terça-feira, 22 de março de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA - 27º DIA - 22 DE MARÇO DE 2022

 2h10 - Governo pede a cidadãos de Donbass que resistam à mobilização forçada

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, pediu hoje aos habitantes da região de Donbass que resistam à mobilização forçada realizada pelo exército russo, sublinhando que as diferenças entre os cidadãos ucranianos serão abordadas no futuro.

Reznikov apelou aos cidadãos da região no leste da Ucrânia para que "tentem evitar a mobilização forçada, de qualquer maneira”, porque “isso salvará as suas vidas".

"Nos últimos dias, o exército ucraniano tem capturado cada vez mais pessoas que foram mobilizadas à força e lançadas em combate como ‘carne para canhão’ pelos ocupantes russos. Sabemos ambos que a escala da mobilização forçada está a crescer", disse o ministro dirigindo-se aos cidadãos do Donbass, território disputado por separatistas pró-russos.

Reznikov afirmou que as pessoas de Donbass mobilizadas pelos ocupantes "não estão incluídas nas estatísticas de perdas do exército da Rússia”, porque os russos consideram-nas “dispensáveis”.

"Nós ainda os consideramos cidadãos da Ucrânia, como antes. Consideramo-los como um de nós. Se não cometeram crimes, estão seguros. Vamos lidar com as diferenças mais tarde", disse o governante.

No caso de ter sido forçado a alistar-se no exército russo, Reznikov apelou aos destinatários da mensagem para ficarem do lado das forças ucranianas "o mais rápido possível".

"Todos aqueles que depuserem as armas estarão a salvo. Trataremos de tudo. O principal é evitar o irreversível e salvar vidas. Se estão a cometer crimes, mas querem fugir, fujam. Ou rendam-se. Mas muito rapidamente", acrescentou o ministro.

Reznikov disse ainda que aqueles que cometeram crimes "poderão voltar à vida normal depois de cumprirem a sua pena”.

“Precisaremos de mãos extras para recuperar Donbass depois de a limpar dos ocupantes", declarou.

(Agência Lusa)

11h54 - Reforço da NATO a leste. "Portugal vai responder presente"

O primeiro-ministro deslocou-se esta terça-feira ao Campo Militar de Santa Margarida, acompanhado pelo ministro da Defesa. Os governantes assistiram a uma demonstração tática da companhia do exército que será destacada para a Roménia, no quadro das forças de dissuasão da NATO.

"Perante a atual agressão da Rússia à Ucrânia, a NATO entendeu reforçar a sua presença na frente de leste e criar novos grupos de combate, designadamente na Roménia", recordou António Costa.###1393101###

"Portugal vai, como sempre, responder presente àquilo que nos é solicitado, que é empenhar os nossos meios, as nossas forças, na capacidade de reforçar a dissuasão para defender a paz no território da NATO", continuou.

"Todos desejamos que não se estenda a nenhum dos nossos países o terror que, através da televisão, temos vindo a assistir e que decorre na Ucrânia", acentuou o primeiro-ministro.

11h50 - Países Baixos congelaram 430 milhões de euros em ativos e transações russas

11h33 - Aviões russos apreendidos no estrangeiro

Setenta e oito aviões russos foram apreendidos no estrangeiro, avança a agência Interfax que cita o ministro dos Transportes da Rússia, Vitaly Savelyev, numa altura em que Moscovo se debate com as consequências das sanções internacionais.

As sanções cortaram o fornecimento da maioria dos aviões a peças e serviços. As companhias aéreas russas têm 515 aviões no estrangeiro.

11h25 - Dez hospitais ucranianos destruídos desde o início da guerra

O ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Lyashko, afirmou que dez hospitais tinham sido completamente destruídos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, e que vários não podem ser reabastecidos com medicamentos devido aos combates nas proximidades.

11h10 - Correspondente do Channel One em Paris demitiu-se

Zhanna Agalakova jornalista da emissora russa Channel One e correspondente em Paris apresentou a demissão em protesto contra a guerra que está a ser travada pela Rússia na Ucrânia.

“Já não posso fazer este trabalho”, afirmou Agalakova que acredita que a televisão estatal russa está a ser “utilizada para fazer propaganda do Kremlin e que as autoridades estão há anos a asfixiar os meios de comunicação social independentes”, avança a Reuters.

11h00 - Primeiro-ministro italiano denuncia a “arrogância” da Rússia

Mario Draghi considera que a Ucrânia ofereceu uma resistência “heroica” à invasão Russa e frisou que a Itália “apoiaria a proposta de Kiev de aderir à União Europeia”.

“A arrogância do governo russo colidiu com a dignidade do povo ucraniano, que conseguiu travar os objetivos expansionistas de Moscovo e impor um enorme custo ao exército russo”, afirmou Draghi depois do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, se ter dirigido aos parlamentares italianos.

10h44 - Presidente ucraniano falou com o Papa Francisco

Volodymyr Zelenskiy revelou que falou com o Papa Francisco e que saudaria o papel mediador da Santa Sé junto de Moscovo.

“Falei com Sua Santidade sobre a difícil situação humana que estamos a viver na Ucrânia e o bloqueio dos corredores humanitários pelas tropas russas. O papel mediador da Santa Sé seria apreciado”, afirmou o Presidente ucraniano.

10h10 - Zelensky fala ao Parlamento italiano

O Presidente ucraniano apela à paz e afirma que o seu país é “a porta de entrada” da Rússia na Europa.

“O nosso povo tornou-se um exército”. Zelensky alerta que a Ucrânia está no limite da sobrevivência e compara o ataque russo com o que aconteceu na II Guerra Mundial, com os nazis.

117 crianças mortas. “O preço de adiar a pressão” sobre a Rússia, diz Zelensky. ###1393083### O presidente ucraniano diz que morreram mais 38 crianças na guerra, além de um primeiro balanço feito de 79 crianças mortas. É “o preço de adiar a pressão” sobre a Rússia, diz Zelensky, falando ainda dos milhares de pessoas atingidas, das valas comuns e de um número de mortos que vai continuar a aumentar a cada dia que passa.
E garante que há cidades que estão completamente destruídas.
Zelensky recorda que a invasão russa começou há quase um mês e apela a mais sanções contra o Kremlin. E volta a insistir num encontro com o seu homólogo russo.

O presidente ucraniano frisa que a “guerra tem de acabar o mais rapidamente possível” e que a “Rússia está a matar a população”.

Zelensky alerta para eventual problema da fome e lembra que a Ucrânia sempre foi um dos maiores produtores de cereais e que a guerra está a impedir essa produção.
“Glória à Ucrânia e muito obrigada à Itália”, terminou Zelensky, a que se seguiu aplausos de pé no parlamento de Itália.

10h00 - Paquistão sugere a Estados Islâmicos que considerem mediação no conflito

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, sugeriu aos países islâmicos que debatessem a mediação de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.

9h55 - Ucrânia insta Rússia a deixar entrar ajuda humanitária

A vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk exorta a Rússia a permitir o abastecimento de ajuda humanitária à cidade de Mariupol e a deixar sair os civis.

“Exigimos a abertura de um corredor humanitário para os civis”, afirmou Iryna Vereshchuk numa entrevista à televisão ucraniana.

A vice-primeira-ministra ucraniana afirma também que a Rússia está a impedir fornecimentos humanitários à cidade de Kherson, no sul do país.

9h40 - Zelensky deve falar hoje perante o parlamento de Tóquio

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky vai participar numa sessão do Parlamento do Japão, através de vídeo conferência, iniciando novos contactos a nível internacional para reunir apoios contra a invasão da Rússia.

O chefe de Estado ucraniano vai dirigir-se aos parlamentares japoneses a partir das 18:00 locais (09:00 em Lisboa), confirmou hoje o comité executivo do principal órgão legislativo do Japão composto por 465 deputados.

Zelensky vai dirigir-se à Câmara Baixa do Parlamento de Tóquio através de meios remotos mas é possível que se verifiquem alterações de horário inesperadas devido à situação na Ucrânia.

Hoje, Zelensky prevê dirigir-se também ao Parlamento italiano na sequência do que já aconteceu nos parlamentos da Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.

(Agência Lusa)

9h26 - Quase mil edifícios destruídos em Kharkiv

As autoridades ucraniana revelaram que os bombardeamentos russos na cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia e a 50 quilómetros da Rússia, já destruíram mais de mil edifícios, a maioria dos quais residenciais.

As forças russas estão a bombardear Kharkiv há mais de três semanas e pelo menos 500 civis foram mortos, revela a BBC.

9h09 - Ataque russo a Kiev é “suicídio”

Um dos conselheiros do Presidente Zelensky afirma que ataque russo a Kiev é “suicídio”. Segundo a Reuters, Oleksiy Arestovych afirmou ainda que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia poderá terminar entre duas a três semanas.

8h53 - Mais de 3.528 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia, revela o ACNUR

Desde o início da ofensiva russa, 3.528.346 pessoas fugiram da Ucrânia para o estrangeiro.

Mais de dois milhões atravessaram a fronteira para a Polónia, frisa o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados..

8h31 - Presidente da câmara de Boryspil aconselha os civis a abandonarem a cidade

Volodymyr Borysenko afirmou que os combates estão próximos da localidade.

“Não há necessidade de estar na cidade, pois já há combates a decorrer à sua volta. Apelo à população civil para que seja inteligente, e saia da cidade assim que surja uma oportunidade”.

A cidade de Boryspil abriga o principal aeroporto internacional ucraniano.

8h25 - Dois iates de Roman Abramovitch atracados na Turquia

Dois iates do milionário russo Abramovitch atracaram no sudoeste da Turquia, que não está a aplicar as sanções impostas pelo ocidente aos oligarcas russos depois da invasão da Ucrânia.

O Eclipse, um navio de luxo de 163 metros de cumprimento com bandeira das Bermudas, atracou esta manhã no porto de Marmaris.

Ontem, o Solaris tinha sido filmado na cidade turística de Bodrum, uma semana depois de ter sido visto num porto de Montenegro, que não é um país membro da União Europeia.

8h14 - Alexei Navalny acusado de fraude pode ser condenado a 13 anos de prisão

Um tribunal russo condenou o crítico do Kremlin a uma pena de prisão por fraude. Alexei Navalny já está a cumprir duas penas e meia no campo de prisioneiros no leste de Moscovo por violações da liberdade condicional.

Os procuradores russos estão a tentar transferir Navalny para uma colónia penal de segurança máxima, a 100 quilómetros a leste de Moscovo, durante 13 anos, sob acusação de fraude e desprezo pelo tribunal.

O opositor mais conhecido de Vladimir Putin está em julgamento desde meados de fevereiro.

7h57 - Ucrânia e Rússia falham acordo para estabelecimento de corredores humanitários em Mariupol

A Ucrânia anunciou esta terça-feira que os esforços para evacuar civis de cidades sitiadas estão focados na cidade de Mariupol. No entanto, não houve nenhum novo acordo com a Rússia para permitir a passagem de civis que continuam retidos.

Em conferência de imprensa, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, apresentou uma lista de vários locais onde será possível retirar civis esta terça-feira, mas a cidade portuária não estava entre eles.

"Estamos a concentrar-nos na evacuação de Mariupol", afirmou, sem mencionar qualquer novo acordo com Moscovo para o estabelecimento de novos corredores humanitários.

7h36 - Forças russas só têm munições, combustíveis e alimentos para "três dias", diz a Ucrânia

O Ministério ucraniano da Defesa indica que as forças russas a operar na Ucrânia "têm munições e reservas alimentares para não mais do que três dias", e enfrentam também uma situação de escassez em combustíveis.
Adiantou ainda que "não foram observadas alterações significativas na posição e natureza das ações das forças de defesa no último dia".
Durante as últimas 24 horas "mais de nove alvos aéreos inimigos foram atingidos", indicando que se tratavam de um avião, seis veículos aéreos não tripulados e dois helicópteros.

"Foram observadas ações mais ativas de aviões inimigos nas últimas 24 horas", de acordo com o relatório de guerra ucraniano.

Ponto da situação ao início da manhã

  • Volodomyr Zelensky diz estar pronto para conversar com Putin sobre o Donbass e a Crimeia de forma a pôr fim às hostilidades. No entanto, o presidente ucraniano exige “garantias de segurança” antecipadas.
Quase um mês desde que se iniciou a invasão, e numa altura em que várias cidades estão sob bombardeamentos, Zelensky afirmou que está aberto a “tentar abordar tudo o que incomoda e desagrada à Rússia”.

Numa entrevista a vários meios de comunicação, na segunda-feira, admitiu que a questão da Crimeia e do Donbass “é complicada”. Tratam-se, respetivamente, da península anexada pela Rússia em 2014 e da região do leste da Ucrânia onde os separatistas pró-Rússia proclamaram duas repúblicas reconhecidas por Moscovo.

“Devemos fazer tudo para que o Donbass e a Crimeia voltem para as nossas mãos. É uma questão de tempo? Sim. Mas agora a questão é conseguir parar a guerra”, afirmou Zelensky, que está disposto a falar diretamente com o homólogo russo.

  • No terreno, os bombardeamentos continuam em cidades fulcrais como Kiev, Kharkiv, Mariupol e Odessa. Na capital, entrou em vigor um novo recolher obrigatório pelas 20h00 de segunda-feira (18h00 GMT), que irá perdurar até às 7h00 de quarta-feira.
A decisão foi anunciada depois de um ataque russo ter visado, no domingo, um centro comercial em Kiev. Foi a investida mais violenta sobre Kiev desde o início do conflito. Moscovo justificou este ataque adiantando que o centro comercial, Retroville, servia como depósito de armas.

  • A situação humanitária em Mariupol é o ponto mais sensível da guerra. A cidade portuária é bombardeada há várias semanas, sem acesso a água, alimentação e energia. Na segunda-feira, o governo ucraniano rejeitou um ultimato russo para a rendição neste centro urbano, que está agora praticamente destruído.
  • Na segunda-feira, vários líderes europeus condenaram a crise humanitária vivida naquela cidade. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, fala em “grande crime de guerra”.

Também o presidente norte-americano Joe Biden, o presidente francês Emmanuel Macron, o britânico Boris Johnson, o alemão Olaf Scholz e o italiano Mario Draghi falaram por videoconferência sobre a “situação crítica” de Maruiupol e sublinharam a urgência no “acesso de ajuda humanitária sem entraves”.

  • Nas últimas horas, Moscovo sugeriu que a Ucrânia tem armas químicas e biológicas prontas a serem usadas neste conflito. Para os Estados Unidos, a afirmação “é um sinal claro de que ele planeia usar esses dois tipos de armas”, afirmou Joe Biden na segunda-feira.

  • Esta semana será de intensa atividade diplomática, com o presidente norte-americano a viajar para Bruxelas na quinta-feira para participar em reuniões da União Europeia, NATO e G7. Biden segue depois para a Polónia, o principal ponto de passagem de refugiados ucranianos em fuga.
Até ao momento, perto de 3,5 milhões de pessoas, sobretudo mulheres e crianças, fugiram da guerra desde 24 de fevereiro, adianta a ONU.

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