga dos Campeões
Mais de 1.700 adeptos do Liverpool querem processar a UEFA pelos problemas antes da final da Liga dos Campeões© Peter Byrne - PA Images/Getty

O caos que levou ao atraso da última edição da Liga dos Campeões, entre Liverpool e Real Madrid, em Paris, continua a ter repercussões. Desta vez, depois de a UEFA ter sinalizados os adeptos do Liverpool e de, tal como a polícia francesa, pedir-lhes desculpa, é noticiado agora que mais de 1.700 ingleses e apoiantes do clube britânico vão processar a UEFA.

De acordo com a BBC, os adeptos alegam que sofreram lesões ou ficaram com traumas psicológicos nos momentos que antecederam a final da Champions, que o órgão que rege o futebol europeu atrasou em 35 minutos.

Só a parceria entre os escritórios Bingham e Pogust Goodhead tem em mãos cerca de 1.450 processos de pessoas que mencionam “cenas terríveis” e negligência.

Ao “The Guardian”, Gerard Long, sócio da Bingham, sugeriu que a maioria dos clientes que representa referem-se a traumas psicológicos. “Algumas pessoas temeram pela vida. Os clientes reportaram ansiedade, stress pós-traumático, pesadelos, [alguns] não querem voltar a um jogo europeu ou até a França.”

E acrescentou: “O nosso caso é que a UEFA, como organizadora [da competição], tem o dever de cuidar das pessoas, que pagaram dinheiro pelos bilhetes, e não o fizeram.”

A BBC escreve ainda que muitos adeptos do Liverpool revelaram terem estado muitas horas na fila para entrar no recinto desportivo, sendo que alguns nem entraram, eventos a que se juntou uma carga policial importante.

"É obviamente um fracasso", reconheceu Didier Lallement, o chefe da polícia de Paris, já depois da poeira assentar, numa comissão montada para investigar o sucedido. "Foi um fracasso porque as pessoas foram empurradas e atacadas. É um fracasso porque a imagem do país foi prejudicada", disse, desculpando-se ainda por ter autorizado o uso de gás lacrimogéneo para dispersar os adeptos.

A final decorreu no dia 28 de maio, no Stade de France, na capital francesa, e culminou na vitória do Real Madrid, por 1-0. Vinícius Júnior fez o golo aos 59’.