Papa Francisco
Francisco | |
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Papa da Igreja Católica | |
266.° papa da Igreja Católica | |
Francisco em 2021 | |
Atividade eclesiástica | |
Congregação | Companhia de Jesus |
Diocese | Diocese de Roma |
Eleição | 13 de março de 2013 (9 anos) |
Entronização | 19 de março de 2013 |
Predecessor | Bento XVI |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 13 de dezembro de 1969 Buenos Aires por Dom Ramón José Castellano |
Nomeação episcopal | 20 de maio de 1992 |
Ordenação episcopal | 27 de junho de 1992 Catedral Metropolitana de Buenos Aires por Dom Antonio Cardeal Quarracino |
Nomeado arcebispo | 3 de junho de 1997 |
Cardinalato | |
Criação | 21 de fevereiro de 2001 por Papa João Paulo II |
Ordem | Cardeal-presbítero |
Título | São Roberto Belarmino |
Brasão | |
Papado | |
Brasão | |
Lema | Miserando atque eligendo (Olhou-o com misericórdia e o escolheu)[1][2] |
Consistório | Consistórios de Papa Francisco |
Dados pessoais | |
Nascimento | Buenos Aires, Argentina 17 de dezembro de 1936 (85 anos) |
Nacionalidade | argentino |
Nome nascimento | Jorge Mario Bergoglio |
Progenitores | Mãe: Regina Maria Sivori Gogna (1911-1981) Pai: Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo (1908-1959) |
Funções exercidas | Bispo-auxiliar de Buenos Aires (1992-1997) -Arcebispo-coadjutor de Buenos Aires (1997-1998) -Arcebispo de Buenos Aires (1998-2013) |
Assinatura | |
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Francisco (em latim: Franciscus), S.J., nascido Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936), é o 266.º Papa da Igreja Católica e atual Chefe de Estado da Cidade Estado do Vaticano, sucedendo ao Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de 2013.[3][4]
É o primeiro papa nascido na América, o primeiro pontífice do hemisfério sul, o primeiro papa a utilizar o nome de Francisco, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1 200 anos[5] (o último havia sido o sírio Gregório III, morto em 741) e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001 — véspera da festa da Cátedra de São Pedro — com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino, pelo Santo Padre São João Paulo II. Foi eleito papa em 13 de março de 2013.
Ao longo de sua vida pública, o Papa Francisco se destacou por sua humildade, ênfase na misericórdia de Deus, visibilidade internacional como papa, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso. Ele é creditado por ter uma abordagem menos formal ao papado do que seus antecessores, por exemplo, escolhendo residir na casa de hóspedes Domus Sanctae Marthae, em vez de nos aposentos papais do Palácio Apostólico usados por papas anteriores. Ele sustenta que a Igreja deve ser mais aberta e acolhedora. Ele não apoia o capitalismo desenfreado, o marxismo ou as versões marxistas da teologia da libertação. Francisco mantém as visões tradicionais da Igreja em relação ao aborto, casamento, ordenação de mulheres e celibato clerical. Ele se opõe ao consumismo e apoia a ação sobre as mudanças climáticas, foco de seu papado com a promulgação de Laudato si'.
Na diplomacia internacional, ele ajudou a restaurar temporariamente as relações diplomáticas completas entre os Estados Unidos e Cuba e apoiou a causa dos refugiados durante as crises migratórias da Europa e da América Central. Desde 2018, ele é um oponente vocal do neo-nacionalismo. Francisco tem enfrentado críticas cada vez mais abertas, particularmente de conservadores teológicos, sobre muitas questões, incluindo a admissão de católicos divorciados e que casaram novamente na Comunhão com a publicação de Amoris laetitia.
Infância e juventude
Jorge Mario Bergoglio nasceu numa família de imigrantes italianos. O seu pai, Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo, nascido em Portacomaro em 2 de abril de 1908 e falecido em 1959, era um trabalhador ferroviário e sua mãe, Regina Maria Sivori Gogna, nascida em Buenos Aires, de pais genoveses, em 28 de novembro de 1911 e falecida em 8 de janeiro de 1981, era dona de casa. Os dois se casaram em Buenos Aires no dia 12 de dezembro de 1935. Mario Giuseppe também jogava basquetebol no San Lorenzo, um dos cinco grandes do futebol argentino e cujas origens haviam sido impulsionadas por um padre. Jorge tornar-se-ia torcedor sanlorencista, já tendo afirmado que não perdeu nenhum jogo do título argentino de 1946, quando tinha então dez anos.[6] Em carta aos dirigentes do clube que o visitaram uma semana após tornar-se Papa, relembrou: "Tem vindo à minha memória belas recordações, começando desde a minha infância. Segui, aos dez anos, a gloriosa campanha de 1946. Aquele gol de Pontoni!".[7][8]
Nascido e criado no bairro de Flores,[9] atual sede do San Lorenzo,[6] o Papa Francisco é o mais velho de cinco filhos, tendo como irmãos: Oscar Adrian Bergoglio (nascido em 30 de janeiro de 1938 e já falecido), Marta Regina Bergoglio (nascida em 24 de agosto de 1940 e falecida em 11 de julho de 2007), Alberto Horacio Bergoglio (nascido em 17 de julho de 1942 e falecido em 15 de junho de 2010) e Maria Elena Bergoglio (nascida em 7 de fevereiro de 1948). Inicialmente, alguns órgãos de mídia teriam afirmado que Jorge Bergoglio fez graduação e mestrado em química, na Universidade de Buenos Aires,[10][11] mais tarde se verificou que esta informação era incorreta, ele tendo apenas um diploma técnico em química pela Escuela Técnica Industrial N° 27 Hipólito Yrigoyen.[12][13] Na juventude, teve uma doença respiratória que numa operação de remoção lhe fez perder um pulmão.[14][15] Durante a sua adolescência, teve uma namorada, Amalia.[16][17][18] Segundo ela, Bergoglio chegou a pedi-la em casamento durante a época, tendo ele inclusive afirmado que, do contrário, se tornaria padre.[19][20][21]
Companhia de Jesus
Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Graduou-se em Filosofia em 1960, na Universidade Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas.[10]
No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel.[22] Após seu doutorado na Alemanha [carece de fontes], foi confessor e diretor espiritual em Córdoba. Francisco fala fluentemente o espanhol (sua língua nativa), italiano,[23][24] relativamente bem francês e alemão, e pouco o inglês,[25][26] assim como o português e o latim.[27][28]
Episcopado
“Genealogia episcopal do Papa Francisco”
- Cardeal Scipione Rebiba † (1541)
- Cardeal Giulio Antonio Santori † (1566)
- Cardeal Girolamo Bernerio, O.P. † (1586)
- Arcebispo Galeazzo Sanvitale † (1604)
- Cardeal Ludovico Ludovisi † (1621)
- Cardeal Luigi Caetani † (1622)
- Cardeal Ulderico Carpegna † (1630)
- Cardeal Paluzzo Paluzzi Altieri degli Albertoni † (1666)
- Papa Bento XIII, O.P. † (1675)
- Papa Bento XIV † (1724)
- Papa Clemente XIII † (1743)
- Cardeal Bernardino Giraud † (1767)
- Cardeal Alessandro Mattei † (1777)
- Cardeal Pietro Francesco Galleffi † (1819)
- Cardeal Giacomo Filippo Fransoni † (1822)
- Cardeal Carlo Sacconi † (1851)
- Cardeal Edward Henry Howard † (1872)
- Cardeal Mariano Rampolla del Tindaro † (1882)
- Cardeal Antonio Vico † (1898)
- Arcebispo Filippo Cortesi † (1921)
- Arcebispo Zenobio Lorenzo Guilland † (1935)
- Bispo Anunciado Serafini † (1935)
- Cardeal Antonio Quarracino † (1962)
- Papa Francisco (Jorge Bergoglio), S.J. (1992)
Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires, com a sé titular de Auca (Aucensi).[22][29] Sua ordenação episcopal deu-se a 27 de junho de 1992, pelas mãos do cardeal Quarracino, de Dom Emilio Ogñénovich e de Dom Ubaldo Calabresi.[30] Em 3 de junho de 1997, foi nomeado arcebispo coadjutor de Buenos Aires.[31] Tornou-se arcebispo metropolitano de Buenos Aires no dia 28 de fevereiro de 1998.
Foi nomeado ordinário para os fiéis de rito oriental sem ordinário próprio,[nota 1] na Argentina, pelo Papa João Paulo II, em 30 de novembro de 1998.[32]
Cardinalato
Foi criado cardeal no Consistório Ordinário Público de 2001,[33] ocorrido em 21 de fevereiro de 2001, presidido pelo Papa João Paulo II, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino.[22] Quando foi nomeado, convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres.[34]
Foi membro dos seguintes dicastérios na Cúria Romana:
- Congregação para o Clero[35][36]
- Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos[36][37]
- Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica[36]
- Pontifícia Comissão para a América Latina[38][39]
- Pontifício Conselho para a Família[40]
Pontificado
Eleição
O cardeal Bergoglio foi eleito em 13 de março de 2013, no segundo dia do conclave, escolhendo o nome de Francisco. Ele é o primeiro jesuíta a ser eleito Papa, o primeiro Papa do continente americano, do Hemisfério Sul e o primeiro não europeu investido como bispo de Roma em mais de 1 200 anos, desde Papa Gregório III, que nasceu na Síria e governou a Igreja Católica entre 731-741.[41][42]
Quando lhe foi perguntado, na Capela Sistina, se aceitava a escolha, disse: "Eu sou um grande pecador, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito".[43] O anúncio (Habemus Papam) foi feito por Jean-Louis Tauran.[44]
O Papa Francisco apareceu ao povo na sacada (ou varanda) central da Basílica de São Pedro por volta das 20 horas e 30 minutos (hora de Roma). Vestindo apenas a batina papal branca, acompanhou a execução da Marcha Pontifical e saudou a multidão com um discurso:
O Papa rezou as orações do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai, dedicando-os ao Papa Emérito. Em seguida, completou:
O Papa abaixou a cabeça em sinal de oração, e toda a praça silenciou por um momento. Por fim, realizou sua primeira bênção Urbi et Orbi, e despediu-se da multidão dizendo "Boa noite, e bom descanso!".[45]
Nome papal
Ao ser eleito, o novo pontífice escolheu o nome de Francisco. Segundo o próprio, uma referência a Francisco de Assis fazendo referência à "sua simplicidade e dedicação aos pobres" e motivado pela frase dita por Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, logo após sua eleição, ainda na Capela Sistina: "Não esqueça dos pobres".[46][47][48] Francisco de Assis (1182 — 1226), padroeiro da Itália, foi o fundador da família franciscana.
O nome do pontífice não será acrescido do ordinal "I" (primeiro) em algarismo romano. Segundo a Santa Sé isso só acontecerá se, um dia, houver um papa Francisco II.[53]
Encontro com o Papa Emérito
No dia 23 de março de 2013, papa Francisco foi recebido para um almoço no Palácio Pontifício de Castel Gandolfo, residência de verão dos papas, por seu antecessor, o agora bispo emérito de Roma Bento XVI. O encontro foi o primeiro entre dois papas em, pelo menos, 600 anos.[54][55]
Consagração do Estado do Vaticano
Na presença do seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, e por ocasião da inauguração de um novo monumento nos jardins do Vaticano, da autoria do artista Giuseppe Antonio Lomuscio, o Papa Francisco consagrou no dia 5 de julho de 2013 o Estado da Cidade do Vaticano a São Miguel Arcanjo e a São José. Durante o ato solene de consagração, o Santo Padre pediu expressamente a São Miguel:
Em relação à consagração feita a São José, o Santo Padre proclamou:
Brasão e lema
Escudo eclesiástico de blau, com um sol radiante e flamejante de jalde carregado do monograma IHS de goles, sobreposta a letra H de uma cruz do mesmo e três cravos de sable postos em pala, sob o monograma – armas da Companhia de Jesus - acompanhado em ponta de uma estrela de oito pontas senestrada de um ramo de flor de nardo, ambos de jalde. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes.[57] Uma mitra papal de argente, com três faixas de jalde. Sob o escudo, um listel de argente com o mote: "MISERANDO ATQVE ELIGENDO", em letras de sable. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.[57]
O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. Nele estão representadas armas da Companhia de Jesus, a qual pertence o pontífice, sendo que a cor blau (azul) simboliza o firmamento e o manto de Maria Santíssima e, heraldicamente, significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza; o sol (radiante de 16 pontas retilíneas e flamejante de dezesseis pontas ondeantes, alternadamente) representa Nosso Senhor Jesus Cristo, o “Sol da Justiça”, reforçado pelo monograma de Cristo: IHS (adotado por Santo Inácio em 1541) sobreposto pela cruz, que sendo de goles (vermelho) simboliza: o fogo da caridade inflamada no coração do Soberano Pontífice pelo Divino Espírito Santo, que o inspira diretamente do governo supremo da Igreja, bem como valor e o socorro aos necessitados, que o Vigário de Cristo deve dispensar a todos os homens.[57]
Os cravos, enquanto instrumentos da paixão, lembram a nossa redenção pelo sangue de Cristo e sua cor, sable (preto), representa: sabedoria, ciência, honestidade e firmeza. A estrela, de acordo com a antiga tradição heráldica, simboliza a Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja;[57] enquanto a flor de nardo simboliza São José, patrono da Igreja Universal, que na tradição da iconografia hispânica, é representado com um ramo de nardo nas mãos. Sendo ambos de jalde, têm o significado heráldico deste metal, já descrito acima. Colocando no seu escudo tais imagens, o Papa pretendeu exprimir a própria particular devoção a Nossa Senhora e ao seu castíssimo esposo. Somadas as três representações, têm-se a homenagem do pontífice à Sagrada Família: Jesus, Maria e José, modelo da família humana que devem ser defendidas pela Igreja.
Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do papa. As duas chaves decussadas, uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. São uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro, relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19). Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A mitra pontifícia usada como timbre, recorda em sua forma e esmalte, a simbologia da tiara, sendo que as três faixas de jalde (ouro) significam os três poderes papais: Ordem, Jurisdição e Magistério, ligados verticalmente entre si no centro para indicar a sua unidade na mesma pessoa.
No listel, o lema "MISERANDO ATQVE ELIGENDO " (Olhando-o com misericórdia o elegeu), foi retirado de uma homilia de São Beda, o Venerável, (Hom. 21; CCL 122, 149-151) que, comenta o evangelho de São Mateus (Mt 9,9), escrevendo "Vidit ergo lesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi Sequere me' ("Viu Jesus a um publicano e, olhando-o com misericórdia, o elegeu e lhe disse: siga-me"). Este lema, presente na Liturgia das Horas da festa de São Mateus, é um tributo à Divina Misericórdia, tendo um significado especial e particular na vida e no itinerário espiritual do pontífice.[58]
Viagens apostólicas
Encíclicas
- Lumen fidei (Luz da Fé), assinada em 29 de junho de 2013, publicada em 5 de julho de 2013. Primeira encíclica do seu pontificado, que havia sido iniciada pelo seu antecessor, Bento XVI.[59]
- Laudato si' (Louvado Seja), publicada em 18 de junho de 2015, apela à ação contra o aquecimento global e a degradação do meio ambiente.[60][61]
- Fratelli tutti (Todos irmãos – sobre a fraternidade e a amizade social).[62][63]
Exortações apostólicas
Fonte: Santa Sé.[64]
- Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), publicada em 24 de novembro de 2013.
- Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual.
- Amoris laetitia (Alegria do Amor), publicada em 8 de abril de 2016.
- Exortação Apostólica sobre a alegria do amor na família.[65]
- Gaudete et exsultate (Alegrai-vos e exultai!), publicada em 19 de março de 2018.
- Exortação Apostólica sobre a chamada à santidade no mundo atual.[66]
Motu próprio
- Carta Apostólica sobre a jurisdição dos órgãos judiciários do Estado da Cidade do Vaticano em matéria penal - 11 de julho de 2013.
- Carta Apostólica sobre a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição de massa - 8 de agosto de 2013.
- Carta Apostólica aprovando o novo Estatuto da Autoridade de Informação Financeira - 15 de novembro de 2013.
- Carta Apostólica Fidelis dispensator et prudens (Administrador fiel e prudente) para a constituição de uma nova estrutura de coordenação para os assuntos econômicos da Santa Sé e do Vaticano - 24 de fevereiro de 2014.
- Carta Apostólica sobre a Transferência da Seção Ordinária da Administração da Sé Apostólica à Secretaria para a Economia - 8 de julho de 2014.
Fonte: Santa Sé.[67]
Criação de cardeais
Em seu primeiro consistório, em 22 de fevereiro de 2014, o Papa Francisco criou dezenove novos cardeais, incluindo o brasileiro Dom Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.[68]
Em seu segundo consistório, realizado em 14 de fevereiro de 2015, Francisco criou vinte novos cardeais, incluindo o patriarca de Lisboa Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, o Bispo de Santiago de Cabo Verde Dom Arlindo Gomes Furtado e o bispo-emérito de Xai-Xai, Dom Júlio Duarte Langa.[69][70][71]
Posicionamentos
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É ligado a setores católicos conservadores na Argentina no que se refere a teologia católica,[72] como o movimento de leigos Comunhão e Libertação,[73] contrário ao aborto, à eutanásia e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Todavia, apresentou durante os anos de episcopado um forte impulso simplificador e modernizante no que se refere a prática e vida pastoral, em especial na administração arquidiocesana de Buenos Aires.
Evita aparições na mídia e possui hábitos simples. Utiliza o transporte coletivo e não frequenta restaurantes.[9] Aprecia música clássica, literatura e é associado[74] e torcedor do clube de futebol San Lorenzo de Almagro.[75][76]
Diálogos com a juventude
O Papa em conjunto com um grupo de rock progressivo Le Orme em 2015 lançou um disco musical chamado Wake Up!,[77] sendo que esta relação com o Rock teve precedente na época do Papa Bento XVI quando se organizou em 2007 um musical de Hard Rock baseado na obra Divina Comédia de Dante Alighieri.[78] Sua conta no Twitter ultrapassou quinze milhões de seguidores em agosto de 2014, sendo que a conta está escrita em nove idiomas.[79]
Tradicionalismo
Embora não seja conhecida especial ligação a nenhum movimento tradicionalista dentro da Igreja Católica, quando era Arcebispo de Buenos Aires, Dom Bergoglio foi um dos primeiros a aplicar as disposições do Motu Proprio Summorum Pontificum,[80] no qual o Papa Bento XVI concede a todo e qualquer padre a faculdade de celebrar a missa no rito tridentino. Dois dias depois da promulgação do Motu Proprio, Dom Bergoglio concedeu uma capela para a celebração da missa tridentina.[81] Fontes tradicionalistas, porém, alegam que o capelão nomeado por Bergoglio para celebrar a Missa tridentina, uma vez por mês, introduzia, com o conhecimento do arcebispo, mudanças na celebração da missa tridentina, que o aproximavam da forma ordinária do Rito Romano, concluindo assim que a aplicação da Summorum Pontificum na arquidiocese de Buenos Aires, de facto, não existiu.[82]
As mesmas fontes, ligadas ao tradicionalismo na Argentina, afirmam ainda que, enquanto arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio teve uma ação inibidora da Missa tridentina, alegadamente proibindo padres de a celebrar. Criticam ainda as suas ações ecuménicas e acusam-no de perseguir os padres que apresentassem um pendor mais tradicionalista, por exemplo, na forma de vestir.[83]
Bioética
O cardeal Bergoglio convidou os seus clérigos e os leigos para que se opusessem ao aborto e à eutanásia.[84] Na conclusão da missa do dia 12 de maio de 2013 na praça de São Pedro quando canonizou os Mártires de Otranto e duas religiosas latino-americanas, o Papa Francisco disse que é importante manter viva a atenção ao respeito pela vida humana desde o momento da concepção. Na ocasião declarou apoio expresso à iniciativa europeia Um de nós, para garantir a tutela jurídica do embrião, e lembrou que "um momento especial para quantos fazem questão de defender a sacralidade da vida humana será o "Dia da Evangelium vitae, que terá lugar no Vaticano, no contexto do Ano da Fé, a 15 e 16 de junho de 2013.", afirmou.[85] Papa Francisco reafirma ainda a condenação de práticas contraceptivas artificiais.[86] Em sua exortação apostólica Amoris Laetitia, o Pontífice explica:
Em diversas ocasiões, Francisco comparou a utilização do recurso ao aborto como solução para problemas à contratação de assassinos de aluguel[87]
Relações homoafetivas
O pontífice é coerente com o Magistério da Igreja Católica com relação à homossexualidade: as práticas realizadas são consideradas intrinsecamente desordenadas, mas os homossexuais devem sempre ser respeitados, devendo procurar a castidade.[88][89][90] De tal forma, enquanto Bispo de Buenos Aires, opôs-se fortemente à legislação argentina que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tendo declarado à época que: "se o projeto de lei que prevê às pessoas do mesmo sexo a possibilidade de se unirem civilmente e adotarem também crianças vier a ser aprovado, poderia ter efeitos seriamente danosos sobre a família".[91] Já como Papa, naquela que foi considerada por alguns meios de comunicação como a mais ousada declaração de um pontífice sobre o assunto, Francisco limitou-se a demonstrar um sentimento de acolhida ao homossexuais, dizendo que "não devem ser marginalizados, mas integrados à sociedade", em coerência com o proposto pelo Catecismo da Igreja Católica (1992):
Em 2013, em entrevista durante o voo de retorno depois de ter participado da Jornada Mundial da Juventude, ocorrida no Brasil, Francisco declarou:
Em outubro de 2020, vários veículos de comunicação publicaram que Francisco havia declarado ser favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo, em uma participação no documentário Francesco, de Evgeny Afineevsky, mas não ao casamento homossexual. Posteriormente outros veículos de comunicação esclareceram que a suposta declaração na verdade é fruto de um excesso de edições em uma fala mais longa do Pontífice, e que sem as edições o sentido de suas palavras dirigiam-se a casos de proteção de direitos da pessoa homossexual como filho ou como irmão, e não a algum tipo de união civil,[94] equívoco até agora não corrigido pelos grandes veículos de comunicação. Essa afirmação vai de encontro ao publicado pelo Pontífice em 2016, na sua exortação apostólica sobre a família Amoris Laetitia.[95]
Em um documento do Vaticano publicado em 15 de março de 2021, e aprovado pelo papa Francisco, a Igreja Católica se posicionou oficialmente contra a concessão de bênção para a união homossexual, por ser um "ato contrário aos desígnios sagrados", nos quais se embasa o catolicismo. Afirma ainda que, mesmo havendo movimentos favoráveis à bênção da Igreja para uniões homossexuais, motivados por uma "sincera vontade de acolhê-los", ela está vinculada aos sacramentos, e não é lícito concedê-la. Entretanto, segundo o mesmo Vaticano, "a Igreja recorda que Deus mesmo não deixa de abençoar cada um de seus filhos peregrinos neste mundo, porque para Ele «somos mais importantes que todos os pecados que podemos cometer»." O documento foi publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé, sendo aprovado pelo papa durante reunião com o arcebispo Giacomo Morandi, secretário da Congregação.[96][97]
Justiça social
É conhecido por sua postura a favor da justiça social, tendo dito em 2007 que: "Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos irmãos". Além disso, tal como Francisco de Assis lavava os pés dos leprosos, o Cardeal Bergoglio ganhou notoriedade em 2001 ao lavar os pés de 12 doentes de Aids em visita a um hospital.[73]
Relações com o governo argentino
Bergoglio, então cardeal, foi denunciado em 2005 por supostas conexões com o sequestro, pela ditadura argentina, dos padres jesuítas Orlando Virgilio Yorio e Francisco Jalics, em 23 de maio de 1976, quando trabalhavam sob o comando de Bergoglio. A denúncia teve por base artigos jornalísticos e o livro Igreja e Ditadura, escrito por Emilio Mignone, fundador do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS).[98][99][100][101] Além do trabalho de pesquisa de Mignone, também o livro El Silencio de Horacio Verbitsky, membro do grupo guerrilheiro de extrema-esquerda Montoneros, faz referência a supostas ligações com a ditadura. No capítulo "As Duas Faces do Cardeal", Verbitsky explora o eventual papel de agente duplo desempenhado por Bergoglio junto à ditadura argentina. Segundo o autor do livro, que alega ter acesso a documentos do Ministério das Relações Exteriores e do Culto da Argentina, Bergoglio "vai à Chancelaria, pede um trâmite em favor do sacerdote (Jalics), mas, por baixo do pano, diz para não o concederem porque se trata de um subversivo".[102][103] Bergoglio também foi acusado de não contribuir com as investigações sobre o desaparecimento de cidadãos argentinos, incluindo bebês, durante a ditadura, período em que dirigia a ordem jesuíta da Argentina.[104]
Porém, todas essas denúncias foram desmentidas por pessoas envolvidas direta ou indiretamente nos fatos. O próprio Francisco Jalics desmentiu de forma categórica as insinuações, numa declaração sua publicada no site da ordem jesuíta alemã: "O missionário Orlando Yorio e eu mesmo não fomos denunciados pelo padre Bergoglio."[105]
Sergio Rubin,[106] o seu biógrafo autorizado, relatou que Bergoglio, após a prisão dos dois sacerdotes, trabalhou nos bastidores para a sua libertação e intercedeu, de forma privada e pessoal, junto do ditador Jorge Rafael Videla: a sua intercessão poderia ter contribuído para a posterior libertação destes sacerdotes. Ele também relatou que, em segredo, Bergoglio deu frequentemente abrigo a pessoas perseguidas pela ditadura em propriedades da Igreja, e houve uma vez que chegou mesmo a dar os seus próprios documentos de identidade a um homem que se parecia com ele, para que pudesse fugir da Argentina.[107]
Também o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, refutou todas as acusações referentes ao Papa Francisco. Esquivel, perseguido pela ditadura, afirmou que alguns bispos foram cúmplices do regime, mas não foi o caso de Bergoglio.[108] A argentina Graciela Fernández Meijide, membro da organização não governamental "Assembleia Permanente para os Direitos Humanos" (APDH) e ex-membro da Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (CONADEP), também declarou que não há provas que ligam Bergoglio com a ditadura. Numa entrevista ao Clarín (15 de Março de 2013), ela afirmou que "não há informação e a Justiça não conseguiu provar [esta ligação]. Eu estava na APDH durante todos os anos da ditadura e recebi centenas de depoimentos. Bergoglio nunca foi mencionado. Aconteceu o mesmo na CONADEP. Ninguém falou dele nem como instigador nem como nada".[109]
O ex-promotor argentino, Julio Strassera,[110] que ganhou notoriedade por seu trabalho de investigação e acusação no histórico julgamento das juntas militares, afirmou também que é "uma canalhice" vincular o Papa Francisco com a última ditadura argentina (1976-1983). "Tudo isto é uma canalhice, absolutamente falso, em todo o julgamento não houve uma só menção a (Jorge) Bergoglio", declarou Strassera a "Rádio Mitre", em referência ao julgamento das juntas militares no qual atuou como promotor em 1985. Após a eleição de Bergoglio como Papa, organizações de direitos humanos denunciaram o papel da Igreja na ditadura e lembraram que o cardeal argentino depôs como testemunha em duas causas por delitos de lesa-humanidade. Para Strassera, estas acusações estão motivadas, porque nem a presidente argentina, Cristina Kirchner, nem os seus partidários "podem suportar que alguém a quem desprezaram antes esteja acima deles".[111]
O jornalista italiano Nello Scavo relata em seu livro A lista de Bergoglio, como o jesuíta Bergoglio, no período da ditadura argentina (1976-1983), constituiu uma rede clandestina para proteger pessoas perseguidas e ajudá-las a fugir dos militares.[112][113]
Nos seus últimos anos como arcebispo de Buenos Aires, a relação entre Bergoglio e os Kirchner se tornou ainda mais turbulenta com a aprovação das leis sobre o aborto e o casamento homossexual na Argentina. Após todas estas desavenças, o Papa recebeu em 18 de março de 2013 a presidente Cristina Kirchner para um almoço, em um gesto que o Vaticano considerou "de cortesia e afeto" para com a chefe de Estado e o povo argentino, e não uma visita formal ou de Estado.[114][115]
Proteção do meio ambiente
Na homilia da missa inaugural de seu pontificado, o Papa Francisco reiterou o exemplo de Francisco de Assis de respeitar todas as criaturas de Deus e o ambiente em que vivem. Na mesma ocasião, fez um apelo aos governantes e a todas as pessoas para que cuidem do meio ambiente. Em outras palavras: que se desenvolvam sem destruir o que é de Deus.[116]
No dia 18 de junho de 2015, lançou a Encíclica Laudato si' sobre o cuidado com a casa comum, em que faz duras críticas à devastação ambiental, ao modelo de desenvolvimento vigente e à falta de responsabilidade com os mais pobres. Propõe uma Ecologia Integral e uma conversão e educação ecológicas.
Em junho de 2019, durante um congresso realizada no Vaticano com representantes do setor energético global, o Papa Francisco declarou que se está diante de uma emergência climática, e que é necessário agir para evitar que as gerações futuras sofram as consequências do aumento do aquecimento do planeta. Durante a reunião, foi assinado um termo de compromisso pelos CEO's das multinacionais, comprometendo-se a reduzir as emissões de carbono em suas corporações. Sobre a negligência aos alertas do mundo científico, o papa declarou:
Abusos sexuais na Igreja Católica
Em 5 de abril de 2013 o Papa Francisco, em audiência com o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, arcebispo Gerhard Ludwig Müller, pediu que a congregação continue com a linha desenvolvida por Bento XVI, agindo de forma decisiva contra o abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica, promovendo medidas para a proteção e ajuda às crianças que sofreram esse tipo de violência e auxiliando nos processos contra os culpados. Essas ações devem reafirmar o compromisso das Conferências Episcopais na formulação e aplicação das diretivas necessárias nesta área, tão importantes para o testemunho da Igreja e sua credibilidade.[120]
Seguindo essa linha de conduta, o Papa assinou em 11 de julho de 2013 um decreto de Motu proprio, reformando o código penal do Vaticano e tornando mais rígidas as sanções para este tipo de crime.[121]
Em 22 de março de 2014, nomeou os oito primeiros integrantes da "Comissão de Proteção às Crianças", órgão instituído por ele em 2013 para combater mundialmente os abusos sexuais de menores na Igreja Católica.[nota 2] Em abril de 2014, o Papa pediu perdão pelos casos de pedofilia e abusos sexuais cometidos por sacerdotes da Igreja Católica.[123]
Em uma decisão inédita na história da Igreja Católica, em setembro de 2014 o Papa Francisco ordenou pessoalmente a prisão do ex-arcebispo e ex-embaixador da Santa Sé, o polonês Jozef Wesolowskide, acusado de abusos sexuais durante o período de 2008 a 2013, quando era representante diplomático da Igreja Católica na República Dominicana.[124]
Em maio de 2019, Francisco promulgou o motu proprio Vos estis lux mundi [en] (Vós sois a Luz do Mundo), estabelecendo novas normas de procedimento para combater o abuso sexual e garantir que bispos e superiores religiosos sejam responsabilizados por suas ações.[125]
- Casos de abuso sexual no Reino Unido
Em novembro de 2020, Francisco foi criticado por pedir ao cardeal inglês Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales, que permanecesse em seu posto, apesar do relatório Investigação Independente sobre o Abuso Sexual Infantil [en] (IICSA), publicado por uma comissão governamental britânica, que concluiu que a Igreja Católica britânica priorizou repetidamente sua reputação em relação ao bem-estar das vítimas de abuso sexual infantil e que a falha do Vaticano em cooperar com a investigação "passou do entendimento". Ainda segundo o relatório, "a negligência daquela Igreja em relação ao bem-estar físico, emocional e espiritual de crianças e jovens, em favor de proteger sua reputação, estava em conflito com sua missão de amor e cuidado pelos inocentes e vulneráveis."[126][127][128]
O relatório criticou a liderança do cardeal Nichols, que apresentou sua renúncia em novembro de 2020 ao Vaticano, já que completaria 75 anos, como é a lei da Igreja quando os bispos atingem essa idade. No entanto, o papa Francisco não aceitou a renúncia e pediu para que ele permanecesse no cargo. Segundo o relatório, o cardeal Nichols se desculpou pelas ações da Igreja em seu depoimento, mas "nem sempre exerceu a liderança esperada e não reconheceu qualquer responsabilidade pessoal de liderar ou influenciar a mudança".[129]
Predomínio do culto às riquezas na sociedade
Em discurso na apresentação das cartas credenciais de embaixadores na Santa Sé em 16 de maio de 2013,[130][131] o Papa fez menção que a solidariedade é o verdadeiro tesouro do homem e que o culto ao dinheiro produz desigualdades e injustiças contra corações e contra povos. Citando São João Crisóstomo, exortou a solidariedade desinteressada:
Citou ainda as causas e consequências éticas da chamada crise econômica mundial:
Banco do Vaticano
No início de seu pontificado, o Papa Francisco nomeou uma comissão a fim de aconselhá-lo para uma reforma financeira no oficialmente chamado Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano, uma das instituições mais polêmicas da Igreja, sendo ligada a escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro. A intenção do Papa com a comissão, formada por quatro prelados e um leigo especialista em direito, é harmonizar as atividades do IOR com a verdadeira missão da Igreja.[132]
Desperdício de comida e fome no mundo
Durante uma audiência semanal na Praça de São Pedro, Francisco criticou diretamente quem desperdiça alimentos e contribui para a desigualdade no mundo:
O Papa salientou que a comida jogada fora é como que roubada dos que não podem tê-la, é como tirar da mesa dos pobres; e dar mais atenção ao dinheiro que à vida humana indefesa é indignante:
E aos membros da FAO o Papa disse sobre possíveis soluções para o problema da fome:
Teologia da Libertação
Rachel Donadio do New York Times escreveu na edição de 25 de maio de 2013, que os discursos de Francisco descrevem claramente os temas da Teologia da Libertação, um movimento que busca usar os ensinamentos do Evangelho para ajudar a libertar as pessoas da pobreza e que tem sido particularmente forte em sua terra natal, a América Latina. (...) Mas segundo Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, está claro que o papa sempre foi contra a Teologia da Libertação, pela ideologia marxista do movimento.[136]
Segundo o jornalista investigativo Robert Parry [en], do Consortium News, o papa Francisco não é tão favorável à TL: "O novo papa não foi confortável com a Teologia da Libertação. É possível falar em nome dos pobres, sem apoio as verdadeiras mudanças fundamentais que estão presentes com a teologia da libertação", e que a abordagem dele se encaixa com a atitude da igreja ao longo dos séculos quanto aos pobres.[137]
Escrevendo na revista Tikkun, o autor Matthew Fox afirma sobre Bergoglio: "Este papa opôs-se à teologia da libertação e as comunidades de base na América Latina, sendo que a teologia da Igreja de base que levou a sério o ensinamento do Concílio Vaticano II que a Igreja é "o povo" não é a hierarquia. Muitos heróis desse movimento foram mortos e torturados em todo América Latina, Oscar Romero sendo o mais visível. Bergoglio em nenhum lugar foi visto junto com eles. Muito pelo contrário, ele lutou contra a teologia da libertação com unhas e dentes como chefe da conferência dos bispos e ele era um instigador eficaz, com atitudes papais nesse sentido(a CIA, sob o comando de Reagan estava ligada com o Papa João Paulo II para eliminar a teologia da libertação, como eu provo em meu livro, Guerra do Papa)".[138]
De acordo com Sandro Magister, o papa Francisco está mais preocupado com militantes do secularismo do que com a teologia da libertação. Magister afirma que Francisco se preocupa com a disseminação global de conceitos, incluindo legalização do aborto e casamento gay , que Francisco vê como o trabalho do anticristo. Magister afirma que os objetivos da teologia da libertação são menos importantes para o Papa que lutar contra secularismo.[139]
Leonardo Boff, um dos mais proeminentes teólogos da Teologia da Libertação, mostra certa admiração em seu comentário ao papa Francisco: "O papa Francisco tem tanto o vigor como a ternura que precisamos para criar um novo mundo espiritual". E diz ainda que trabalham juntos para apoiar causas universais, como os direitos humanos, a partir da perspectiva dos pobres, o destino da humanidade que sofre, os serviços para as pessoas que vivem marginalizadas.[140]
Celibato dos padres
O jornalista Tracy Connor da NBC escreveu que o papa Francisco, em entrevista em 2012, comentou que pode haver mudanças nas leis do celibato. O celibato "é uma questão de disciplina, não de fé. No momento, eu sou a favor de manter o celibato, com todos os seus prós e contras, porque temos dez séculos de boas experiências ao invés de falhas.[...] A tradição tem peso e validade ". Ele observou que "nos bizantinos, ucranianos, russos e greco-católicos[...] os padres podem ser casados, mas os bispos têm que ser celibatários". Se, hipoteticamente, o catolicismo oriental fosse rever a questão do celibato, eu acho que iria fazê-lo por razões culturais (como no ocidente), não tanto como uma opção universal". Enfatizou ainda que, entretanto, a regra deve ser rigorosamente respeitada, e qualquer sacerdote que não possa obedecê-la "tem de deixar o ministério".[141]
Em 26 de maio de 2014, no retorno de sua viagem à Terra Santa, Francisco deu declarações de que “a porta sempre está aberta”.
Participação da mulher na Igreja
Francisco falou sobre a importância fundamental das mulheres na Igreja Católica, salientando que elas têm um papel especial na divulgação da fé, e que foram as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo.
Quanto à possível ordenação de mulheres, o Papa confirmou em 2013, por ocasião de uma entrevista durante o voo de retorno à Itália, depois da XXVIII Jornada Mundial da Juventude, a posição definitiva da Igreja Católica, negando esta possibilidade, como já havia declarado pela última vez o então papa São João Paulo II na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, publicada em maio de 1994:[144]
Tal posição também havia sido confirmada em outubro de 1995, pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger.[146]
Pandemia de COVID-19
No dia 7 de março de 2020, diante da pandemia de COVID-19 na Europa o Papa Francisco precisou alterar sua rotina no Vaticano. Um comunicado oficial anunciou que o pontífice cancelou todas as aparições publicas por tempo indeterminado. Pela primeira vez na história, Francisco realizou sua missa dominical através de vídeo e streaming, e não em público.[147]
Em 13 de março, o papa Francisco afirmou que as medidas "draconianas" contra o novo coronavírus "nem sempre são boas" e pediu a bispos e padres que não deixem os fiéis sozinhos durante a pandemia, contra a qual vários países decretaram medidas severas.[148]
No dia 27 de março, realizou a bênção extraordinária Urbi et Orbi, geralmente feita apenas no Natal e na Páscoa, para apelar pelo fim da pandemia de COVID-19 do vírus SARS-CoV-2.[149]
Em 5 de abril de 2020, celebrou a missa de Domingo de Ramos com basílica sem fiéis, diante da Pandemia de COVID-19 na Itália. Durante a homilia, pediu para que, nesses dias de Semana Santa em casa, "não pensemos só naquilo que nos falta; pensemos no bem que podemos fazer".[150] "O drama que estamos passando obriga-nos a levar a sério o que conta, a não nos perdermos em coisas insignificantes". "Porque a vida é medida a partir do amor. Em casa, nesses dias sagrados, vamos apresentar-nos diante de Jesus crucificado, que é a medida do amor que Deus tem por nós", afirmou Francisco durante a homilia.[151] No dia 9 de abril, na missa da quinta-feira santa, não houve o tradicional lava pés na Basilica de São Pedro.[152]
Comissão Vaticana COVID-19
No dia 20 de março de 2020, o Santo Padre pediu ao Dicasterio para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (DSDHI) formar a Comissão Vaticana COVID-19 para propor possíveis respostas aos desafios socioeconômicos perante a pandemia de COVID-19.[153]
Estilo pessoal
Sendo o Papa Francisco um jesuíta, membro de uma ordem religiosa onde se professam votos de pobreza, é conhecido por um estilo pessoal despojado e frugal de viver. Durante seus anos como cardeal em Buenos Aires, vivia num pequeno e austero quarto atrás da Catedral Metropolitana e usava normalmente apenas transporte público, como metrô e ônibus, para se locomover,[154] além de cozinhar a própria comida.[155]
Eleito papa, continuou a usar o crucifixo que usava enquanto cardeal que é de aço e não de ouro, como de costume com papas anteriores.[155] Também optou por continuar a fazer uso de sapatos totalmente pretos, em vez dos tradicionais múleos, como fazia por exemplo, Bento XVI.
Mostrando desde o início do papado um estilo mais simples, coerente com a sua condição de jesuíta com votos de pobreza, Francisco dispensou a limusine blindada papal para comparecer a um primeiro encontro, na residência de Santa Marta, no dia seguinte de sua eleição, preferindo um veículo comum, e espantou a todos ao pagar pessoalmente a conta do hotel onde se hospedou para o Conclave, hotel este pertencente à própria Igreja Católica.[156] Dias depois de eleito, surpreendeu o telefonista de uma ordem jesuíta em Roma, ao ligar pessoalmente querendo falar com um padre amigo e anunciando-se ao atendente - nunca outro Papa fez ligações telefônicas diretamente, sempre feitas por assessores ou por seu secretário - ouvindo de volta: "Você é o novo Papa? Ah sim, e eu sou Napoleão!".[157] Na semana seguinte em que foi eleito, ele ligou direto do Vaticano para a banca da Praça de Maio, em Buenos Aires, onde comprava os seus jornais e revistas quando vivia na cidade, para cumprimentar o jornaleiro, seu amigo de muitos anos, e avisar que dificilmente voltariam a se ver. Nesta ocasião, ao ter sua chamada novamente confundida com um trote, foi chamado de "idiota".[158]
Obras
O registro de autoria de obras de pontífices são padronizados conforme regras do Código de Catalogação Anglo-Americano. Têm-se três entradas distintas, conforme a responsabilidade autoral:[159]
- Francisco, papa, 1936-
- Bergoglio, Jorge Mario, 1936-
- Igreja Católica. Papa (2013- : Francisco)
Publicações antes do pontificado
- Bergoglio, Jorge Mario (1982). Meditaciones para religiosos (em espanhol). Buenos Aires: Ediciones Diego de Torres. 311 páginas. OCLC 644781822
- Bergoglio, Jorge Mario (1987). Reflexiones espirituales sobre la vida apostólica (em espanhol). Buenos Aires: Ediciones Diego de Torres. 321 páginas. ISBN 9789509210073
- Bergoglio, Jorge Mario (1992). Reflexiones en esperanza (em espanhol). [S.l.]: Ediciones Universidad del Salvador. OCLC 36380521
- Jorge Mario Bergoglio; Papa João Paulo II, Fidel Castro (1998). Diálogos entre Juan Pablo II y Fidel Castro (em espanhol). Buenos Aires: Ciudad Argentina/Editorial de Ciencia y Cultura. ISBN 9789875070745
- Bergoglio, Jorge Mario (2003). Educar: exigencia y pasión. desafíos para educadores cristianos (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Claretiana. 190 páginas. ISBN 9505124570
- Bergoglio, Jorge Mario (2004). Ponerse la patria al hombro. memoria y camino de esperanza (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Claretiana. 80 páginas. ISBN 9789505125111
- Bergoglio, Jorge Mario (2005). La nación por construir. utopía, pensamiento y compromiso (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Claretiana. 78 páginas. ISBN 9789505125463
- Bergoglio, Jorge Mario (2005). Corrupción y pecado subtítulo. algunas reflexiones en torno al tema de la corrupción (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Claretiana. ISBN 9789505125722
- Bergoglio, Jorge Mario (2006). Sobre la acusación de sí mismo. [S.l.: s.n.]
- Bergoglio, Jorge Mario (2007). El verdadero poder es el servicio (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Claretiana. 364 páginas. OCLC 688511686
- Jorge Mario Bergoglio; Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti (entrevistadores) (2010). El jesuita. conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio, sj (em espanhol). Barcelona: Vergara, Grupo Zeta. 192 páginas. ISBN 9789501524505
- Jorge Mario Bergoglio; Abraham Skorka (2010). Sobre el cielo y la tierra (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Sudamericana. ISBN 9789500732932
- Bergoglio, Jorge Mario (2011). Nosotros como ciudadanos, nosotros como pueblo. hacia un bicentenario en justicia y solidaridad (em espanhol). Buenos Aires: Editorial Claretiana. 89 páginas. ISBN 9789505127443
- Bergoglio, Jorge Mario (2012). Mente abierta, corazón creyente. [S.l.: s.n.]
- Jorge Mario Bergoglio; et al. (2012). Dios en la ciudad : primer Congreso pastoral urbana región Buenos Aires (em espanhol). Buenos Aires: San Pablo. 248 páginas
- BERGOGLIO, Jorge Mario (1999–2013). «Homilías y mensajes» (em espanhol). Arzobispado de Buenos Aires
Biografias
- Rubin, Sergio (2013). O Papa Francisco. Conversas Com Jorge Bergoglio. [S.l.]: Editora Verus. 200 páginas. ISBN 8576862727
- Jorge Mario Bergoglio; Sergio Rubin, Francesca Ambrogetti (entrevistadores) (2013). Papa Francisco. conversas com Jorge Bergoglio. Lisboa: Paulinas Editora. 216 páginas. ISBN 978-989-673-304-9
- Mello, Alexandre Awi (2014). Ela é a minha Mãe! - Encontros do Papa Francisco com Maria. [S.l.]: Loyola. 264 páginas. ISBN 9788515041404
- Pode me chamar de Francisco
- LEÓN, Pe. Alejandro. (2017). Papa Francisco e Dom Bosco. Brasília: Editora Edebê. 232 páginas. ISBN 9788-5553-6218-7.
Efígie numismática
Ainda em 2013 o Vaticano cunhou a medalha oficial com a efígie do Papa no anverso e com o brasão papal sobreposto a arquitetura da Praça São Pedro.[160]
Notas e referências
Notas
- ↑ Fora de seus países, os imigrantes católicos de ritos orientais não possuíam templos nem sacerdotes próprios, e participavam das comunidades de rito latino. Com o tempo, os imigrantes decidiram que era necessário construir templos conforme suas tradições, para conservar seus costumes religiosos. Assim, em 14 de novembro de 1951, o Papa Pio XII, através do decreto "Cum fidelium", da Congregação para as Igrejas Orientais, criou o Ordinariato para os fiéis orientais católicos: maronitas, greco-melquitas, ucranianos, russos, romanos, sírios, coptas e armênios. Fonte: Rádio Vaticano
- ↑ O grupo tem como objetivos, preparar o estatuto da comissão, informar a situação das crianças que sofreram abuso em todos os países, propor medidas e nomes, tanto de laicos quanto religiosos, para implantar novas iniciativas de combate aos abusos sexuais de menores na Igreja Católica, criar códigos de conduta e avaliações psiquiátricas para o ministério sacerdotal, além de implementar políticas que protejam os menores de idade e colaborar com as autoridades civis nas investigações de possíveis crimes. Integram a comissão, entre outros, Marie Collins, uma irlandesa vítima de abuso sexual por um padre, a psicóloga e psiquiatra francesa Catherine Bonnet, o cardeal norte-americano Sean O'Malley, defensor das vítimas norte-americanas e o jesuíta alemão Hans Zollner, decano da faculdade de psicologia da Universidade Gregoriana, com sede em Roma.[122]
- ↑ Passagem bíblica relatada em Êxodo 32:1-8
- ↑ Dicotomia, significando aqui o antagonismo entre os interesses econômicos e as prioridades sociais das nações
Referências
- ↑ Brasão do papa Francisco é ligeiramente modificado, acesso em 27 de março de 2013
- ↑ Miserando atque eligendo, acesso em 27 de março de 2013
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- ↑ Bergoglio queria se casar com namorada de infância
- ↑ Na juventude, papa Francisco dançava milonga com namorada
- ↑ Namorada de infância diz que ouviu de Bergoglio: 'Se não casar, viro padre'
- ↑ 'Namorada de infância' diz que teve proposta de casamento do Papa
- ↑ Papa teria dito à ex-namorada em infância que se não casasse, viraria padre
- ↑ 'Se não me casar com você, viro padre', disse Bergoglio à namorada
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- ↑ Nota: jesuíta expulso das colónias espanholas, conhecido como Francisco Xavier, padroeiro das missões, evangelizador do Japão, um dos primeiros companheiros de Santo Inácio de Loyola e um dos cofundadores da Companhia de Jesus)
- ↑ Nota: Bispo de Genebra
- ↑ Nota: Frade italiano, fundador da Ordem dos Franciscanos
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Ele disse que tinha que escolher entre a menina e o sacerdócio, e embora tenha optado pelo último, sabe que nem todo mundo o faria. - ↑ Pablo Ordaz (26 de maio de 2014). «O papa Francisco abre a porta para que os padres possam casar». El País. Consultado em 27 de maio de 2014
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Este ensino requer o parecer favorável definitivo, uma vez que, fundamentada sobre a Palavra de Deus escrita, e desde o início constantemente preservada e aplicada na Tradição da Igreja, foi proposta infalivelmente pelo Magistério ordinário e universal (cf. Concílio Vaticano II, Constituição dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium 25, 2).
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- ↑ «Papa liga para amigo jornaleiro: 'Será mais difícil que voltemos a nos ver'». O Globo reproduzido de La Nación. Consultado em 20 de março de 2013
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Ligações externas
- «Perfil em Catholic-Hierarchy» (em inglês)
- «GCatholic» (em inglês)
- «The sins of the Argentinian church» (em inglês)
- Cardeais elegem argentino papa; é o primeiro latino-americano
- Dados para envio de cartas ao Papa
Precedido por Theodor Hubrich | Bispo titular de Auca 1992 — 1997 | Sucedido por Mieczyslaw Cislo |
Precedido por: Antonio Cardeal Quarracino | Arcebispo de Buenos Aires 1998 — 2013 | Sucedido por: Mario Aurelio Cardeal Poli |
Precedido por: Augusto Vargas Alzamora S.J. | Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino 2001 — 2013 | |
Precedido por Bento XVI | 266.º Papa da Igreja Católica 2013 — presente | Sucedido por (incumbente) |
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