domingo, 12 de dezembro de 2021

Frases de AMÉRICO THOMAZ - Lembram-se - 12 DE DEZEMBRO DE 2021

 Lembram-se de AMÉRICO TOMÁS?

Foi o último Presidente da República desde 1958 a 25 de Abril de 1974.

Inaugurava tudo, desde Lavandarias do Hotel Sheraton, em Lisboa às escadas rolantes do Metro do Parque Eduardo VII. Ficou conhecido como o "Corta Fitas" e adorava discursar em todas as cerimónias. Andava pelo país inteiro, repetia visitas, 

«É a primeira vez que estou cá desde a última vez que cá estive», onde especulava, por exemplo, sobre a Teoria dos Conjuntos (Torres Novas):  

«Hoje visitei todos os pavilhões, se não contar com os que visitei».

Todos gostavam de o ouvir. Os apoiantes, porque sim. Os opositores, para se rirem à gargalhada. A revista Seara Nova, liga à Oposição, reservava-lhe uma secção, onde as últimas colheitas mensais de Thomaz (como ele gostava de grafar o seu nome) eram publicadas sem qualquer comentário. Por vezes um censor mais inteligente riscava uma frase tola de mais, o que acabava por acentuar a ironia : o mais alto magistrado da Nação, censurado... Em 1975 o Jornal República, que fez sempre oposição ao regime salazarista, publicou uma brochura que lhe era dedicada, com o título Citações:

Segue-se um florilégio de Américo-Tomismo:

«Comemora-.se hoje em todo o País a promulgação do despacho número Cem, um texto de grande importância para a Marinha Mercante de Portugal, e a que foi dado esse número, não por acaso mas porque ele vem na sequência de outros Noventa e Nove anteriormente promulgados» - (in revista Opção, Ano II, nº 30).

«... É uma terra <Manteigas> bem interessante, porque estando numa cova está a mais de 700 metros de altitude...» (in O Século, 1/6/1964)(.

«A minha boa vontade não tem felizmente limites. Só uma coisa não poderei fazer: O impossível. E tenho verdadeiramente pena de ele não estar ao meu alcance» (in Diário de Notícias, 23/6/1964).

«O Senhor Professor OLIVEIRA SALAZAR, ao longo de mais de trinta anos, é uma vida inteiramente sacrificada em proveito do país, e desconhecendo completamente todos os prazeres da vida, é um homem excepcional que não aparece, infelizmente, ao menos, uma vez em cada século, mas aparece muito raramente ao longo de todos os séculos». (in Seara Nova, Maio de 1965).

«Começo por dar uma explicação a V. Exas e a todas as restantes pessoas presentes neste jantar - explicação relativa à demora entre o discurso de V. Exª e as palavras que vou proferir. Essa demora é fácil de explicar. É que tomei, em tempos, o compromisso de só brindar com vinho do Porto. A explicação como disse, é simples» (in Tomás, por Ele mesmo, prefaciado por Orlando Neves, Ed. Saber Porquê)

«Eu prolongo no tempo esse anseio de V. Exª e permito-me dizer que o meu anseio é maior ainda. Ele consiste em que, mesmo para além da morte, nós possamos viver eternamente na terra portuguesa, porque se nós, para além da morte, vivermos sempre sobre a terra portuguesa, isso significa que Portugal será eternoi, como eterno é o sono da morte» (in Diário da Manhã, 24/5/1969).

«Neste almoço ouvi vários discursos, que o Governador Civil intitulou de simples brindes. Peço desculpa, mas foram autênticos discursos» (in Diário de Notícias, 14/9/1970).

«Pedi desculpa ao Sr. Eng.º Machado Vaz por fazer essa rectificação. Mas não havia razão para o fazer porque, na realidade, o Sr. Eng.º Machado vaz referiu-se na altura  do início do funcionamento dessa barragem e eu referi-me, afinal, à data da inauguração oficial. Ambas as datas estavam certas. E eu peço, agora , desculpa de ter pedido desculpa da outra vez ao Sr. Eng.º Machado Vaz» (in Seara Nova, Agosto de 1972).


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ANTÓNIO FONSECA

12 DE DEZEMBRO DE 2021


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