Kamala volta a avisar a China sobre Taiwan
Kamala Harris deverá lançar esta quarta-feira novos avisos à China para que não faça qualquer ação contra Taiwan e nada faça para alterar o status quo no Estreito de Taiwan. Os avisos da vice-presidente dos Estados Unidos deverão ser feitos durante a sua visita à base norte-americana de Yokosuka, onde Harris deverá encontrar-se com o contingente militar do seu país. Yokosuka, perto de Tóquio, é a maior instalação militar norte-americana fora dos EUA, contando com 24 mil militares e funcionários civis. É também a base do porta-aviões USS Ronald Reagan, da frota norte-americana no Pacífico.
"Ela vai falar das ameaças [da China] à ordem internacional baseada em regras", incluindo a situação no Estreito de Taiwan, disse um alto funcionário da administração norte-americana, citado pela agência Reuters. Harris também deverá abordar aquilo que os EUA estão a fazer para "repelir esses esforços [da China] e defender as regras e normas internacionais que têm imperado nesta região".
Chips na agenda
A “vice” de Joe Biden deslocou-se ao Japão para assistir ao funeral de Estado de Shinzo Abe, o ex-primeiro-ministro que foi assassinado em julho, e aproveitou a deslocação para contactos de caráter político, militar e industrial.
Numa altura em que o acesso a microprocessadores é cada vez mais decisiva para as grandes potências, Harris reúne-se esta quarta-feira com chefes de empresas japonesas relacionadas com a produção de chips. A administração Biden lançou um ambicioso programa para escalar a produção de microprocessadores, e Harris deverá apresentar aos industriais nipónicos os incentivos para quem invista na produção de chips nos Estados Unidos. O pacote aprovado no mês passado prevê subsídios a este setor na ordem dos 53 mil milhões de dólares (valor equivalente em euros).
Depois do Japão, a nº2 da Casa Branca voa para a Coreia do Sul, sendo esta a terceira vez no espaço de cinco meses que um representante de topo de Washington visita estes dois países, os dois mais importantes aliados dos EUA no Pacífico Norte. Em abril, Joe Biden esteve em Seul e em Tóquio, onde aconteceu a cimeira da organização de segurança Quad, e em agosto Nancy Pelosi também parou nestas duas capitais depois da sua polémica visita a Taiwan.
Kamala na ZDM
A frequência e alto nível destas visitas demonstra a centralidade que a Ásia-Pacífico ganhou na política externa dos EUA à luz da crescente assertividade regional da China, da agressão russa à Ucrânia e das ameaças reiteradas da Coreia do Norte.
Kamala Harris será o primeiro alto representante da Administração Biden a visitar a Zona Desmilitarizada (ZDM), a faixa de quatro quilómetros de largura que separa as duas Coreias. A deslocação acontece pouco depois de Pyongyang ter ensaiado mais um míssil balístico, e num momento em que se estará a preparar para lançar um novo submarino, com capacidade de disparar mísseis balísticos. Também se espera que a qualquer momento o regime de Kim Jong-un retome os ensaios nucleares, violando as resoluções das Nações Unidas.
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