Um incêndio que está activo há três dias é um dos maiores de sempre na zona
O incêndio activo há três dias no concelho de Seia é um dos maiores de sempre no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), onde já consumiu 2500 hectares, disse à agência Lusa o coordenador do Parque, Armando Carvalho.Apesar de estar entre os incêndios com maior extensão, «não foi o mais grave em termos das espécies protegidas destruídas», uma vez que «80 por cento consumiu matos resultantes do abandono de terrenos agrícolas ou regeneração natural», explicou o coordenador.
Por outro lado, as frentes de fogo têm avançado a baixas altitudes da Serra da Estrela.
«Só a partir de altitudes mais elevadas, que não se encontram em mais nenhuma montanha portuguesa, é que temos valores naturais mais raros», sublinhou.
O histórico de incêndio do PNSE mostra que as zonas em causa são áreas que ardem «com alguma periodicidade», o que Armando Carvalho acredita que só será resolvido se houver repovoamento e regresso da actividade agrícola.
Tendo em conta as zonas ardidas, aquele responsável acredita que o incêndio terá pouco impacto nas actividades económicas da montanha.
O fogo poderá até beneficiar o pastoreio, dado que as áreas ardidas deverão dar origem a novas zonas de pasto após as chuvas.
Contudo, a destruição da cobertura vegetal vai dar origem a maior erosão da paisagem.
«Estamos a falar de zonas de serra e, quanto maior o declive, maiores vão ser os problemas», destacou.
«Agora, tudo depende das condições climatéricas que se seguirem, nomeadamente, a quantidade de precipitação», acrescentou Armando Carvalho.
«Não diria que a situação seja grave, mas obviamente que vamos ter problemas com a erosão», concluiu.
O fogo deflagrou na terça-feira em Aldeia da Serra, poucos quilómetros acima de Seia, progrediu em direcção a São Romão, a partir de onde iniciou depois a progressão serra acima.
As chamas só foram travadas na Lagoa Comprida, cercaram a aldeia do Sabugueiro e cortaram a estrada para Loriga.
O fogo mantém várias frentes activas na encosta entre Seia e Gouveia, com 255 operacionais com 81 veículos e três meios aéreos.
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