Maria Madalena
Santa Maria Madalena | |
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Maria Madalena em Êxtase atribuída a Caravaggio (1606) | |
Penitente; Igual aos apóstolos | |
Nascimento | Magdala (?) Século I AD |
Morte | (?) Século I AD |
Veneração por | Igreja Católica, Igreja Anglicana e Igreja Ortodoxa |
Festa litúrgica | 22 de Julho |
Atribuições | Ocidente: Alabastro com pomada, cabelos longos e agarrada à parte inferior da cruz. Oriente: pote de pomada de mirra, segurando um ovo de páscoa (símbolo da ressurreição), abraçando os pés de Cristo após a Ressurreição. |
Padroeira | Atrani, boticários, cabeleireiros, Casamicciola Terme, convertidos, curtumeiros, Elantxobe, fabricantes de perfumes, fabricantes de luvas, farmacêuticos, La Magdeleine, mulheres, pecadores arrependidos, pessoas ridicularizadas por sua piedade e vida contemplativa.[1] |
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Maria Madalena (em grego: Μαρία ἡ Μαγδαληνή) ou Maria de Magdala, é descrita no Novo Testamento como uma das seguidoras mais dedicadas de Jesus Cristo. É considerada santa pelas diversas denominações cristãs e sua festa é celebrada no dia 22 de julho.
A Igreja Católica, seguindo São Gregório Magno, além de a identificar como a "pecadora" de Lucas 8:2, algo que a moderna exegese desmente,[2][3] também a identifica como sendo a mesma Maria de Betânia, irmã de Lázaro, e celebra as "Três Marias" em uma única festa. A Igreja Ortodoxa, ao contrário, seguindo Orígenes, distingue as três figuras, celebrando três festas diferentes,[4] nomeadamente no segundo domingo após a Páscoa.
"Madalena" não era o seu sobrenome, como popularmente se acredita. No seu tempo de vida o conceito de "sobrenome" não existia entre o povo judeu. O nome "Madalena" na realidade é um adjetivo que a descreve como sendo natural de Magdala, cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galileia.
Maria Madalena no Novo Testamento
Ela acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; Lucas 11:26; Marcos 16:9). Esteve presente na crucificação e no funeral de Cristo, juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres (Mateus 27:56; Marcos 15:40; Lucas 23:49; João 19:25). Após o pôr do sol do dia sagrado judaico, o sábado, quando este findava, segundo o costume bíblico, ela comprou certos perfumes a fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era costume. Permanecera na cidade durante todo o sábado, e no dia seguinte, de manhã muito cedo, "quando ainda estava escuro", foi ao sepulcro. Maria estava da parte de fora, a chorar, debruçou-se para dentro do túmulo e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Perguntaram-lhe: "Mulher, por que choras?" E ela respondeu: "Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram", dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, mas não O reconheceu. E Jesus disse-lhe: "Mulher, por que choras? Quem procuras?" Ela, pensando que era o encarregado do Horto, disse-Lhe: "Senhor, se foste tu que O tiraste, diz-me onde O puseste, que eu vou buscá-l'O". Disse-lhe Jesus: "Maria!" Ela aproximando-se exclamou em hebraico: "Rabbuni!", que quer dizer Mestre! Jesus disse-lhe: "Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vais ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para O meu Pai que é vosso Pai, para O meu Deus que é vosso Deus'". Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: "Vi o Senhor!" E contou o que Ele lhe tinha dito (João 20:18; Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-11; Lucas 24:1-10; João 20:1-2). Nada mais se sabe sobre ela a partir da leitura dos evangelhos canónicos.
Em Lucas 8:2, faz-se menção, pela primeira vez, de "Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios". Não há qualquer fundamento bíblico para considerá-la como a prostituta arrependida dos pecados que pediu perdão a Cristo; também não há nenhuma menção de que tenha sido prostituta.[5][6] Este episódio é frequentemente identificado com o relato de "Maria aos pés de Jesus" em Lucas, ainda que não seja referido o nome da mulher em causa. O retrato de Maria Madalena como prostituta começou após uma série de sermões pascais proferidos em 591, quando o Papa Gregório I associou Maria Madalena, que é apresentada em Lucas 8:2, com Maria de Betânia (Lucas 10:39) e a inominável "mulher pecadora" que unge os pés de Jesus em Lucas 7:36-50. Isto resultou numa crença generalizada de que ela era uma prostituta arrependida, ou uma mulher promíscua. [7]
No livro Aos Pés de Jesus (2000), também o escritor adventista Doug Batchelor levanta a hipótese de que Maria Madalena, Maria de Betânia (irmã de Marta e Lázaro), a pecadora de Lucas 7 e a adúltera de João 8 tenham todas sido a mesma pessoa.
Teorias
Alguns escritores e estudiosos contemporâneos, principalmente Margaret George, Henry Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, autores do livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada (1982), e Dan Brown autor do romance O Código da Vinci (2003), narram Maria Madalena como uma apóstola, mulher de Cristo que teve com ele, inclusive, filhos. Nessas narrações, tais fatos teriam sido escondidos por revisionistas cristãos que teriam alterado os Evangelhos.
Estes escritores teriam baseado suas afirmações nos Evangelhos Canônicos e nos livros apócrifos do Novo Testamento, além dos escritos gnósticos. Segundo os evangelhos aceitos pela Igreja Católica, Jesus Cristo, o "filho de Deus", não veio à Terra para se casar e muito menos ter filhos. Portanto, para os preceitos desta Igreja, Maria Madalena não foi e nem poderia ter sido a esposa de Jesus Cristo.
Tornou-se muito célebre, com a divulgação do livro de Dan Brown, o argumento de que na tela A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, a personagem que está à sua direita, com traços femininos, seja Maria Madalena e não o apóstolo João, como outros defendem. O facto de Jesus não envergar nenhum cálice - o Graal - poderá levar a interpretações que consideram "flagrantemente abusivas" do ponto de vista histórico e religioso, como acreditar que Maria Madalena é, de facto, o "cálice sagrado" onde repousa o "sangue de Cristo" ou seja, que ela estaria grávida de Jesus Cristo.[carece de fontes]
Praticamente todos os teólogos e historiadores sérios consideram inaceitável e totalmente destituída de qualquer credibilidade a história narrada no romance fictício de Dan Brown. Argumentam que Leonardo da Vinci se inspirou no Evangelho de João (em João 21:20), num trecho que fala do "discípulo amado" - que seria o próprio apóstolo João - e não propriamente nas passagens referentes à instituição da Última Ceia, sendo São João Evangelista apresentado como o jovem imberbe pintado ao lado de Cristo na célebre obra renascentista.[carece de fontes]
O Evangelho de Maria Madalena
O Evangelho de Maria Madalena, descoberto em 1896 ou 1945 no Egipto, [7]traz uma nova interpretação de quem teria sido Maria Madalena. Segundo este texto gnóstico, ela teria sido uma discípula de suma importância à qual Jesus teria confidenciado informações que não teria passado aos outros discípulos, sendo por isso questionada por Pedro e André. Ela surge ali como confidente de Jesus, alguém, portanto, mais próximo de Jesus do que os demais.[8]
O rosto de Maria Madalena
Em julho de 2015 foi revelado o rosto de Maria Madalena, reconstruído digitalmente através de imagens do seu crânio exposto na França usando a técnica de Fotogrametria. O projeto foi realizado pela Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal (Ebrafol) com a contribuição do designer 3D Cícero Moraes.[9][10]
Obras sobre Maria Madalena
Há pelo menos 3 filmes de longa-metragem que retratam a história de Maria Madalena:
- Um filme mexicano de 1946, intitulado [[María Magdalena, pecadora de Magdala", com Medea de Novara no papel principal.
- Um filme italiano de 2000, estrelado por Maria Grazia Cucinotta
- Um filme estadunidense de 2018, com Rooney Mara como Maria Madalena.
A rede de televisão mexicana fez em 2018 uma série sobre Maria Madalena, interpretada por María Fernanda Yepes.
Referências
- ↑ «Índice sobre a patronagem dos santos (em inglês)». Consultado em 6 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 30 de dezembro de 2008
- ↑ Almada, P. Gonçalo Portocarrero de (22 de Julho de 2017). «Maria Madalena: a apóstola dos apóstolos». Observador
- ↑ «El País: Maria Madalena era "uma mulher rica", não uma prostituta»
- ↑ Santa Maria Madalena, penitente, evangelhoquotidiano.org
- ↑ Revista Época, A companheira de Jesus[ligação inativa]
- ↑ «Quadrante, Sociedade de Publicações Culturais». Consultado em 13 de abril de 2009. Arquivado do original em 25 de outubro de 2007
- ↑ ab «Mary Magdalene, the clichés». BBC (Arq. em WayBack Machine). 20 de Julho de 2011
- ↑ «The Gospel According to Mary Magdalene». The Gnostic Society Library. Consultado em 9 de Fevereiro de 2021
- ↑ Fantástico: Brasileiros reconstituem rosto que seria de Santa Maria Madalena
- ↑ G1, Portal. «Rosto de Maria Madalena recriado por brasileiros é apresentado na França». Consultado em 27 de Julho de 2015
Bibliografia
- King, Karen L. (2003) - The Gospel of Mary of Magdala: Jesus and the First Woman Apostle - Polebridge Press
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