Lola foi ver o torneio de ténis de Cincinnati, mas quis também mostrar o seu apoio à Ucrânia, país onde a Rússia iniciou uma guerra em fevereiro. Mas o gesto acabou por fazer com que fosse obrigada a abandonar um jogo entre duas tenistas russas. Segundo a organização, por causa da dimensão da bandeira

Adepta leva bandeira ucraniana para jogo entre duas tenistas russas e é obrigada a sair. Organização diz que foi uma questão de dimensão
© Robert PrangeAdepta leva bandeira ucraniana para jogo entre duas tenistas russas e é obrigada a sair. Organização diz que foi uma questão de dimensão

O torneio de ténis de Cincinnati está a ser ofuscado por uma polémica que teve origem no jogo entre duas tenistas russas: Anastasia Potapova e Anna Kalinskaya. Lola, uma mulher que assistia à partida na bancada, foi informada pela árbitra Morgane Lara que deveria deixar o recinto. Tudo isto porque a adepta estava enrolada numa bandeira ucraniana, país que a russa invadiu em fevereiro. O pedido para que Lara interviesse terá partido de uma das jogadoras.

Lola, que também usava uma coroa de flores ucraniana, disse mais tarde aos jornalistas que inicialmente se tinha recusado a sair, mas um segurança avisou-a que a polícia seria chamada ao local se ela continuasse a fazê-lo. Além disso, a adepta revelou que antes de ser confrontada por Lara, a árbitra interrompeu o jogo e falou com as duas jogadoras.

De acordo com o jornalista Ben Rothenberg, a árbitra disse a Lola que não era "simpático" estar na bancada com aquela bandeira, ao que ela respondeu: “O que não é simpático é invadir um país”.

Numa entrevista com a estação televisiva local 'WKRC Local 12', Lola acrescentou: "A mensagem que recebi foi que estava a agitar as jogadoras russas. Eu disse: 'Não vou retirar [a bandeira]'. Continuaram a jogar durante um minuto ou dois. Depois voltaram a parar o jogo e o segurança veio ter comigo e disse: 'Senhora, vou chamar a polícia se não se for embora'. Tínhamos a nossa bandeira ucraniana, não estávamos a fazer nada louco ou a distrair as jogadoras, estávamos sentados ali pacificamente e em silêncio".

Reagindo ao sucedido, os outros adeptos presentes nas bancadas defenderam Lola, mencionando a liberdade de expressão e o facto de estarem num país livre. Mas sem sucesso. Até porque já longe do jogo, mas ainda no recinto do torneio, a adepta voltou a ser abordada pelo mesmo segurança que lhe pediu para retirar a bandeira ou abandonar o torneio.

"Isto não é a Rússia. Isto são os Estados Unidos da América", acrescentou Lola, uma americana originária do Uzbequistão.

Numa declaração, a organização do torneio justificou a decisão da árbitra e do segurança com a dimensão da bandeira. Ou seja, por ser muito grande pertence ao conjunto de objetos proibidos no recinto. Questionado sobre a razão que a árbitra deu para ter pedido a uma adepta para abandonar o court, um porta-voz respondeu: "Perguntas relativas aos árbitros precisam de ser dirigidas ao WTA Tour".

O ex-tenista ucraniano Alexandr Dolgopolov foi um dos que reagiu ao incidente nas redes sociais. “A todas as pessoas que admiravam o meu ténis e planeiam visitar os torneios dos EUA, peço que levem uma bandeira da Ucrânia a todos os jogos com jogadores russos ou bielorrussos a que assistirem. O nosso país está a afogar-se em sangue e violência bárbara, nenhum russo intimidará um apoiante silencioso com uma bandeira da Ucrânia! Tenham algum respeito” lê-se.