terça-feira, 1 de março de 2022

RUY DE CARVALHO - ACTOR PORTUGUÊS - COMPLETA HOJE 95 ANOS DE IDADE - PARABÉNS - 1 DE MARÇO DE 2022

 

Ruy de Carvalho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ruy de Carvalho
Ruy de Carvalho, retratado por Bottelho
Nome completoRui Alberto Rebelo Pires de Carvalho
Nascimento1 de março de 1927 (94 anos)
LisboaPortugal
Nacionalidadeportuguês
OcupaçãoAtor
Atividade1951-presente
CônjugeRuth Carvalho (1955-2007)(†) [1]
Outros prémios
Medalha de Mérito Cultural (1990)

Prémio Sophia (2017)

Página oficial

Rui Alberto Rebelo Pires de Carvalho, mais conhecido por Ruy de Carvalho [2] GCSE • GCIH • GCM • GCMA (Lisboa1 de março de 1927) é um ator português. Com uma vasta carreira em cinema, teatro e televisão, ganhou proeminência nas décadas de 1950 e 1960, tendo uma das maiores carreiras de que há registo.

Biografia

É filho de João Rebelo Pires de Carvalho. Inicia-se no teatro, como amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa, com a peça O Jogo para o Natal de Cristo, com encenação de Ribeirinho.[3] De 1945 a 1950, frequentou o Conservatório Nacional, cujo Curso de Teatro/Formação de Actores terminou em 1950, com 18 valores. Teve dois irmãos atores, João de Almeida e Maria Cristina, falecida em 2003.

Estreia-se profissionalmente, em 1947, no Teatro Nacional (Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro), na comédia Rapazes de Hoje, de Roger Ferdinand. Faz teatro radiofónico na RCP pela primeira vez com a peça A Menina da Fonte das Bicas, onde faz par romântico com Isabel Wolmar[4]. Em 1950, fica conhecido pela sua interpretação de Eric Birling em Está lá Fora um Inspector, de J. B. Priestley (1951), estreado no Teatro Avenida. Nesse mesmo ano, ingressa no Teatro do Povo (mais tarde Teatro Nacional Popular), onde faz todas as temporadas de Verão, sob a direção de Ribeirinho, até 1958. Em 1954 participa na revista E o Fado Caiu no Samba no Teatro Monumental.[5] Importante ator da sua geração, funda, em 1961, o Teatro Moderno de Lisboa, um grupo teatral progressista, que revela autores nunca representados em Portugal, à revelia da censura. Em 1963, vai para o Porto e assume a direção artística do Teatro Experimental do Porto (TEP), onde realiza a sua única experiência como encenador, em Terra Firme, de Miguel Torga.

Faz ainda parte de outras companhias, como a companhia de Laura Alves, a Companhia Rafael de Oliveira ou a companhia sediada no Teatro Maria Matos, com as quais efectua digressões ao Brasil e a África. Em 1977, está no relançamento do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), a cuja companhia pertence até à sua extinção. Trabalha com Filipe La Féria em espetáculos como Passa Por Mim no Rossio (TNDMII, 1992), Maldita Cocaína (Teatro Politeama, 1994) ou A Casa do Lago, de Ernest Thompson (Teatro Politeama, 2002).

Interpreta outros autores como MolièreTennessee WilliamsGeorge Bernard ShawAnton Tchekhov, D. Francisco Manuel de MeloEça de QueirozLuís de Sttau MonteiroLuiz Francisco Rebello, entre outros. Cumprindo um velho sonho, protagoniza, em 1998, sob a direção de Richard Cottrell, o clássico Rei Lear, de William Shakespeare, integrado nas comemorações dos 150 anos do Teatro Nacional e dos 50 anos da sua carreira de ator.

Em Espanha, participa no concerto de encerramento da temporada do Teatro Monumental de Madrid, intitulado Orfeu, com textos de Fernando Pessoa e música especialmente concebida para si pelo compositor Pablo Rivière. A convite do encenador Simon Suarez, é protagonista da ópera Fígaro, de José Ramon Encinar, levada à cena no Teatro Lírico La Zarzuela.

A sua atividade estende-se igualmente à rádio e à televisão, tendo participado, nomeadamente na RTP, no Monólogo do Vaqueiro (1957), em séries e telenovelas.[3]

No cinema, estreou-se em 1951, com Eram 200 Irmãos, de Armando Vieira Pinto, mas foi nos anos 1960 que o seu trabalho se tornou mais relevante nesse campo. Da sua filmografia, destacam-se Pássaros de Asas Cortadas, de Artur Ramos (1963), Domingo à Tarde, de António de Macedo (1965) que também o dirigiu em A Bicha de Sete Cabeças (1978), O Cerco, de António da Cunha Telles (1969), Cântico Final, de Manuel Guimarães (1974), O Processo do Rei, de João Mário Grilo (1990), entre outros. Com Manoel de Oliveira, deixou marca em Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), A Caixa (1994) e O Quinto Império - Ontem Como Hoje (2004). Para além dos seus filmes como ator, tem emprestado a sua voz, diversas vezes, ao cinema. Participou também em numerosos teatros radiofónicos e trabalhos de dobragem de desenhos animados.

Foi Presidente do Conselho Nacional para a Política da Terceira Idade (CNAPTI) e mandatário da campanha de candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa e da campanha de candidatura de António Carmona Rodrigues à Câmara Municipal de Lisboa, em 2007.

Viúvo de Ruth de Carvalho (Funchal, 27 de dezembro de 1927 – Lisboa, 9 de setembro de 2007), de quem teve um filho e uma filha, Ana Paula Aragão Pires de Carvalho, casada segunda vez com Paulo de Mira Coelho, e três netos, um dos quais o actor Henrique de Carvalho (1 de fevereiro de 1991), e um filho, João de Carvalho, que também seguiu a carreira teatral. É bisavô, pois o neto, Diogo Carvalho, foi pai de uma menina em 26 de novembro de 2015.

Prémios e condecorações

Recebeu Prémios de Imprensa para o Teatro (1962, 1981, 1982, 1986); Prémios de Imprensa para o cinema (1965, 1966, 1971); Prémios da Crítica Especializada (1961, 1962, 1964, 1965, 1981); foi nomeado, em 1987, para o Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura; em 1998, é galardoado com o Globo de Ouro para a Personalidade do ano; foi galardoado com o Prémio Luís de Camões da Universidade Lusíada de Lisboa, o Prémio Byssainha da Fundação Byssaia Barreto; em 1999, é galardoado com o Globo de Ouro de Melhor Ator.

Em termos de condecorações, em 27 de março de 1990, foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural[6]; a 9 de junho de 1993, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique[7]; a 27 de fevereiro de 1998, com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada[7]; a 26 de março de 2010, foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada[7]. A 30 de outubro de 2012, foi elevado a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.[7] A 1 de março de 2017, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.[7]

Prémios

Carreira

Televisão

AnoProjetoPersonagemCanal
1957Monólogo do VaqueiroVaqueiroRTP
1958O Tio Simplício
1962A Dama das CaméliasArmando Duval
1963Os Anjos Estão Connosco
O Baile
Noite de ReisSebastião
1964Os Fidalgos da Casa MouriscaMorgado do Cruzeiro
1965Não Acordem o Menino Jesus
1966O Viajante Sem Bagagem
1969Gente Nova
A Rainha do Ferro Velho
1970A Visita
A Castro
1975Seara de Vento
Schweik na Segunda Guerra MundialBullinger
Legenda do Cidadão Miguel Lino
Português, Escritor, 45 Anos de Idade
24, 25, 26
Angústia Para o Jantar
1976Alves e CompanhiaTeles Medeiros
1979Os Maias
1980Retalhos da Vida de um Médico
1982Vila FaiaGonçalo Lorena Marques Vila
Gente Fina É Outra CoisaGuilherme de Penha Leredo e Solomón Bem-Torrado
1983OrigensGaspar
1988Os Homens da SegurançaCareca
Duarte e Companhia
A Tribo dos Penas BrancasEdward
PasserelleDr. João Senna Rocha
1990O PostoPais da Cunha
1992Passa por Mim no RossioVários personagens
1994Maldita CocainaMédico
Clube ParaísoAlfaiate
1997PolíciasJoaquim
1998Diário de MariaAlberto
1999Major AlvegaAvô
1999/2000Todo o Tempo do MundoLeonardo SerraTVI
2000Crianças S.O.SDr. Paulo Guerreiro
2001Olhos de ÁguaJoaquim Viriato
2001/2002Filha do MarVasco, o "Profeta"
2002Gente Feliz com LágrimasGuerreiro
O Crime
Sonhos TraídosJosé Teixeira Pinto, Sócrates
2003/2004Saber AmarJorge Macedo Vaz
2004O Teu OlharTeófilo Garrido
2004/2005Inspector MaxDr. João Ferreira
2006Tempo de ViverArtur Mendes
2007Deixa-me AmarCésar Augusto
2008/2009Olhos nos OlhosDionísio
2008EquadorMonsenhor José Atalaia
2009SentimentosCarlos Dias
2010/2011SeduçãoHumberto Almeida
2012O MarceneiroAlfredo
2012/2013Louco AmorÓscar Ribeirinho
2013/2014Destinos CruzadosInácio Candeias
2013/2015Bem-Vindos a BeiraisViriato MontenegroRTP
2016Massa FrescaLuciano CastroTVI
2017Inspetor MaxJoão Ferreira
O SábioJacinto HomemRTP
2019/2020NazaréFloriano MarquesSIC

Cinema

AnoTrabalhoPersonagemRealizador
1951Eram 200 IrmãosAntónioArmando Vieira Pinto
1959A Luz Vem do AltoVoz do Padre ManuelHenrique Campos
1961RaçaDoutor BernardoAugusto Fraga
1962O Elixir do DiaboThor L. Brooks
1963Pássaros de Asas CortadasFranciscoArtur Ramos
1965Domingo à TardeJorgeAntónio de Macedo
1969O CercoAntónio da Cunha Telles
1974Cântico FinalMário GonçalvesManuel Guimarães
1978A Bicha de Sete CabeçasAntónio de Macedo
1985Atlântida: Do Outro Lado do Espelho GuruDaniel Del Negro
1990O Processo do ReiDoutor Martim dos ReisJoão Mário Grilo
Non, ou a Vã Glória de MandarManoel de Oliveira
1992O Dia do DesesperoVozManoel de Oliveira
1993Vale AbraãoPaulino CardeanoManoel de Oliveira
1994A CaixaTaberneiroManoel de Oliveira
1996O JudeuPadre PantojaJom Tob Azulay
2000Capitães de AbrilAntónio de SpínolaMaria de Medeiros
2002A SelvaComendadorLeonel Vieira
2004O Quinto ImpérioConselheiroManoel de Oliveira
2005O Crime do Padre AmaroAbade CostegaçaCarlos Coelho da Silva
2007CorrupçãoJuíz PresidenteJoão Botelho
2009Second LifeGuidoMiguel Gaudêncio e Alexandre Valente
2011A Morte de Carlos GardelSr. SeixasSolveig Nordlund
2016A Canção de LisboaProf. AnatomiaPedro Varela
2016Refrigerantes e Canções de AmorAnísioLuís Galvão Teles

Referências

  1.  https://maisfutebol.iol.pt/nacional/famosos/ruy-de-carvalho-recorda-a-mulher-que-morreu-em-2007
  2.  «Certidão de lista de associadas da Audiogest» (PDF). IGAC/Ministério da Cultura. 25 de julho de 2007. Consultado em 6 de janeiro de 2014. Arquivado do original (pdf) em 24 de dezembro de 2013
  3. ↑ Ir para:a b Infopédia. «Ruy de Carvalho - Infopédia»Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 4 de agosto de 2021
  4.  DIAS, Patrícia Costa (2011). A Vida com um Sorriso - Histórias, experiências, gargalhadas, reflexões de Isabel Wolmar. Lisboa: Ésquilo. p. 39-40. ISBN 978-989-8092-97-7OCLC 758100535
  5.  http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06522.060.14013#!4
  6.  «Medalhas de Mérito Cultural» (PDF). Como "Rui de Carvalho". Ministério da Cultura. Outubro de 2008. Consultado em 6 de julho de 2010. Arquivado do original (PDF) em 3 de agosto de 2010 |urlmorta= e |datali= redundantes (ajuda)
  7. ↑ Ir para:a b c d e «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvalho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 12 de fevereiro de 2018

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