Incêndio na Serra da Estrela já atingiu cinco concelhos e consumiu mais de 14 mil hectares
Ao sétimo dia de incêndio, as chamas que lavram na Serra da Estrela continuam a não dar descanso aos bombeiros.
O fogo deflagrou no último sábado no concelho da Covilhã, mas tem avançado nos últimos dias para outros concelhos vizinhos.
Ao início da manhã desta sexta-feira, pelas 9h00, estavam no terreno 1.648 operacionais, apoiados por 502 meios terrestres e sete meios aéreos, de acordo com a informação disponível no site da Proteção Civil.
Na quinta-feira, cinco bombeiros ficaram feridos, três dos quais com gravidade. Os operacionais tiveram um acidente com uma viatura dos bombeiros de Loures quando se deslocavam para uma frente de fogo em Celorico da Beira.
Na quinta-feira, o Governo negou qualquer descoordenação no combate ao incêndio. A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, admitiu no entanto que há sempre algum tipo de falhas em cenários "complexos".
Em entrevista ao Telejornal da RTP, Patrícia Gaspar explicou que as autoridades não consideraram necessário, até ao momento, ativar o Mecanismo Europeu de Combate a Incêndios que permite ter a ajuda de mais meios no terreno.
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Por sua vez, o antigo presidente do Observatório Independente para a Análise de Incêndios Florestais, Francisco Castro Rego, lamenta que o observatório criado após o incêndio de Pedrógão Grande há cinco anos já não exista.
O incêndio que continua a lavrar na Serra da Estrela é, até agora, o maior do ano. Ocorre numa zona classificada como património mundial da UNESCO, uma distinção que tinha sido alcançada há apenas dois anos.
José Moraes Cabral, presidente da Comissão Nacional da UNESCO, não acredita que o incêndio leve à desqualificação do Geopark. No entanto, uma equipa de especialistas deverá ter de avaliar no local o que ficou danificado pelo fogo.
José Conde, biólogo do Centro de Interpretação da Serra da Estrela, fala em “perdas de biodiversidade muito significativas” com este incêndio, não só ao nível dos habitats mas também das espécies de fauna e flora no parque natural.
Em declarações ao Bom Dia Portugal, Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, considerou que este incêndio está a provocar danos "irreparáveis" à região.
São áreas "únicas que estão destruídas e que demoraram centenas de anos, milhares de anos" para que se chegasse a determinado tipo de vegetação e à "paisagem marcante daquela zona".
"Esta dimensão do incêndio é absolutamente dramática em termos ambientais, para além obviamente dos impactos sociais que também temos de considerar", acrescentou. ###1425841### Para esta sexta-feira, cerca de 70 concelhos do interior Norte e Centro e Alto Alentejo estão em risco máximo de incêndio.
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